Fanfic: O Garoto dos Olhos Castanhos (Adaptada) Finalizada | Tema: Vondy

 – Hoje não, não é que eu não queria, mas mandei uma mensagem para o Poncho perguntando se ele não se importava de me levar para casa e ele respondeu que leva. – Claro, ótima estratégia.

 – Ele já está chegando?

 – Quase, disse que vai ligar para eu descer quando estiver na porta.

 – Não se esqueça de pedir um beijo de boa noite – sorri.

 – Eu vou é roubar um.

 Depois que Anahi foi embora e eu lhe desejei boa sorte, resolvi ligar para casa.

 – Alô – atendeu minha mãe.

 – Oi, mamãe.

 – Meu amor, que saudades de você.

 É mesmo, porque não me ligou então? Não tem telefone no mundo da lua?, respondi em pensamento.

 – Eu também, por isso liguei – menti. – Vocês podem vir passar o fim de semana aqui?

 – Claro, algum motivo especial? – perguntou curiosa. Embora ela fosse meio pirada, tinha um sexto sentido ótimo.

 – Não, é só saudade mesmo.

 – Vou combinar tudo com o seu pai e com a sua avó e mando uma mensagem confirmando, mas adorei a ideia.

 – Vou esperar. Papai está aí?

 – Não, ele e a sua avó foram ao mercado – respondeu entediada. Ela gostava tanto de mercados quanto eu.

 – Então diga a eles que mandei um beijo.

 – Pode deixar – prometeu.

 Ela ia esquecer.

 Assim como a minha mãe, também fiquei entediada, então resolvi criar coragem e ir bater na porta do Christopher. O que de pior poderia acontecer? Eu levar uma mordida?

 – Entra – respondeu após a terceira batida.

 – Oi – cumprimentei, colocando apenas a cabeça para dentro do vão.

 – Oi, amor, entra – disse ele, fechando o notebook e vindo me pegar pela mão. – Me desculpe por hoje, eu deveria ter perguntado como você estava quando chegamos, mas eu estava cego de raiva, ainda estou eu…

 – Eu liguei para o Miguel – contei. Não era o melhor assunto a ser discutido com ele, mas entre o piti de seu pai e o do meu ex, eu ficava com a segunda opção, muito obrigada.

 – Você fez o quê? – perguntou, fechando a cara e soltando minhas mãos.

 – Eu liguei para ele para contar sobre o bebê.

 Seu rosto se desmoronou bem à minha frente. Ele me deu as costas e foi até a varanda. Eu o segui.

 Christopher se apoiou na grade e deu um leve impulso para frente. Sem me olhar, perguntou:

 – Como ele reagiu?

 – Eu pensei que seria pior – admiti.

 – Ele vai assumir a responsabilidade? – Algo em sua expressão me fez acreditar que ele não estava feliz com essa ideia.

 – Não conversamos sobre os detalhes, eu apenas lhe dei a notícia.

 Por que ele estava tão distante? Era óbvio que uma hora ou outra o Miguel teria que saber que seria pai de duas crianças ao invés de uma, e Christopher não tinha motivos para fingir ou agir como se estivesse surpreso.

 – O que foi? – perguntei, colocando a mão em seu antebraço.

 – Nada – respondeu ao se afastar e se sentar em uma das cadeiras. Minha mão caiu ao lado do corpo e eu me senti rejeitada.

 – Convidei meus pais para passar o fim de semana aqui, você se importa? Vou contar para eles de uma vez – eu disse, tentando um assunto mais tranquilo.

 – Faz o que você quiser – disse se levantando e entrando no quarto. Fui atrás, pronta para perguntar que bicho o havia mordido, mas ele falou antes:– Dulce, eu estou cansado, então se você não se importa… – E fez menção de abrir a porta para mim.

 – Claro.

 Se antes achei que ele estava frio, agora imaginava que seu coração se transformara em uma pedra de gelo. Saí do quarto dele e fui para o meu, sentindo um peso enorme no coração. O fim estava próximo, eu podia sentir.

Oi pessoal! Até sabado! E um presente: domingo vai ter maratona!! Até e bjs!!