Fanfic: Por Prazer | Tema: Vondy
Capítulo 5 – Um Novo Homem
Christopher voltou a sentar-se na cama, secando-se após um longo banho frio. Seus olhos frios e compenetrados miravam com férrea determinação o espetáculo da iluminação da lua sobre as águas cristalinas daquele maravilhoso mar. Seus punhos cerrados agarravam o lençol de linho sob seu corpo. O notebook sobre a cama havia lhe informado que Andrade havia conseguido trabalhar durante todo o dia sem precisar de auxílio ou socorro. Podia manter-se em contato com todos com o advento da internet. Profissionalmente, não tinha dúvidas que Andrade era capaz de lidar com toda a situação estabelecida com a falsa morte de Dulce, porém emocionalmente...
Como ele reagiria quando visse Dulce viva?
Os oito meses haviam transformado um homem calmo, perdidamente apaixonado, completo e feliz em um homem exausto de saudades, infeliz e intensamente consciente de que não havia como quebrar uma sociedade estabelecida do pó com o amante de sua esposa morta porque a empresa, que levava tanto o seu sangue como o sangue de Christopher, possuía contratos que juntos somavam bilhões de dólares, contratos que uma sociedade desfeita mandaria direto ao inferno. Mantinha uma relação puramente profissional, a base de claras conversas, escassas discussões e extrema frieza na hora de tomar decisões tão sérias quanto à de manter a sociedade mesmo depois de todo o ocorrido. Aquela mulher havia fingido uma morte e permitindo que seu marido fiel morresse ao não avisá-lo sobre suas mentiras. Tudo havia acabado. O relacionamento construído com anos de uma exaustiva faculdade e uma ainda mais exaustiva subida ao topo do mundo empresarial, no ramo da Engenharia, havia também sido uma vítima da falsa morte daquela mulher... Oito meses de silêncio. Oito meses de olhares vazios e palavras duras, desprovidas de qualquer emoção... Era como se aquela cena no closet jamais houvesse acontecido. Era como se Andrade tivesse se permitido a esquecer de tudo somente para manter imaculada a imagem de Dulce em seu interior e manter também, a empresa que haviam construído com tantos litros de sangue e suor.
Erros demais. Consequências duras, escolhas equivocadas.
A loucura de estar com ela havia lhe tirado a confiança do único homem no qual ele mesmo havia confiado. A traição dele para com Andrade e tudo o que tinham só aparecera aos seus olhos quando o caixão lacrado de Dulce fora colocado em sua tumba. Aparecera e terminara também... Mas a traição dela estendia-se, atingindo picos inacreditáveis e inalcançáveis. Por que ele estenderia aquilo? Por que não ligava agora para a polícia, para Andrade e acabava com toda aquela farsa? Por que vingar-se de algo que para ele não deveria significar nada?
Havia a apagado de sua memória até vê-la.
Havia cometido o erro de achar que aquela morte não havia lhe causado mais que um dano superficial. Jamais alguém havia lhe atingido com tamanha violência, lhe enganado com tamanha sinceridade e profissionalismo.
Precisava saber quem era aquela mulher.
Precisava responder as perguntas anteriormente feitas ao seu íntimo até que não restassem mais dúvidas de que o que via era real. De que era ela, Dulce, Helena, no esplendor de suas mentiras, de sua ganância, ou seja, lá o que for que ela fazia em sua vida e na vida de Andrade.
Precisava da certeza de que não sobraria nada dela.
Precisava da certeza que teria seu coração e sua alma destroçados.
Então a devolveria para a Andrade... Ele não faria nada além de recebê-la em seus braços, movendo uma parte do mundo que possuía em suas mãos para livrá-la de qualquer punição. Andrade era apaixonado, bom por natureza, amante de amar aquela mulher, mas Christopher não... Não a tinha amado antes e tampouco a amaria agora. A arte de seduzir e influenciar estavam em seu sangue. Ela havia lhe destroçado um exército, mas em menos de vinte e quatro horas ele já teria formado outro e este... Este destroçaria como um câncer a compaixão, a admiração, o desejo e a veneração que algum dia pudera ter por ela. Encarregar-se-ia de que ela permanecesse morta para os que assim a julgavam. Traçaria estratégias para quando por fim conseguisse sair dali, com ela ao seu lado.
