Fanfics Brasil - Capítulo 19 Por Prazer

Fanfic: Por Prazer | Tema: Vondy


Capítulo: Capítulo 19

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Capítulo 19 – Três Deusas.


 


O silêncio que Anahí encontrou ao entrar no quarto alertou-a de que Helena não se encontrava naquela habitação. Com sua respiração normalizada, sua pulsação levemente constante e seus olhos desprovidos de qualquer sentimento, sentou-se na beirada de sua pequena cama de solteira, permitindo que apenas a luminosidade da noite adentrasse no quarto, iluminando-lhe as feições para que pudesse se ver refletida no espelho da organizada penteadeira. Sabia que Helena não demoraria a chegar e, que por aquele fato, seus minutos de paz e sinceridade durariam pouco. Não gostava da forma como se sentia, e também não gostava da ideia de que havia causado de alguma forma, consciente ou não, a situação com Christopher Uckermann na recepção. Era uma profissional boa e cara demais para cometer deslizes como aquele. Passavam por um rigoroso treinamento no qual nem mesmo sob tortura seriam capazes de revelar sua verdadeira identidade. Ela, muito mais do que Dulce, havia se preparado para aquela missão e também para aquele confronto.


A voz de Miguel penetrou em sua mente, e seus olhos tão focados em sua própria imagem se fecharam. “Não permita que machuquem a minha irmã, Anahí”.


Ela havia simplesmente deixado seu subconsciente comandá-la. Um subconsciente que desejava desesperadamente acabar com toda aquela farsa sujamente planejada após uma morte que deveria ter sido definitiva. Tomar consciência de que possível e inconscientemente havia se permitido aquele descuido não alterava seu estado de humor. Não alterava, porque Christopher agora tinha uma informação incompleta, e uma informação como aquela na mente de um homem como ele causaria um estrago em ninguém mais além de Dulce.


Helena, corrigiu-se. O maldito nome era Helena.


Levantou-se, respirando fundo, deixando sobre a cama o pacote de Helena, passando a mão em seus cabelos enquanto esperava pacientemente que seu momento de solidão e investigação interior chegasse ao fim. Mirar os olhos de Alfonso após a partida de Christopher havia feito com que sua decisão antes ainda prematura, amadurecesse, tornando-se agora seu maior foco de concentração. Suas dívidas com Dulce ao longo dos anos nada haviam feito além de aumentar e aumentar. Suas dívidas com Miguel não haviam sido quitadas com a sua morte. Ao contrário, às vezes parecia que ele estava ali, mirando-a com seus olhos mágicos e gentis aguardando o momento no qual Anahí começaria a colocar em prática a promessa que havia lhe feito antes de sua morte tão prematura e sentida. A honra de servir a quem serviam não valia a perda de sua própria identidade durante um projeto e possivelmente após seu término também. Milhares de pessoas viviam suas vidas sem possuírem o conhecimento de que pessoas como ela, Alfonso e Dulce existiam. O fato de que Christopher Uckermann pudesse colocar tudo à perder por seu próprio capricho, prazer e também por um deslize seu agora quase conscientemente proposital, fazia-a falhar não só como mulher e amiga, mas também como profissional.


A porta se abriu, a luz se ascendeu e Anahí não precisou de muito esforço para saber que se tratava de Alfonso. Virou-se, mirando-o diretamente nos olhos, pronta para aquele confronto, pronta para reiniciar o comando tanto de sua vida, como de seus próprios sentimentos.


Ela não era Anahí Claron, não era mais a esposa daquele homem e nem tampouco mais seria uma agente após aquele maldito projeto.  


– Explique-se. – A voz dele foi firme e fria, como de costume.


– Saia. – Ele respondeu, fazendo-o erguer uma sobrancelha.


– Anahí, estou lhe avisando...


– Helena estará aqui em poucos segundos. Saia. Não é natural que o chefe venha até o quarto de uma funcionária, principalmente neste horário.


