Fanfics Brasil - Capítulo 3 Destinos ao Vento (ADAPTADA)

Fanfic: Destinos ao Vento (ADAPTADA) | Tema: Herroni


Capítulo: Capítulo 3

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Os sons da batalha começaram a se dissipar e Maite soube não lhe restar muito tempo para tomar uma decisão. Logo o exército passaria pela estrada, ou eufórico pela vitória, ou vergado pelo peso do fracasso. Parte de si insistia para que continuasse sozinha, mas o bom senso a aconselhava a buscar uma aliança proveitosa. Pelo menos poderia desfrutar de algum conforto, enquanto deliberava sobre como usar as informações coletadas nos últimos noventa dias.


Mal acabara de se convencer de que os inimigos de Beaton eram seus amigos e que, portanto, se beneficiaria dessa união de forças, quando avistou os primeiros soldados. Sua confiança desabou. Mesmo a distância, percebia-se a fragorosa derrota. Se um exército de cavaleiros treinados e bem armados não fora capaz de vencer Beaton, que esperanças teria ela?


Mas, antes um aliado derrotado do que nenhum. No mínimo eles lhe passariam algum dado extra, algum conhecimento adicional que a ajudasse a obter o que buscava: a completa destruição do lorde de Dubhlinn. Isto é, se os estranhos não a matassem antes. Rezando com todo o fervor para não estar apressando a própria morte, Maite saiu de trás do arbusto onde estivera escondida e plantou-se no meio da estrada.


 


Em silêncio, Maite pediu a Deus que o cavaleiro alto e moreno, parado à sua frente, não ouvisse as batidas desesperadas de seu coração. Apesar da postura impassível do desconhecido, sentia-se à beira do pânico. Quando abandonara a segurança do esconderijo e se expusera, fizera-o movida pela crença de que valia a pena arriscar-se para conquistar aliados. Porém agora, diante daqueles homens exaustos, enlameados e sujos de sangue, perguntava-se se não se precipitara. E pior, não sabia como iria justificar sua presença ali, sozinha, no meio da estrada para Dubhlinn, sem revelar os planos sinistros de vingança.


— Talvez você queira me explicar o que uma moça tão pequenina está fazendo sozinha nesta estrada? — Alfonso indagou, quase não resistindo ao fascínio exercido pelos incríveis olhos castanhos.


— Talvez eu apenas queira ver de perto o quanto terrivelmente o velho Beaton os derrotou. — Quem seria esse nobre de ombros largos e olhos escuros, capaz de induzi-la a se comportar de forma impertinente?


           — Sim, o canalha nos venceu. — A voz de Alfonso soou fria, carregada de fúria. — Você é uma dessas carniceiras que vasculham os ossos dos mortos? Se for, é melhor continuar seu caminho.


Decidindo ignorar o insulto, merecido porque o provocara com suas palavras impensadas, retrucou:


— Sou Maite Perroni, de Dundee.


— Você está muito longe de casa, moça. O que a trouxe a essas terras amaldiçoadas?


— Procuro alguns parentes.


— Quem são? Talvez eu possa auxiliá-la a encontrá-los.


— É muito gentil de sua parte, porém não creio que alguém da sua classe social os conheceria. — Antes que o cavaleiro a pressionasse em busca de mais informações, Maite voltou a atenção para o homem na liteira. — Seu companheiro me parece gravemente ferido, sir. E possível que eu seja capaz de ajudá-lo. — Notando a tensão tomar conta da figura musculosa, afirmou categórica: — Falo a verdade quando digo que sou hábil na arte da cura.


A confiança exprimida no comentário levou Alfonso a relaxar, apesar de não agradar-lhe ser convencido tão depressa pelas palavras de uma mulher, uma completa estranha. Sim, uma bela estranha, com seus cabelos negros, de olhos castanhos  e corpo sinuoso. Entretanto nunca se permitira sucumbir aos encantos de um lindo rosto. Pouco à vontade, observou-a se ajoelhar junto de Nigel.


— Sou sir Alfonso Herrera, lorde de Donncoill. Este é meu irmão. — Alfonso ajoelhou-se também, disposto a acompanhar cada movimento das mãos delicadas. — Nigel foi abatido quando o inimigo, valendo-se da astúcia traiçoeira, nos atraiu para uma cilada.


Ao retirar os trapos que cobriam os ferimentos, Maite franziu o cenho, apreensiva. Bastou um exame rápido para decidir quais iniciativas tomar. Infelizmente, no momento, não possuía consigo o material necessário.


— Sempre me espanta essa idéia masculina de que todos os homens respeitam as honrosas leis da guerra. Se vocês agissem com um pouco mais de cautela, talvez não continuassem sendo dizimados.


— Não julgo irracional acreditar que um cavaleiro aja de acordo com sua posição e honre seus juramentos.


Maite deixou escapar um muxoxo cheio de raiva, amargura e desprezo. Embora trajasse um vestido grosseiro, prova de sua origem simples, ela não mostrava nenhuma deferência para com aqueles de uma casta superior. Muito pelo contrário. Surpreso com seu interesse por uma completa desconhecida, Alfonso descobriu-se indagando-se quem a teria prejudicado. E como?


Em silêncio, viu-a limpar as feridas e estancar o sangramento, o toque gentil dando a impressão de abrandar o sofrimento de Nigel. A suavidade e segurança com que as mãos delgadas se moviam, o fez imaginá-las deslizando sobre sua pele. A reação imediata e inequívoca de seu sexo o assombrou. Não era hora disso.


