Fanfics Brasil - Capítulo 3 Por Prazer

Fanfic: Por Prazer | Tema: Vondy


Capítulo: Capítulo 3

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Capítulo 3 – Real e Imaginário


O andar de Christopher tornou-se mais pausado ao entrar no avião. A pressa que havia tido para percorrer os longos caminhos daquele aeroporto parecia ter desaparecido quando finalmente entrou na cabine. Encaminhou-se para a primeira classe, agradecendo brevemente a bonita aeromoça que lhe mostrou seu assento. Deixou sua maleta ao lado de seu banco, tirando seu casaco longo e preto, abrindo os dois botões do paletó para então se sentar e revisar mentalmente tudo o que precisava fazer para que suas férias não se tornassem uma extensão do caos de seu escritório.


Havia trabalho oito meses sem um único domingo de folga.


A morte de Dulce havia deixado Andrade distante por três meses. Três
meses estes que Christopher fez o trabalho de dois presidentes, tomando a frente de todos os possíveis projetos e contratos, incluindo o mega contrato de Tóquio.


Estava esgotado e exausto.


O trabalho havia lhe roubado noites de sono dentro e fora do país.


Mais de dezoito projetos estavam em andamento e mesmo após a volta de  Andrade, o trabalho não havia diminuído. Ao contrário, havia aumentado.
Christopher não estava preparado para lidar com o olhar de Andrade a
cada vez que algo lhe lembrava de sua esposa. E também não estava
preparado para o extremo e frio profissionalismo que havia surgido entre eles, no lugar de uma amizade e parceria que vinham dos anos de faculdade. Fora Andrade quem havia lhe dito para tirar umas férias. E após uma semana de observação, Christopher havia se permitido tal descanso. Andrade parecia equilibrado e lhe assegurou com todo o profissionalismo que poderia dar conta de sua empresa e que entraria em contato com Christopher se algo mais sério viesse a acontecer. O celular de Christopher estava ligado e mantê-lo-ia desta forma até o final das duas semanas que havia tirado para reforçar seu exército mental.


Respirou fundo, relaxando em sua poltrona, pegando de sua maleta o folheto do local elegido para o seu descanso. Caribe. Ele havia escolhido o Caribe. Tanto pela proximidade, quanto pelo conforto. O hotel escolhido não era o melhor, mas sem dúvidas era o que procurava para duas semanas de descanso. Localizava-se na Ilha de Anguila e lhe daria a privacidade que necessitava. Desembarcou pela tarde, fascinado pela brisa quente que prometia conforto e relaxamento. Alugou um carro, dirigindo até o pequeno hotel, sentindo de imediato a atmosfera relaxante do lugar envolvendo-o. Era elegante e ideal. Limpo, bem arquitetado e com um charme em sua construção que somente um engenheiro como ele seria capaz de detectar.
Era maior e mais quente que o esperado. Tolhas limpos, serviço competente de quarto, bar, restaurante e uma extensa área de piscinas que por pouco não se juntava com as águas cristalinas do mar.


Era exatamente o que havia procurado.


Um resort não lhe ofereceria a intimidade que havia encontrado ali.


Os funcionários receberam-no com cortesia e educação, apresentando-lhe sua acomodação, ajudando-o com a mala e entregando-lhe os papéis com todas as atividades do hotel e da ilha.        


Os tons claros tanto do piso como da parede, predominantemente brancos, davam um ar mais intenso de limpeza e harmonia nas habitações. Os móveis eram todos novos, bem escolhidos. Alguns poucos tapetes, vários quadros e arranjos específicos de flores brancas e amarelas em sua maioria.


A primeira coisa que fez foi arrancar de seu corpo aquele terno.


