Fanfics Brasil - Capítulo 2 Destinos ao Vento (ADAPTADA)

Fanfic: Destinos ao Vento (ADAPTADA) | Tema: Herroni


Capítulo: Capítulo 2

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Nigel sempre fora mais alegre, jovial. Uma das razões de seu grande sucesso com o sexo oposto. Além da beleza, é claro. Alfonso sabia que seus cabelos e olhos escuros e pele morena lhe conferiam um aspecto quase sinistro. Não haviam sido poucas as ocasiões em que chegara a invejar a personalidade extrovertida e a aparência do irmão, cujos cabelos e olhos claros fascinavam as mulheres. Agora, como em diversas ocasiões no passado, achava-se inclinado a partilhar da visão mais positiva de Nigel sobre a batalha iminente. Bem no íntimo, acreditava estarem todos marchando para a morte certa e temia que o ataque a Dubhlinn acarretasse a destruição antecipada de Eric.


— Se Deus estiver conosco, sim, venceremos — declarou afinal, esforçando-se para adotar uma posição menos pessimista.


— Salvar um menino gentil como Eric das mãos de um bastardo deveria contar com as bênçãos divinas. — Nigel sorriu brincalhão. — Porém, se Deus estivesse mesmo prestando atenção, já teria dado cabo de Beaton anos atrás.


— Talvez ele tenha decidido que Beaton mereça essa morte lenta e dolorosa, da qual vem padecendo.


— Faremos com que o homem morra só, sem arrastar inocentes consigo.


— O que você falou sobre os planos de Beaton faz sentido. Entretanto apenas um louco acreditaria na possibilidade de sucesso. Ele pode até conseguir convencer os outros de que Eric é seu filho legítimo, ou, pelo menos, impedir que o questionem abertamente. Só não irá controlar nosso irmão. Eric é pequeno e magro, porém está longe de ser fraco, ou medroso. O plano de Beaton jamais funcionará se Eric não desempenhar a parte que lhe cabe. No instante em que o maldito baixar a guarda, o garoto fugirá daquele hospício.


— É verdade. Contudo existem muitas maneiras de pressionar uma criança. — Nigel calou-se, esforçando-se para dominar as emoções. 


— Também sabemos que existem muitas formas de corromper a verdade. Não raro cavaleiros destemidos, experientes, quando submetidos à tortura, confessam crimes que nunca cometeram. Depois das confissões arrancadas, os infelizes sofrem uma morte indigna. Sim, Eric é valente, mas ainda é um menino.


— E está sozinho — Alfonso murmurou, lutando contra o impulso de partir para Dubhlinn imediatamente.


— Amanhã, quer vençamos ou não, pelo menos Eric saberá que não o abandonamos, que seu clã está lutando para libertá-lo.


 


A madrugada chegou fria e nublada. No pátio interno do castelo, Alfonso estudou seus homens, procurando afastar o pensamento angustiante de que muitos deles não voltariam para casa. Mesmo se Eric não fosse amado em Donncoill, a honra exigia que o livrassem do inimigo. Gostaria que houvesse um modo de salvá-lo sem sacrificar inocentes.


— Vamos! — Nigel falou animado, percebendo o estado de espírito sombrio do irmão. 


— Você deve parecer sequioso do sangue de Beaton e mostrar-se confiante na vitória.


 — Sei disso e, quando cruzarmos os portões de Donncoill, ninguém me verá hesitar uma única vez. Mas eu havia rezado para que tivéssemos um período de paz, para curar as feridas, ganhar forças e lavrar nossas terras. Essas são terras férteis e jamais tivemos tempo de cultivá-las plenamente. Ou as negligenciamos para nos empenharmos nas batalhas, ou nossos inimigos as destruirão, obrigando-nos a recomeçar do zero. O fato é que sinto-me farto, cansado desse ciclo interminável de violência.


— Compreendo, porque às vezes sinto-me assim também. Contudo, esta é a hora de lutarmos pela vida de Eric. E, talvez, por sua alma.


— É este pensamento que faz meu sangue ferver nas veias e me dá ímpeto para liderar os homens na batalha.


Durante a cavalgada, o lorde de Donncoill não pensou em nada, exceto no jovem irmão prisioneiro. Logo, estava ansioso para enfrentar Beaton cara a cara. Chegara o momento de fazê-lo pagar por seus crimes hediondos.


 


Nigel caiu do cavalo, uma flecha cravada no peito, outra na perna direita. Praguejando aos berros, num misto de medo, frustração e raiva, Alfonso desmontou e correu para junto do irmão, sem se importar de se expor à saraivada de flechas que os arqueiros disparavam das muralhas de Dubhlinn.


— Não, não devemos interromper o ataque só porque fui atingido — Nigel protestou, quando Alfonso mandou que o carregassem para um lugar seguro, atrás da linha de frente. 


— Não podemos permitir que o canalha vença.


— Beaton já havia vencido antes mesmo de estarmos a caminho. Ele sabia que viríamos atrás de Eric e estava preparado. — Virando-se para um escudeiro, ordenou:


 — Soe o toque de retirada, rapaz. Abandonaremos essas terras antes de sermos enterrados aqui.


— Que o maldito apodreça no inferno — Nigel vociferou inconformado.


— A derrota tem sabor amargo. Se insistirmos agora, estaremos nos condenando à morte e isso não ajudará nossa causa. A defesa de Dubhlinn é mais bem preparada do que eu me lembrava. Iremos embora, lamberemos nossas feridas e pensaremos numa outra forma de resgatar Eric. Vocês dois — disse Alfonso, dirigindo-se aos pajens apavorados.


