Fanfics Brasil - #CAPÍTULO XVIII# A Deusa Do Gelo - Adaptada Vondy(Finalizada)

Fanfic: A Deusa Do Gelo - Adaptada Vondy(Finalizada) | Tema: Dulce María, Christopher Von Uckermann, Vondy, Romance e Época


Capítulo: #CAPÍTULO XVIII#

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Aquilo era um sonho. Só podia ser. Estava sonhando, claro. Isso explicava tudo. — Uckermann! — Marcelino gritou, tirando Dul do seu transe. Ela piscou, agora acreditando que Uckermann era fruto de sua imaginação e perdeu-se na gloriosa visão do escocês. Não, não estava sonhando, nem tendo uma visão. Uckermann era real, de carne e osso. — Pelo sangue de Thor, o que está fazendo aqui?


Uckermann olhou para ela apenas por um segundo e voltou a atenção para Pablo, sem, contudo, deixar de conversar com Dul. — Eu lhe pergunto a mesma coisa, minha esposa. Venha, fique atrás de mim. Esposa.


A voz dele era autoritária e o cérebro dela estava tão confuso por causa do seu aparecimento repentino que ela o obedeceu sem saber o que ele pretendia. — Como você soube? — Se eu fosse sensato, teria...


Derrick e seu companheiro avançaram na direção de Uckermann, cada um armado com uma faca. Dul  ficou gelada. — Parem! — Pablo ordenou-lhes. Voltou-se para Uckermann com um sorriso perverso. — Então você é o marido, hem? — Sou. — Uckermann ergueu mais a Gunnlogi.— Não, com! — Dul foi para o lado erguendo a adaga ridiculamente pequena. — Esta luta é minha, não é sua.


Os olhos de Uckermann arregalaram-se, incrédulos ao ver Derrick e o companheiro aproximarem-se dela com um sorriso escarninho. — Você não espera que eu fique de lado apenas observando-a, enquanto você... — Espero, sim. — Ela interrompeu Uckermann. — Tenho contas a acertar com Pablo.


Pablo riu.


— Mas você é minha esposa e a sua luta também é minha. Se pensa que vou ficar de braços cruzados, deixando-a enfrentar sozinha este miserável — Uckermann fez um movimento com a cabeça indicando Pablo, — É porque não me conhece.


Derrick avançou e segurou o braço de Dul. Ela estava preparada. Girou o corpo e os olhos de Derrick saltaram das órbitas, o rosto ficou congestionado, faltou-lhe o ar. Dul foi para o lado e o corpo do infeliz tombou no chão, a adaga enterrada no peito. Uckermann não ficou parado. Em segundos deixou caído aos seus pés, o nórdico, companheiro de Derrick. A Gunnlogi pingava sangue. Marcelino, Eddy e Alfonso lutavam para se libertar, ao mesmo tempo que gritavam, encorajando Uckermann e Dul. Ela dirigiu um rápido olhar para o irmão, mas ele estava inconsciente.


— Espere só mais um pouco, querido — ela sussurrou. Pablo avançou nela e em Uckermann, o rosto contorcido de raiva. — Não toque nela! — Uckermann ergueu a espada. Pablo parou imediatamente. — Seu negócio é comigo, Pablo, porque eu a roubei de você. — Não, Uckermann, deixe-o para mim. Quero ter o prazer de matá-lo.


Um sorriso medonho ergueu os cantos da boca do brutamontes. Ah, como ansiava por arrancar com a sua adaga aquele riso debochado da cara dele. — O que você quer? Pretende conquistar o mundo inteiro sozinha? Lembra-se das últimas palavras do Legislador, naquela noite, no byrthing, antes de ele atirar-se no mar arrastando consigo este bastardo? — Uckermann empurrou com o pé o corpo inerte de Derrick. Seus olhares se cruzaram e Dul sentiu um calafrio percorrer-lhe o corpo. Ela se lembrava, claro. — Ele disse que eu... devia confiar em você. — Já chega! — Pablo tirou um machado do cinto e obrigou Uckermann a recuar até uma das paredes. Dul abaixou-se e arrancou sua adaga do peito de Derrick. — Christopher, deixe-o comigo. Você não o conhece. Ele o matará. Por favor...


