Fanfic: Apenas uma Exceção (Romance Gay) | Tema: Gay, LGBT, Amor, Paixão, Real, Adolescente, Bissexual, Obra, CarlosAugustoFernandes, Ação, Aventura,

Além do arco-íris
Pode ser
Que alguém
Veja em meus olhos
O que eu não posso ver

Além do arco-íris
Só eu sei
Que o amor
Poderá me dar tudo que eu sonhei
Um dia a estrela vai brilhar
E o sonho vai virar realidade
E leve o tempo que levar
Eu sei que eu encontrarei a felicidade

Minha barriga parecia ter um milhão de borboletas voando e tentando adquirir espaço em um estômago que não conseguia ingerir nem 40 borboletas. Meus olhos estavam arregalados olhando aquelas pernas e o medo de subir o olhar era gigante. O cheiro que sentia exalando naquele ônibus me deixou todo bobo. Um cheiro de homem, um cheiro doce. "Só pode estar vindo dele", pensei.

"Mas o que fazer? Como olhar para o boy que está do seu lado com medo? E se fosse uma troca de olhares, talvez ele nem irá perceber", pensei.

— Caio, olha que fofo esse casal gay. — disse a voz feminina irritante.

(Meu nome era Caio)

Júlia sempre me fazia perder as estribeiras. Não olhei para ela, mas ela me cutucava e me apontava alguma imagem no celular, até que sedi, quando percebi que de relance, o boy virou o rosto e me olhou. — ESTAVA muito corado. Havia um casal gay na tela do celular em forma de desenho, um parecia até comigo, loiro.

— Que legal Júlia, você tem um desenho no celular. — Tentei cortá-la.

— Sim, e um deles parece com você. — Ela chegou perto de mim enquanto gesticulava apontando os dedos. — O outro parece com o boy que está sentado do seu lado.

— Como é o nome dele?

— Não lembro de cabeça, mas acho que começa com R, vou lembrar. — Disse ela. — Você já viu que gato? — Sussurrava, mesmo eu sabendo que o boy poderia estar olhando.

— Não. — Coxixei. — Estou com medo de olhar.

— Ora bolas.

Julia colocou seu fone de ouvido e me ignorou o resto da viagem, enquanto eu soava frio ao lado do boy. Queria ver como ele era, mas pelo menos já sabia de uma coisa: o nome dele começava com R.

O ônibus estacionou na porta da faculdade e eu me levantei, sentindo que o rapaz ao meu lado também havia levantado e parecia me olhar. Júlia foi na frente, eu a segui e senti o moço me seguindo. Tirei meu iPhone 7 Red Plus do bolso e me olhei fingindo que me arrumava enquanto tentava andar pelo ônibus lotado, só para ver a cara do boy, mas consegui ver apenas uma sombra e um boné aba-reta preto, pois quando fui focar no boy, senti que estava resbalando:

— Ai. — Gritei.

Derrubei o celular no chão, enquanto tropecei e me segurei em Júlia que já se segurava em um banco para não cair.

— Retardado, para de olhar na tela do celular e presta atenção. — Gritou ela enquanto corava de vergonha logo após perceber que gritou no ônibus cheio.

Júlia era do tipo que não falava perto do outros, só falava quando queria fazer alguém passar vergonha, mas na situação, ela estava envergonhada por estar estressada em um ônibus lotado.

Senti uma respiração atrás da minha nuca e um hálito de hortelã foi invandindo meu espaço. — Tinha certeza que era do tal R que a Julia havia falando, pois o menino era cheiroso de perfume, então deveria ser também de boca.

Finalmente descemos e procuramos a sala de aula, na entrada tudo foi tranquilo até chegarmos ao ponto de encontrarmos a nossa sala. Não conseguíamos achar, apesar que foi a última que olhamos no último pavilhão da faculdade.

"Humanas", era a palavra que estava escrita no pavilhão.

Procuramos jornalismo e entramos, nos sentamos enquanto Júlia mexia no celular. Nossa fileira era a do meio, a sala estava quase vazia, pois era um curso pouco procurado. Sentei na primeira mesa da fileira do meio (a terceira em uma sala com 5 filas) e Júlia sentou atrás.

Sentimos que a aula iria começar, pois o movimento se tornou maior e a professora chegou. Se apresentou e tudo estava tranquilo, era só queria saber o motivo de escolhermos o curso, seu nome era Márcia.

Na minha vez de me apresentar, fui começar a falar mas me perdi quando um garoto de aba-reta entrou na sala. Júlia mexia no celular, ele passou e senti seu cheiro.

Aquele clichê...

— Quem é ele? — Perguntei esquecendo que estava me apresentando.

— O R, acho que o nome é Renato. — disse ela baixinho — agora se apresenta.

Fiquei olhando ele se sentar na última mesa da mesma fileira que eu e quando ele começou a me olhar percebi que toda a sala me olhava, inclusive a professora.

Ninguém entendia, mas um turbilhão de pensamentos veio a mim.

— Meu nome é Caio... — Disse enquanto olhava para o Renato e tentava me esquivar, pois suas olhadas para mim eram reciprocas...

Me senti em um clichê total de livro de romance.

CONTINUA