Fanfics Brasil - Capítulo 4 Por Prazer

Fanfic: Por Prazer | Tema: Vondy


Capítulo: Capítulo 4

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Capítulo 4 – Cavalo de Tróia


Helena observou em silêncio a forma como ele deixava o salão, caminhando com passos firmes e lentos, a cabeça erguida, os olhos desprovidos de emoção. A postura ereta de suas largas costas determinava que a frieza em suas palavras eram acompanhadas de um controle e determinação inabaláveis. Arrepiou-se dos pés a cabeça, desejando que aquela horrível cena jamais tivesse acontecido, desejando que aquele homem não tivesse lhe confundido com aquela mulher. Limpou as assustadas lágrimas de seu rosto limpo, desprovido de qualquer maquiagem, com seus olhos incapazes de voltar-se para outra figura sem ser a daquele homem. Uma vez mais se arrepiou dessa vez com intensidade redobrada, fazendo-a abraçar-se, aquecendo seus braços desnudos e pálidos.


– Você está bem? – Sua amiga perguntou, com aqueles olhos claros realmente assustados e incrédulos com todo aquele show inesperado.


– Estou bem. Acho que estou bem. – Mirou Anahí, encontrando seu controle, sentindo-se ferida, constrangida e envergonhada por ter sido protagonista de um escândalo em seu local de trabalho. – Ainda não posso acreditar nas coisas que ouvi.


– Não te preocupe com isso, flor. Ele estava atordoado, confundiu-te com essa tal de Dulce, logo se dará conta de seu engano e isso tudo será resolvido.


– Seus olhos pareciam... – Calou-se, respirando fundo. – Jamais vi semelhantes olhos em minha vida. De início pensei que havia cometido alguma besteira, mas então depois percebi que algo estava acontecendo...


– Tire isso da sua cabeça. Vem... – Pegou Helena pelas mãos, recolhendo do chão a bandeja que sua amiga havia deixado cair. – Venha lavar o rosto e te recompor, temos que trabalhar até o fim da noite.


– Acho que ele sentia dor. Dor ou raiva, não sei ao certo. – Engoliu a saliva, caminhando com Anahí até o quarto dos empregados, sentando-se à cama enquanto sua amiga fazia algumas ligações, pedindo para que um amigo as cobrisse no grande salão de refeições durante os dez próximos minutos, assegurando seu gerente de que Helena estava bem, que tudo havia sido verdadeiramente um engano e que ambas estariam em poucos minutos no salão para retomarem suas funções.  – Quem é? Você sabe quem é ele?


– Christopher Uckermann. – Respondeu de imediato, bebendo também um copo de água, ajeitando seu uniforme exatamente igual ao de Helena. – Chegou hoje pela tarde. É empresário, rico e com tudo mais o que estamos acostumadas a ver por aqui. Pareceu ser um homem controlado quando chegou.


– Um homem que perde a mulher não é controlado quando pensa que ela voltou da terra dos mortos... – Levantou-se, aproximando-se de uma das grandes janelas, mirando a quase escuridão na noite. – Tinha certeza de que eu sou ela. Não procurou semelhanças. Bateu os olhos em mim e já deixou de conversar com a mulher. Levantou-se e eu não me lembro de depois ter conseguido respirar...


– Você está impressionada. Eu também ficaria. Foi realmente assustador. Já ouvi falar que alguns homens perdem a razão quando perdem as suas esposas. – Parou ao lado de Helena, tocando-a no ombro com delicadeza e carinho.


– Ela não era a sua esposa. Acredito que era sua amante, não sua esposa.


– Esqueça isso Helena. Trabalhamos nisso há um bom tempo, malucos sempre aparecem. Temos cinco minutos para voltar, acredita que está mesmo bem?


– Sim. Só preciso lavar o rosto.


– Faça isso. Quando acabar o expediente conversamos sobre isso, sim? – Helena assentiu, abrindo um terno sorriso para a única amiga que possuía em vida.