Ela não terminou de falar. Christopher tirou a adaga da mão dela e atirou-a para Marcelino que já conseguira soltar uma das mãos. Em segundos os três rapazes estavam livres, mas, como arma só tinham a adaga. Pablo pôs a cabeça para fora e deu um grito no corredor, chamando seus comparsas. — Covarde! Você não consegue me desarmar sozinho? Precisa pedir socorro como se fosse uma mulherzinha medrosa? — Uckermann provocou-o. Irritado, Pablo deu um grito de guerra e avançou em Uckermann. Dul ficou gelada e sem ar. Uckermann desviou-se do golpe do machado, escapando por um triz. — Tire-a daqui! — ele ordenou aos rapazes. — Levem também o irmão dela. Duarte os espera lá fora. Pablo avançou novamente e Uckermann voltou toda a sua atenção para ele. — Não! — Dul protestou e correu para Uckermann. — Deixe-me ajudá-lo! — Levem-na! — Uckermann tornou a gritar, o rosto contorcido numa ardente mistura de raiva e coragem. Marcelino agarrou-a e arrastou-a, esperneando, para a porta. Eddy e Alfonso seguiram logo atrás, carregando Christian que continuava inconsciente. — Christopher, seu tolo, ele o matará — Dul gritou.


Christopher avançou em Pablo, que saltou de lado, e ele teve a chance de ver Dul sendo levada para fora do quarto. — Christopher!


Christopher.Como era bom ouvi-la chamá-lo pelo nome de batismo. Seu coração quase explodiu de amor por ela. — Temos de conversar sobre muitas coisas, mas fica para depois — disse ele. — Christopher, eu te amo — ela murmurou. Essas palavras tocaram-no fundo na alma. Um segundo depois, Marcelino chegou com ela ao corredor e ambos desapareceram de vista.


O alvorecer coloria a charneca, levemente coberta de neve, que circundava o castelo de Rollo. Dul debruçou-se no parapeito da janela e olhou, através da névoa, para o oeste, na direção de Dunnet Head. Estaria seu marido vivo ou morto? A falta de notícias a deixava ansiosa e quase a levava à loucura. — Tente dormir um pouco — Marcelino aconselhou-a. — Você não sai dessa janela desde que chegamos, ontem de manhã. — Estou bem — ela respondeu, distraidamente. Mas Dul não estava bem. Sua exaustão era evidente. Ela fechou as mãos e abriu-as diversas vezes, para ativar a circulação e aquecê-las. Sempre que um cavaleiro se materializava, surgindo da cerração da charneca, seu peito se contraía de expectativa. Porém, ao perceber que não era Christopher quem se aproximava, tinha a sensação de que iria desfalecer. — Ele está vivo — Marcelino afirmou, confiante. — Pode acreditar nisso.


Ela acreditava. O choque do machado de Pablo contra a espada de Christopher ainda soava nos seus ouvidos e corroía a tênue esperança que ela acalentava de o marido voltar são e salvo. — Como meu pai teve coragem de fazer isto comigo? — Dul foi até a pesada porta e esmurrou-a pela centésima vez. — Ele não podia me deixar trancada neste quarto. Veio da cama o som de uma risadinha débil. — Christian, você acordou! — Dul foi depressa para perto do irmão e sentou-se na cama. Ele estava mais corado e sua aparência tinha melhorado muito desde a véspera, quando, depois de muitos cuidados, ele recobrara a consciência. Ela tocou a testa do irmão e ele deu um pequeno gemido. — É para seu bem, mana. Eu mesmo a teria trancado, não fosse Rollo ser mais rápido. — Pelo sangue de Thor, eu o odeio!


Christian  sorriu e dirigiu à irmã um olhar cheio de carinho.


— Não, você não odeia nosso pai. Você diz isso, mas é da boca para fora. Rollo faz a mesma coisa. No fundo vocês se amam.


Para Dul ainda era difícil acreditar que o pai tinha ido a Dunnet Head por causa dela e do irmão. Christopher  mandara Diego chamar Rollo e ele atendera ao chamado imediatamente e até se mostrara preocupado com os filhos.