Europa, Brasil, Austrália...
Helena iria receber a paixão de um Christopher que jamais havia amado alguma mulher sem ser sua própria mãe. Entrelaçaria sua vida com a dela até que Dulce se esquecesse de que era agora Helena.
Até que Dulce se esquecesse de que ela estava jogando.
Ela também estava armada até o pescoço... Seria uma briga de Leões. A primeira briga à altura desde que alcançara o topo profissionalmente.
Helena o viu novamente no café da manhã.
Seus olhos escuros desviaram a mirada de sua figura chamativa ao canto do grande salão. Ele vestia um jeans claro, dobrado até a altura das canelas, uma camisa azul também clara que seguia o mesmo padrão clássico de corte e tecido da camisa com a qual havia o visto na noite anterior. Seus cabelos estavam mais escuros, pois se encontravam molhados... Levava o rosto limpo de qualquer vestígio de pelos, com a mesma expressão concentrada de quando havia se sentado naquela cadeira cedo demais para um homem de férias. Ele lia jornal e suas mãos fortes segurando as folhas com a facilidade de quem fazia aquilo todas as manhãs chamavam a atenção por suas unhas limpas, o relógio reluzindo em seu pulso... Era a figura de um homem belo, de modos sofisticado e visivelmente rico. O incidente ocorrido no jantar atraia ainda mais a atenção das pessoas para a sua figura aparentemente tranquila e alheia á toda a curiosidade que o rondava. Ele havia cruzado o salão de óculos escuros, sentando-se na mesma mesa afastada, quase que íntima e tomado uma boa xícara de café enquanto pedia com educação os dois principais jornais do México.
Não havia a visto.
Helena sabia disso porque teria sentido a mirada dele sobre a sua figura.
Engoliu a saliva, questionando-se se seus olhos levemente maquiados chamariam muito a atenção àquela hora da manhã. Levava posto seu uniforme de trabalho branco e preto, os cabelos presos em um rabo de cavalo simples... Era óbvio que ele não havia a visto. Havia mulheres deslumbrantes naquele salão, loucas para atrair a mirada de um homem que fora capaz de perder todo o controle ao confundir uma simples funcionária do hotel com a mulher que todos pensavam ser sua esposa grávida.
Ele ergueu a mão, procurando por algum funcionário.
Seu gerente mirou-a, pedindo para que fosse atendê-lo apesar do incidente anterior. Helena mirou Anahí que nada fez a não ser continuar seu serviço, dedicando-lhe furtivas miradas de encorajamento enquanto preparava uma mesa recém vaga para os próximos hóspedes. Helena se pôs a andar com pressa, com seu coração saltando em seu peito. Passou a mão em seus cabelos, abaixando os fios que insistiam escapar do laço negro que segurava seus cabelos também negros. O cheiro dele foi a única coisa que pôde sentir quando por fim chegou à fatídica mesa.
Respirou fundo, arrependendo-se logo em seguida.
– Senhor Christopher, no que posso ajudá-lo?
Ele ergueu a cabeça do jornal com calculada lentidão, mirando-a diretamente nos olhos, capturando sua total atenção e sentidos quando lhe sorriu brevemente, ironizando que estivesse ambos ali, de frente um para o outro, naquela mesma mesa afastada.
– Helena. – Ele murmurou em um comprimento, com sua voz aveludada disputando com o tato o poder de acariciar. – Bom dia. – Continuou, levantando-se da mesa, fechando o jornal com rapidez, deixando-o rapidamente na cadeira ao seu lado. Voltou a mirá-la, dedicando-lhe uma vez mais aquela atenção desconcertante.
– Bom Dia. Em que posso lhe ajudar?
– Já tomou café da manhã? – Ela franziu ligeiramente as sobrancelhas, mantendo sua postura, demorando mais do que o necessário para responder àquela pergunta. Será que nenhuma outra funcionária poderia atendê-lo?
– Sim, senhor. Todos os funcionários tomam café antes do expediente.
– É uma pena. O café deste lugar é realmente de grande qualidade.
– Temos cozinheiros renomados, fazem sempre um bom trabalho.
O silêncio reinou.
Helena manteve sua mirada firme, esperando que ele pedisse o que precisava.
