Fanfics Brasil - #CAPÍTULO XII# A Deusa Do Gelo - Adaptada Vondy(Finalizada)

Fanfic: A Deusa Do Gelo - Adaptada Vondy(Finalizada) | Tema: Dulce María, Christopher Von Uckermann, Vondy, Romance e Época


Capítulo: #CAPÍTULO XII#

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Não era difícil adivinhar o que Uckermann pretendia. Dul podia ver aquele desejo primitivo impresso nos olhos dele. Com alguns passos Uckermann venceu a distância entre eles e, dando a mão a Dul, ajudou-a a levantar-se do banco. Ela não protestou, nem teria tido tempo para isso. Ele beijou-a com ardor e possessividade, como naquela tarde, quando eles saíram a passear pela charneca, no dia seguinte ao do casamento. O beijo impetuoso, quase violento, deixou-a excitada. Ela também queria Uckermann. Ansiava por seus beijos. Ardia de desejo por ele. Como podia comportar-se assim? Vergonha e desejo travavam uma luta em seu interior. Como podia desejar um homem tão rude e manipulador? O pensamento afligiu-a, porém seu corpo traiu seu sentimento e ele entregou-se naqueles braços fortes, onde sentia segurança. Um calor espalhou-se como mel pelo centro de sua feminilidade quando as mãos de Uckermann tocaram-lhe os seios. — Vamos para o quarto e deite-se comigo — ele murmurou, seus lábios tocando os dela. O pedido suave e a lembrança da noite de núpcias causou um arrepio por todo o corpo de Dul. Oh, como desejava aquele homem. O desejo tornou-a audaciosa e ela passou as mãos pelas nádegas de Uckermann. Ele gemeu languidamente em resposta. — Vamos — ele repetiu. — Só mais uma vez. A última. Dul ficou tensa e Uckermann percebeu sua reação. — O que foi? — Ele afastou do rosto dela uma mecha de cabelo e olhou para ela dentro dos olhos. — Estou vendo que você também me deseja. Apesar da ladainha de protestos morrendo nos lábios dela, Uckermann voltou a beijá-la. Só mais uma vez. A última.


O breve relacionamento deles chegava ao fim. Não, nem era possível chamar de relacionamento o que eles tinham partilhado. Entre eles tinha havido apenas um acordo. Pura e simplesmente. Um acordo feito sob coação, de ambas as partes. Ele a usara. Todos os homens usavam as mulheres. Uckermann a usara apenas para aplacar seu apetite carnal. — Pare com isso — ela pediu diante de nova aproximação dele. Mas Uckermann a abraçou com força e ela sentiu o grau de sua excitação. — Posso parar se você quiser. Mas eu sei que você está sentindo a mesma coisa que eu.


Ele beijou-a de novo com mais urgência e ela viu-se arrastada no torvelinho da própria paixão. — Uckermann, não... — ela sussurrou. Não podia continuar. Aquilo era loucura e ela não devia sucumbir. Tinha de manter o autocontrole. A lucidez. — Diga que me quer — Uckermann pediu, a voz enrouquecida, suas mãos deslizando para mais baixo. — Não, não. — Ela afastou-se e sacudiu a cabeça. Oh, Deus, por que ele não parava? Ambos estavam ali fora naquela noite gelada, no entanto, ela sentia o calor dele e o seu. Estava perigosamente perto de ceder. Será que devia? Sua submissão aos instintos animais dele talvez servissem para forçá-lo a cumprir o acordo que havia entre ambos. Quem sabe Uckermann continuaria com ela até receber o dote. Com isso em mente, Dul correspondeu ao beijo com ardor e cruzou os braços ao redor do pescoço dele. — Assim. Isso mesmo. — Uckermann conduziu-a até a porta da cozinha que deixara aberta. Dul imaginou-o erguendo-a do chão, carregando-a pelo corredor até o quarto e deitando-a na cama sobre o edredom de pena de ganso. Então iria tirando uma a uma as peças de roupa masculina que ela usava, revelando a mulher que ele sabia que ela era. Aceitaria tudo, submissa. Para receber o dote. Sim, para salvar o irmão. Horrorizada com tais pensamentos, ficou rígida nos braços de Uckermann. Ele afastou-se um pouco e a observou, estreitando os olhos brilhantes de desejo. A crua verdade dos próprios sentimentos atingiu-a como uma rajada de vento do mar. Aquele desejo ardente de se deitar com Uckermann nada tinha a ver com seu empenho de salvar Christian, por mais que estivesse determinada a encontrar o irmão e libertá-lo do cativeiro. Não, aquele anseio tinha tudo a ver com sua carência. Ela o queria tanto. Precisava da força dele para alimentar sua própria força. A confiança e a coragem dele contagiavam-na e a tornavam destemida. Precisava de Uckermann e o conhecimento dessa verdade a amedrontava. — É melhor... eu ir — disse ela e empurrou-o. — Dul... — Não diga mais nada. Estou cansada das suas mentiras. Oh, por que disse isso? Poderia ouvir suas mentiras a noite inteira. Virando-se, ela atravessou a cozinha apressada e seguiu pelo corredor. Ouviu os passos de Uckermann atrás dela, mas não parou. Chegando ao quarto, praticamente escorregou para dentro e bateu a porta, tendo o cuidado de correr o trinco. Respirou fundo para aquietar o coração que batia em ritmo descompassado. As súplicas de Uckermann soaram através da pesada porta de madeira. Dul levou as mãos aos ouvidos e ignorou-as.