— O broche de nossa mãe — observou Christian, levando a mão à camisa rasgada de Dul. Catherine insistira com a enteada para trocar de roupas, mas ela se recusara a usar um vestido. Queria estar pronta para cavalgar assim que surgisse a oportunidade de fugir daquela prisão absurda. Ela afastou esses pensamentos e sorriu para o irmão. — Sim, agora me lembro de que este broche era de mamãe. — Você não reconheceu o broche quando o ganhou de presente de Uckermann? — Como você sabe que eu o ganhei de Christopher? — Dul indagou, surpresa. — Eu contei para ele — disse Marcelino e ajudou Christian a sentar-se na cama. — O que mais você lhe contou? — Ele contou-me tudo — Christian respondeu. — Pelo menos tudo o que ele sabe.


Dul olhou para Marcelino, zangada. Ele deu de ombros. — Foi o Legislador quem o deu a mamãe. Mas isso foi bem antes de Rollo se casar com ela. — O quê? — Ela levou a mão ao broche. — Que história é essa? — Ele e mamãe se amavam — Christian explicou. Os olhos de Dul arregalaram-se. — Fritha e o Legislador?


Inúmeros retalhos de lembranças afluíram à mente de Dul. — Sim, mas, como eu disse, foi antes do casamento com nosso pai. — Christian franziu a testa. — Que tragédia para os três, não?


Dul estava boquiaberta. Ocorreu-lhe que Christopher devia saber dessa história. — Mas... quando você ficou sabendo de tudo isso? — O Legislador me contou quando me tornei o chefe do nosso povo. — E você escondeu isso de mim? E por que o Legislador nunca me disse nada? — Será que você gostaria de conhecer essa história? Ou melhor, será que a compreenderia?


Ela olhou para o irmão, pensativa, depois respondeu: — Você está certo. Eu não estava preparada para ouvir essa história. — Ela pensou em Christopher, tão forte, firme, decidido e, ao mesmo tempo, tão terno. Seu peito estufou-se. — Mas agora eu compreendo Christian apertou a mão dela. — Sei que você compreende.


Ele voltou-se para Marcelino. — Devo muito a você, amigo. Devo-lhe a minha vida... e a de minha irmã. — Ora, o que é isso? — Marcelino foi até a janela. — É Dul quem merece os seus agradecimentos. E o escocês. — Uckermann — disse Christian. — Christopher — Dul murmurou. — Você o ama. — Christian sorriu para a irmã, seus olhos cheios da afeição da
qual ela sentia tanta falta. — Olhe! — Marcelino gritou da janela. Dul deu um salto da cama. — É ele? Christopher está vindo? Onde? Onde está ele? Marcelino apontou em determinada direção. — Sim, é ele! — Dul exclamou. Mas o homem que entrou cavalgando no castelo, cercado de guardas armados não era seu marido. Ela sentiu um peso no peito, como se o coração fosse de chumbo. Rollo acenou-lhe com a mão enluvada e seguiu para o estábulo com os quarenta homens que o acompanhavam. — É nosso pai — ela disse a Christian. — Christopher não veio com ele.


Afastando-se da janela, Dul sentou-se no banquinho, perto da lareira e esperou por Rollo. As mãos estavam geladas e não havia o que as aquecesse. A porta do quarto abriu-se, mas ela não se moveu. Passos firmes soaram nas tábuas do assoalho. O cheiro de hidromel e tabaco confirmou que era o pai quem se aproximara. — Filha, eu lhe trouxe uma coisa — disse ele. Ainda assim, ela não ergueu a cabeça para olhar para o pai. Manteve as mãos fechadas no colo, os olhos fixos no fogo. Rollo tirou alguma coisa do bolso. A pedra-do-sol. Desde a tempestade no mar Christopher usava a cordinha com a pedra ao redor do pescoço. O quarto girou. Pela primeira vez na vida Dul teve a sensação de que ia desmaiar. — Então... ele... está morto... — Dul pegou o cristal que o pai colocara no seu colo e apertou-o. — Morto?! — Rollo repetiu. — Ele sofreu alguns arranhões, mas de morto ele não tem nada.— Que tipo de esposa você é que confia tão pouco no marido? — Christopher está vivo? — Os olhos dela brilharam. Ela ficou de pé e agarrou os dois lados do casaco do pai. — Oh, Deus, onde ele está? Por que não veio com você? Está muito ferido? Pelo sangue de Thor... — Calma, garota. — Rollo afastou as mãos dela do seu casaco e sacudiu-a para que se controlasse. Ela respirou fundo algumas vezes e, sentindo-se mais calma, pediu ao pai: — Conte-me tudo. — Claro. Estou aqui para isso. Mas sente-se, filha.