Banhou-se, descansando sua mente, demorando mais do que achou que demoraria, não se preocupando em colocar uma roupa. Desfez suas malas, abrindo as grandes janelas que o levaria diretamente para a areia pálida da praia e então à imensidão azul do mar. Aquela imagem captou sua atenção... Atraindo-o e tragando-o como há muito tempo nada fazia. Guardou sua mala sob a cama, sentando-se nesta, não percebendo o cair da noite até que a habitação tornou-se quase escura, iluminada apenas pelo brilho da lua e pelo estranho e magnético brilho das ondas do mar. As chamas voltaram a queimar e, mais uma vez, Christopher desejou poder senti-las. A percepção de que elas estavam ali uma vez mais, esperando a hora mais propicia do dia para apresentarem-se, e então, lhe informarem que já não possuía mais a capacidade de sentir as coisas em seu próprio interior o fez questionar uma vez mais a dimensão do estrago que aquela morte havia lhe causado.


Levantou-se antes que a análise se tornasse mais profunda e insensata.


https//youtu.be/srUJUWodgyw


Sorriu o sentir seu corpo protestar pela necessidade de ter que colocar uma roupa para que pudesse jantar. A vontade de apenas jogar-se naquela cama e então abandonar-se em um sono de 24 horas era tentadora. Mas tinha fome, e a luz que o hotel adquiria pela noite era um convite à sua sensualidade. Precisava de um bom jantar, de um bom vinho e de uma boa noite de sexo quente e cansativo para que dormisse como uma pedra até que seu corpo lhe dissesse a hora de acordar. Vestiu uma calça branca, jeans, dobrando-a até um pouco abaixo das canelas. Uma camisa de mangas curta, também branca, e pouco fechada, foi o que lhe cobriu a parte de cima. Não se esqueceu de seu relógio, de sua inseparável e quase imperceptível corrente de ouro e de um par confortável de sandálias masculinas. Perfumou-se, ajeitou brevemente os cabelos ainda úmidos, afastando-os de seu rosto com seus próprios dedos. Escovou os dentes antes de encontrar seu celular, sua carteira e o cartão que lhe dava acesso ao quarto que parecia ter virado em poucas horas seu santuário.


Percorreu os corredores do hotel fascinado por aquela iluminação deliciosa e intimamente sensual.


Aquele deveria ser certamente o horário do jantar, pois mais pessoas saiam de seus quartos, cumprimentando e sorrindo umas as outras, desejando boa noite, completamente inseridas noambiente acolhedor e relaxado. Sorriu a um jovem casal, acenando para uma velha senhora, sorrindo de si mesmo ao perceber que naturalmente aquelas eram coisas que pouco faria. Mirou uma bela mulher que saía de seu quarto, apreciando a forma como os olhos verdes e chamativos dela retribuíram a mirada, sorrindo a ele de forma que seus lábios bem feitos e avermelhados ainda não o faziam.


Marcou-a em sua memória, entrando no enorme espaço reservado para o salão de jantar, surpreendendo-se pelo número de pessoas que já se encontravam ali, confortavelmente sentadas, à vontade com o ambiente, com a música relaxada, com a iluminação levemente reduzida, lembrando-o do calor típico do clima e do prazer. Os baixos sussurros acompanharam-no até que encontrou uma mesa de dois lugares em um dos cantos do salão que lhe dava a vista lateral da praia. Logo um prestativo garçom veio lhe atender, anotando seu vinho e sugerindo um típico prato da casa que Christopher não hesitou em aceitar.


Jantou com prazer, perdido em seus pensamentos, absorvendo os acordes da música, deliciando-se apenas com o vinho quando se deu por satisfeito.


Para a sua surpresa, o lugar à sua frente foi ocupado pela mulher da porta do quarto. Ergueu a sobrancelha, sorrindo sensualmente com o canto dos lábios, não podendo calcular o quão sexy se encontrava naquele canto do salão, sozinho, levemente misterioso.


– Está me torturando ou faz parte de sua natureza fazer com que as mulheres caiam rendidas à sua espera?


Xeque-Mate, Christopher murmurou a si mesmo, dando-se conta de que à mulher à sua frente era muito mais bela do que havia memorizado. Um vestido simples, azulado, dava-lhe um charme juvenil e tentador. Os cabelos extremamente pretos aguçavam seus olhos extremamente verdes que, agora sim sorriam em conjunto com seus lábios.


– Peço desculpas se o lugar estiver ocupado... – Christopher acordou de seu silêncio.