Será que ele estava louco, Christopher  pensou, esmurrando a parede. Só podia estar e a culpa era de Dul. A mulher tentava-o além da razão. Mexia com ele, fazendo com que seu sangue fervesse. Deixava-o completamente estonteado, como se tivesse bebido em excesso. "Idiota", ele recriminou-se, encostado na parede, do lado de fora do quarto. Deslizando para baixo, Christopher  sentou-se na esteira de junco que cobria o piso de pedra. Tudo estava calmo e mergulhado no silêncio, exceto pelas batidas do seu coração. Ele inspirou fundo e fechou os olhos. "Peste de mulher". Jamais se sentira tão confuso e tão idiota por causa de uma mulher. Droga! Dul fazia com que ele se esquecesse facilmente do seu propósito. Ela era perigosa, e ele, um tolo. Christopher bateu a cabeça na parede como se, assim, pudesse martelar a mensagem dentro de sua mente obtusa. Ele era um nobre, importante senhor de terras, tinha, sérias responsabilidades para com seu clã, seu rei, sua noiva e sua família. Não podia compreender como se deixara apanhar naquele plano ridículo. Tudo culpa de Dul. Só dela. Aquele casamento pagão tinha sido uma blasfêmia. A Igreja nunca o perdoaria. Dul corrompera sua noção de hierarquia, de obediência, sua idéia do que é certo ou errado. Ela era grosseira e arrogante, completamente inábil nas artes femininas. Diante de tudo isso, ele devia odiá-la, desprezá-la. Devia sentir aversão por seu beijo sem graça e encolher-se ao encostar no seu corpo. "Que Deus me ajude." Ele sentia justamente o oposto. Seu desejo por Dul era forte, o consumia. Mas a sua loucura ia terminar ali. Não podia continuar com essa insanidade. Christopher ficou de pé e assentiu vigorosamente com a cabeça, como se estivesse prometendo a si mesmo não se desviar do seu propósito. Seus olhos queimavam, a cabeça latejava. A bem da verdade, ele estava morto de cansaço. Passara várias noites sem dormir. Duarte e seus homens certamente estavam deitados. Seria fácil fugir. Sim, mas seria prudente? Ele teria dois dias de viagem pela frente em terreno que desconhecia. Saindo assim, na escuridão da noite, poderia perder-se facilmente.


Não, seria arriscado sair agora. Partiria no dia seguinte, depois de uma noite decente de sono. Quando eles estivessem fora da propriedade de Duarte, a caminho da casa de Rollo, seria fácil separar-se do grupo. Não tinha de se preocupar com Dul. Ela estava na companhia dos rapazes e montavam cavalos excelentes Você deu a ela sua palavra.


