Fanfics Brasil - #CAPÍTULO XVII# A Deusa Do Gelo - Adaptada Vondy(Finalizada)

Fanfic: A Deusa Do Gelo - Adaptada Vondy(Finalizada) | Tema: Dulce María, Christopher Von Uckermann, Vondy, Romance e Época


Capítulo: #CAPÍTULO XVII#

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Christopher nunca se perdoaria por ter deixado Dul sozinha. Ele bateu no lombo do alazão e o animal entrou no estábulo de Duarte. O velho estava no pátio e olhou para o recém-chegado, boquiaberto. - O que houve rapaz? Você não me parece bem do juízo. O que... - Não temos muito tempo! - Christopher quase arrastou Duarte para o estábulo. Diego desmontou e seguiu os dois. Em dois minutos Christopher explicou o que estava acontecendo e Duarte pôs seus homens em ação. Foram selecionadas as melhores montarias e pouco depois um grupo estava pronto para partir. Christopher respirou aliviado. Fizera bem em vir pedir ajuda ao escocês. - Você e seu irmão cavalgaram a noite inteira? - indagou o velho. - Sim. - Christopher levou a mão à testa para proteger os olhos da claridade da alvorada. - O dia está frio, mas límpido. Ganharemos tempo. - Duarte montou seu cavalo e acenou para a esposa que estava no pátio, torcendo as mãos nervosamente. - Vão com Deus - ela gritou quando os três homens passaram por ela, seguidos de vinte empregados. O grupo passou pelo portão e partiram a galope, rumo ao oeste, com destino a Dunnet Head. Meu Deus, por favor, proteja - a e faça com que elaesteja bem até eu chegar lá.


Durante uma hora eles mantiveram os cavalos a bom passo porque o caminho não era muito acidentado e quase não havia neve acumulada. Só quando entraram na floresta tiveram de ir mais devagar. - Que droga! Não podemos ir por outro caminho? - Christopher perguntou a Duarte. - Você quer saber se podemos contornar a floresta? Sim, podemos, mas daremos muita volta. Vamos continuar por este caminho. É mais seguro e chegaremos à pedreira ainda esta noite. Christopher resmungou, mas aceitou a idéia do velho. - Agora é uma boa ocasião para você contar-me tudo o que aconteceu. Para dar mais liberdade aos dois, Diego juntou-se aos outros homens. Duarte alinhou sua montaria com a de Christopher para ouvi-lo contar toda a sua história. Pela expressão do velho e seus ocasionais murmúrios, George teve certeza de que vários fatos não eram novidade para ele. - Vejo que você já sabia de muita coisa quando deixamos sua casa para ir ao castelo de Rollo - disse George. Maclnnes deu de ombros.


- Bem, observando você e Dul, tirei as minhas conclusões. Eu sabia que alguma coisa estava errada entre você e ela. Um homem recém-casado não dorme no chão enquanto a esposa dorme na cama. Além disso, mandei dois dos meus homens segui-los até o castelo de Rollo e, também na volta do castelo até aqui. Na ida, meus homens perderam a pista de vocês. Só viram as manchas de sangue na neve depois que vocês tinham partido. - O quê? Como não percebemos que estávamos sendo seguidos? - Lembre-se, rapaz, nasci aqui, conheço cada palmo deste chão e você é apenas um visitante. Eu sei de tudo o que acontece num raio de vinte léguas. Mentalmente Christopher maldisse sua estupidez. Era mesmo um completo idiota. - E, há três dias, na estrada logo acima da minha casa, quando você seguiu para o sul e Dul para o oeste com os rapazes, eu soube que você tinha mentido para mim. - Eu nunca... Duarte ergueu a mão. - Está bem. Você não mentiu exatamente, mas omitiu certos fatos. - Eu mesmo não sabia desse plano insensato de Dul. - Christopher inspirou fundo e cerrou os dentes. - Maldita mulher. Maclnnes riu. - É. Se ela fosse minha esposa eu lhe daria um corretivo. Christopher praguejou de novo. - Não se preocupe, rapaz. Conheço esse Pablo. Ele não a matará. Quer ter poder sobre ela, quer dominá-la. Essas palavras não causaram surpresa a Christopher. Vários momentos com Dul vieram-lhe à lembrança. O medo irracional que ela demonstrara na noite de núpcias, a vergonha quando percebera que ele tinha descoberto que Pablo a violentara. Aquela ânsia que ela sentia de poder controlar tudo, aquele maldito orgulho e sua implacável sede de vencer, tudo agora fazia sentido para ele. Sim, ela buscava o poder para sobrepujar aqueles que pretendiam oprimi-la, subjugá-la. Christopher sorriu com amargura. Reconheceu que ele próprio não era, afinal, muito diferente de Pablo. Ele não desejava uma esposa cujo amor seria medido pela magnitude de sua submissão? E cuja fidelidade fosse alicerçada numa obediência cega? - E quanto a Angelique Boyer? Você tem um compromisso com ela. O que pretende fazer? - A pergunta de Maclnnes afastou Christopher de suas considerações. Ao contar sua história ao velho, Christopher omitira o fato de ter descoberto que Angelique e Diego se amavam. Era melhor não tocar no assunto enquanto não falasse com o rei. - Ainda não sei. Tenho outras coisas mais urgentes para resolver - ele respondeu em tom casual.