Ele colocou-a sentada no banquinho e Marcelino entregou-lhe uma caneca de louça com hidromel. Ela tomou a bebida e sentiu-se mais reconfortada, a pulsação voltando ao normal. — E para você, filho, eu trouxe isto. — Rollo tirou da bainha a espada que todos conheciam. — A sua espada, meu pai! — Christian exclamou, pegando a arma.— Não é minha, é sua — Rollo sorriu. — Tomei-a de um homem morto, filho. Um réptil asqueroso, indigno de ser chamado de nórdico. Contaram-me que minha filha o matou. — Ele virou-se para Dul  e seu sorriso ampliou-se. — Muito bem, garota.


Era a primeira vez que o pai a elogiava. Ela encarou-o e sorriu também, timidamente. Agora ansiava por conhecer melhor o pai, por compreendê-lo. E, talvez, perdoá-lo. Mas, antes de mais nada precisava saber como estava seu marido. Ela ainda segurava a caneca e sentiu as mãos trêmulas. — Onde está Ucker? — Ah, Uckermann. Ele foi embora. — O quê?! — Marcelino indagou, perplexo. A caneca escapou das mãos de Dul e espatifou-se no piso de pedras que contornava a lareira. — Uckermann e o irmão voltaram para Wick — Rollo informou. Diego, o irmão de Christopher. Duarte tinha contado a Dul que o rapaz também sobrevivera ao naufrágio, milagrosamente. — Uckermann voltou para Wick? Então... — A garganta de Dul secou e ela emudeceu. — Eu não sei por que ele foi para Wick. Parece que ele tem um compromisso importante. Mas seu marido pediu para você esperá-lo aqui. Ele voltará o mais depressa possível e lhe explicará tudo. — Foram essas as palavras dele?— Rollo assentiu com a cabeça. Temos de conversar sobre muitas coisas, mas fica para depois.


Ela foi até o criado-mudo, perto da cama de Christian e pegou o cálice de prata, agora vazio, que ela usara para pôr o vinho com o qual tratara dos ferimentos de Christian. Erguendo-o na sua frente, viu a própria imagem refletida e, sob o queixo, a feia cicatriz. Pensou em Uckermann. Estava certa sobre ele. Uckermann era um homem valoroso, honrado, incapaz de abandoná-la nas mãos do inimigo. Mas não a amava. — Mas, com certeza Uckermann... — Marcelino começou e Dul ergueu a mão indicando que ele se calasse. — Deixem-me todos vocês, por favor. Eu gostaria de ficar sozinha.


Christian mexeu-se, querendo sair da cama. — Você, não, mano. Precisamos conversar. — Ela sentou-se na cama. — Quero voltar para Frideray assim que você estiver em condições de viajar. — Certamente você não pretende fazer uma viagem de navio agora. Espere até a primavera — aconselhou Rollo. — E você vai esperar pela volta de Uckermann, não vai? — indagou Marcelino. Dul deu de ombros.— Nosso povo precisa do seu chefe. Há muito tempo eles esperam por Christian. Vocês sabem disso. — É melhor sairmos, rapaz. — Rollo colocou a mão no ombro de Marcelino. — Vamos deixar esses dois se acertarem. Estou ansioso para comer alguma coisa e sou capaz de tomar um barril de hidromel. Marcelino dirigiu a Dul um olhar de desamparo e saiu do quarto com Rollo. — Você não pretende esperar por ele? — Christian perguntou quando ficou a sós com a irmã. O coração dela parecia feito de gelo. Um entorpecimento que já se tornara familiar, tomou conta dela. Em geral ela reagia a esse estado letárgico, mas não hoje. — Não — ela respondeu. — Acho que não.


