Fanfics Brasil - Capítulo 4 Destinos ao Vento (ADAPTADA)

Fanfic: Destinos ao Vento (ADAPTADA) | Tema: Herroni


Capítulo: Capítulo 4

312 visualizações Denunciar


Maite abriu a boca para recusar-se, mas engoliu as palavras ásperas. Não valia a pena agarrar-se à teimosia e obstinação. Afinal, existiam vantagens em unir seu destino ao dos Herrera. Além de sir Alfonso estar em guerra com o homem que pretendia destruir, em Donncoill encontraria refúgio enquanto planejava os últimos detalhes da vingança.


Naturalmente havia algumas desvantagens. Beaton impusera uma derrota amarga a sir Alfonso, e se este descobrisse a verdade sobre sua origem, correria sério perigo. Também poderia enfrentar problemas se o belo e soturno cavaleiro desconfiasse da razão que a fizera tomar a estrada para Dubhlinn. Se o acompanhasse, teria de omitir certas informações e o instinto lhe dizia que lorde Herroni não costumava perdoar quem o enganava com facilidade. Seu plano para obter um aliado já não estava parecendo tão simples como supusera no início.


Além de tudo, outra complicação inesperada surgira. Reconhecia o brilho dos olhos penetrantes. Um brilho que a perseguira com freqüência. Sir Alfonso a queria. O que a preocupava era a maneira como estava reagindo a isso. Se o assédio de outros sempre lhe despertara raiva, asco, saber-se cobiçada por este guerreiro alto e másculo a excitava como nunca antes.


E deixava-a curiosa. Tratava-se de um homem inegavelmente bonito, porém conhecera vários de igual beleza. O corpo musculoso atrairia qualquer mulher, assim como o rosto viril. Queixo firme, nariz reto, ombros largos e fortes. Os cabelos escuros e longos lhe concediam um ar quase selvagem, e os olhos castanhos pareciam ter o poder de incendiá-la. Ao fitar a boca carnuda, Maite abaixou a cabeça, sentindo-se pisar em terreno perigoso. Como seria ter aqueles lábios colados aos seus?


— É muito gentil de sua parte oferecer-me abrigo, sir — falou agitada, recolhendo o bornal onde guardava os poucos pertences. — Mas não posso me deter agora. Gostaria de encontrar meus parentes antes de ser obrigada a interromper a busca com a chegada das chuvas, pois as estradas tornam-se intransitáveis.


— Se a recuperação de Nigel for demorada, você poderá permanecer em Donncoill durante o verão. Meu irmão precisa desesperadamente de seus cuidados.


— Então, milorde, não é um convite e sim uma ordem.


Enlaçando-a pela cintura, Alfonso a colocou sobre a sela sem esforço, pensando que umas boas refeições lhe fariam bem. Maite Perroni pesava tanto quanto uma pluma.


— Com certeza sua estada em Donncoill lhe parecerá mais agradável se você considerar minha oferta um convite.


— Não sei se eu mesma engoliria essa mentira.


— Tente.


 Sir Herrera sorriu e Maite sentiu o coração disparar. Não havia arrogância ou vileza naquele sorriso, apenas cordialidade e simpatia. Tensa, ela se deu conta de que não apenas a beleza física do cavaleiro representava um perigo, mas também a possibilidade de encontrar nele outras qualidades que nunca imaginara achar num homem. Temia não ser capaz de guardar seus segredos, temia abrir o coração.


— Como quiser, milorde. E quando seu irmão melhorar poderei partir?


— Claro — Alfonso retrucou, perguntando-se por que fora tão difícil concordar.


— Então cavalguemos sir. O sol não tardará a se pôr e seu irmão não reagirá bem ao frescor da noite.


O grupo retomou a marcha. Caminhando junto à liteira de Nigel, Alfonso observou a perícia com que Maite conduzia seu cavalo. De fato, o garanhão mostrava-se atento às palavras que a jovem murmurava aos seus ouvidos e obedecia ao menor comando sem hesitar.


— A moça também tem jeito para lidar com animais — ele comentou, notando que Nigel acompanhava a cena.


— Sim. Cavalos e homens.


— Por que Maite Perroni o incomoda? É evidente que os cuidados dela lhe proporcionaram alívio.


— Sim, a dor diminuiu. Não questiono suas habilidades na arte da cura. É uma mulher bonita, com os olhos mais lindos que jamais vi. Porém, não a conhecemos.


Creia-me, essa moça guarda segredos.


— E por que ela deveria nos contar tudo a respeito de si? 