– Não, o lugar não estava ocupado. Ele estava esperando a minha acompanhante... Bem, ela acabou de chegar.


A mulher lhe sorriu com prazer.


– Sou Vanessa.


– Christopher. Sem dúvidas é um prazer conhecê-la Vanessa. – Mirou-a diretamente nos olhos, descobrindo-se a vontade com eles.


– Não costumo ser assim tão...


– Direta. – Ela sorriu-lhe uma vez mais e Christopher retribuiu.


– Isso, direta. Mas acontece que andei dando voltas e voltas em minha vida. Sempre trabalhei demais, me privei demais, enfim... – Respirou fundo, e Christopher perguntou-se se ela estava realmente dizendo-lhe aquelas coisas.


– Decidi não me privar mais das coisas. Assumi uma nova política em minha vida...


– Uma nova política? – Encorajou-a, sorrindo da forma espontânea com a qual ela o inseria em sua juventude e energia.


– Ir atrás do que quero, do que tenho vontade.


– Imagino então que a sua presença aqui está relacionada com a sua nova política.


– Sim... Eu o vi no corredor. Sei que você também me viu.


– Seria impossível que algum homem não a visse... – Ela corou levemente, mas manteve-se falante e segura.


Tive vontade de você. – Christopher deixou de sorrir, mirando-a com sua característica intensidade e sensualidade, apreciando o que ouvia, fazendo com que Vanessa se sentisse desejada e encorajada. – Uma mulher não deveria dizer isso a um homem, mas a verdade é que as convenções já não me importam mais...


– A mim tampouco. E acredite Vanessa... – Tocou-a nas mãos, escolhendo aquele segundo para sorri-lhe, molhando levemente os lábios com a língua. – O que acaba de dizer é exatamente o que uma mulher deveria dizer a um homem.


 https//youtu.be/KFjF64Mcaao


 Não reparou que uma garçonete se aproximava até que dois copos de um drink colorido e chamativo foram colocados sobre a mesa. Christopher sorriu à Vanessa uma vez mais, preparado para dizer à garçonete que o drink não seria necessário, mas então seus olhos repousaram sobre a face da mulher e qualquer sorriso que pudesse haver em seu rosto se desfez, assim como todas as certezas que havia possuído em sua vida.                                          


Permaneceu estático, com algo em sua mente alertando-o da possibilidade de aquilo ser uma equivocada e desgostosa ilusão. Sentiu o sangue gelar em suas veias e seu rosto antes tão expressivo tornou-se livre de qualquer traço que revelasse que pudesse sentir as chamas que vinham lhe queimando. Ver aquele rosto depois de oito meses era como ser atropelado por um caminhão e viver para sentir os estragos da colisão. Sentia-se desfalecer sobre a cadeira, pronto para atestar-se como louco ou mais provavelmente bêbado. Saudades fora a primeira coisa que pôde sentir com incrível intensidade após o violento choque que ainda permanecia.


Era ela... Tão bela como antes fora, tão viva como quando sob seu corpo e seus lençóis negros... Era ela em toda sua complexidade, em toda sua presença, em toda a sua loucura e perfeição.


Não percebeu que havia levantado e tampouco que havia dito algo, pois o silêncio que invadia aquela pequena parte da habitação era ensurdecedor.


Mirou-a nos olhos, na mais profunda imensidão daqueles olhos, constatando com segurança que seu exército mental acabara de ser abatido sem a possibilidade de um único soldado ter sobrevivido.  No meio daquele intenso, e insano caos mental, questionou-se da ausência daquele perfume tão característico de Dulce no ar. A mulher franziu a testa, não retribuindo o seu olhar, não desaparecendo como um fantasma recém-descoberto. Diferente da surpresa que esperava ver em seu belo rosto, a expressão que ela levava neste era visivelmente confusa, quase que vazia desprovida de qualquer traço que o rosto de Dulce adquiriria em uma situação como aquela. Tudo lhe dizia que era ela, mas algo em seu interior gritava-lhe com uma intensidade surpreendente que jamais estivera tão equivocado como estava naquele momento.


– Ou você voltou da terra dos mortos, ou jamais passou por lá.


