Fanfics Brasil - #CAPÍTULO X# A Deusa Do Gelo - Adaptada Vondy(Finalizada)

Fanfic: A Deusa Do Gelo - Adaptada Vondy(Finalizada) | Tema: Dulce María, Christopher Von Uckermann, Vondy, Romance e Época


Capítulo: #CAPÍTULO X#

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Deveria deixá-la afogar-se? Essa era a questão. O mar sugou-a para baixo, e desta vez Dul não lutou para salvar-se. Que motivo tinha para sobreviver? O legislador estava morto. Christian também. Devia parar de iludir-se e encarar a verdade. Um ano de trabalho forçado nas escavações úmidas de Dunnet Head era demais para um homem, mesmo forte como Christian. Ela ouvira falar de chicotadas e tortura. Quem sobreviveria a essas violências? Não, o Legislador e Christian estavam mortos e não havia mais ninguém no mundo que se importaria se ela vivesse ou não. Quando ela se soltara da mão de Uckermann chegara a pensar por um momento... Não, tinha sido engano seu. Dul amoleceu o corpo, criou coragem e aspirou a água salgada para dentro dos pulmões que pareciam queimar. E então as mãos de Uckermann agarraram-na. Mãos fortes e seguras que a enlaçaram pela cintura puxando-a para perto dele. Juntos eles subiram para a superfície. Os pulmões de Dul pareciam querer explodir. Ela não conseguia respirar e se debateu, sufocada. — Fique quieta! Ele mergulhou com ela e alguma coisa passou ao redor de sua cintura. Corda. Ambos subiram imediatamente para a superfície e ela inspirou o ar. Uckermann apertou a corda e ordenou: — Passe os braços ao meu redor. — Não. — Ela bateu no peito dele com os punhos. — Me solte! Uckermann passou os braços sob os dela e, com as mãos na corda foi avançando na direção do navio que balançava como uma rolha de cortiça na água escura. Marcelino e Alfonso debruçaram-se sobre a amurada do navio e estenderam os braços para erguer Dul para bordo. Eddy segurava na outra extremidade da corda amarrada à cintura de Dul. O vento uivava. O mar bramia. Dul sentia as pernas dormentes e os dedos congelados. Mal tinha consciência de que estava sendo levada para o byrthing.A um balanço mais forte, todos perderam o equilíbrio e Dul foi jogada de encontro a um barril de hidromel que rolava de um lado para outro.


— Minha... cabeça. — Dul gemeu e passou a mão pelos cabelos molhados e grudentos. Os olhos ardiam, as pálpebras estavam pesadas e não queriam se erguer. — Não se mexa. A voz de Uckermann. Seu tom calmo e autoritário fez com que a cabeça dela parasse de girar. Ela entreabriu os olhos e ficou ofuscada por causa da forte claridade.


— A tempestade... — Sua garganta queimava. — Passou. — Há quanto tempo? — Algumas horas. Você bateu a cabeça num barril. Só fez um pequeno galo. Logo ficará boa. E agora, tome isto. — Uckermann apresentou-lhe uma caneca. — O que é isso? — Água. Ela sentiu o estômago enjoado e empurrou a caneca. — Já engoli água demais. — Então experimente isto. — As botas de Marcelino apareceram na linha de visão de Dul. Ele agachou-se do lado dela e de Uckermann. — É hidromel. — Ah, bom. — Ela tentou ficar de pé e os dois homens ampararam-na. — Eu... estou bem. Deixem que eu me levanto sozinha. Os dois se entreolharam com uma expressão que ela não conseguiu decifrar, e deixaram-na ficar de pé sozinha. A bebida doce reanimou-a e devolveu-lhe a consciência. — Ah, estou melhor. Ela piscou algumas vezes por causa do sol, até poder enxergar bem. A vela branca do byrthing estava enfunada e o céu tinha agora um azul incrível, Talvez aquela tempestade não passara, afinal, de um pesadelo. — Onde está o... — O nome do Legislador morreu-lhe na garganta. Então Dul lembrou-se. — O Legislador morreu — Uckermann informou-a. — Não! — Ela balançou a cabeça, não querendo acreditar no que ouvira. Os olhos úmidos de Marcelino e a dor no peito que ela sentia lhe disseram que era a pura verdade. — Oh, não... — Sim, garota, ele se foi. — Uckermann segurou-a para ajudá-la a manter-se firme até acostumar-se com o balanço, agora suave, do navio. Ela fechou os olhos e inspirou o ar salgado. Oh, Deus, o que iria fazer de agora em diante? — Uckermann, ela deve descansar — Marcelino sugeriu. — Não quero descansar. Estou bem. — Ela empurrou os dois e aproximou-se da amurada. — Onde estamos? — Seguindo o curso, por milagre — Marcelino  respondeu. -— Eddy disse que... Ao ouvir o nome do rapaz, Dul virou-se depressa para a proa do byrthing.