– Não pude dormir. – Ele começou a dizer, desviando rapidamente seu olhar, voltando rapidamente a mirá-la como se estivesse dizendo algo do qual se envergonhava. – Meu emprego fez-me acostumar-me a dormir mesmo quando o mundo está ruindo, mas ainda assim, hoje eu não pude dormir... – Negou com a cabeça, mordendo sutilmente os lábios, mirando-a diretamente nos olhos. – Estou trabalhando oito meses consecutivos desde que ela morreu e essa foi à primeira noite que algo realmente tirou-me o sono.
– Senhor Christopher, eu não quis...
– Você não quis... Sou eu quem quer. – Aproximou-se após pegar da mesa seus óculos escuro. – Quando olhei você, algo despertou em mim. Acredito que só percebi que estava meio morto após mirar-te sentado nesta mesma mesa.
– Está abalado. Acredito que deva haver uma semelhança entre ela e...
– Não há semelhanças. Há o meu equivoco e a minha vontade de entender o que há em você que despertou todo aquele vendaval em mim. Há a minha necessidade de me desculpar, minha insistência... – Ele calou-se, mordendo sutilmente os lábios uma vez mais em um gesto distraído. Aproximou-se de Helena, fazendo com que ela recuasse um passo para trás, abrindo mais os olhos, dedicando-lhe toda a sua atenção e apreensão. – Eu não faço isso. Não falo essas coisas... Não o homem que eu costumava ser. – Mirou o imenso mar, com as águas azuis tão cristalinas refletindo uma calma que em nada fazia parte dos sentimentos que guardava em seu interior naquele momento.
– Mas é que as coisas mudaram. Ela morreu, perdi meu melhor amigo e então... – Assentiu com a cabeça, com seus olhos tornando-se levemente cristalinos, ainda mais intensos, transmitindo um falso tormento, um falso sentimento de pesar e ausência. – Esqueça. – Sorriu brevemente, colocando em seguida seus óculos escuros. – Não sei por que estou fazendo isso, agindo assim, eu não... Perdoe-me Helena, por ontem, por hoje... Não vou mais te importunar com essas besteiras.
– Não são besteiras. Não diga isso. – Respirou profundamente, levando suas mãos trêmulas para trás de suas costas, mantendo firme sua mirada sobre ele. – Acredito que deve ser a primeira vez que o senhor...
– Sim... Que falo sobre isso, que penso sobre isso. Acredite, eu não sou assim, na maior parte do tempo tenho total controle sobre o que penso e sinto. Governo minha vida e minha empresa seguindo as minhas regras, meus princípios... Mas então eu te vi ontem e isso não pôde sair da minha cabeça. – Tirou os óculos, aproximando-se ainda mais de uma Helena que dessa vez não se moveu de seu lugar. – Não me dê atenção. Esse surto inaceitável é resultado de oito meses exaustivos de trabalho. Andrade estava afastado, ficou tudo em minhas costas... Tóquio, Berlim, São Paulo...
Ele voltou a colocar seus óculos, deixando que uma vez mais o silêncio caísse sobre ambos. Os telespectadores os observavam sem vergonha ou discrição, o visível desconforto de Helena deixava tanto o gerente como os seguranças em alerta.
– Tenha um bom dia, Helena. – Sorriu, deixando-a, caminhando uma vez mais com passos firmes até a sua suíte.
Anahí aproximou-se, mirando-o partir novamente.
– O que ele disse dessa vez? – Começou a tirar a mesa, junto com uma Helena alheia e pensativa.
– Acredito que algumas confissões perdidas em sua mente. – Retirou a xícara de café, os jornais, podendo ainda sentir o perfume dele pairando no ar.
– Ele pareceu ser um homem muito calmo nesta manhã. O Jonas e a Dolores disseram que foi muito educado, tanto na hora do café como na hora da arrumação do quarto.
– Não vi hoje e nem ontem à noite a fúria que presenciei neste salão. A morte dessa mulher deve ter mudado a vida de muita gente, inclusive a dele.
– Meu alarme está apitando. Sinto um tom de admiração em sua voz. – Terminaram de tirar a mesa, organizando-a para o próximo hóspede.
– Não diga tolices, Any. Não há como sentir admiração por um homem que teve um caso com a esposa do melhor amigo. Pelo amor de Deus! – Anahí fez uma careta, organizando as cadeiras enquanto Helena organizava o novo vaso de flores.