Uma semana depois, Dul estava de volta a Gellis Bay. O tempo não podia estar melhor. Soprava uma brisa agradável e o sol brilhava no céu muito azul. Dia excelente para viajar. Acompanhavam-na Christian, Eddy, Alfonso, Marcelino e seis homens de Rollo. Marcelino não lhe dirigira a palavra uma única vez, zangado porque ela decidira partir antes da chegada de Uckermann. Ele evitava até mesmo olhar para ela. Garoto idiota. O que ele esperava que ela fizesse? Que ficasse esperando pelo marido, ansiosa, como uma mulher tola e apaixonada? Para quê? Para ouvi-lo dizer, quando voltasse, que tinha outra esposa? Ah, não. Não se submeteria a tal humilhação. Se ela não era o tipo de mulher que Uckermann desejava, o que poderia fazer? Não ia mudar seu modo de ser por causa dele. Ela era Dulce, filha de Rollo e Fritha. Uckermann devia amá-la e aceitá-la do jeito que ela era.


Eles embarcaram e os homens de Rollo ocuparam seus lugares nos remos. Dul ficou de pé na popa do navio, olhando para o mar, para o horizonte, sentindo a leve brisa brincando com suas tranças grossas e respirando o ar frio e salgado. — Você quer mesmo partir hoje, mana? — Christian perguntou. — Podemos esperar mais uma semana. Até duas. A primavera se aproxima.


Dul segurou a pedra-do-sol pendurada no pescoço e olhou para o horizonte mais uma vez. — Vamos partir hoje, sim. O tempo está ótimo e a maré voltou. É melhor sairmos deste lugar quanto antes. O sol brilhou nos braceletes de bronze trabalhado. Sem pensar duas vezes, Dul tirou-os do pulso e atirou-os no mar. Ao virar-se, notou que Marcelino a observava com um sorriso triste nos lábios. Ele acenou-lhe com a cabeça, em aprovação, e ela sorriu para ele, o coração cheio de carinho pelo jovem tão afeiçoado a ela.


Christian deu a ordem para levantar a âncora e gritou para os homens começarem a remar. Alfonso cuidou do leme, Macelino e Eddy ficaram prontos para içar a vela. Eles estavam a uns trezentos metros da baía e Dul voltou-se para olhar aquela paisagem pela última vez. — Duarte! Hum... que estranho — ela murmurou. O velho escocês estava no ancoradouro de pé, do lado do cavalo que relinchava. Christian também viu Duarte e foi até a popa. — O que será que o velho quer? Nós nos despedimos dele esta manhã. — Veja, ele acena para nós. Faz sinal para voltarmos. — Dul também ergueu os braços e acenou para demonstrar que o tinha visto. — Ele está gritando. O que ele diz? — Está gritando o meu nome, o resto não consigo entender. Outro cavaleiro chegou ao alto dos rochedos. Dul estreitou os olhos, levou a mão à testa por causa do sol e tentou reconhecer o cavaleiro. — Quem é? — Não sei.


Mas ela o reconhecera e sentiu um arrepio percorrer-lhe a espinha. — Seja quem for, parece que tem o diabo atrás dele — observou Christian. — Galopando naquela velocidade, pode quebrar o pescoço.


O cavalo negro desceu a trilha íngreme entre os rochedos e disparou pela charneca na direção do ancoradouro. — Uckermann! — Marcelino gritou. Dul prendeu a respiração. Era Uckermann, mesmo. Agora podia vê-lo claramente. Ele tinha ao ombro um xale xadrez igual àquele que usava quando ela e o Legislador o encontraram na praia em Frideray. Um cinturão de couro prendia esse xale. — Vamos voltar — Christian ordenou e os homens pararam de remar imediatamente. — Não! — Dul agarrou o braço do irmão. — Não volte, eu lhe peço. — Você tem certeza de que é isso mesmo que deseja? — Christian indagou. Uma dezena de razões para continuar a viagem passaram pela mente de Dul, entrando em choque com as emoções que se avolumavam dentro dela. — Sim, vamos continuar a viagem. — Em seguida ela sacudiu a cabeça. — Não. Oh, eu não sei. Ela tremia tanto que teve se agarrar-se à amurada do byrthing. Sentiu faltar-lhe o ar ao ver Uckermann passar por Duarte, tendo chegado a cavalo ao ancoradouro. Ele rumou para a praia e só refreou o animal quando já estava na beira da água. Saltou da sela e acenou desesperadamente para o navio. — Dul! Dul! — ele gritou a plenos pulmões. — E então? — Christian perguntou à irmã. — Eu... eu não sei.