Essa frase de Dul e o rosto calmo do Legislador pareciam assombrá-lo. Sim, eles tinham um acordo. Mas ele concordara com os termos de Dul sob coação. Podia dizer que caíra numa armadilha. Sendo assim, nenhuma das pessoas que ele conhecia, pelo menos pessoas do seu mundo, poderia acusá-lo de faltar com a palavra empenhada. Decisão tomada, Christopher seguiu pelo corredor na direção da ampla sala onde dormiam doze homens em cima de peles, perto da lareira, enrolados nos respectivos xales. O fogo de turfa seca já estava baixo. Vendo uma pele extra, Christopher andou entre os homens que roncavam, deitou-se sobre ela e suspirou. Os olhos logo se fecharam. Ele relaxou fazendo desaparecer a tensão do seu corpo exausto. No dia seguinte deixaria aquela mulher. Nada que ela pudesse fazer ou dizer o faria voltar atrás.


A esposa de Duarte acordou Dul bem cedo. Isto é, ela não podia dizer que tinha dormido. Rolara na cama de um lado para outro, e nos breves cochilos fora perturbada por sonhos inquietantes. Pesadelos, na verdade, com seu pai, Pablo e... ele. Uckermann. Seus sentimentos pelo escocês contradiziam todas as convicções que ela guardava a respeito dos homens. Ele era perigoso, astuto e não merecia sua confiança. Dul expirou com ruído. Ela também não merecia confiança. Na noite anterior demonstrara isso. Cedera ao poder de sedução do escocês tão facilmente quanto uma moça apaixonada sucumbe às promessas do noivo ardente. Tola. Devia ter cuidado para nunca mais ficar a sós com Uckermann. Dul vestiu-se depressa, comeu o pedaço de pão e peixe salgado que a sra. Duarte deixara para ela sobre a mesinha do lado da cama, e foi para o estábulo. Ao sair do corredor principal e entrar na cozinha, deu de encontro com... Uckermann. — Olhe por onde anda. — Desculpe. Ela tentou desviar-se dele e Uckermann fez o mesmo. Acabaram se encontrando de novo. — Perdoe-me — disse ele evitando encará-la.


— Não foi nada. Dul passou por ele, agitada, e não parou enquanto não saiu para o quintal. O vento açoitou-a e ela respirou o ar gelado, tentando recompor-se. Tinha tomado sua decisão. Não cederia por nada. — Dul! — Marcelino chamou-a, aparecendo à enorme porta dupla do estábulo. Ela acenou-lhe e viu Eddy e Alfonso logo atrás dele selando os cavalos que iriam levá-los até a propriedade de Rollo. — Estes animais são enormes — Dul observou, maravilhada, aproximando-se dos cavalos. — São grandes mesmo. — Alfonso deu uma palmada afetuosa na anca de um deles, um belo ruão. — Onde está Uckermann? — Eddy perguntou. — O dia está claro, mas a viagem por aqueles montes será árdua. Temos de partir quanto antes. — Lá está ele — Marcelino apontou para Uckermann que vinha caminhando devagar na companhia de Duarte. Ambos estavam entretidos, conversando, e quando se aproximaram do estábulo, Duarte colocou a mão gorda no ombro de Uckermann, fazendo-o parar. Os dois inclinaram a cabeça e começaram a falar baixinho para que ninguém os ouvisse. Dul ficou irritada. Sobre o que eles conversavam? Justamente quando a paciência dela estava chegando ao fim, viu os dois homens se despedindo com um aperto de mão, e Uckermann entrou no estábulo. Ajudou Duk a montar uma égua branca que ela mesma escolhera. As roupas do irmão, tinham sido, afinal uma boa escolha. A espada de Christian pendia do lado da montaria e, dentro de uma mochila, amarrada na parte de trás da sela, estavam o elmo e a túnica de malha de ferro. Logo nos veremos, querido irmão, logo. Esse pensamento encheu-a coragem. Ela mexeu um pouco na sela e comentou: — É muito confortável. — Veremos se você se sentirá confortável depois de um dia inteiro de viagem pela charneca — disse Uckermann. Ela ignorou-o e voltou a atenção para os rapazes. Alfonso e Eddy não pareciam muito confiantes ao segurar as rédeas. Marcelino, ao contrário, surpreendeu-os dando voltas no quintal e controlando a montaria com destreza, como se fosse exímio cavaleiro. — Muito bem, rapaz — Uckermann elogiou-o. Em seguida saltou com agilidade para o lombo do alazão reservado para ele, um animal forte e grande, bem de acordo com a sua constituição robusta. Dul seguiu-o para o quintal, contente ao verificar que a égua era bem treinada e fácil de dominar. — Você não acha que estamos tendo muita sorte? — indagou Uckermann. — Cavalos excelentes como estes são raros e valem bem mais do que você pode imaginar.


