Fanfic: IDENTIDADE SECRETA- Levyrroni ( Finalizada) | Tema: Levyrroni, Rbd

A longa limusine preta parou em frente à entrada do evento, pouco antes do grande tapete vermelho que dava acesso ao local. Era uma limusine daquelas que cabiam umas vinte pessoas, apenas uma saiu dele.

A observou com ira. Ela havia mudado, aquele ar de inocência que sempre a envolvia havia se perdido para sempre. E para seus olhos ela já não era tão linda, só queria destruir sua lembrança, apagar, erradicá-la para sempre. Iria conseguir, mas primeiro tinha que levá-la. A viu pela primeira vez depois de muitos meses e seu guardião não estava com ela. Já tinha tudo planejado. Viu como o idiota do Jorge Satiste a pegava pelo cotovelo para afastá-la dos jornalistas e levá-la até os fotógrafos. Com um sorriso deslumbrante começou a pousar para eles. Enfiada naquele vestido dourado, com a pele torrada pelo sol e com o cabelo livremente solto, poderia se passar por anjo. Mas ele sabia qual era a realidade, finalmente havia enxergado. Sabia que não era mais que uma prostituta, uma manipuladora que queria conquistar os homens com seus falsos encantos, com seus gestos perfeitos. Infelizmente ela não era perfeita, nem tinha nenhum talento especial.

Havia ousado enganá-lo e merecia um castigo. OH SIM!! Castigo, que palavra maravilhosa. Quando o idiota a levou através do tapete para dentro do local, se escondeu entre as sombras. Conseguiu sentir seu cheiro quando ela passou por ele, esse aroma embriagante havia sido sua perdição. Esticou os braços e moveu os dedos; quase podia tocá-la, sentir como seus dedos se fechavam naquele maravilho pescoço. Podia ver em sua mente como seus lábios ficavam roxos e seus olhos se arregalavam. Ela estaria todo tempo olhando-o assustada, iria ver como a vida ia se apagando em seus olhos. Esperava que lutasse, já que queria demonstrá-la que era melhor do que ela. Teria o prazer de observar como seu corpo ia ficando flácido, como a morte que paira sobre ela. Um sorriso sádico curvou seus lábios, antes de entrar para procurar seu assento. Depois de tanto tempo essa seria sua noite, estava tudo preparado... ela iria morrer.

Estava nervosa desde que havia abandonou a ilha nessa manhã. Não havia percebido ate que desceu do avião, de quanto ansiava a presença de William. Mas ele não a entendia. Os Grammy haviam sido seu sonho desde que se sentou diante de um piano quando tinha oito anos. Não podia desistir desse sonho. Não queria que um louco dominasse sua vida e suas ações, queria recuperar sua liberdade e poder se mover livremente, queria cumprir seus sonhos. Queria que William os compartilhasse com ela... mas ele não estava lá. Tudo devia ser perfeito, mas, se sentia só. Era como um autômato que não pensa nem age por si mesmo. Tinha medo da reação de William, mas ele estava à dois dias fora, em uma missão da qual não lhe havia contado nada, simplesmente havia ido vê-la pela noite para informá-la. E na manhã seguinte já havia ido. Agora entendia perfeitamente o que era estar em um relacionamento com um mercenário. Passar dias inteiros sem saber se iria voltar, se estava ferido, se estaria sozinho em algum lugar, ou pior ainda... se estaria morto. Estava à dois dias imersos em um constante estado de nervosismo em que quase não dormia, porque quando fechava os olhos via imagens de William morto. Simplesmente não conseguiu suportar, e na noite anterior, em meio do desespero, havia achado uma boa ideia sair da ilha, se afastar de tudo que lembrava ele, para não pensar, não sentir. Era seu trabalho, mas não sabia se iria poder viver com isso, com o medo de quando se fosse, era possível que não voltasse a vê-lo. Não, definitivamente não conseguiria suportar...

Notou como Jorge  ofereceu o braço para que ela pegasse, para depois levá-la para dentro. Tinha que se preparar. Iria dar inicio à premiação cantando a musica pela qual William estava indicado como compositor “uma vez más”.