Seus olhos permaneceram cravados nos dela, suas mãos ávidas por se erguerem e tocarem aquela face saudosa e enlouquecedora, constatando sua própria ilusão ou sua cruel e inesperada sanidade.    Não havia razão para que aquilo estivesse acontecendo. Nenhuma explicação lógica para o que estava vendo.


Ele havia enterrado aquela mulher.


Andrade havia enterrado e chorado a morte daquela mulher.


Que ela estivesse ali, à sua frente, sufocando-o com sua falta de reação, com sua falta de provas de que realmente encontrava-se ali era nauseante.                                                                  


Os olhos não eram os mesmos... Aquele fato era gritante, chamativo demais para que seu choque não permitisse que o percebesse com grande claridade.                                                                                                          


Ele seria capaz de reconhecer o sarcasmo, o divertimento e a surpresa naqueles olhos quase negros.                        


Os cabelos também não eram os mesmos e se realmente continuasse a mergulhar a fundo no que via, tomaria consciência de seu equivoco... Mas buscou a superfície daquela tormenta a mar aberto com toda a sua força, abrindo bem seus olhos ao perceber que o choque e as saudades eram substituídos por uma ira e raiva absolutamente perigosas vindo de um homem como ele.


Eu organizei seu funeral. – Disse, quase cuspindo tais palavras, buscando no ar um perfume que uma vez mais não encontrou. – Como foi capaz de fazer isto? – Cerrou o maxilar, aproximando-se mais daquela mulher.


Ela arregalou os olhos em espanto, afastando um passo para trás como se soubesse que em poucos segundos as mãos dele estariam ao redor de seu pescoço. Ela permaneceu mirando-o, agora com os olhos ainda mais arregalados, visivelmente assustados com as palavras que ouvira, buscando desesperadamente em sua mente algum motivo para que um hóspede lhe dissesse tais coisas.


– Como foi capaz de fazer isso com Andrade? Não digo por mim, nunca tivemos mais do que sexo, mas Andrade... Sua filha da mãe. Vi seu marido se autodestruindo desde o dia em que você morreu.


 – Deus santo, senhor! - Christopher fechou os olhos de imediato ao ouvir aquela voz doce, assustada, diferente da qual se lembrava. – Acredito que está me confundindo com outra pessoa!


Ele voltou a abrir os olhos, arregalando-os com incredulidade, avançando até Dulce com a raiva gotejando por seus poros extremamente dilatados. Pegou-a pelos braços com força, trazendo-a para perto de seu corpo, chocando-a contra a parede de seu tórax, causando uma reação surpresa em Vanessa, atraindo olhares curiosos para a pequena cena no canto do vasto salão.


A expressão dela passou da surpresa ao pânico, arregalou ainda mais seus olhos, soltando um baixo gemido de medo e agonia.


– Seria capaz de reconhecer seu rosto até se tivessem lhe mudado cada traço. – Disse entre os dentes, mantendo o tom de sua voz baixa, realmente assustador. Apertou-a mais contra seu corpo, sacudindo-a com força, ouvindo o protesto de algumas pessoas que se aproximavam. – Escolhi as rosas do seu velório. – Sacudiu-a uma vez mais, tomado pela fúria, incapaz de perceber que a mulher pedia a pleno pulmões que lhe soltasse. As lágrimas que soltaram dos olhos dela com incrível facilidade nada fizeram a não ser despertar ainda mais sua tormenta. – Escolhi suas coroas, a cor do seu caixão, separei seus documentos... O que fez com a criança que carregava? A criança era minha, não era? Que  diabos você armou, Dulce?


– Não me chamo Dulce! Pelo amor de Deus senhor, está me confundindo com outra pessoa. Não me chamo Dulce! Não sou quem você está pensando!


Christopher sentiu a última gota de razão evaporar-se de seu corpo.


– Como é capaz de mentir tão descaradamente olhando meus olhos. Ninguém, nem mesmo Andrade seria capaz de te reconhecer como eu, Dulce. O que foi que você fez? – Mirou-a com evidente desespero, faminto por respostas. – Como pôde ser capaz de fazer isso?