Marcelino, Eddy e Alfonso ficaram atrás dela em silêncio, mas ela podia sentir a ansiedade dos três. Os homens de Rollo aguardavam a ordem de Christian com os remos erguidos. Um minuto se passou, ou teria sido uma hora? Cada segundo parecia comprimir mais o coração de Dul. Então Uckermann fez uma coisa que deixou todos perplexos. Jogou suas armas na areia e... — Pelo sangue de Thor! — Dul exclamou, boquiaberta. — Ele atirou-se na água! — Marcelino gritou. — Olhem, ele vem nadando na nossa direção! — Alfonso apontou para o escocês que se debatia na água. — Se é que podemos chamar aquilo de nadar. — Que louco! O que ele está pensando? Uckermann mal sabe dar umas braçadas — Eddy murmurou, abismado. — Parece que seu marido não está gostando nem um pouco da sua partida — comentou Christian franzindo a testa. Dul inclinou-se para entender o que Uckermann estava gritando. Andorinhas do mar e gaivotas crocitavam no ar, abafando a voz dele. Mas só de vê-lo movendo-se na água, na direção dela, como um salmão desesperado nadando contra a correnteza, Dul sentiu o coração inundado de felicidade. Então ouviu claramente as palavras dele. — Dul, eu te amo!


Tomada de surpresa e, ao mesmo tempo exultante com a declaração de Uckermann, Dul deu um grito sufocado e sua respiração tornou-se irregular. — Bem que eu lhe disse para esperar Uckermann — Marcelino falou em tom de censura. — Você nunca me ouve... — Cale-se, Marcelino — Christian ordenou ao rapaz.


No seu anseio de ir para junto de Uckermann, Dul subiu na amurada, os olhos fixos nele, vendo-o nadar na sua direção. — A água está fria de congelar, mas eu acho que você não se importa com isso — observou Christian. Ela saltou. Do byrthing eles ouviram o grito dela ao sentir o choque com a água gelada. — Dul! — Christopher exclamou, se debatendo para manter-se na superfície. — Christopher! — Ela nadou ao encontro dele, os homens do navio estimulando-a para nadar mais depressa. Eles se encontraram, e Christopher abraçou-a. — D... Dul... e... eu... te amo — ele declarou, batendo os dentes por causa do frio e do cansaço. Ele repetiu as palavras diversas vezes e Dul cobriu-o de beijos. — Mas... e sua esposa? O que ela...? — Minha esposa é você. Minha corajosa e linda esposa. Uma mulher notável e única. Nunca terei outra. — Mas... Angelique Boyer... o seu rei... Ele calou-a com um beijo. — Os clãs dos Boyer e dos Uckermann estão unidos e William o Leão está muito contente.


Dul não entendeu de imediato as palavras de Christopher. Ficou pensativa por um instante, depois lembrou-se de alguma coisa que o pai lhe dissera e sorriu. — Seu irmão! — Isso mesmo. Deixei Dunnet Head e segui imediatamente para a Escócia para falar com meu rei e com meu clã.
Era meu dever dar uma satisfação a William o Leão pessoalmente, antes de ele querer a minha cabeça por desobediência. — Ele beijou os lábios dela suavemente. — Você não recebeu a mensagem para esperar por mim?


O rosto dela ardeu, apesar do frio. Mas o momento não era apropriado para explicar os temores que a fizera deixar o castelo, disposta a seguir para Fair Isle. — Eu também tinha coisas para acertar. — E seu pai? — Nós nos separamos em paz. Espero que, com o tempo, eu o perdoe. — Christopher começou a afundar e Dul puxou-o para a superfície. — Vamos, nadar para a praia que está mais perto do que o byrthing.