- É verdade. Mas tome cuidado, rapaz. William o Leão não é homem para brincadeiras. E o casamento de um chefe de clã é decidido numa mesa de negociações, os sentimentos não importam. E esse casamento pagão não tem valor diante do seu rei. - Meu rei? William o Leão não é seu rei também? Duarte riu. - Morar numa terra tão remota tem lá suas vantagens. Nós não despertamos o interesse dos reis nórdicos ou escoceses. O que ele não daria para também ser esquecido, Christopher pensou. De repente a floresta terminou. Maclnnes esperou por seus homens e Diego, mas Christopher afastou-se a galope, distanciando-se do grupo. Precisava ficar sozinho, com os próprios pensamentos. Por quê, em nome de Deus, abandonara Dul? Como pudera ser tão cego para não enxergar a verdade? Ele conhecia o caráter de Dul. Só isso bastava para ele entender que havia mais em jogo naquela história do dote. Era evidente que ela não queria a prata simplesmente para assegurar sua liberdade, sua independência. Como toda pessoa, Dul tinha defeitos, mas egoísmo não era um deles. Desde o início ele tinha considerado aquela viagem de navio, no rigor do inverno, uma loucura. Era arriscada demais. A imagem do Legislador puxando Ingolf sobre a amurada do navio passou-lhe pela mente com horrível clareza. E para quê? Por um baú de prata com o qual Dul, filha de Fritha, pudesse livrar-se do marido escolhido por ela mesma? Não, ela jamais arriscaria a vida dos amigos por dinheiro. Ah, ele merecia um chute por ter acreditado naquela história tão inconsistente. Por que ela não lhe contara que pretendia usar todo o seu dinheiro para libertar o irmão? "Porque ela não confiava em você, seu idiota", Christopher disse a si mesmo. E, sem confiança não poderia haver amor entre eles. Christopher pensou novamente na cena da separação de ambos, na encruzilhada, três dias atrás. O olhar frio de Dul ao se despedir ainda o assombrava. O excelente cavalo galopava pela ampla charneca e Christopher inspirou o ar gelado. As batidas dos cascos do animal e do seu coração seguiam o mesmo ritmo. Havia sol e o vento, apesar de frio, era suave, mas a tarde já ia em meio e ele temia o que iria encontrar no final daquela viagem. Escrava de cama.


- Dul - ele murmurou, o peito contraído de angústia.