 — Segurem meu irmão, enquanto cuido das flechas.


Nigel desmaiou quando a primeira foi arrancada. Sabendo ser impossível poupá-lo do sofrimento, Alfonso se esforçou para concluir a tarefa rapidamente. Então, rasgou uma tira da própria túnica e cobriu as feridas, a sujeira do tecido incomodando-o. Seus homens já haviam recuado quando, enfim, acomodou Nigel numa liteira e seguiu-os.


Apesar de engasgado com a derrota, Alfonso obrigou-se a aceitá-la. No instante em que se aproximara das muralhas de Dubhlinn, não tivera dúvida de que cometiam um erro. Precipitados, seus soldados atacaram sem esperar sua ordem. A defesa adversária mostrara-se rápida e fatal. Só esperava que a empreitada não houvesse ceifado um vasto número de jovens inocentes. Pedia aos céus para ser capaz de imaginar um jeito de livrar Eric das garras do inimigo sem provocar mais derramamento de sangue e também rezava para que a liberdade de um irmão não custasse à vida de outro.


 


Os sons ásperos da batalha romperam à paz da manhã primaveril. Maie Perroni praguejou baixinho, por alguns segundos interrompendo sua marcha rumo a Dubhlinn, marcha iniciada junto à sepultura da mãe, três longos meses atrás. Enquanto o corpo de Margaret Perroni baixava à sepultura, ela jurara fazer o senhor de Dubhlinn pagar caro pelas afrontas cometidas contra ambas. Cuidadosamente, preparara-se para enfrentar quaisquer desafios: mau tempo, não ter o que comer, ou onde dormir. Entretanto, jamais considerara a possibilidade de que uma batalha viesse impedi-la de avançar.


Por um breve instante pensou em se aproximar da área do conflito. Seria útil descobrir qual clã tentava aniquilar Beaton. Mas desistiu. Não valeria a pena se expor a um risco prematuro e desnecessário. Melhor encontrar uma maneira de convencer o inimigo de Beaton de que era uma aliada.


Exausta, Maite passou a mão pelos cabelos negros. Embora pequenina e delicada, há três meses vagava sozinha por essas terras desconhecidas. Conseguira sobreviver porque sempre fora cautelosa. Não se permitiria agir por impulso quando se achava tão próxima de alcançar seu objetivo. Na verdade, precisava redobrar a cautela. Falhar em seu propósito quando estava perto de executar a vingança prometida à mãe seria intolerável.



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Autor(a): taynaraleal

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  Os sons da batalha começaram a se dissipar e Maite soube não lhe restar muito tempo para tomar uma decisão. Logo o exército passaria pela estrada, ou eufórico pela vitória, ou vergado pelo peso do fracasso. Parte de si insistia para que continuasse sozinha, mas o bom senso a aconselhava a buscar uma aliança proveitosa. ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 13



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  • fsales_ Postado em 23/03/2018 - 18:15:20

    Posta maisss, tá bem claro que os dois se querem! Se possuam de uma vez, queridinhos, deixem o passado dos pais de vocês pra lá!!!

    • taynaraleal Postado em 24/03/2018 - 16:03:12

      Concordo com você Fabi. Logo logo posto mais, quero que isso pegue fogoo

  • fsales_ Postado em 03/03/2018 - 00:24:44

    MEU JESUS BEIJO E COMEÇO DE HOT, POSTA MAISSSSS QUE ESSA FIC TÁ BOA DEMAIS!!!!

  • fsales_ Postado em 03/03/2018 - 00:23:08

    ALFONSO COM CIÚME, ESSE MOMENTO É NOSSO, GALERAAA

  • fsales_ Postado em 03/03/2018 - 00:22:40

    "Não tenho medo de você, lorde Herrera" MAITE AFRONTOSA. é isso que eu quero sim

  • fsales_ Postado em 22/10/2017 - 14:40:51

    Alfonso já desejando ela e já pensando em sexo em momentos inapropriados! não vou mentir... Adorei! kkkkkkk

    • taynaraleal Postado em 08/02/2018 - 18:11:41

      Vamos esperar para os reais momentos, e ai nós piramos :)

  • fsales_ Postado em 22/10/2017 - 14:39:53

    MEU DEUS, POR FAVOR, POSTE MAIS HOJE Q EU TÔ ANSIOSA!!! Já senti que vou amar esses dois nessa fic também! Coitado de Nigel e esse "Não, minha convidada." de Alfonso, afemaria, senti no coração!!! Maite bem atrevida, adorei também

    • taynaraleal Postado em 08/02/2018 - 18:11:11

      Vou postar hoje, serei booazinha e tentarei postar mais uns 3 capitulos

  • fsales_ Postado em 21/10/2017 - 10:52:07

    Só eu que sou a louca que fica contando os segundos pra Maite aparecer logo? kkkkk quero!

    • taynaraleal Postado em 08/02/2018 - 18:10:45

      Não mesmo kkk

  • fsales_ Postado em 21/10/2017 - 10:36:02

    Primeira leitoraaa nessa história lindaaa! AAAA

    • taynaraleal Postado em 08/02/2018 - 18:10:29

      EEEEEE Primeira e unica até o momento :) estou felizzzzzz, vou voltar com ela logo, nem se preocupe, vai ler bastante antes de iniciar a faculdade


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