Afinal, tampouco nos conhece. E natural que aja com cautela.


— Rezo para que seja apenas cautela, não dissimulação. Vivemos uma época perigosa demais para depositarmos nossa confiança em estranhos tão rapidamente, ainda que essa estranha tenha um lindo rosto. Um passo em falso agora poderia custar à vida de Eric.


Alfonso cerrou os punhos. Nigel tinha razão. Não era um bom momento para se deixar influenciar pelos encantos de uma mulher. Embora não pudesse, ou não quisesse voltar atrás na decisão tomada, seria cuidadoso quando chegassem a Donncoill. Sua família já sofrera as conseqüências da luxúria impensada. Não pretendia repetir os erros de seu pai.


 


Ao vencerem a barreira composta de árvores centenárias, Maite avistou, pela primeira vez, os contornos de Donncoill. O castelo erguia-se no alto de uma colina, tão inexpugnável quanto ameaçador. As vastas terras que o cercavam pareciam férteis, capazes de suprir os Herrera com uma fartura invejada por muitos escoceses. Entretanto, bastou-lhe um breve olhar para concluir que não se cultivavam os campos como deveriam. As guerras constantes consumiam o tempo e o esforço que, em outras circunstâncias, seriam dedicados à agricultura.


Quando os homens entenderiam que as rixas e as batalhas infindáveis lhes roubavam o essencial?


Depressa, Maite afastou os pensamentos melancólicos e concentrou a atenção na fortaleza. Circundado por altas muralhas de pedra, Donncoill não mostrava haver sofrido a mesma negligência das terras que o rodeavam. Pelo contrário. Imponente com suas torres quadradas, a velha estrutura, além de bem conservada, ganhara novas alas que conservavam a harmonia da arquitetura original. Sua mãe costumara entretê-la contando histórias sobre os magníficos castelos da França e Inglaterra. Pois começava a se perguntar se lorde Alfonso não visitara tais lugares, tamanho o esplendor de Donncoill.


— Ainda há muito que fazer aqui, porém o trabalho prossegue a passos lentos — disse Alfonso, surgindo ao seu lado de repente e segurando as rédeas do cavalo.


Esforçando-se para controlar o nervosismo, provocado pela simples proximidade da figura máscula, ela murmurou:


— Talvez você deveria deixar sua espada embainhada com mais freqüência.


— Eu ficaria feliz se fosse possível. Receio que Beaton não partilhe de meu desejo de paz.


— Você fala de paz e marcha para a guerra. Duvido que Beaton o tenha convidado para um confronto.


— Oh, convidou, sim. Mesmo se houvesse enviado um emissário, o recado não teria sido mais claro. O canalha seqüestrou Eric, meu irmão mais jovem, numa emboscada dentro de minhas terras.


— E depois foi só aguardar sua chegada aos portões de Dubhlinn.


— Sim — Alfonso admitiu, um pouco embaraçado com a própria estupidez. — Desde o princípio eu sabia que nosso ataque precipitado seria um erro, mas também sabia que não abandonaria Eric nas mãos daquela gente. Tentei falar com Beaton antes de iniciar o ataque, para resolver a questão sem derramamento de sangue. O infame me levou a acreditar que aceitaria um acordo e me fez chegar mais perto das muralhas. Naturalmente tratava-se de uma armadilha. Ele me queria perto para dar aos seus arqueiros oportunidade de me atingirem com maior facilidade. O plano quase deu certo.


Por sorte, ordenando a retirada, consegui evitar que meus homens fossem massacrados.


— Você não deveria nem ter marchado para Dubhlinn.


— Você não compreende. — Por um instante Alfonso indagou-se por que estava se dando ao trabalho de justificar suas ações perante uma estranha. Então percebeu que simplesmente gostava de conversar com ela. E ao analisar o ocorrido em voz alta, tentava explicar o amargo fracasso a si mesmo. — Meus homens estavam encolerizados por causa da ação traiçoeira dos inimigos e ansiosos para arrancar-lhes sangue. Decididos a ir às últimas conseqüências, perderam a capacidade de raciocinar com clareza e demorei para fazê-los recobrar a razão. Apenas quando Nigel foi atingido é que ouviram minhas ordens para recuar.


— E Beaton continua mantendo seu irmão prisioneiro.


— Apesar de não querer, Maite sentiu na carne a angústia do cavaleiro. Preferia não se preocupar com atribulações e problemas alheios, quando mal conseguia lidar com os seus.


— De fato. Porém, pelo menos, Eric agora sabe que os Herrera lutarão para libertá-lo.