 


- Christopher - Dul murmurou, como se, assim, ele pudesse aparecer diante dela, miraculosamente. Não desejava que ele estivesse naquele lugar horrível, claro. Mas achava que, se visse o rosto dele mais uma vez, teria um pouco de alento para fazer o que devia ser feito. A porta do quarto rústico rangeu ao abrir-se e Dul sentiu o sangue gelar. Tentou reunir suas forças para enfrentar Pablo. Não tinha visto o miserável desde cedo e passara todo o dia arquitetando sua vingança. Porém, o par de olhos escuros que espiavam o interior do quarto não eram os de Pablo. - Marcelino! - ela exclamou. - O que está fazendo aqui? Ele o matará se encontrá-lo comigo. O rapaz entrou depressa no quarto, os olhos arregalados de espanto ao notar a desordem, as coisas quebradas e a nudez de Dul, resultado do furor de Pablo. - Não fique aí parado, corte as correias - ela ordenou apontando com a cabeça para a adaga fincada numa prancha de madeira do lado da cama. O espanto de Marcelino transformou-se em raiva. Seu rosto ficou vermelho e os olhos encheram-se de lágrimas ao cortar as correias que prendiam Dul à cama suja e fétida. Ela agradeceu-lhe emocionada ao ver-se livre. - Eu... eu vou matá-lo - ele declarou, a voz trêmula de um ódio viril e um temor juvenil. Dul moveu os dedos para a circulação voltar às mãos, em seguida massageou os pulsos. Dessa vez chegara a pensar que Pablo iria matá-la. - Aqui estão suas roupas. - Marcelino ergueu do chão as peças que Pablo arrancara do corpo de Dul na noite anterior. Ele virou as costas para ela vestir-se e sufocou um soluço. O rapaz tinha apenas dezesseis anos, ela lembrou. - Está tudo bem. - Dul levantou-se da cama e apertou os ombros de Marcelino. - Desta vez não foi tão terrível. - Como pode dizer isso? Que monstro! Ele... ele... - Ele não fez nada - ela falou com firmeza. - Não?! Ela sorriu e balançou a cabeça. - Não, ele... não conseguiu. Não sei por quê. Quando ele percebeu sua incapacidade, teve um acesso de fúria. Em Fair Isle já tinha acontecido a mesma coisa e, graças à impotência de Pablo, ela livrara-se dos abusos dele. Os olhos de Ottar brilharam e ele usou a mão para limpar as lágrimas do rosto. O som de passos no corredor fez com que eles ficassem alertas. Marcelino ergueu a adaga e ficou na frente de Dul. O som tornou-se mais alto e logo desapareceu. - Foi por pouco - disse Dul em voz baixa. - Temos de sair daqui antes que apareça mais alguém. Ela foi até a porta, de repente algo lhe ocorreu e ela voltou-se para Marcelino.