– Se eu concluir que está atrapalhando esse projeto, não hesitarei em te mandar para longe daqui e mantê-la isolada até que ele termine. – Anahí fechou levemente seus olhos, voltando a abri-los, perguntando-se em que momento havia deixado realmente de amar aquele homem. – Se te encontra descontrolada, agora é a hora de me dizer para que eu possa cuidar de seu desligamento antes até mesmo de que amanheça. Você realmente pode entender que... – Calou-se, mirando-a, percebendo naqueles olhos a ausência da habitual fúria dos últimos dias. – O que você fez?


– Nada Alfonso, eu não fiz nada. Deixei-o pensar que joguei o jogo dele e disse algumas coisas para ocupá-lo. Banquei a melhor amiga preocupada, aluguei-lhe a suíte e então disse que entregaria o presente de Dulce.


Helena. Que entregaria o presente para Helena.


– Deixe de hipocrisia, Alfonso. – Respirou fundo. – Agora você, por favor, poderia sair?


– Não estrague tudo.


Saia do quarto, por favor. – Virou-se, tirando o colete que fazia parte do uniforme, iniciando a abertura dos botões da camisa branca que levava seu suposto nome bordado acima do seio esquerdo. Não o sentiu aproximando-se e só percebeu que ainda estava ali pelo toque de suas mãos quentes em seus braços e então a aproximação de seu grande corpo por trás do seu. A respiração dele deslizou por seu pescoço e tão rápido como os lábios dele beijaram a pele exposta de seu ombro ela se afastou, mirando-o com evidente desprezo. – O que você pensa que está fazendo?


– Despedindo-me. – Ele disse, terminado de abrir de forma rápida e concentrada os botões da camisa de Anahí. – Arrume suas coisas. Enviarei-a para casa amanhã de manhã. Está livre deste trabalho.


Virou-se, preparando para deixar o quarto.


– Então ordene que me matem. – Alfonso virou-se, mirando-a nos olhos. – Só não voltarei para acabar não só com essa missão, mas também com o seu trabalho, se você me matar. – Ele respirou fundo, enfadado. – Faça a sua escolha. – Tirou a camisa e os sapatos. – Agora saia do quarto antes que Helena chegue.


– Você não seria capaz.


– Ah não? Faça-o, Alfonso. Teste-me. – Ele manteve-se silencioso, observando-a tirar agora a calça, não dando a mínima para a sua presença. – Sabe por que você não seria capaz de matar? – Silêncio - Porque você não seria capaz de viver com o fato de que eu nem mesmo sei que você existe.


– Então supostamente agora você acredita que meus sentimentos por você foram verdadeiros?


Anahí suspirou, sorrindo ironicamente.


– Seu ego, querido. – Corrigiu-o. – Seu ego não permitiria.


Anahí havia saído do banho quando se deparou com Helena sentada na cadeira da penteadeira organizada, envolta em seu roupão, aparentemente já banhada, mirando fixamente o esplendor do brilho vermelho do diamante em seu pescoço através do reflexo de sua figura no espelho.


Seus cabelos negros encontravam-se secos e esparramados sobre a branca gola do roupão. Sua expressão concentrada dizia que não havia se dado conta de que não estava mais sozinha naquela habitação. A corrente que segurava a gota de diamante era dourada, tão fina como brilhosa, ouro puro. A pedra repousava um pouco acima entre os seios de Helena e sua pele branca, tão pálida, parecia ressaltar ainda mais a simples e única joia. Simples, porque já havia a visto com joias muito maiores e sofisticadas do que aquelas, presentes de Andrade. E única, porque seguramente Christopher Uckermann havia se certificado de que ela seria a única mulher no mundo a usar um diamante como aquele. Era um espetáculo. Um espetáculo de cor e luminosidade, o detalhe ficava por conta da diferença gritante entre um colar de safiras e aquele solitário diamante. Era como se ele soubesse, como se ele soubesse exatamente que Helena aceitaria uma joia como aquela, mas que jamais aceitaria um colar de safiras como o que anteriormente havia tido. Parecia ter sido feito sobre encomenda e o que tinha de belo e exclusivo, pensou Anahí, também tinha de perigoso. E ver a forma como aqueles olhos miravam aquela joia e logo depois seus próprios olhos alertou-a de que talvez ela e Helena compartilhassem a mesma opinião.