– Acho melhor você também ligar o seu alerta. Homens como ele não procuram mulheres como nós para desabafar... Está interessado em você.
– Mais uma tolice. Eu o lembro da amante morta, quer distância de mim.
– Ou não. Se eu fosse você... – Sorriu maliciosamente, arrancando uma careta de Helena. – Aproveitaria esse interesse. Sairia dessa sua vida monótona de trabalhadora desde os cinco anos de idade e me jogaria de cabeça em um romance de verão.
– Romance de Verão? Qual é o seu problema? – Anahí gargalhou com vontade, ajudando-a na arrumação de outras mesas de seu setor. – Acredita que aquele cara tem romances de verão?
– Não. Acredito que ele transforma seus romances de verão em amantes cobertas com diamantes e seda. Você ficaria linda com diamantes e seda, Helena.
– Tomou alguma droga no turno da madrugada? Você está especialmente estúpida nesta manhã! – Anahí sorriu uma vez mais, deixando Helena sozinha com seus pensamentos, tratando de servir um casal de hóspedes que pareceu não se importar muito com o seu estado de ânimo.
Após o almoço já estavam exaustas.
A pausa de 30 minutos deu a Anahí um cochilo delicioso e a Helena oportunidade de abandonar-se aos seus pensamentos. Aproveitava a pausa para relaxar, preparando-se para o período de café da tarde, porém, naquele dia, não pôde desligar seus pensamentos de sua vida de trabalhadora desde os cinco anos de idade, como havia dito Anahí.
Não havia o visto desde o café da manhã.
Ele não havia ido ao almoço, à praia e tampouco à ala de piscinas. Era claro que o hotel era grande o suficiente para que passassem dias no mesmo lugar e não se encontrassem, mas por algum motivo desconhecido, em seu coração e em sua mente Helena havia esperado encontrá-lo uma vez mais. Mesmo com sua notável educação e gentileza ao dirigir-se a ela após o fatídico acontecimento, aquele brilho de poder e perigo não poderia, nem se ele quisesse, ser oculto de seus olhos quase castanho claros. Mesmo após aquela pequena exposição do que sentia Helena sabia que o mistério fazia parte do homem que ele era. Não o conhecia e também não procuraria saber realmente quem era... Anahí havia dito que era empresário, rico, o que era comum nos homens que passavam as férias em hotéis como aquele no Caribe... Mas havia algo mais. Helena sentia, inconscientemente sabia que havia algo mais.
Anahí possivelmente estava certa sobre as amantes, a seda e o diamante.
Ela provavelmente estava certa sobre o poder, o perigo e o mistério.
Mirou seu gerente que naquele instante adentrava na simples habitação de descanso de funcionários.
Alfonso era um homem estupidamente belo com seus 35 anos. Estava sempre bem vestido, com seus cabelos negros sempre penteados formalmente e o rosto pouco comum livre de barba ou qualquer outro tipo de machas. Seus olhos verdes claros eram tão sérios e discretos como sua própria personalidade. Raramente elevava a sua voz ou perdia o controle sobre alguma situação. Seu porte atlético encontrava-se noventa por cento do tempo escondido por ternos de bom corte e cores escuras. Era um homem ciente de suas responsabilidades como um dos gerentes de um hotel que tinha tudo para ser, na próxima temporada, o melhor do Caribe.
– Helena, você está escalada para o coquetel dessa noite, o seu uniforme está na lavanderia. – Helena assentiu, sorrindo para uma Anahí adormecida que finalmente poderia dormir naquela noite. – Está tudo em ordem? Digo... Após o incidente da noite passada?
– Sim, senhor Alfonso. Está tudo em ordem. O senhor Uckermann desculpou-se, confirmando o seu equivoco.
– Desculpou-se? – Franziu as sobrancelhas. – Curioso.
– Se me permite senhor... Por que curioso?
– Sabe quem é Christopher Uckermann?
– Helena negou com a cabeça. – Então está explicado. O coquetel inicia-se às onze da noite. Já sabe o procedimento padrão, sim?
– Sim senhor.
–Avise Anahí, quando ela acordar, que ela está de folga esta noite do jantar e do coquetel. – Helena sorriu uma vez mais.