- Como entrou aqui? Há guardas por toda parte. Ele sorriu. - Quando descobri que você estava disposta a negociar todo o dote pela liberdade de Christian, tirei um punhado de moedas do baú e guardei-as no... - O quê? Como teve coragem de...? Marcelino segurou o braço dela. - Pelo amor de Deus, eu não peguei a prata para mim. Imaginei que uma reserva poderia nos servir para alguma coisa. Para a viagem de volta à casa de Duarte, por exemplo. Por sorte, ninguém me deu muita atenção quando chegamos. Mas os guardas revistaram Eddy e Alfonso. Em resumo, subornei os guardas e aqui estou. Deus, como amava aquele jovem impetuoso e valente. - Eles poderiam matá-lo, seu idiota. - Mortos estaremos se não sairmos daqui. Ouvi o administrador da pedreira dizer que irão nos matar ao anoitecer. - Eu sei. Pablo me disse a mesma coisa ontem à noite. - Ela olhou Marcelino dentro dos olhos. - Como está meu irmão? Diga a verdade. - Está bem, sinceramente. Estive com ele esta tarde. Christian só está preocupadíssimo com você. Disse que ter vindo até aqui foi uma loucura. Creio que, se conseguirmos fugir deste inferno, você terá de enfrentar tanto a alegria como a raiva do seu irmão. Dul assentiu com a cabeça. - Eu tinha certeza de que ele não gostaria de me ver aqui. Mas como eu poderia ficar de braços cruzados, sabendo que meu querido irmão estava aqui, definhando, morrendo aos poucos? Ottar sorriu. - Christian sabe disso. Vocês dois são muito parecidos. E agora, vamos. Temos de fugir para buscar ajuda. - Ajuda? De quem? Onde? - Vamos pegar nossos cavalos de volta. Então iremos até a casa de Jack Duarte. - Não, é muito longe. Não chegaremos a tempo de salvar os outros. - Podemos ir ao castelo de Rollo que fica a poucas horas de viagem daqui. Dul admitiu que eles precisavam de ajuda. Pablo estava mesmo decidido a matar Christian. Se ainda o mantinha vivo era apenas pelo prazer de humilhá-lo e fazê-lo sofrer. Era próprio do monstro alegrar-se com a agonia dos outros. - Vou matar aquele bastardo - ela murmurou. Rapidamente, ela enrolou a trança no alto da cabeça e prendeu-a com uma lasca da madeira de um banco que Pablo tinha quebrado na noite anterior, no auge da fúria. Os dois abriram a porta bem devagar e espiaram o corredor. Não havia ninguém por perto. - Espere. - Marcelino abaixou-se e pegou alguma coisa do chão. - Você ia se esquecendo disto. Os braceletes. O rosto de Dul ficou em brasa. Ela olhou por um instante para as argolas de bronze trabalhado, depois para os pulsos com as cicatrizes e esfregou-os. - Está bem. Me dê os braceletes. Em dez minutos eles estavam na pedreira, escondidos atrás dos fétidos montes de escória. A tarde não havia terminado e os trabalhadores mourejavam na outra extremidade do campo. - Você devia ter-me ouvido, Dul. Naquele instante um dos guardas passou a pouca distância dali e Rika empurrou a cabeça de Marcelino para baixo. - O que você quer dizer? - Você devia ter confiado nele. Você sabe de quem estou falando. Claro que sabia. Uckermann. - O homem é seu marido. Ela emitiu um som de desdém, mas não era o que estava sentindo. Reconhecia que Marcelino estava certo. Uckermann a ajudaria. Não porque a amava, mas porque ele era bom, justo e corajoso. O melhor homem que ela conhecia. - Duarte e seu pai também a ajudariam se você recorresse a eles. Os dois e Uckermann a amam e você só não vê isso porque não quer. Se você lhes revelasse o que pretendia fazer, eles se juntariam para ajudá-la. Não havia como protestar, Dul admitiu. Por sua culpa eles estavam agora presos, sem o dinheiro e condenados à morte. O orgulho e o medo estavam tão entranhados nela que não lhe permitira enxergar coisas que um garoto de dezesseis anos via tão claramente. Oh, mas havia muito mais do que Marcelino podia imaginar. A sua ânsia de independência, essa necessidade visceral de conquistar, de vencer, de provar que tinha valor num mundo em que todos a consideravam inútil, tudo isso os colocara na presente situação. Suas faces queimavam de vergonha. - Se eu tivesse contado a Ucker... - ela falou, a voz sumida. - Não é tarde demais. Mande uma mensagem para Wick quando chegarmos ao castelo de seu pai. - Não posso. Ucker tem sua própria vida e... uma noiva. Se pudesse, ela faria seu coração virar gelo para não sentir a dor que tanto a maltratava. - Você é a noiva dele, a esposa do coração, não importa que acordos ele teve de fazer com seu rei e o clã. Venho observando vocês dois há semanas e sei que ambos se amam. - O Legislador teria orgulho de você se estivesse aqui - observou Dul, com lágrimas nos olhos.