Ela já tinha pensado nisso, mas não respondeu à pergunta. Duarte deu um tapa na anca do alazão que disparou, porém Uckermann controlou o animal imediatamente, obrigando-o a parar. — E então, Duarte, vai reconsiderar? Dul franziu a testa. Reconsiderar o quê? — Eu lhe agradeço, mas a resposta continua sendo "não". Rollo e eu não nos damos bem. Que conversa mais estranha, Dul refletiu, intrigada. Teria Uckermann  pedido a Duarte para acompanhá-los? Ela mesma tinha pensado em chamá-lo para ir com eles. Precisaria de todos os amigos ao seu redor para poder suportar a presença fria de Rollo. A sra. Duarte apareceu no quintal e Dul  agradeceu aos dois: — Obrigada por tudo. Não esqueceremos sua bondade. O velho senhor segurou a mão dela. — Tudo o que fizermos pela filha do coração do Legislador ainda é pouco. Dul sentiu um vazio dentro do peito. Acenou para os dois, apertou a mão calejada do velho e tocou sua montaria. Uckermann guiou-os para fora do quintal, os cascos dos animais deixando marcas na neve. — Vão com Deus! — Duarte gritou e acenou-lhes. — E não se preocupem com o navio. Tomaremos conta dele na sua ausência. Esperamos que estejam de volta em uma semana. Duas, no máximo. Depois disso, não prometo que não sairei à sua procura. Dul olhou para trás e acenou novamente. Uma parte dela não queria sair dali. Uckermann conduziu o alazão a trote. Dul e os rapazes seguiram-no.