– Vá indo na frente, eu estarei atrás de você em poucos minutos.


– Sim. Tem a certeza de que...


– Estou. Estou bem, te tranquilize. Vá antes que sobre para você também. – Anahí sorriu, assentindo, arrumando uma vez mais seu uniforme, deixando Helena sozinha naquela ampla e silenciosa habitação.


Pegou seu Documento de Identificação em seu bolso, visualizando sua foto, seus cabelos pretos longos e soltos, sua pele branca em contraste com seus olhos castanhos nem claros e tampouco escuros.


Helena Diaz. Sim, ela era Helena Diaz.


Nunca havia tido grande altura. Seu peso era proporcional ao seu tamanho e seu corpo não era uma coisa que a incomodasse. Sempre estivera à vontade com suas curvas, com seu rosto e com o seu tamanho. Era uma mulher normal, simples, que havia trabalhado a vida inteira para sustentar a si mesma e seu irmão já falecido.                                          Caminhou até o banheiro, lavando seu rosto, sentindo somente agora as batidas de seu coração se normalizavam juntamente com o ritmo de sua respiração.                                                                  


Mirou seu reflexo no espelho, reconhecendo a mulher que sempre fora, fazendo uma careta ao observar seus olhos avermelhados pelo choro.


Nada havia mudado nos últimos anos.


O mesmo trabalho, o mesmo rosto, diferentes lugares.


Arrepiou-se uma vez mais, com aquele tom de voz profundo, gélido e masculino penetrando seus ouvidos como se ele uma vez mais estivesse ali, á sua frente, com toda aquela força e ira, com toda aquela beleza e certeza. Precisava vê-lo. Precisava assegurar-se de que ele estava bem, de que o incomodo que ela havia lhe causado já havia se dissipado junto com tanta raiva. O fato de seu rosto ou sua presença incomodar um homem que havia sofrido tanto com a perda de alguém lhe tirava sua habitual calma e concentração.                                        


Voltou para o seu trabalho, servindo e atendendo os hóspedes com naturalidade e simpatia, notando os olhares de curiosidade, os baixos sussurros, os questionamentos não ditos por vergonha ou discrição. Após o encerramento do jantar, ao lado dos demais funcionários, organizou e limpou o salão, preparando-o para o café da manhã.  Agradeceu o fato de não ter sido escalada para trabalhar durante a madrugada no bar que se abria do outro lado do hotel, logo após o jantar.


Dez funcionários eram diariamente escalados para o salão menor no qual ocorriam as reuniões, festas e coquetéis da madrugada, tão famosos no Caribe. Lá, os hospedes curtiam a noite, dançavam, conversam, comiam e bebiam até aproximadamente às 4h da madrugada.                                                                


Helena bateu seu ponto quando o relógio bateu quinze para meia noite. Dirigiu-se diretamente para o pequeno quarto que habitava junto com Anahí, na ala do grande hotel reservada aos funcionários. Mal entrou e já se despediu de sua amiga. Com pressa, Anahí havia tomado um banho e feito um lanche, preparando-se para o trabalho no salão menor para o qual havia sido escalada naquela madrugada.


– Quando penso que dormirei pela noite inteira eles me escalam!


– Dormirei por você.


Anahí lhe dedicou uma careta, soltando um beijo no ar, conseguindo arrancar um dos maravilhosos sorrisos de Helena, que em tempo recorde se enfiou no chuveiro para um banho rápido. Lavou os cabelos, deixando-os secarem naturalmente. Vestiu uma blusa regata branca, simples, sem estampa alguma. Uma calça jeans azul clara, curta, de um jeans envelhecido e velho. Não se preocupou com maquiagem. Escovou os dentes, passou seu creme hidratante necessário para suportar o típico clima do Caribe e esperou apenas alguns minutos antes de tomar coragem e sair de seu quarto. Cumprimentou alguns hóspedes que se encontravam no corredor, notando que os que haviam presenciado a cena no horário do jantar mantinham sobre sua figura um olhar curioso. Parou na recepção, saudando seu colega de trabalho, pedindo de forma reservada o número da suíte que o hóspede Christopher Uckermann se localizava.