Eles olharam para Christian e os outros. Todos sorriam e acenaram-lhes despedindo-se. — Leve-a para uma visita no verão — Christian  gritou. Christopher ergueu a mão aceitando o convite. Juntos ele e Dul nadaram de volta para a praia. Duarte não se afastara do ancoradouro e ria, contente, as mãos nos quadris. Eles alcançaram a praia molhados até os ossos e tremendo. Christopher e Dul  se abraçaram, cada um sentindo o coração do outro batendo forte. — Repita as palavras que você disse nas ruínas daquele castelo, na pedreira — Christopher sussurrou ao ouvido dela. Dul fitou-o dentro dos olhos e o amor que viu neles dissipou todas as suas dúvidas.


— Eu te amo.


Então ele beijou-a. — O Legislador estava certo, em tudo, não é mesmo? — disse ela quando, finalmente, Christopher ergueu a cabeça para respirar. — Estava, ele era um homem sábio.


Ela se lembraria sempre dele, com amor, como uma filha se recorda do pai. O broche no ombro dela brilhou à luz do sol e Dul sorriu.


Juntos ela e Christopher ficaram olhando o byrthing sair da pequena baía, rumo ao norte, com destino a Fair Isle. Mas Dul estava pensando em outras praias, feliz, aconchegada ao marido. — A Escócia é linda na primavera — disse ele, como se estivesse lendo pensamento dela. — Eu sempre imaginei que fosse.


Christopher olhou para o céu límpido, muito azul. — A neve logo começará a se derreter. Sinto isso. — Eu também. Este céu já é um prenuncio da primavera.


Eles se olharam embevecidos. Não havia necessidade de palavras.  


FIM 


§§§§§§§§§§§§§§§§§§§§§§§§§§§§§§§§§§§§§§§§§§§


Fofuríneas!


Desculpe por demorar para finalizar a história, mas enfim... Aqui está o último capítulo!


Eu gostaria de agradecer cada comentário de vcs e por não terem abandonado a história, mesmo quando eu demorei para postar😅! 


Peço que me perdoem por todas as vezes que eu sumi e que relevem se eu esqqueci de mudar o nome de algum dos personagem... Bem, de qualquer forma vou deixar o elenco aqui em baixo...


Elenco:



  • Dulce María Saviñón como Ulrika(Rika)

  • Christpher Von Uckermann como George Grant

  • Christian Chávez como Gunnar

  • Pablo Lyle como Brodir

  • Diego González Boneta como Sommerled

  • Dylan Obed como Ottar(Marcelino)

  • Angelique Boyer como Anne Sinclair

  • Alfonso Herrera como Leif

  • Eddy Vilard como Erik

  • Jack Duarte como Thomas Maclnnes

  • Anahí Portilla como Celeste

  • Zoraida Gómez como Karen

  • Derrick James como Ingolf


Lembrando: Todos os créditos a autora Debra Lee Brown .


Besos y Besos Lindezas!!!😚😚😚



 


 



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Autor(a): Srta.Talia

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 34



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  • karla08 Postado em 09/11/2017 - 17:52:52

    Continuaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa

  • dalziane Postado em 03/11/2017 - 23:05:16

    Poxa vc nao vai posta mas o final?

  • heloisamelo Postado em 02/11/2017 - 12:00:38

    Capítulo 13 ta errado....

  • dalziane Postado em 30/10/2017 - 10:53:45

    +++++++++++++++++++++ +++++++++++++++++++++ +++++++++++++++++++++

  • dalziane Postado em 30/10/2017 - 10:51:15

    Continua

  • dalziane Postado em 29/10/2017 - 19:13:33

    Posta+++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++

  • dalziane Postado em 29/10/2017 - 14:23:20

    Continua

  • dalziane Postado em 29/10/2017 - 14:22:54

    😄😄😄😄😄😄&a mp;#128516;😄😄😄😄😄& ;#128516;😄😄😄😄😄&# 128516;😄😄😄

  • dalziane Postado em 29/10/2017 - 14:22:20

    ++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++ ++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++

  • dalziane Postado em 29/10/2017 - 14:19:24

    Continua


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