— Eddy! Alfonso! Onde estão? — Os acontecimentos da noite anterior vieram-lhe à mente. — Derrick, Rasmus. Eles.... Uckermann ficou na frente dela bloqueando-lhe o caminho. — Eddy e Alfonso estão dormindo sobre os fardos de tecido. — E os dois...


— Derrick está amarrado. — Uckermann indicou o centro da carga e Dul distinguiu a cabeça de cabelos escuros encostada num dos barris. — O miserável está vivo? — Dul indagou, fervendo de raiva. — Sim. Mas nada pôde ser feito pelo Legislador. Ele já estava morto antes de afundar no mar. Dul sentiu náuseas ao lembrar-se da lâmina do punhal de Derrick brilhando à luz dos relâmpagos. — Eddy puxou o assassino para o barco. Não sei para quê? — disse Marcelino. O olhar de Uckermann voltou-se para o mar por um instante e sua expressão se transformou. — Nenhum homem deve deixar outro se afogar — ele declarou, lembrando-se do irmão. Pela angústia nos olhos dele, Dul  percebeu que ele sofria. Sentia-se responsável pela morte de Diego. Ela também se responsabilizava pelo que acontecera ao Legislador. O velho se sacrificara para ela poder levar avante sua missão. Fechando os olhos, ela orou Mentalmente pela alma do amigo. — Rasmus ainda está desacordado. —A voz de Marcelino chegou até ela, distraindo-a. Apesar da sua dor, ela sorriu para o rapaz. — Você mostrou sua bravura ontem à noite. Obrigada. — É verdade. Você foi muito corajoso — Uckermann confirmou. O olhar dele cruzou-se com o de Marcelino e Dul notou, satisfeita, que havia paz entre eles. Marcelino olhou fixamente sobre o alto dos barris aos quais estavam amarrados os dois presos. — Devíamos ter matado esses dois. De que nos adianta mantê-los vivos? São homens de Pablo. — Só isso seria um bom motivo para cortarmos a garganta de cada um deles — Uckermann falou, zangado. — Você diz isso, mas não deixaria Derrick afogar-se — Dul observou. Uckermann sacudiu os ombros. — Eu só disse que seria um bom motivo... Dul o compreendeu. Nem o escocês nem ela e os rapazes eram assassinos. E o Legislador, se vivesse, não toleraria um assassinato. Por mais que ela quisesse vingar-se, iria deixar que Christian decidisse aplicar um castigo justo para Derrick e Rasmus. — Não tocaremos neles — declarou. — Mas... Marcelino calou-se ao ver Dul erguendo a mão. — Por enquanto, o que você deve fazer é mantê-los bem amarrados — ela ordenou. — E agora, venha. Tenho de verificar se estamos na direção certa. A bolsa que ela trazia à cintura ainda estava molhada, mas intacta e ela viu aliviada a magnetita inteira. Pelo menos poderia orientar-se. Uma sombra cobriu-lhe os olhos. Não tinha mais o Legislador para ensiná-la e ajudá-la. Era verdade que podia contar com Marcelino, Eddy e Alfonso, mas, apesar de os três serem corajosos e leais, não tinham a sabedoria, a experiência nem a visão do ancião. Dul segurou com força na amurada e rangeu os dentes. Uma vez que você decidiu seguir por esse caminho, não poder á voltar atrás.


O vento agitou seus cabelos e ela começou a trançá-los distraidamente. O sucesso do seu plano dependia dela, inteiramente. Tudo iria dar certo. Eles chegariam à Escócia sãos e salvos. E também libertariam Christian, se Deus quisesse.