- Você o ama. Admita. - Sim, amo. - Bem, então... Um zunido cortou o ar. Com o susto, Dul sentiu o coração na boca. Os dois olharam para cima e viram a extremidade de uma lança viking saindo do monte de escória atrás do qual eles se escondiam. - Eu sabia que você não poderia ter ido muito longe - uma voz soou atrás de Dul. Ela ficou de pé, tendo agarrado a adaga presa à cintura de Marcelino. Já imaginava que haveria um encontro com Pablo e estava preparada. Mais do que preparada. Tinha pensado na sua vingança o dia inteiro. - Pablo, que bom vê-lo. Você fez muito bem de juntar-se a nós. - Onde está essa maldita cerração, quando mais precisamos dela? - Christopher resmungou, a agado perto de Duarte. Seu olhar percorreu os arredores e fixou-se na pedreira. Cerca de vinte guardas bem armados andavam ao redor de uma fogueira acesa na frente das barracas dos prisioneiros. Outros vinte guardas patrulhavam os limites do campo, ao sul. - Parece que esta noite não haverá cerração. Sendo assim, não teremos cobertura - observou Duarte olhando para o céu límpido. Em seguida torceu o nariz. - Cristo, como isto fede! O cheiro agradável que vinha do mar não melhorava em nada o fedor que exalava dos montes de escória. - É cheiro de enxofre, cobre e chumbo - explicou Christopher. Atrás deles, na charneca, um dos cavalos relinchou. - Controlem esses animais e os mantenham quietos - ele sussurrou para os homens de Duarte. - Há anos não venho a este lugar. Não imaginei que fôssemos encontrar tantos guardas. Alguns deles certamente são homens de Pablo. - São mesmo. O homem do clã de Boyer disse que Pablo controla o administrador da pedreira. - Você tem certeza de que ela está lá? - Mais do que certo. Ao ouvir a descrição da mulher nórdica, feita pelo homem de Boyer, Christopher não tivera dúvidas de que se tratava realmente de Dul. - Nada podemos fazer por enquanto. Somos poucos e eles muitos - ponderou Maclnnes. - Vamos esperar que Sommerled volte com Rollo e seus homens. Foi uma boa idéia mandar o rapaz ao castelo. Agora devemos pedir a Deus que Rollo queira vir em socorro da filha e do filho. - Ele virá, sei disso - Christopher afirmou. - Mas não vou ficar aqui, parado, à espera dele. Duarte franziu a testa. - Você não pode estar pensando em... - Posso, sim, e vou fazer o que tenho em mente. Minha esposa está lá embaixo, nas mãos daquele animal. Você vem comigo, ou não? Duarte riu. - Vou, sim, mas teremos de ser fantasmas para passar por aqueles guardas sem que nos vejam. Como não podemos atacá-los abertamente, será melhor descermos com apenas mais dois homens. Christopher examinou a Gunnlogi pela décima vez. - Estou preparado. Vamos. Depois de escolher dois dos seus homens, Maclnnes ordenou aos outros: - Esperem aqui. Se não voltarmos com ela até Rollo chegar... - Voltaremos, estou certo disso - Christopher falou com convicção. - Seguiremos pelo caminho que passa atrás dos montes de escória. Então, rastejaremos até o castelo. Poucos minutos depois, Pablo contornava cautelosamente o campo da pedreira, tendo o cuidado de evitar os guardas. Enquanto foi possível ele se manteve atrás dos montes de escória, indo sempre na direção da tocha que iluminava o castelo em ruínas. Tinha certeza de que era lá que Pablo mantinha Dul prisioneira. "Queira Deus que ela esteja viva." Duarte e os dois homens seguiam a pouca distância de Christopher. Os quatro não tardaram a alcançar o caminho que conduzia à ala do castelo voltada para o mar, agora semidestruída, mas que, no passado, tinha sido uma sólida estrutura de pedras e madeira. Até o momento tudo tinha corrido bem. A sorte estava do lado deles. O problema, agora, era entrar no castelo sem que os vissem. Mas não seria muito difícil, uma vez que os escravos se achavam presos nas barracas. Sem dúvida todos estariam dormindo, depois de um dia de trabalho exaustivo. Portanto, a vigilância àquela hora já não era tão severa, Christopher considerou. Um guarda saiu do castelo e tombou na neve com a garganta cortada. Christopher guardou na bainha a adaga ensangüentada e arrastou o corpo, escondendo-o atrás de um monte de pedriscos. Minutos depois ele ficou alerta. Ouviu o som de passos, de vozes, risadas, e deitou-se no chão. Duarte e seus homens agacharam-se atrás do que restava de um muro de pedras do próprio castelo. Será que eles tinham sido descobertos? Não. Seis grandalhões passaram por Christopher. Pelo modo de falar e pelas roupas ele teve certeza de que eram homens de Pablo.


