Fanfic: O Garoto dos Olhos Castanhos (Adaptada) Finalizada | Tema: Vondy

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“Responder a ofensa com ofensa é como lavar a alma com lama. O silêncio é um dos argumentos mais difíceis de se rebater.” Dalai Lama

Nem todos entendem

 Christopher saiu de cima de mim e se deitou ao meu lado, me puxando para junto de seu peito. Virei para poder olhá-lo e sorri.

 – Você sabe o quanto é linda? – perguntou, brincando com uma mecha do meu cabelo. – Minha Cinderela.

 – Acho que estou mais para o Rei Leão nesse momento – ri, passando a mão sobre meu cabelo embaraçado. – E você sabe o quanto é perfeito?

 – Estou longe de ser perfeito – respondeu, mudando de expressão –, mas eu tentaria ser por você.

 – Você já é, basta notar quantas mulheres você tem a seus pés. – Fiquei um pouco emburrada. – Se você gritar “pula”, meia dúzia vai perguntar: “de onde?”

 – Você está enganada, principalmente no hospital – falou sério. – Na verdade, depois que a levei ao almoço beneficente, nenhuma delas me incomoda mais – comentou, pensativo, e eu sabia bem por quê. – Nunca mais achei um bilhete na minha mesa e ninguém mais me convidou para sair, o que é bom, mas eu sinto falta do chocolate.

 Dei um soco leve em seu braço e ele riu.

 – Eu disse para algumas meninas que você era gay – contei, não resisti. Pensei que ele ficaria bravo, mas sua gargalhada foi tão alta que levei um susto.

 – Você disse o quê? – perguntou enxugando uma lágrima que tinha escapado de seus olhos de tanto rir.

 – Um bando de vadias me cercou no banheiro e uma delas me perguntou se eu era sua namorada – eu disse séria. – Aí expliquei que era sua acompanhante de luxo e que você era gay.

 – Perfeito. – Mais risos. – Então eu não imaginei coisas quando achei que um dos enfermeiros estava olhando para minha bun/da.

 – Você está bravo? – perguntei sorrindo.

 – Não. – Ele ficou sério mais uma vez. – Mas vou ficar se ele não passar logo para o segundo passo do flerte e começar a me comprar alguns chocolates.

 Eu ri, mas acabei me lembrando de uma coisa.

 – Quem era a garota dos peitos de fora? – perguntei me levantando e me sentando para poder olhá-lo melhor.

 – Uma velha conhecida.

 – Que você conhece muito bem por sinal – resmunguei, fechando a cara.

 – A garota saiu daqui soltando fogo pelas ventas, você não percebeu? – Confirmei com a cabeça. – O porteiro estava acostumado a deixá-la subir direto, então quando ela apareceu na porta, eu fiquei sem reação. Ela já chegou direto no meu quarto e foi tirando a roupa antes que eu conseguisse dizer alguma coisa.

 – Aí você não resistiu…

 Ele riu.

 – Não, amor, eu pedi que ela fosse embora

.  – Jura? – duvidei. Pessoas apaixonadas se tornavam patéticas, não?!

 – Não houve mais ninguém desde o dia em que você me deixou trancado para o lado de fora – confirmou. – Desde a primeira vez em que a vi, eu sabia que queria você.

 – Por que eu? – Eu não tinha nenhuma qualidade que pudesse fazer esse deus grego se jogar aos meus pés dessa forma e eu juro que não tinha lhe dado nenhum chá de calcinha.

 – Por que você é especial – encerrou o assunto com mais um beijo e me puxou novamente para me deitar junto de seu corpo. Aconcheguei-me e coloquei a cabeça no travesseiro. – Até sua avó já sabia.

 – Era sobre isso então que eu peguei vocês conversando na cozinha?

 – Era, ela queria saber quando eu contaria – respondeu sorrindo.

* * *

 Olhei para o corredor, estava livre. Saí na ponta dos pés, abri a porta do meu quarto e dei de cara com meu irmão encostado nos meus travesseiros.

 – Acho que eu não preciso perguntar onde você dormiu, né? – perguntou Christian, sem sair do lugar.

 – Não, eu acho que não. – Eu já era adulta, quando eles iam perceber e me deixar viver minha vida?

 – Você tem sorte de ser sempre eu a pegar seus furos, se fosse o Monstro, teria arrancado você da cama do Christopher na porrada.

 Eu não duvidava.

 – Eu o amo. – Não sei por que decidi contar justamente para ele, simplesmente saiu da minha boca antes que eu pudesse impedir.

 – Amor? Estamos falando de… amor? – questionou Christian com cara de assustado. – É muito cedo. Ele não é, nem nunca foi, nenhum santo, Dulce. Eu não o vejo com ninguém faz muito tempo, mas…