Depois de duas horas de viagem Uckermann parou no alto de um monte. Estava na hora de um pequeno descanso. Dul agradeceu por aquela parada, já sentia as nádegas doendo. — Pelo sangue de Thor, o que é aquilo? — ela indagou, os olhos arregalados. — O quê? Você se refere àquilo ali embaixo? — Uckermann  apontou para uma extensão verde. — É uma floresta de pinheiros. Por quê? — Nada. Só achei... lindo. — Dul não conseguia afastar os olhos das árvores. — São tão verdes e a neve sobre os galhos parece a cobertura de um bolo de mel. Aquela expressão tão maravilhada tocou Uckermann. — Compreendo. Vocês nunca viram árvores iguais a essas. — Nunca vimos árvores nenhuma — disse Marcelino, olhando também para a mata, boquiaberto. — Está muito frio. Vamos em frente. Encontraremos outras matas pelo caminho — tornou Uckermann. Eles tiveram de ir devagar porque a descida do monte era íngreme e escorregadia por causa da neve. Alfonso e Eddy reclamavam do frio, do traseiro dolorido e do caminho acidentado que não lhes permitia ir mais depressa. Só Marcelino parecia feliz, mantendo o passo do seu cavalo com o alazão de Uckermann. Ele gostava de cavalgar, Dul pensou, tanto quanto ela gostava do mar e de navegar. A imagem do Legislador caindo sobre a amurada do byrthing passou depressa, horrível, por sua mente. Ela afastou a lembrança e começou a pensar nos perigos que teria pela frente. Uckermann agia de modo estranho desde que eles deixaram a casa de Duarte. Não estava apenas distante. Suas maneiras eram frias, sua expressão dura, o olhar perspicaz. Ele estava planejando alguma coisa. Podia ler isso no rosto dele sempre que olhava para ela, e também na sua expressão toda vez que ele parava para observar a paisagem e estudar o mapa que Duarte lhe dera. Dul fez sinal para Eddy e Alfonso alinharem suas montarias com a dela. Precisava falar com eles. — Vocês notaram como ele está estranho? — perguntou, indicando Uckermann. Eddy franziu a testa. — Não. Por quê? O que você está pensando? — Posso adivinhar que você está achando que ele vai dar o fora — opinou Alfonso. Dul estreitou os olhos, tentando não perder Uckermann e Marcelino de vista assim que eles entraram numa floresta, — Ele não a abandonará. Vocês têm um acordo — lembrou Eddy. — Acho que ele não pretende manter esse acordo — expôs Dul, tocando a égua mais depressa. Lá estavam os dois, Christopher e Marcelino, a pouca distância deles. Graças a Deus. Ela teve consciência de que o coração estava aos saltos. Na noite anterior se convencera de que Uckermann não iria honrar o acordo que eles tinham feito e resignara-se a continuar seu plano apenas com a ajuda dos três rapazes. Bem, debaixo do teto dos Duarte e da reconfortante amizade do casal, tinha sido fácil não se preocupar. Mas agora, sacudindo-se no lombo de um animal, em terra estranha, com aquele frio, sua autoconfiança oscilava. — Esta é uma terra encantada! — exclamou Marcelino e acenou para os três. O novo cenário, realmente maravilhoso, afastou-a de suas reflexões. O lugar era um verdadeiro reino de fadas. O sol derramava sua luz por entre as copas que os cobriam como um dossel cor de esmeralda, e iluminava a neve depositada nos troncos, galhos e nas extremidades dos ramos daquelas árvores estranhas. — Não gosto deste lugar — disse Alfonso. — É muito... — Fechado — completou Eddy. Eles não deixavam de ter razão. Estavam acostumados a amplos horizontes e a mata era tão densa que parecia quase claustrofóbica. Era difícil conduzir os
animais entre as árvores e eles só podiam seguir a passo. Dul olhou para Uckermann e surpreendeu-o observando-a. Ele virou-se depressa para o outro lado. — Que direção devemos tomar? — ela perguntou. — Oeste. — Uckermann respondeu e fustigou o alazão. Todos seguiram-no em fila única, desviando-se das árvores. Quanto mais penetravam na mata, mais fechada e escura ela se tornava. A certo ponto não podiam mais nem sequer vislumbrar o céu, tão entrelaçada era a ramagem das árvores. A égua escorregou na neve algumas vezes e em todas elas Marcelino foi depressa para o lado de Dul para certificar-se de que nenhum mal lhe acontecera. Uckermann, porém, não olhou para trás uma única vez. De repente, Dul começou a tremer de frio, apesar de estar usando uma túnica de lã e casaco de pele bem grosso. Ela logo percebeu que a queda de temperatura e a diminuição da claridade indicavam que o tempo estava mudando. O pior era que eles deviam ter feito apenas um terço da viagem. E esta, segundo Duarte, deveria demorar, no máximo, um dia, dependendo do tempo. Portanto, se não seguissem mais depressa, só chegariam à propriedade de Rollo tarde da noite. Ela instigou a égua, passou na frente de Eddy e Alfonso, e alcançou Uckermann. — Não podemos viajar mais depressa? — perguntou. Ele virou-se para ela de modo indagativo, como se tivesse uma outra coisa em mente. Depois sacudiu os ombros e respondeu: — Se é o que você quer. Para surpresa de Dul, ele esporeou o alazão e o animal disparou. Ela galopou atrás dele. — Ei, esperem! — Eddy gritou. — Vamos. Temos de alcançá-los — declarou Marcelino. Uckermann avançava a uma velocidade incrível, aumentando cada vez mais a distância entre ele e os quatro. — Oh, não! — Dul  murmurou, soltando as rédeas da égua. Para ela era confortador saber que Marcelino a seguia. Podia ouvir o resfolego do seu cavalo e o som abafado dos cascos do animal batendo no solo coberto de neve. Subitamente, ela viu bem à sua frente um galho pesado de neve, pendendo de uma árvore. Como não houve tempo de ela desviar-se do galho, abaixou-se bem, ficando quase deitada no lombo da égua. Escapou por um triz. Marcelino não teve a mesma sorte. Dul ouviu o grito dele e olhou para trás justamente quando o rapaz caía sentado na neve com um baque surdo. O cavalo que ele montava disparou. — Volte! — o rapaz gritou para o animal. Aflita, Dul olhou para a frente, na densa mata, e não viu mais Uckermann. Droga. O que o escocês estava fazendo? Porque não os esperava? — Uckermann! — ela chamou-o. Não houve resposta.