Embora tentasse resistir ao impulso, analisou-a demoradamente, de cima a baixo. O vestido velho e gasto, evidenciava as curvas deliciosas dos seios empinados, a cintura estreita oferecendo um contraste sensual com os quadris largos e arredondados. Apesar de pequenina, Maite Perroni possuía pernas longas e bem torneadas. Os cabelos negros e rebeldes emolduravam o rosto de beleza clássica, os olhos de um castanho intenso reluziam sob as sobrancelhas arqueadas. Nariz reto, ligeiramente arrebitado, lábios carnudos e sedutores. Como alguém podia parecer assim, jovem, inocente e, ao mesmo tempo, voluptuosa?


Eu a quero, Alfonso concluiu, entre atônito e divertido. Intrigava-o desejar essa criatura miúda, impertinente e desgrenhada. Principalmente, impressionava-o desejá-la como jamais desejara nenhuma outra mulher, com um ardor que beirava a insanidade. A fome que Maite Perroni despertara em seu corpo era tão forte que quase o alarmava. Esforçando-se para se libertar das sensações insidiosas, procurou manter os pensamentos fixos na saúde de Nigel.


— Meu irmão já tem um aspecto melhor.


— Palavras polidas as suas, porém reveladoras de seu pouco conhecimento do assunto. — Maite secou as mãos na saia. — Não fiz quase nada exceto limpar as lesões, livrando-as do sangue e da sujeira, e trocar os curativos imundos. Não tenho comigo o necessário para cuidar do paciente como deveria.


— Do que você necessita? — Alfonso arregalou os olhos diante da lista interminável, muitos itens dos quais nunca ouvira falar. — Não carrego essas coisas comigo quando vou para as batalhas.


— Mas deveria. Afinal, são nas batalhas que vocês, tolos, acabam se machucando desse jeito.


— Não é tolo quem tenta libertar o irmão mais novo das garras de um crápula como Beaton. — Erguendo a mão, Alfonso silenciou-a, decidido a pôr um ponto final na conversa. — Demorei-me demais aqui. Não tenho certeza de que os cães de Beaton se recolheram, ou se nos perseguem. Nigel precisa de cuidados e de um lugar seguro para se recuperar.


— Sim, é verdade. Portanto, apressem-se. — Maite levantou-se e alisou as roupas amarfanhadas, preparando-se para seguir seu caminho.


— Você se saiu tão bem cuidando de Nigel, mesmo sem contar com aquilo que considera indispensável, que estou curioso para ver quais milagres fará quando tiver tudo o que precisar.


— Como assim?


— Você vai para Donncoill conosco.


— Então serei sua prisioneira?


— Não, minha convidada.



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Autor(a): taynaraleal

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Maite abriu a boca para recusar-se, mas engoliu as palavras ásperas. Não valia a pena agarrar-se à teimosia e obstinação. Afinal, existiam vantagens em unir seu destino ao dos Herrera. Além de sir Alfonso estar em guerra com o homem que pretendia destruir, em Donncoill encontraria refúgio enquanto planejava os últimos d ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 13



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  • fsales_ Postado em 23/03/2018 - 18:15:20

    Posta maisss, tá bem claro que os dois se querem! Se possuam de uma vez, queridinhos, deixem o passado dos pais de vocês pra lá!!!

    • taynaraleal Postado em 24/03/2018 - 16:03:12

      Concordo com você Fabi. Logo logo posto mais, quero que isso pegue fogoo

  • fsales_ Postado em 03/03/2018 - 00:24:44

    MEU JESUS BEIJO E COMEÇO DE HOT, POSTA MAISSSSS QUE ESSA FIC TÁ BOA DEMAIS!!!!

  • fsales_ Postado em 03/03/2018 - 00:23:08

    ALFONSO COM CIÚME, ESSE MOMENTO É NOSSO, GALERAAA

  • fsales_ Postado em 03/03/2018 - 00:22:40

    "Não tenho medo de você, lorde Herrera" MAITE AFRONTOSA. é isso que eu quero sim

  • fsales_ Postado em 22/10/2017 - 14:40:51

    Alfonso já desejando ela e já pensando em sexo em momentos inapropriados! não vou mentir... Adorei! kkkkkkk

    • taynaraleal Postado em 08/02/2018 - 18:11:41

      Vamos esperar para os reais momentos, e ai nós piramos :)

  • fsales_ Postado em 22/10/2017 - 14:39:53

    MEU DEUS, POR FAVOR, POSTE MAIS HOJE Q EU TÔ ANSIOSA!!! Já senti que vou amar esses dois nessa fic também! Coitado de Nigel e esse "Não, minha convidada." de Alfonso, afemaria, senti no coração!!! Maite bem atrevida, adorei também

    • taynaraleal Postado em 08/02/2018 - 18:11:11

      Vou postar hoje, serei booazinha e tentarei postar mais uns 3 capitulos

  • fsales_ Postado em 21/10/2017 - 10:52:07

    Só eu que sou a louca que fica contando os segundos pra Maite aparecer logo? kkkkk quero!

    • taynaraleal Postado em 08/02/2018 - 18:10:45

      Não mesmo kkk

  • fsales_ Postado em 21/10/2017 - 10:36:02

    Primeira leitoraaa nessa história lindaaa! AAAA

    • taynaraleal Postado em 08/02/2018 - 18:10:29

      EEEEEE Primeira e unica até o momento :) estou felizzzzzz, vou voltar com ela logo, nem se preocupe, vai ler bastante antes de iniciar a faculdade


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