Os seis se afastaram. Era a chance que Christopher tinha de entrar no castelo. Olhou para Duarte e seus homens, mas eles estavam agora mais afastados. Christopher não hesitou. Iria entrar no castelo sozinho. Baseando-se na descrição de Duarte, ele seguiu pelos fundos do castelo, a adaga firme na mão. Como esperava, encontrou uma porta não vigiada. Maclnnes tinha sido preciso ao lhe dar as informações. Ele poderia beijar o velho por isso. Rapidamente, Christopher entrou no castelo, o coração na boca, e andou pelo corredor na direção da claridade de uma tocha e de um murmúrio de vozes. Virou à direita, entrando num cômodo escuro e parou imediatamente. Viu Dul num quarto, do outro lado do corredor, bem à frente dele. Ela estava de pé, com os braços caídos dos lados do corpo, os punhos cerrados. Graças a Cristo! Ele quis gritar, mas segurou a língua. Se fizesse qualquer barulho poria tudo a perder. Também teve o cuidado de ficar oculto pelas sombras para que Dul não pudesse vê-lo. De onde ele estava tinha a vantagem de ver o que se passava no quarto, sem ser visto. Só então ele notou que havia um homem atrás de Dul. Ingolf! Como? O miserável era imortal? Ah, mas desta vez o assassino não escaparia com vida. Com Ingolf havia outro comparsa de Brodir. Amarrados a uma coluna de madeira, George viu quatro rapazes. Três ele conhecia. Marcelino, Eddy e Alfonso que pareciam bem-dispostos, apesar da situação em que se encontravam. O quarto rapaz, ao contrário, causava pena só de olhar. Tinha sangue nos cabelos loiro-platinados, no rosto, na roupa, e sua cabeça pendia como se ele estivesse inconsciente ou morto. Christopher não saberia dizer. A semelhança dele com Dul era impressionante. O rapaz era muito alto, bonito e seus olhos também deviam ser azuis. Via-se que era forte, apesar de estar magro. Isso não era de surpreender dadas as condições desumanas em que viviam os pobres trabalhadores, em regime de escravidão. Esse era, sem dúvida, Christian, filho de Rollo. Irmão de Dul. Ela dirigiu ao rapaz um olhar triste. Naquele momento Christopher compreendeu tudo. Se fosse o irmão dele que estivesse naquela situação, ele faria o possível e o impossível para libertá-lo. Mentiria. Mataria. Faria qualquer coisa. Sim, entendia Dul muito bem, e seu coração encheu-se de amor por ela. Um amor profundo e verdadeiro. Devagar e sem fazer barulho, ele desembainhou a Gunnlogi e passou a mão pela lâmina com as inscrições rúnicas. Quisera ele saber invocar a mágica que tornava a espada poderosa, e invencível a pessoa que a manejava. Ele seria capaz de vender a alma para ter esse dom. - Você quer negociar, ou não? - Dul perguntou a alguém que estava a um canto, fora do campo de visão de Christopher.