— Por que o menino pensaria diferentemente? Afinal, é seu irmão.


Por um segundo Alfonso hesitou. Então concluiu não haver necessidade de guardar segredo.


— Eric é meu meio-irmão. Filho de meu pai e da última mulher de Beaton. Quando Eric nasceu, Beaton, para se vingar da esposa adúltera, abandonou-o numa colina para morrer. Um dos nossos o encontrou. Não tardamos a descobrir a verdadeira identidade da criança e o motivo da selvageria.


— A partir daí acentuou-se o desentendimento entre os clãs.


— Sim. O que fora rixa, transformou-se em conflito armado. A morte de meu pai não pôs fim à discórdia. E agora, há desdobramentos inesperados. Porque não foi capaz de gerar um filho varão, Beaton quer proclamar Eric seu legítimo herdeiro e usálo como escudo para se proteger dos que tentam lhe tomar o poder. Temos que resgatar Eric antes que a doença de Beaton lhe roube o resto das forças e o deixe à mercê dos adversários políticos.


— Beaton está morrendo?



Compartilhe este capítulo:

Autor(a): taynaraleal

Este autor(a) escreve mais 12 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?

+ Fanfics do autor(a)
Prévia do próximo capítulo

Maite mordeu o lábio inferior até sangrar. E sua reação suspeita à notícia não passou despercebida a sir Herroni. Sua voz soara por demais áspera, por demais exaltada. A idéia de que a doença de Beaton acabasse impedindo-a de vingar-se a enraivecia e alarmava. Se Beaton morresse de causas naturais, n&atild ...


  |  

Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 13



Para comentar, você deve estar logado no site.

  • fsales_ Postado em 23/03/2018 - 18:15:20

    Posta maisss, tá bem claro que os dois se querem! Se possuam de uma vez, queridinhos, deixem o passado dos pais de vocês pra lá!!!

    • taynaraleal Postado em 24/03/2018 - 16:03:12

      Concordo com você Fabi. Logo logo posto mais, quero que isso pegue fogoo

  • fsales_ Postado em 03/03/2018 - 00:24:44

    MEU JESUS BEIJO E COMEÇO DE HOT, POSTA MAISSSSS QUE ESSA FIC TÁ BOA DEMAIS!!!!

  • fsales_ Postado em 03/03/2018 - 00:23:08

    ALFONSO COM CIÚME, ESSE MOMENTO É NOSSO, GALERAAA

  • fsales_ Postado em 03/03/2018 - 00:22:40

    "Não tenho medo de você, lorde Herrera" MAITE AFRONTOSA. é isso que eu quero sim

  • fsales_ Postado em 22/10/2017 - 14:40:51

    Alfonso já desejando ela e já pensando em sexo em momentos inapropriados! não vou mentir... Adorei! kkkkkkk

    • taynaraleal Postado em 08/02/2018 - 18:11:41

      Vamos esperar para os reais momentos, e ai nós piramos :)

  • fsales_ Postado em 22/10/2017 - 14:39:53

    MEU DEUS, POR FAVOR, POSTE MAIS HOJE Q EU TÔ ANSIOSA!!! Já senti que vou amar esses dois nessa fic também! Coitado de Nigel e esse "Não, minha convidada." de Alfonso, afemaria, senti no coração!!! Maite bem atrevida, adorei também

    • taynaraleal Postado em 08/02/2018 - 18:11:11

      Vou postar hoje, serei booazinha e tentarei postar mais uns 3 capitulos

  • fsales_ Postado em 21/10/2017 - 10:52:07

    Só eu que sou a louca que fica contando os segundos pra Maite aparecer logo? kkkkk quero!

    • taynaraleal Postado em 08/02/2018 - 18:10:45

      Não mesmo kkk

  • fsales_ Postado em 21/10/2017 - 10:36:02

    Primeira leitoraaa nessa história lindaaa! AAAA

    • taynaraleal Postado em 08/02/2018 - 18:10:29

      EEEEEE Primeira e unica até o momento :) estou felizzzzzz, vou voltar com ela logo, nem se preocupe, vai ler bastante antes de iniciar a faculdade


ATENÇÃO

O ERRO DE NÃO ENVIAR EMAIL NA CONFIRMAÇÃO DO CADASTRO FOI SOLUCIONADO. QUEM NÃO RECEBEU O EMAIL, BASTA SOLICITAR NOVA SENHA NA ÁREA DE LOGIN.


- Links Patrocinados -

Nossas redes sociais