– Acho que está procurando confusão, querida. O homem pediu para não ser incomodado quando ligamos prestando nossos serviços.


Helena agradeceu. Não questionou  ou explicou algo ao seu colega, apenas agradeceu e caminhou com pressa até a suíte cento e doze. Parou frente à porta, agradecendo pela hora elevada da noite deixar os corredores quase tão vazios como silenciosos.                                            Ergueu sua mão para bater, abaixando-a logo em seguida ao sentir seu coração bater daquela mesma forma acelerada, inquietante, alertando-a da besteira que fazia procurando aquele homem. Fechou seus olhos, engolindo a saliva, respirando fundo, preparando uma vez mais para bater à porta. Sentiu o frio suor sobre seu rosto, sobre seu corpo. Seus dedos tocaram a grossa e branca madeira. O som produzido acelerou sua respiração, fazendo-a desejar jamais ter tocado aquela maldita porta. Queria partir, mas algo prendia seus pés tornando seu deslocamento impossível. Não soube dizer quantos segundos se passaram até que a porta se abrisse e aqueles olhos uma vez mais repousassem sobre a sua figura.


Arrependimento.


Curiosidade... Ressentimentos, talvez até mesmo saudades.


Não soube distinguir o que havia naqueles olhos, mas soube, tanto por sentir como por ver, que o perigo ainda possuía moradia.  Não disse coisa alguma, apenas continuou a exploração por aquele rosto, sabendo que seu rosto também era explorado.                             


Sentiu-se despida por tanta intensidade. Envergonhada por aparecer tão pouco apresentável.


Engoliu sua saliva, respirando fundo, preparando-se para...


– Peço que me desculpe senhorita Helena


De tudo o que Helena esperava ouvir, aquele pedido de desculpas não estava incluindo.                                                                    


O tom da voz dele era sem dúvida fria. O brilho natural de seu olhar pareceu tornar-se perigosamente mais intenso. Deu um passo para trás, mais por instinto do que por intenção. Ele manteve a mesma postura, a porta do quarto entreaberta.


– Sei que meu comportamento mais cedo foi imperdoável, mas ainda assim queria me desculpar.


Christopher afastou-se da porta, dando passagem para Helena, informando-a com aquele gesto que a convidava para entrar. Ela negou com a cabeça no mesmo momento, com sua respiração tornando-se tão mais intensa quanto às batidas de seu coração. Afastou os cabelos do rosto, deixando de gaguejar interiormente.


– Não é necessário... Isso, não é necessário. Eu apenas vim... – Engoliu a seco, mordendo seus lábios que estupidamente também tremiam. Ele percebeu tal fato, demorando-se em analisar o quanto seus lábios tremiam. – Na realidade não sei por que vim. Acredito que era para certificar-me que todo o engano já havia sido...


– Terrível engano. – Ele concluiu, calando-a momentaneamente. – Tive o desprazer de lhe confundir com uma conhecida.


– Amante... – Disse e então ele ergueu a sobrancelha, molhando seus lábios com a língua, atraindo o olhar de Helena uma vez mais para o seu rosto, para os seus dentes brancos. – Você disse que ela era a sua amante... Bem, não disse com todas as palavras, mas disse que era só sexo então pensei que ela...


– Isso não importa. – Engoliu a saliva, respirando fundo. – Sua morte é recente. Era próxima de meu ciclo... Bebi demais, misturei as coisas e resultou naquela cena terrível.  Com a minha cabeça mais sã, é quase incompreensível que eu tenha lhe confundido com aquele tipo de mulher. – Aproximou-se de Helena, a qual não percebeu que se encontrava dentro da habitação até aquele momento. – Não tem nada dela. Nada... – Ele baixou seu tom de voz, obrigando uma Helena ligeiramente ofegante e confusa a mirá-lo com ainda mais atenção, focando seus lábios perfeitos, embebedando-se com seu perfume extremamente masculino.