– Ela ficará grata, senhor. – Alfonso assentiu, mirando Anahí durante longos segundos, deixando a sala com tanta descrição como quando havia entrado.
– Folga na janta e no coquetel? – Abriu somente um olho, denunciando que estava acordada durante toda a conversação. – Ele bateu com a cabeça?
– Ele está apaixonado, isso sim!
– Se você começar com esse assunto uma vez mais... – Helena levantou-se.
– Ok, ok... Vamos você ainda tem o café da tarde antes de sua folga.
– E você tem um coquetel com o senhor sensualidade Christopher Uckermann.
– Não vamos nos encontrar, aquele lugar é imenso!
– Claro... Eu também não vou dormir a noite inteira!
– Se você começar com esse assunto uma vez mais... – Anahí sorriu, levantando-se de vez, ajeitando seu uniforme idêntico ao de Dulce.
– Estou de folga! Ah eu estou de folga! Dormir, dormir e dormir...
– Sem graça.
– Você poderia não ir ao coquetel hoje pela noite.
Os olhos de Christopher subiram para mirá-la, percorrendo desde as unhas bem feitas de seus pés até os seus olhos, os quais ela dedicava grande atenção ao maquiar-se como fazia naquele instante, na ponta dos pés, inclinada sobre a pia, de frente para um longo espelho de um banheiro extenso, completamente masculino decorado em mármore preto e branco.
Haviam acabado de tomar banho.
Ele havia acabado de sair de dentro dela e ainda assim seu corpo encontrava-se fervente e inquieto, marcado pelo sexo e pelo prazer.
– Perdeu a cabeça Dulce? Esse coquetel é uma celebração do contrato magnífico de Tóquio. Não posso simplesmente não ir. Seu marido ficaria decepcionado.
– Decepção não mata. – Ela tirou a toalha que rodeava seu corpo ainda úmido, ficando completamente nua. Virou-se novamente de costas para ele, roçando seu pé esquerdo em seu calcanhar direito, terminando de maquiar seus olhos, utilizando os dedos para ajeitar o batom que agora levava nos lábios.
– Nós fechamos um contrato bilionário Dulce. Trabalhamos longos anos para conseguir esse sucesso, não vou declinar o convite porque você aparentemente fica desconfortável com seu amante e o seu marido no mesmo ambiente. – Ela dedicou-lhe um sorriso irônico e uma negativa sutil com a cabeça.
Christopher já se encontrava vestido com uma calça social preta, de fino corte e perfeito caimento. Calçou os sapatos antes de colocar seu relógio para então depois aproximar-se de Dulce, mirando-a pelo reflexo no espelho, tocando sua barriga e seu quadril enquanto colava seu corpo na traseira daquele corpo nu de pele macia e deliciosa.
– Vou ao coquetel. – Afastou-lhe os cabelos da nuca, beijando aquela pele também nua e perfumada. – Terá que ser forte e suportar o seu tocante constrangimento.
Segurou-a com mais força pela cintura, percorrendo suas mãos pelo interior de suas coxas, acariciando-a, atingindo sua feminilidade, beijando-a ainda na nuca, no pescoço, deliciando-se ao senti-la empurrar contra seu corpo, colando seu traseiro em sua intimidade, mirando-o com sarcasmo e prazer através do espelho. Ele mordiscou lhe a orelha, metendo sua perna entre as dela, forçando-a a separar as coxas para permitir que seus dedos deslizassem para dentro dela, arrancando um suspiro de ambos. Dulce fechou os olhos, apoiando-se na pia com uma mão, unindo a outra mão à dele no meio de suas pernas.
– Deus do céu Christopher, você é insaciável... – Sugou o ar em um gemido interrompido, apertando os olhos conforme ele atingia o ponto de máximo prazer, avançando, recuando, esfregando, e então entrando e entrando...
– Culpa sua querida... – Acariciou lhe o seio, escorrendo a mão até sua barriga, deixando rastros vermelhos por onde seus dedos passavam, utilizando sua língua para beijar-lhe os ombros, o pescoço. Ela gemeu mais alto, jogando a cabeça para trás, voltando a abrir os olhos ao encostar sua cabeça sobre o peito de Christopher.