Para a surpresa de Christopher, em poucos segundos três grandes homens haviam arrancado Dulce de seus braços, perguntando gentilmente como ela se encontrava, caminhando em seguida à suadireção. Não precisava ter visto algum filme para saber que seria expulso do hotel. Não que aquilo lhe importasse. Talvez devesse agradecer àqueles homens, seguramente ele poderia ter matado aquela filha da mãe se continuasse a lhe mentir daquela forma. Não percebeu que suava acusador e tampouco percebeu que todo o salão encontrava-se silencioso. Mais funcionários se aproximavam, uns prestavam solidariedade à Dulce, que permanecia em pânico, mirando-o com seus olhos molhados e avermelhados. Outros o acusavam com olhares incrédulos, cobrando explicações, questionando Vanessa sobre como o ocorrido havia começado.                                


Não percebeu e nem ouviu quando foi a sua vez de ser questionado. Seus olhos permaneceram nos olhos dela, sua respiração extremamente alterada lhe roubava o controle e o equilíbrio... Físico emental.


Rendido, arrebatado, condenado.


Jamais havia sentido semelhante ira ou semelhante desespero.


Ardia. Queimava. Seu interior, sua mente.


Viu que alguém ofereceu uma água a Dulce. Os três homens que seguramente eram os seguranças pegaram-no pelos braços com força, arrastando-o pelo salão, poupando-o de qualquer dignidade ou explicação.


– NÃO! – Ela gritou, recompondo-se, aproximando-se dos seguranças e de Christopher que havia agora deixado de caminhar.


Ela mirou-o nos olhos, trêmula e pálida.


Ele retribuiu o olhar, procurando a mulher que conhecera... A mulher com a qual havia traído seu único amigo e sócio.


Não encontrou.


Era ela. Mas Dulce não estava mais ali.


– Não sou quem o senhor está pensando.– Murmurou ternamente, deixando um assustado e dócil sorriso bailar por seus lábios trêmulos, fazendo Christopher fechar seus olhos, sentindo-se realmente agredido por aquele rosto, por aquela voz, por aquela visível ternura. – Posso ver que o senhor realmente está equivocado. Mas sinto muito... Não sou a mulher que você está pensando. Sinto muito que ela tenha morrido levando um filho seu, sinto muito que tenha tido que enterrá-la, mas senhor... Não sou Dulce. Meu nome é Helena. – Christopher voltou a abrir os olhos, negando com a cabeça. – Sou Helena Diaz, sempre fui Helena Diaz.


Ela fez um sinal para que os seguranças o soltassem e, relutantes, eles o fizeram.


– Não há necessidade de expulsarem o senhor do hotel. – Ela continuou, limpando suas lágrimas, firmando seus cabelos pretos em um solto rabo de  cavalo, passando logo em seguida as mãos por seu uniforme preto e branco. – Eu não queria causar um transtorno ou algum problema para algum hóspede. – Voltou a mirar Christopher. – Desculpe se o confundi. Mas estou segura de que jamais o vi em toda minha vida, senhor.


– Não pode mentir dessa forma. Não para mim.


– Não sou Dulce... Não sou a mulher que você perdeu junto com o seu filho. Eu sinto muito que eles tenham morrido. – Pegou de seu bolso seu documento, estendendo-o para Christopher que não moveu um único músculo para pegar o papel.


– Fique com o seu documento falso. Fique com o seu sorriso, com o seu cheiro e com os seus cabelos falsos... – Cerrou seu maxilar, observando os inúmeros telespectadores à sua volta.


Os olhares de incredulidade foram substituídos por miradas de pena e pesar. Seguramente, ele agora era o homem cego de dor por ter perdido sua amada mulher e seu filho... Tão cego que havia se confundido, pensando que a mulher morta era uma funcionária doce e simples do hotel.


– Colocar-te-ei atrás das grades nem que seja a última coisa que eu faça. Andrade será tolo o suficiente para receber-te de braços abertos... Mas eu não.


– Eu sinto muito senhor... – Seus olhos voltaram a se encherem de lágrimas.