Ele tinha algo.


Sem dúvidas ele tinha algo.


Talvez fosse os cabelos, o modo de falar ou de olhar...


Possivelmente fosse o modo de agir, de analisar...


Não soube definir. Seu sexto sentido dizia para sair dali o mais rápido que pudesse.


– Fico feliz que a confusão tenha sido desfeita. – Preparou-se para sair, mordendo seus próprios lábios ao dar-lhe as costas.


– Peço-lhe que me dê à chance de reparar o terrível engano que cometi com a senhorita, Helena. – Helena negou com a cabeça, virando-se, abrindo um sorriso trêmulo e doce.


– Não é necessário. Que o senhor já tenha deixado de se equivocar...


– Christopher. – Ele voltou a murmurar e então Helena encontrou a palavra que procurava para defini-lo: Poder. Aquele homem exalava poder. – Não precisa me chamar de senhor. Meu nome é Christopher Uckermann.


– Prefiro manter o senhor. Sou uma funcionária, o senhor um hóspede, neste hotel não temos esse tipo de intimidade com um cliente.


– Jante comigo amanhã.


– Receio ter que recusar senhor Uckermann. – Engoliu a saliva, controlando sua própria respiração, consciente da debilidade de seu equilíbrio, tanto físico como mental. – A ideia de que minha imagem se fizesse desagradável a um hóspede foi o que me trouxe até aqui. – Mirou-o nos olhos, concentrando-se naquele poder e perigo, mantendo-se afastada da tentação de tocá-lo, certificando-se de que realmente era feito de carne ao invés de mármore.  – Fico aliviada que tudo tenha sido resolvido. É o suficiente para mim.


– Mas não para mim.                                                                                                     


Helena desviou o olhar, mantendo seu estúpido lábio inferior trêmulo entre os seus dentes, agarrando suas próprias mãos na tentativa de mantê-las imóveis.                                                                                            


Estava dentro do quarto daquele estranho e nem ao menos sabia como havia ali entrado. Ele mantinha aquela pesada mirada sobre a sua figura, observando-a como um leão observava a sua presa antes do ataque. Estava segura de que ele sabia que seu coração batia com uma velocidade assustadoramente exaltada. Estava segura de que ele sabia a temperatura exata de seu sangue.


Sim ele sabia... Sabia e não fazia questão de esconder.


– Não costumo me portar daquela forma com quem quer que seja ainda mais com uma mulher tão delicada como a senhorita. Se existe uma coisa da qual me orgulho é do respeito e da educação que meus pais me ensinaram a ter com as mulheres. Minha consciência pesa, sinto-me envergonhado, incomodado, por favor... Um jantar como um pedido de desculpas.


Christopher observou como ela hesitava, voltando a mirar seus olhos, franzindo as sobrancelhas como se estivesse analisando todas as consequências por aceitar aquele aparente convite. Sua mente ameaçava a entrar em curto desde o momento no qual havia visto aquele maldito rosto naquele salão.                                                       


Aquela filha da mãe havia modificado a própria essência para se livrar de seus crimes. Aquela maldita ordinária conseguia representar o papel de Helena tão bem como o de esposa perfeita e amante apaixonada, sedenta por um prazer que seu patético e perfeito marido não conseguia lhe dar.                                                                                                


O olhar, a fala, os cabelos, os cheiros, as roupas, os gestos, o sorriso... Tudo. Ela havia modificado tudo. Ela havia renunciado a uma vida de luxo, riquezas e confortos para ser uma garçonete em um hotel do Caribe. A antiga sensualidade fora substituída por uma inocência tão descaradamente escancarada que o estômago de Christopher se embrulhava conforme os segundos se passavam.                                   Trêmula, pálida, gaga, sem um único resquício de maquiagem, perfume ou seda... Aquela mulher havia se convertido em seu oposto após sua forjada morte e, o pior de tudo aquilo, era que Christopher nem se quer podia imaginar o motivo de tal transformação. Se ele não estivesse tão seguro de sua sanidade mental, diria que havia enlouquecido, diria que seu interior torpe havia encontrado uma mulher qualquer de simples, para inserir o rosto da única mulher que havia lhe feito verdadeiramente arder de desejo. Se ele não estivesse tão seguro de sua sanidade mental, reconheceria que os atos da mulher à sua frente respondiam por si só a pergunta se em algum dia de sua vida ela dormira na mesma cama que ele.