De pé, a estibordo, Christopher estreitou os olhos na direção do sol que se punha. O céu tinha os tons quentes do vermelho e foi aos poucos ganhando os matizes mais frios do violeta à medida que a órbita brilhante deslizava atrás da silhueta escura das ilhas. — Aquelas são as Orçadas — disse Marcelino. Christopher arqueou as sobrancelhas. — Como você sabe disso? — Por dedução. O Legislador disse que passaríamos pelas Orçadas no terceiro dia de viagem. — É verdade — Christopher lembrou-se. Sentia a falta do ancião tanto quanto os outros e isso o desassossegava. Ele segurou com força o punho da Gunnlogi . A espada jamais sairia do seu lado. Se a tivesse usado desde o início, talvez o Legislador ainda estivesse vivo. — Devemos estar quase chegando — Marcelino voltou a falar. — Parece que sim. — O que você acha? Será que teremos de navegar um dia para ancorar numa das ilhas? Voltando-se para o rapaz, Christopher encarou-o e viu nos olhos escuros algo que o surpreendeu. Incerteza. Era a primeira vez que Marcelino queria saber sua opinião. E também a primeira vez que o impulsivo jovem o tratava de maneira cordial. Seu orgulho, sua audácia e sua cólera abrandaram-se com a tempestade. Realmente, os acontecimentos da noite anterior tiveram extraordinário efeito sobre eles. Tornaram-nos mais sensatos mais racionais e desapaixonados. Durante todo o dia Eddy e Alfonso também consultaram Christopher sempre que tinham dúvidas sobre uma coisa ou outra. Os três eram pouco mais que garotos, Christopher lembrou-se. E, apesar de ele ser estrangeiro, e estar viajando com eles contra a própria vontade, era mais velho e mais experiente. Era natural que lhe pedissem conselhos e quisessem ouvir sua opinião.


Marcelino estava esperando pela resposta, a ansiedade impressa no rosto imberbe. — Sim, um dia, no máximo — Christopher afirmou. A tensão desapareceu do rosto jovem. Naquele instante Marcelino se pareceu muito com Diego; a exuberância da juventude tendo de ceder lugar à ponderação da virilidade. Para Diego essa exuberância desaparecera para sempre. — Eddy está preparando alguma coisa para comermos. Você está com fome? Christopher não tinha fome, mas reconheceu que precisava comer. — Aceitarei um pouco do que ele preparar. Virando-se, Christopher olhou para o mar cor de ardósia sob o céu cada vez mais escuro. As primeiras estrelas tremeluziam no horizonte cujo tom violeta tornarase azul-escuro. — Devo acordá-la? — Marcelino indagou. Christopher olhou para Dul deitada sobre os fardos de tecido, enrolada como um gato, profundamente adormecida. — Não. Ela precisa dormir — Christopher respondeu. Marcelino sorriu e afastou-se, indo ajudar Alfonso a arrumar a carga. Sim, houve uma grande mudança no modo de o rapaz tratá-lo desde que ele havia tirado Dul  do mar. Por que ele a salvara? Olhando-a, Christopher tentou entender o motivo de sua hesitação antes de atirarse no mar. Assim, adormecida, Dul parecia tão pequena e indefesa como qualquer outra mulher. Mas ela não era igual a nenhuma outra mulher. Uma rajada de vento abriu o casaco de Dul e, sem pensar, Christopher foi até ela, ajoelhou-se e ajeitou o casaco sobre o vestido molhado. Ela perdera as botas no mar e seus pés eram puro gelo. Rapidamente ele tirou a capa de peles que tinha sobre a túnica, já quase seca e enrolou-a nos pés de Dul. Ela mexeu-se e um pequeno suspiro escapou-lhe dos lábios. Christopher teve de resistir ao forte impulso de deitar-se do lado dela, abraçá-la e beijar-lhe a testa. Disse a si mesmo que fizera aquele ato de bravura jogando-se no mar para salvála movido apenas por seu espírito cristão. Ele teria feito a mesma coisa por qualquer outra pessoa. Mas não pudera salvar Diego. Não tinha como esquecer a cena do naufrágio em que o irmão caía sobre a amurada da fragata para perder-se nas águas tempestuosas. Christopher saltara no mar atrás dele, mas prendera o pé em uma das cordas. Mesmo assim conseguira agarrar a mão que Diego lutava desesperadamente para manter acima da superfície. Porém a fragata tombara para estibordo e o irmão soltara-se da mão dele. — Doce Jesus — ele murmurou. — Não há nada doce nesse Jesus. — A voz de Dul sobressaltou-o. Ela abrira os olhos e o encarava. A luz fraca daquele começo de noite, ele notou que ela havia estado chorando.


— O Deus cristão é cruel, impiedoso — ela acrescentou. Por um momento Christopher apenas olhou para ela, depois concordou com sua declaração. — É verdade. Dul estremeceu e enrolou-se mais no casaco. Baixando os olhos, viu os pés enrolados e agradeceu a Christopher: — Obrigada. Mas, por que você fez isso? — Por que agasalhei seus pés? — Ele levantou-se. — Eles estavam gelados... — Não me refiro aos pés. Por que você me salvou ontem à noite? A resposta que ele tinha preparado não lhe saiu dos lábios. Ele encolheu os ombros tolamente. — Uckermann! — Marcelino chamou-o e acenou-lhe com a mão. — Venha comer conosco. Por um momento Christopher ficou olhando para Dul imaginando o que poderia estar passando por sua cabeca. Em seguida foi juntar-se aos outros.