– Não, você não sente Dulce. – Engoliu o nó em sua garganta, mirando-a uma vez mais, ciente dos olhos atentos dos funcionários e dos seguranças sobre a sua figura. – Não sei o que foi que você fez. Não sei a maneira com a qual você fez, mas escute-me, escute-me e lembre-se de quem lhe fala agora... – Sua voz fez com que Helena se afastasse, arrepiando-se dos pés a cabeça com aquele gélido olhar.


O rosto que parecia esculpido por algum artista talentoso parecia agora mais cruel do que belo.


– Se visse meus documentos... Talvez te tranquilizasse e então compreendesse que não sou essa Dulce. Eu poderia... – Ela se calou, deixando de respirar quando ele uma vez mais se aproximou, sem tocá-la dessa vez, deixando os seguranças mais apreensivos e prontos para defendê-la se necessário.


– Se pensa que sabe o que é arder comigo, asseguro-te que farei com que te queime de forma que jamais poderá te recuperar.


– Não me ameace senhor, não te conheço e já disse que está equivocado.


– Não, seguramente você não me conhece, Dulce...


– Helena. – Corrigiu-o. – Meu nome é Helena!


Você quer jogar... – Afastou-se, não deixando de mirá-la nos olhos, pronto para arrumar suas malas e sair daquele hotel. – Eu posso jogar com você. Mas asseguro-te de que dessa vez, o prazer será única e exclusivamente meu.



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Autor(a): itska

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Capítulo 4 – Cavalo de Tróia Helena observou em silêncio a forma como ele deixava o salão, caminhando com passos firmes e lentos, a cabeça erguida, os olhos desprovidos de emoção. A postura ereta de suas largas costas determinava que a frieza em suas palavras eram acompanhadas de um controle e determinação ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 14



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  • sahprado_ Postado em 04/03/2018 - 23:54:22

    Eitaa alguém chama o bombeiro kkk to com medo do que o Christopher pode fazer com essa informação do nome.

  • sahprado_ Postado em 03/02/2018 - 00:05:47

    Definitivamente Tóquio. E o Alfonso nesse rolo todo?

  • sahprado_ Postado em 26/01/2018 - 13:09:14

    Mano o que está acontecendo? To confusa hahaha socorro

    • itska Postado em 02/02/2018 - 20:31:08

      Com os próximos capítulos você entenderá

  • sahprado_ Postado em 19/01/2018 - 00:03:05

    Eu não diria proteção de testemunhas agora mas me fugiu a palavra certa rs tipo fbi? Andrade tava sendo investigado? Tóquio, talvez?

  • sahprado_ Postado em 18/01/2018 - 11:35:06

    Eu tava achando que talvez elas não fossem uma só. Tipo, irmãs, sabe? Mas aí Any e Poncho fazem parte do esquema então eu já tô louca. Será que é algum tipo de programa de proteção de testemunhas, igual tem naquelas séries CSI e Law & Order? A cabeça tá a milhão, socorro! Kkkk

  • sahprado_ Postado em 17/01/2018 - 17:36:31

    Oie, leitora nova aqui! Eita, que confusão! Até agora não consegui decidir se Dulce e Helena são a mesma pessoa. Mas esse nome é bem profético.

    • itska Postado em 17/01/2018 - 22:28:31

      Oi, seja bem-vinda! Logo saberemos...

  • Luiza Keler Postado em 28/12/2017 - 19:13:22

    Contínua *-*

  • karla08 Postado em 22/10/2017 - 19:56:24

    Owwwwwwwwwwwwwwwu que reviravolta, não para

    • itska Postado em 22/10/2017 - 20:18:40

      Não para, mas vou deixar na curiosidade. kkkkk

  • karla08 Postado em 18/10/2017 - 21:52:11

    WHATTT Dulce morta? Se que acabar com a minha vida e ainda por cima o corno sabia de todos os chifres que levava AIAIAIAIAI

  • karla08 Postado em 18/10/2017 - 00:08:14

    Owwwwwwwwwwww eu quero mais, que misteriosos e enigmatísticos esses dois juntos

    • itska Postado em 18/10/2017 - 18:43:04

      tem alguns mistérios


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