Como se não o conhecesse. Tudo nela gritava, toda ela agia, como se jamais em vida, antes daquela  noite fatídica, houvesse o encontrado ou visto seu condenado rosto em algum jornal.                                                           


Como era possível uma pessoa influente como Dulce passar-se por morta durante oito meses? Em que buraco ela havia se enfiado durante tanto tempo? Quem havia a ajudado a manter-se morta para o restante do mundo? Porque uma mulher que tinha muito mais que tudo forjaria a própria morte? Como ela havia partido do México? Por quê? Por Quem? Com quem?


Sua cabeça fervilhava. Suas mãos com muito custo mantinham-se paradas, calmas, longe dos braços e do pescoço do espécime de gente mais ordinário que conhecera em toda a sua vida. Nem um único sinal das mentiras. Nem um único sinal do fingimento. Seguramente ela era uma atriz digna de um Oscar. Nada nela fazia com que Christopher reconhecesse o desafio e o prazer característicos de Dulce quando entrava em alguma espécie de jogo. Fria. Helena. Concentrada.
Helena.


O que ela queria?


Até aonde permitiria que aquela loucura chegasse? Será que não sabia que bastava apenas uma pessoa, uma foto ou uma ligação para que todo aquele circo fosse desarmado?  Por que ela não fugira quando o viu? Não tinha medo da verdade?


Ser desmascarada por ele não lhe causava medo?


O que ela fazia ali em seu quarto, dizendo se importar com os seus sentimentos quando Dulce, a mulher de Andrade, jamais se importara com os sentimentos de ninguém além dos dela?


Como ela podia olhar seus olhos dizendo-lhe tamanhas mentiras?


Quem era ela? No que havia se transformando?


– Não posso senhor. O trabalho aqui é árduo, não tenho tempo para dormir, quanto mais jantar com um hóspede. – Suspirou aparentemente aliviada. – Fico feliz que tudo esteja resolvido. Perdoe-me por qualquer mal entendido.


Não peça desculpas. – Fechou rapidamente seus olhos, arrancando sangue de seus lábios ao mordê-los em busca de controle. – O engano foi meu.


– Sou Helena Diaz. Caso ainda precise de confirmação, meu cadastro está na recepção. Este hotel tem um esquema muito rigoroso para contratar seus funcionários. Eu sinto muito pela sua...


– Amante. – Ela assentiu, corando violentamente. – Na verdade eu era o amante. Dulce era casada com o meu melhor amigo.


O olhar que Helena lhe lançou, repleto de espanto, julgamentos e acusações fez com que Christopher tomasse naquele instante a decisão mais inadmissível de toda a sua vida. Aproximou-se dela uma vez mais. Ela deu um leve passo para trás, uma vez mais por instinto do que por vontade. Iria jogar aquele jogo como jamais havia jogado em sua vida. Não mediria esforços e tampouco as consequências para chegar à verdade que aquela dissimulada insistia em esconder apesar de seu estúpido rosto. Passaria por cima do que ela era e do que ela seria para dissecar lhe, arrancando-lhe as verdades, os motivos e qualquer outra resposta que necessitasse. Destruiria aquela mulher lentamente, entrando em seu jogo, permitindo que ela pensasse que estava enganando o idiota do sócio e amigo de seu marido ainda mais idiota. Acabaria com ela. A humilharia em público. Destroçaria a sua vida sem deixar-lhe uma única esperança de recomeço. Ela iria pagar por aquelas mentiras, por aquele grau elevado de dissimulação e descaramento. Ela iria implorar por perdão. Confessaria seus pecados de joelhos e passaria o resto de sua vida atrás das grades.


