Fanfic: O Garoto dos Olhos Castanhos (Adaptada) Finalizada | Tema: Vondy

 Christopher se mexeu atrás de mim, mas eu coloquei minha mão para trás, em sua barriga, e ele voltou a ficar parado.

 – O meu filho não é um negócio, Augusto – eu disse, cansada demais até para ficar brava –, e eu decidi tê-lo.

 – E você acha que Christopher vai ficar ao seu lado? Que vocês vão se casar e viver felizes para sempre em uma porra de castelo mágico? – perguntou exasperado. Tive que me aproximar mais de Christopher e estreitar nosso contato para que ele permanecesse calado. – Ele é meu melhor amigo, você não viu o que eu vi, como ele descarta todas as mulheres que passam na vida dele.

 – A Dulce é diferente – rebateu Christopher.

 – Eu duvido – disse Augusto, olhando para Christopher e se virando para me olhar. – Você está fazendo todas as escolhas erradas, você nunca aprende a lição?

 – Já é o bastante – declarou Dr. Arthur, envolvendo-se. – Ela acabou de passar por um trauma e precisa descansar, ficar de repouso. Vocês podem discutir com ela mais tarde. – Ele se virou para me olhar. – Querida, se precisar de alguma coisa, me ligue a qualquer hora, pode ser no celular. – E me entregou um cartão.

 – Obrigada.

 – Vem, eu levo você para casa – disse Christopher.

 – Não, eu vou levá-la – rebateu Augusto.

 – Nenhum de vocês vai levar Dulce, ela veio comigo e vai embora comigo – anunciou Poncho, irritando-se com a briga e me puxando pelo braço. – Consegue andar?

 – Consigo – respondi.

 – Ótimo, porque você pesa. – Quanta gentileza.

 Quando já estávamos próximos ao carro algo me ocorreu.

 – Como você sabia? – Poncho suspirou.

 – Nenhuma mulher fica tão desesperada por ver sangue no lençol, a menos... – ele não terminou a frase – Vai ficar tudo bem, Dul – garantiu. Eu queria acreditar nele, realmente queria.

 No fim acabou que meus pais e minha avó descobriram bem antes do fim de semana. Ao que me parecia, Augusto fora correndo me dedurar e eles já deviam estar a caminho, se é que a mensagem do meu pai de: “Eu vou matar você”, no meu celular, queria dizer alguma coisa.

 Eles chegaram no final da tarde. Eu já estava no sofá enrolada em um edredom, no colo de Christopher, quando Christian abriu a porta e me revelou uma avó sorridente, uma mãe aparentemente normal e um pai frustrado e irritado.

 – Como você está, meu bem? – perguntou minha avó, empurrando meu pai do caminho. Tirei minha mão da de Christopher e passei em volta do pescoço da vovó, forçando-a a se sentar ao meu lado.

 – Melhor agora que eu sei que está tudo bem com ele – sorri.

 – Então eu terei um bisneto? – perguntou ela, seu rosto se iluminando.

 – Nós não sabemos ainda, mas provavelmente será uma bisneta – disse Christopher ao meu lado.

 Minha mãe ainda não tinha aberto a boca e meu pai parecia estar sufocando.

 – Seu irmão disse que o pai era Miguel – disse meu pai, olhando para Christopher. – Então o que é isso? – inquiriu, apontando para nossa proximidade.

 – Senhor Henrique, eu sei que é uma péssima hora, mas eu gostaria da sua permissão para namorar sua filha – disse Christopher ao se levantar e ficar frente a frente com meu pai. Eu congelei. Me chamar de “namorada” era uma coisa; mas isso oficializava o termo.

 – Ainda bem que você sabe que é uma péssima hora – rebateu meu pai e eu me encolhi –, mas agradeço que tenha me pedido, é raro ver isso hoje em dia. Pelo menos o último não pediu antes de embuchá-la.

 Christopher tomou isso como aceitação e voltou para o meu lado.

 – Como você deixou isso acontecer, Dulce Maria? – perguntou meu pai

 – Eu não sei, sempre tomei o remédio, não sei como pode ter acontecido.

 – Ela não foi avisada que existe uma coisa chamada camisinha – disse meu irmão, surgindo na sala. Quem chamou Augusto na conversa?

 – O que faremos agora? – perguntou meu pai, colocando a mão no coração e respirando fundo. Truque velho.

 – Sugeri que ela tirasse a criança. Quatro meses é muito tempo, mas ainda dá para ser feito, eu conheço…

 – Não – interrompeu Christopher.

 Minha mãe também se manifestou, resolvendo abrir a boca pela primeira vez desde que pisou no apartamento:

 – Você – disse apontando o dedo para meu irmão – nunca mais repita isso, e você – disse apontando para o meu pai – pare de fingir que vai enfartar, ninguém cai mais nessa, e o garoto é cardiologista, então chega de drama. – Uma lágrima escapou dos seus olhos. – Estamos falando de uma vida, Augusto, não de um objeto, é a sua sobrinha, é a minha neta e ninguém vai encostar nenhum dedo nela.

 Levantei do sofá e abracei minha mãe. Para uma pessoa que morava em outro planeta, ela me surpreendia às vezes. Limpei suas lágrimas, mas ela é quem me consolava.

 – Vai ficar tudo bem, querida – disse. – A mamãe e a vovó vão ajudá-la, não é, mãe? – perguntou para minha avó.

 – Claro que vamos – respondeu ela, levantando-se para nos abraçar.

 – Tudo isso é muito lindo e romântico, mas ninguém está enxergando a situação com clareza.

 – Cala a boca, Augusto – rebateu meu pai. – É tão difícil dar apoio à sua irmã?

 – E vê-la jogar a vida dela no lixo? Ela será mais uma mãe solteira perdida no mundo.

 – Não, ela não vai – rebateu Christopher, irritado.

 – Até quando você vai aguentar, hein? – perguntou Augusto. – Até aparecer uma garota gostosa e sem roupa na porta? Até um dos nossos amigos começar a fazer piadinha que você está pagando pelas contas de outro cara?

 Christopher agarrou meu irmão pela camiseta.

 – A sua irmã não é qualquer uma, você deveria saber disso melhor do que eu! – vociferou. – E não vai ser você a tratá-la assim.

 – De novo vocês estão se pegando? – perguntou Christian, surgindo das profundezas. – Desta vez é bom se matarem, porque não vou mais separar briga nenhuma.

 – Eu não estou agindo como se ela fosse qualquer uma – defendeu-se Augusto, retirando as mãos de Christopher de sua camiseta e soltando-as ao lado do corpo.

 – É exatamente isso que você está fazendo. – concordou meu pai. – Agora é nosso momento para apoiá-la e não recriminá-la.

 – Você estava louco da vida há dois minutos.

 – Estava, mas sua mãe me fez entender a situação e você deveria tentar fazer o mesmo – esbravejou meu pai, dando fim à discussão.

 Caps de sabado postados e lembrando: amanhã tem maratona e infelizmente vai ser a última da fic, por que a fic já está acabando e deve durar só mais umas duas semanas. Então... antes das férias acabarem a fic tambem se despede. Até amanha pessoal! bjss!!