O grasnido das aves marinhas acordou Dul pouco antes do alvorecer. A manhã estava gelada. Junto à proa do byrthing, sentindo os pés queimarem com o frio, ela observava o nascer do sol. Envolta em tênue véu de névoa, ela avistou o que tanto desejava e prendeu a respiração. Terra. — Chegamos ao fim desta viagem infernal — disse Uckermann aparecendo atrás de Dul. — Sim. Finalmente. — Onde você pretende ancorar? Pelo olhar dele ao fazer a pergunta, Dul desconfiou que o escocês tinha algum plano na cabeça. — Na Gellis Bay — ela respondeu, lembrando-se do mapa traçado na neve pelo Legislador pouco antes de eles partirem. — Procuramos um homem chamado Duarte. — Um escocês. Mas deve haver dezenas de Duarte no norte. É um nome comum. Nesse caso é... — Jack Duarte, que mora pouco ao norte da baía. — Tem certeza disso? — Tenho. O Legislador disse que não seria difícil encontrá-lo. Só há Jack Duarte e a família num raio de muitas léguas. — Não é de surpreender. Esse é um lugar desolado, esquecido por Deus. — O rosto dele iluminou-se antes de acrescentar: — Pelo menos é Gellis Bay. — Você conhece o lugar? — Conheço. Felizmente. Dul sentiu um grande alívio. Pablo levara consigo todos os mapas quando partira. Ela contava apenas com o Legislador para guiá-los. Mas ele se fora. Agora ela era obrigada a confiar em Uckermann. — A baía fica logo ali... — ele apontou para a costa escarpada meio encoberta pela névoa — ...a leste de Dunnet Head. Ao ouvir as duas últimas palavras, Dul arregalou os olhos e sufocou um grito. — Você conhece Dunnet Head? — Christopher  perguntou. — Não, não conheço. — Dul abanou a cabeça com veemência. — Nunca ouvi falar nesse lugar. — Não, mesmo? Dul arriscou olhar para Uckermann e viu que ele a encarava cheio de suspeita. Só ela, Eddy e Alfonso sabiam do seu plano de libertar Christian, e nenhuma vez o nome dele fora pronunciado durante a viagem. Ela pretendia falar com Marcelino sobre esse plano quando estivessem no mar, porém, agora, com Derrick e Rasmus a bordo, não ousava murmurar uma palavra sobre o assunto. — Você está mesmo decidida a levar adiante o seu plano temerário? — Que plano? — Por um momento ela receou que o escocês tivesse lido seus pensamentos. — Ah, você se refere a reivindicar o meu dote? É claro que não vou desistir de reclamar o que é meu. E você deve ajudar-me. Chegamos até aqui a duras penas. A morte do Legislador pesava-lhe na consciência. — Sim, a duras penas. Como eu disse, seu plano é temerário. Mas, veja bem, a missão é sua, não minha. — Você deu-me a sua palavra, meu marido. Seus olhares se entrecruzaram. Ele não disse nada e Dul teve medo de que, estando o Legislador morto, o escocês não cumprisse o acordo feito entre ambos. Naqueles poucos dias vivendo na ilha, Uckermann demonstrara que era um homem de palavra. Um homem de princípios. De honra. Mas, tais virtudes eram compradas e vendidas por quase nada em Fair Isle desde que Pablo assumira o poder. Ela sabia da existência de um forte laço entre o Legislador e o escocês, e confiava que, por causa disso, Uckermann tinha concordado com o plano dela. Mas agora, com seu guardião morto, quem poderia dizer o que Uckermann pretendia? Sua situação era precária e Dul estava certa de que o escocês tinha consciência disso. — Você já decidiu o que fazer com eles? — Uckermann indicou os dois prisioneiros. Rasmus roncou alto e assobiou ao inspirar o ar pela boca desdentada. Derrick estava acordado, Dul percebeu e ficou apreensiva, imaginando que ele talvez tivesse ouvido a conversa entre Uckermann e ela. — Duarte os manterá presos até nós voltarmos da casa de meu pai — Dul respondeu. Pelo menos era o que ela pensava fazer. Só esperava que Jack Duarte fosse realmente um amigo como tinha assegurado o Legislador. — Isso para mim não tem importância. — Uckermann sacudiu os ombros. — Perguntei apenas por curiosidade. Derrick virou a cabeça e sorriu para eles. — Mais por covardia do que por curiosidade, se quer saber a minha opinião — tornou o miserável. Dul ia na direção dele, mas Uckermann segurou-a pelo braço. — Fique longe dele. O homem é perigoso. — Amarrado como está, ele não oferece perigo nenhum — ela replicou, puxando o braço. Conseguiu libertar-se e aproximou-se de Derrick, tirando a adaga da bainha. Apenas para o caso de haver necessidade de usar a arma. Uckermann seguiu-a. — Vou falar com ele a sós. — Ela lançou a Uckermann, por cima do ombro, um daqueles olhares que ele já se cansara de ver. — Como queira. Ele ergueu um barrilete de hidromel que estava tombado e sentou-se em cima dele, a uns doze passos de Derrick, e ficou, dali de cima, olhando para a terra, além do mar. Dul ajoelhou-se na frente do patife, tendo o cuidado de manter certa distância entre eles. — Como eu disse, vocês dois ficarão com Jack Duarte até que nós voltemos para buscá-los. — Nós, quem? Você e o escocês? — Derrick fez uma careta ao indicar Uckermann. — Você é uma tola, mulher. Será que está pensando que ele pretende cumprir sua palavra? Dul prendeu a respiração. — O que você está insinuando? — Ela segurou com força o cabo da adaga. — Você pensa que eu sou idiota como este aqui? — Derrick deu um chute no companheiro. Rasmus roncou algumas vezes, mas não acordou. — Marido ou não, o escocês nunca ficará com você, uma vez que agora está na sua própria terra. Por pouco Dul não passou a faca na garganta de Derrick. Ele prosseguiu: — Se você voltar, o que duvido que aconteça, será apenas com seus cães ordinários. O bastardo referia-se a Eddy, Alfonso e Marcelino, Dul sabia disso. — Pois vamos voltar e será com... Ela ia dizer o nome de Christian, mas parou a tempo. — Quem? — Derrick estreitou os olhos e forçou o peito contra as cordas. Por um momento, Dul teve receio de que ele estivesse a par de seus planos, mas pela expressão indagativa nos seus olhos, ela deduziu que ele não sabia de nada.