Aquele era o jogo.


O seu jogo.


E ele iria ganhar.


– Sinto muito por sua... Amante. – Ela uma vez mais corou, fazendo Christopher respirar fundo, identificando pela primeira vez um perfume no ar.


Ela cheirava a rosas.


Algo suave, minimamente doce e discreto.


– Boa noite senhor Christopher.


– Um jantar, Helena. Será um jantar e então depois você decidirá se poderemos nos encontrar novamente depois disso. – Christopher percebeu uma vez mais a hesitação nos gestos dela, como se lutasse entre o aceitar e declinar. – Puramente um pedido de desculpas. Gostaria de realmente me retratar, tirar a impressão que causei. - Ela negou com a cabeça, mirando-o nos olhos com ternura e embaraço. Deu outros passos para trás, preparando-se para sair do quarto.


– Eu sei como isso termina.


– Não tenho segundas intenções.


– Boa Noite Senhor Christopher. – Repetiu uma vez mais e deixou o quarto com passos rápidos, lembrando-se de fechar a porta às suas costas, segurando tanto sua respiração ainda alterada como sua incontrolável vontade de aceitar aquele convite ao invés de declinar com educação e discrição.


 Meteu-se em sua cama após colocar uma camisola velha e leve.


Fechou seus olhos na tentativa fracassada de adormecer.



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Autor(a): itska

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 14



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  • sahprado_ Postado em 04/03/2018 - 23:54:22

    Eitaa alguém chama o bombeiro kkk to com medo do que o Christopher pode fazer com essa informação do nome.

  • sahprado_ Postado em 03/02/2018 - 00:05:47

    Definitivamente Tóquio. E o Alfonso nesse rolo todo?

  • sahprado_ Postado em 26/01/2018 - 13:09:14

    Mano o que está acontecendo? To confusa hahaha socorro

    • itska Postado em 02/02/2018 - 20:31:08

      Com os próximos capítulos você entenderá

  • sahprado_ Postado em 19/01/2018 - 00:03:05

    Eu não diria proteção de testemunhas agora mas me fugiu a palavra certa rs tipo fbi? Andrade tava sendo investigado? Tóquio, talvez?

  • sahprado_ Postado em 18/01/2018 - 11:35:06

    Eu tava achando que talvez elas não fossem uma só. Tipo, irmãs, sabe? Mas aí Any e Poncho fazem parte do esquema então eu já tô louca. Será que é algum tipo de programa de proteção de testemunhas, igual tem naquelas séries CSI e Law & Order? A cabeça tá a milhão, socorro! Kkkk

  • sahprado_ Postado em 17/01/2018 - 17:36:31

    Oie, leitora nova aqui! Eita, que confusão! Até agora não consegui decidir se Dulce e Helena são a mesma pessoa. Mas esse nome é bem profético.

    • itska Postado em 17/01/2018 - 22:28:31

      Oi, seja bem-vinda! Logo saberemos...

  • Luiza Keler Postado em 28/12/2017 - 19:13:22

    Contínua *-*

  • karla08 Postado em 22/10/2017 - 19:56:24

    Owwwwwwwwwwwwwwwu que reviravolta, não para

    • itska Postado em 22/10/2017 - 20:18:40

      Não para, mas vou deixar na curiosidade. kkkkk

  • karla08 Postado em 18/10/2017 - 21:52:11

    WHATTT Dulce morta? Se que acabar com a minha vida e ainda por cima o corno sabia de todos os chifres que levava AIAIAIAIAI

  • karla08 Postado em 18/10/2017 - 00:08:14

    Owwwwwwwwwwww eu quero mais, que misteriosos e enigmatísticos esses dois juntos

    • itska Postado em 18/10/2017 - 18:43:04

      tem alguns mistérios


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