Vista-o para mim. – Ela murmurou, tocando a peça em seu pescoço, sem deixar de mirar nem por um único segundo seus próprios olhos naquele espelho. – Foi o que ele disse no bilhete que acompanha a joia... Vista-o para mim. – Repetiu.


– Pediu para que eu te entregasse. Confiava apenas em mim para que chegasse às suas mãos. – Helena permaneceu muda. – A suíte 412 está reservada para vocês. Ele a espera após o início do coquetel. – Finalmente os olhos de Helena se voltaram para ela.


– Uma suíte? Ele alugou outra suíte?


– Sim... A mais afastada das alas A e B. – Helena voltou a mirar-se no espelho, com seus olhos bem abertos, cristalinos pelas lágrimas e rapidamente avermelhados pelos sentimentos que ardiam de forma tão intensa em seu interior.


– Não posso entender e nem controlar a velocidade com a qual ele está entrando em minha vida, roubando meu controle e meus sentimentos. – Negou com a cabeça, mordendo levemente seus lábios. – Estou perdidamente apaixonada. Não só apaixonada, sinto-me arrebatada pela força com a qual ele me olha, com intensidade de suas palavras. Perco-me e então me encontro nele, nos braços dele. Não sei o que está acontecendo comigo, Anahí. Não posso controlar, não posso evitar. Diga-me, Any... Diga-me o que está acontecendo comigo?



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Autor(a): itska

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 14



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  • sahprado_ Postado em 04/03/2018 - 23:54:22

    Eitaa alguém chama o bombeiro kkk to com medo do que o Christopher pode fazer com essa informação do nome.

  • sahprado_ Postado em 03/02/2018 - 00:05:47

    Definitivamente Tóquio. E o Alfonso nesse rolo todo?

  • sahprado_ Postado em 26/01/2018 - 13:09:14

    Mano o que está acontecendo? To confusa hahaha socorro

    • itska Postado em 02/02/2018 - 20:31:08

      Com os próximos capítulos você entenderá

  • sahprado_ Postado em 19/01/2018 - 00:03:05

    Eu não diria proteção de testemunhas agora mas me fugiu a palavra certa rs tipo fbi? Andrade tava sendo investigado? Tóquio, talvez?

  • sahprado_ Postado em 18/01/2018 - 11:35:06

    Eu tava achando que talvez elas não fossem uma só. Tipo, irmãs, sabe? Mas aí Any e Poncho fazem parte do esquema então eu já tô louca. Será que é algum tipo de programa de proteção de testemunhas, igual tem naquelas séries CSI e Law & Order? A cabeça tá a milhão, socorro! Kkkk

  • sahprado_ Postado em 17/01/2018 - 17:36:31

    Oie, leitora nova aqui! Eita, que confusão! Até agora não consegui decidir se Dulce e Helena são a mesma pessoa. Mas esse nome é bem profético.

    • itska Postado em 17/01/2018 - 22:28:31

      Oi, seja bem-vinda! Logo saberemos...

  • Luiza Keler Postado em 28/12/2017 - 19:13:22

    Contínua *-*

  • karla08 Postado em 22/10/2017 - 19:56:24

    Owwwwwwwwwwwwwwwu que reviravolta, não para

    • itska Postado em 22/10/2017 - 20:18:40

      Não para, mas vou deixar na curiosidade. kkkkk

  • karla08 Postado em 18/10/2017 - 21:52:11

    WHATTT Dulce morta? Se que acabar com a minha vida e ainda por cima o corno sabia de todos os chifres que levava AIAIAIAIAI

  • karla08 Postado em 18/10/2017 - 00:08:14

    Owwwwwwwwwwww eu quero mais, que misteriosos e enigmatísticos esses dois juntos

    • itska Postado em 18/10/2017 - 18:43:04

      tem alguns mistérios


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