Tudo ficou claro para ela. Uckermann não queria esperá-los simplesmente porque estava fugindo. Virando-se na sela, Dul viu Alfonso e Eddy parando perto de Marcelino e gritou: — Ajudem-no. Mais do que depressa ela apertou a barriga da égua com o salto das botas, fazendo o animal disparar. — Espere! — Marcelino gritou. — Não há tempo! Os três rapazes continuaram a chamá-la, mas ela ignorou-os. Depois de uns minutos os gritos deles desapareceram cedendo lugar a um silêncio lúgubre. Era muito fácil seguir os sinais dos cascos do alazão impressos na neve. Eles formavam uma trilha sinuosa no interior da floresta e, de repente desviaram-se para a esquerda, em direção ao sul e desapareceram na encosta de um monte. Droga! Dul parou por um instante, cerrou os punhos, mas decidiu subir o monte. O coração batia tão forte que parecia querer saltar do peito. Tudo o que tinha importância para ela dependia daquele dote. Precisava consegui-lo e não o teria sem Uckermann. No alto do monte, a égua refugou. — O-a! — Dul caiu para trás, sobre um monte de neve. — Ui! Antes que ela pudesse levantar-se, sentiu alguém erguendo-a pelo capuz do casaco de peles. A mão de Uckermann! Graças a Deus. Ela virou-se, pronta para dizer-lhe poucas e boas, mas a reprimenda morreulhe na garganta. — Derrick — ela murmurou, paralisada de terror. — Bom dia, prostituta ordinária. Eu sabia que você iria passar por aqui, por isso fiquei à sua espera. E então, sua vadia? Seu marido a abandonou! Que coisa boa. Que bênção! — Derrick  riu e ergueu o braço. Mesmo sabendo que ele iria desferir o golpe mortal, Dul nada pôde fazer para salvar sua vida. Terminaria seus dias daquela forma. Assassinada em solo escocês. Ou quem sabe teria um destino mais cruel. Cairia nas mãos de Pablo. Um grito de guerra cortou o ar atrás deles. Derrick esbugalhou os olhos e ficou paralisado. — Use seu punho e corto-lhe o braço! Dul virou-se depressa e susteve a respiração. — Uckermann! Ele estava de pé, logo abaixo dela, o rosto vermelho-vivo. Da ponta da sua adaga pendia Rasmus como um pedaço de carne podre e fétida.  


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Gente!

Desculpa não ter postado mais cedo, mas hoje estava cheia de lição fazer! Vou tentar postar dois capítulos amanhã!



Comentem e Favoritem!



Besos y Besos Lindezas!😙😙😙



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Autor(a): Srta.Talia

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Ele estava, realmente, fora de si, Christopher pensou. Por que não insistira com Duarte para acompanhá-los? Se tivesse feito isso, deixaria Dul e os rapazes aos cuidados do velho escocês e seguiria seu próprio caminho com a consciência tranqüila. Christopher afastou esses pensamentos. Tinha de concentrar-se naquele assassino. Empurrou pa ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 34



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  • karla08 Postado em 09/11/2017 - 17:52:52

    Continuaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa

  • dalziane Postado em 03/11/2017 - 23:05:16

    Poxa vc nao vai posta mas o final?

  • heloisamelo Postado em 02/11/2017 - 12:00:38

    Capítulo 13 ta errado....

  • dalziane Postado em 30/10/2017 - 10:53:45

    +++++++++++++++++++++ +++++++++++++++++++++ +++++++++++++++++++++

  • dalziane Postado em 30/10/2017 - 10:51:15

    Continua

  • dalziane Postado em 29/10/2017 - 19:13:33

    Posta+++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++

  • dalziane Postado em 29/10/2017 - 14:23:20

    Continua

  • dalziane Postado em 29/10/2017 - 14:22:54

    😄😄😄😄😄😄&a mp;#128516;😄😄😄😄😄& ;#128516;😄😄😄😄😄&# 128516;😄😄😄

  • dalziane Postado em 29/10/2017 - 14:22:20

    ++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++ ++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++

  • dalziane Postado em 29/10/2017 - 14:19:24

    Continua


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