– Eu não podia estar aqui... Ainda. – Ele sorriu, tirando o cinto que segurava sua própria calça sem deixar de acariciá-la, sentindo seus dedos molhados conforme avançava, adentrando naquele interior fervente e apertado.
– Pode partir quando quiser... – Ela gemeu uma vez mais, cravando suas unhas sobre a mão de Christopher, sentindo mais forte a pressão da pia contra seu ventre, sentindo mais forte o fluxo de calor que percorria seu corpo deixando-a queimando viva.
– Você não tem piedade. – Sorriu, segurando-se na pia quando ele a penetrou com uma única investida forte e profunda, mantendo-a colada a ele ao segurá-la pela barriga, permanecendo parado enquanto aqueles músculos internos apertavam-no em contrações repetitivas e velozes, molhando-o em seguida, denunciando a chegada de um orgasmo. Ele moveu-se lentamente, segurando-a pelos cabelos, prensando-a ainda mais contra a pia escura de mármore, ouvindo outro lento gemido ao penetrá-la ainda mais fundo.
– Nunca fui um homem piedoso, Dulce... Você deveria saber disto. - Investiu uma vez mais, tirando-a do chão por breves segundos, arrancando dela um gemido ao meio de um riso de surpresa e prazer. Movimentou-se sem parar, entregando em seu ouvido um gemido de prazer e entrega.
– Christopher... – Ele abaixou novamente a mão, acariciando o botão de sua feminilidade com movimentos circulares e velozes.
– Sim… é o Christopher. – Beijou-lhe os lábios, tirando-a do chão novamente em outra forte investida. – É sempre o Christopher.
– Não pare... – Ela gemeu, acompanhando-o em seu ritmo, baixando a cabeça ao sentir seu corpo formigar dos pés a cabeça, tremendo por um orgasmo sentido e por outro que não demoraria a se aproximar. – Não pare... – Repetiu e então Christopher foi obrigado a fechar seus olhos,
intensificando seus movimentos, colando seu torso as costas dela, abraçando-a com todo seu corpo.
Segurou-se na pia, sustentando seu corpo e o dela, sabendo que não demoraria muito para que novamente, naquela sincronia, chegassem ao topo do prazer.
– Vai ter que tomar outro banho... – Ela o mirou e para a surpresa de Christopher sorriu-lhe, verdadeiramente sorriu-lhe.
– Você também... – Gemeu.
– Ainda não estou nem suado.
Ela gargalhou, fazendo-o sorrir também, compartilhando um pecado e um desejo que a cada investida pareciam tornar-se ainda mais insaciáveis.
– Você não vale nada, Christopher... – Ele deixou de sorrir, mirando-a com satisfação ao vê-la gemer e sorrir genuinamente uma vez mais.
Helena mirou fixamente seus olhos no espelho, procurando um sinal de que havia exagerado na maquiagem. O pequeno quarto, arrumado e profundamente silencioso era o lugar do qual não sentia vontade de sair naquela noite. Anahí deixou o banheiro, enxugando seus cabelos loiros e cumpridos recém-lavados, com seus olhos azuis ressaltando ainda mais sua pele branca. Helena admirou-a. Era linda. Extrovertida, uma mulher com verdadeira opinião e personalidade que havia começado a trabalhar cedo para cuidar da mãe doente e agora falecida. Uma princesa... Uma mulher que merecia ser coberta de atenção, carinhos e também sedas e diamantes. Uma batalhadora que merecia receber o olhar de um homem como Alfonso Herrera, que merecia um descanso daquele trabalho exaustivo que parecia não terminar nunca.
– Deus meu... – Helena ergueu a sobrancelha, surpresa por estar perdida em seus pensamentos e não perceber que Anahí também a mirava. – A última vez que te vi arrumada assim foi... Não, eu nunca te vi arrumada assim.
Helena sorriu, fazendo uma careta ao levantar-se, ajeitando o vestido longo de cetim preto, elegante e discreto que servia de uniforme para as funcionárias escaladas para a recepção e organização dos coquetéis.
– Nunca vi uma única funcionária arrumar-se desse jeito para o trabalho na noite de coquetel. Você está... Está preciosa, linda, sexy.