A uma guinada do navio, Dul tombou para trás. — Vou ver, com a maior satisfação, o castigo que Pablo vai lhe aplicar, sua vadia. Mas, isso, depois que ele divertir-se um bocado com você. — Derrick correu os olhos por todo o corpo de Dul e ela sentiu náuseas. — Talvez o chefe até consinta que eu também aproveite. Por que não? Agora você já é mercadoria estragada, mesmo. — Cale essa boca antes que eu a feche por você! — Uckermann passou na frente de Dul e encostou a ponta da espada do Legislador na garganta de Derrick. Levantando-se, Dul olhou para Uckermann agradecida e muito contente com a sua intervenção. — Ei! O que é isto? — Eddy reuniu-se aos três, vindo da proa, seguido de Alfonso e Marcelino. — Não é nada. Este cara precisa de um pouco de boas maneiras, só isso — Uckermann respondeu, embainhando a espada, voltando em seguida a sentar-se no barrilete. — Olhem! — Marcelino apontou na direção sudoeste da proa. — O continente! Lá está ele, surgindo acima da névoa. Todos olharam na direção indicada. Até Derrick esticou a cabeça esperando ver alguma coisa. Dul inspirou fundo para acalmar a agitação interior. — Escócia — Uckermann murmurou. — Sinto o seu cheiro no vento.  



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Autor(a): Srta.Talia

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 34



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  • karla08 Postado em 09/11/2017 - 17:52:52

    Continuaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa

  • dalziane Postado em 03/11/2017 - 23:05:16

    Poxa vc nao vai posta mas o final?

  • heloisamelo Postado em 02/11/2017 - 12:00:38

    Capítulo 13 ta errado....

  • dalziane Postado em 30/10/2017 - 10:53:45

    +++++++++++++++++++++ +++++++++++++++++++++ +++++++++++++++++++++

  • dalziane Postado em 30/10/2017 - 10:51:15

    Continua

  • dalziane Postado em 29/10/2017 - 19:13:33

    Posta+++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++

  • dalziane Postado em 29/10/2017 - 14:23:20

    Continua

  • dalziane Postado em 29/10/2017 - 14:22:54

    😄😄😄😄😄😄&a mp;#128516;😄😄😄😄😄& ;#128516;😄😄😄😄😄&# 128516;😄😄😄

  • dalziane Postado em 29/10/2017 - 14:22:20

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  • dalziane Postado em 29/10/2017 - 14:19:24

    Continua


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