- Negociar? Por quê? - Um homem deu um passo à frente e Christopher prendeu a respiração. Pablo. Amado Jesus, o nórdico era enorme. Usava traje viking de batalha e era todo músculos. Ele correu os olhos pelo corpo de Dul e deu uma risada. Christopher sentiu o sangue ferver. - Eu já tenho você. E ele - Pablo inclinou a cabeça na direção de Christian. - Por que eu deveria negociar? Dul aproximou-se do seu captor e Christopher prendeu a respiração. - Porque, se você libertá-los - ela fez um gesto indicando os quatro rapazes -, eu lhe darei de bom grado o que você tem conseguido à força. Marcelino protestou. Christopher sentiu o peito doer. Fechou os olhos e cerrou os dentes tentando controlar sua revolta, seu ódio. "Calma, homem de Deus. Espere chegar a hora. Escolha o momento certo de agir", ele pensou. Inspirou fundo e abriu os olhos. Eddy e Alfonso também protestaram e Ingolf deu um murro no estômago de cada um deles. Brodir deu uma risadinha maliciosa e, chegando bem perto de Dul, passou o dedo grosso pela cicatriz sob o queixo dela. - Não a quero na minha cama de bom grado, como você colocou. Isso acabará com o meu prazer. George apertou o punho da espada. Com um movimento rápido que surpreendeu a todos, Dul deu um passo para trás e ergueu o braço. Uma lâmina brilhou à luz da tocha. - Ela tem uma arma - Ingolf gritou e avançou na direção de Dul. Pablo empurrou-o. - Sei usar muito bem uma arma - Dul declarou, os olhos dardejantes, andando ao redor de Pablo como um animal predador. Christopher foi para o corredor, o coração aos saltos. Mas parou, esperando pelo momento exato de entrar em ação. - Pois venha! - Pablo desafiou-a. - Dul, não! - Ottar gritou. Ela ignorou o rapaz e aproximou-se do brutamontes, movendo-se com a graça de um gato. Christopher também deu mais um passo e aguardou. Pablo ergueu mais a cabeça e franziu a testa. Dul parou, aparentemente confusa com a expressão dele. Surpreendeu-se quando ele apontou parVa o broche de prata preso na camisa


amassada de Dul. Só então Christopher notou o morgen gifu. Sentiu a garganta apertada e o coração parecia não caber em seu peito. - Lembro-me desse broche - disse Pablo. - Pertenceu à sua mãe. Aquela prostituta! Dul também se lembrava. Ergueu o queixo para o nórdico e falou altivamente: - Meu marido deu-me este broche. Pablo riu. - Foi meu morgen gifu - Dul acrescentou e sorriu, orgulhosa. Christopher ficou emocionado. Amava aquela mulher linda e corajosa. O sorriso desapareceu dos lábios de Pablo. Ele ergueu a mão enorme como se fosse dar um tapa no rosto de Dul. Ela ergueu ainda mais o queixo e deu um passo para a frente, os olhos azuis flamejantes. Era o momento de agir. Christopher entrou no quarto com um salto, brandindo a Gunnlogi.


-Encoste a mão nela e será um homem morto. 


___________________________________________________________________________


Gente!


Desculpem a demora, mas essa semana estava corrida! Vou finalizar a história amanhã! E perdoem se eu esqueci de mudar algum nome de personagem!


Heloisamelo: Obrigada por avisar! Amanhã arrumarei ele! :)


Dalziane: Postado! Desculpe por sumir e eu vou sim, treminar de postar a história! :)


Besos y Besos Lindezas!!!😘😘😘



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Autor(a): Srta.Talia

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Aquilo era um sonho. Só podia ser. Estava sonhando, claro. Isso explicava tudo. — Uckermann! — Marcelino gritou, tirando Dul do seu transe. Ela piscou, agora acreditando que Uckermann era fruto de sua imaginação e perdeu-se na gloriosa visão do escocês. Não, não estava sonhando, nem tendo uma visão. Uckermann ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 34



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  • karla08 Postado em 09/11/2017 - 17:52:52

    Continuaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa

  • dalziane Postado em 03/11/2017 - 23:05:16

    Poxa vc nao vai posta mas o final?

  • heloisamelo Postado em 02/11/2017 - 12:00:38

    Capítulo 13 ta errado....

  • dalziane Postado em 30/10/2017 - 10:53:45

    +++++++++++++++++++++ +++++++++++++++++++++ +++++++++++++++++++++

  • dalziane Postado em 30/10/2017 - 10:51:15

    Continua

  • dalziane Postado em 29/10/2017 - 19:13:33

    Posta+++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++

  • dalziane Postado em 29/10/2017 - 14:23:20

    Continua

  • dalziane Postado em 29/10/2017 - 14:22:54

    😄😄😄😄😄😄&a mp;#128516;😄😄😄😄😄& ;#128516;😄😄😄😄😄&# 128516;😄😄😄

  • dalziane Postado em 29/10/2017 - 14:22:20

    ++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++ ++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++

  • dalziane Postado em 29/10/2017 - 14:19:24

    Continua


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