– Está exagerado! – Virou-se de frente ao espelho, mirando seus olhos bem maquiados, marcados pelo delineador e pelo rímel, brilhantes pelo desafio de encontrar aquele homem. Nas bochechas o blush rosado lhe dava um ar saudável e sexy, deixando para o batom `nude` o efeito de
elegância. – Eu vou tirar, sabia que...
– Fica quieta. Você está linda, seriamente, jamais te vi tão bela e elegante. Mesmo com esse uniforme, facilmente se passaria por um hóspede. Não mude nada! – Aproximou-se de Helena, sorrindo-lhe com verdadeira admiração. – Não mude nada!
Helena assentiu, devolvendo o sorriso e o olhar de admiração. Mirou o espelho novamente, perguntando-se se não deveria ter deixado os cabelos soltos ao invés de prendê-los em um penteado clássico visto em tantas revistas deixadas pelas hóspedes.
Fazia tempo que não via aquela imagem no espelho.
– No coquetel do hotel que você trabalhou durante aqueles quatro anos precisava de toda essa produção? – Helena mirou Anahí através do espelho, deixando de sorrir.
– Mais. Era preciso muito mais do que isso para trabalhar. – Perfumou-se discretamente como o recomendado, checou o vestido, os sapatos e então respirou fundo, caminhando até a porta após despedir-se de sua amiga de longa data com um beijo estalado na bochecha.
– Vai dormir aqui?
– É claro que eu vou... Em que outro lugar eu dormiria?
– Na suíte presidencial de Christopher Uckermann. – Helena negou com a cabeça, abrindo a porta.
– Vai dormir você já está delirando.
– Bom coquetel, trabalhe por mim e tenha juízo.
– Boa noite sua maluca.
Autor(a): itska
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
Prévia do próximo capítulo
Capítulo 6 – Renúncias http://www.youtube.com/watch?v=5Bn6Itz9WuQ Helena jamais havia visto o salão de coquetel tão bem decorado e iluminado. Alfonso havia trocado a empresa de decoração e estes, os novos contratados, haviam feito um trabalho estupendo deixando o salão tão deliciosamente misterioso e sensual com ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 14
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sahprado_ Postado em 04/03/2018 - 23:54:22
Eitaa alguém chama o bombeiro kkk to com medo do que o Christopher pode fazer com essa informação do nome.
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sahprado_ Postado em 03/02/2018 - 00:05:47
Definitivamente Tóquio. E o Alfonso nesse rolo todo?
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sahprado_ Postado em 26/01/2018 - 13:09:14
Mano o que está acontecendo? To confusa hahaha socorro
itska Postado em 02/02/2018 - 20:31:08
Com os próximos capítulos você entenderá
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sahprado_ Postado em 19/01/2018 - 00:03:05
Eu não diria proteção de testemunhas agora mas me fugiu a palavra certa rs tipo fbi? Andrade tava sendo investigado? Tóquio, talvez?
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sahprado_ Postado em 18/01/2018 - 11:35:06
Eu tava achando que talvez elas não fossem uma só. Tipo, irmãs, sabe? Mas aí Any e Poncho fazem parte do esquema então eu já tô louca. Será que é algum tipo de programa de proteção de testemunhas, igual tem naquelas séries CSI e Law & Order? A cabeça tá a milhão, socorro! Kkkk
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sahprado_ Postado em 17/01/2018 - 17:36:31
Oie, leitora nova aqui! Eita, que confusão! Até agora não consegui decidir se Dulce e Helena são a mesma pessoa. Mas esse nome é bem profético.
itska Postado em 17/01/2018 - 22:28:31
Oi, seja bem-vinda! Logo saberemos...
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Luiza Keler Postado em 28/12/2017 - 19:13:22
Contínua *-*
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karla08 Postado em 22/10/2017 - 19:56:24
Owwwwwwwwwwwwwwwu que reviravolta, não para
itska Postado em 22/10/2017 - 20:18:40
Não para, mas vou deixar na curiosidade. kkkkk
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karla08 Postado em 18/10/2017 - 21:52:11
WHATTT Dulce morta? Se que acabar com a minha vida e ainda por cima o corno sabia de todos os chifres que levava AIAIAIAIAI
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karla08 Postado em 18/10/2017 - 00:08:14
Owwwwwwwwwwww eu quero mais, que misteriosos e enigmatísticos esses dois juntos
itska Postado em 18/10/2017 - 18:43:04
tem alguns mistérios