Fanfics Brasil - Capítulo 5 Destinos ao Vento (ADAPTADA)

Fanfic: Destinos ao Vento (ADAPTADA) | Tema: Herroni


Capítulo: Capítulo 5

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Maite mordeu o lábio inferior até sangrar. E sua reação suspeita à notícia não passou despercebida a sir Herroni. Sua voz soara por demais áspera, por demais exaltada. A idéia de que a doença de Beaton acabasse impedindo-a de vingar-se a enraivecia e alarmava. Se Beaton morresse de causas naturais, não poderia cumprir a promessa feita à mãe.


— Sim, é o que me informaram — respondeu Alfonso, observando-a com evidente curiosidade. Qual seria o motivo da súbita emoção estampada no rosto adorável?


— Desculpe-me, sir, mas por um breve instante só consegui pensar em como você ergueu a espada contra um idoso desenganado. — Esperava que sua mentira soasse convincente. Não era hora de confessar a verdade ao cavaleiro. — Então lembrei-me do tormento de seu irmão.


— Você não tem muita fé na honradez dos homens, não?


— Nunca tive motivos para tal. — Ao cruzarem os portões de Donncoill, Maite mudou de assunto. — Com certeza num castelo desse porte existe uma pessoa capacitada para cuidar dos doentes. Não creio que você precise realmente de mim.


 


— Tínhamos uma excelente herborista, falecida há dois anos. Ela tentou treinar uma sucessora, que revelou não possuir nem aptidão, nem habilidades para o exercício da função. Essa mulher sempre usa sanguessugas no tratamento de quaisquer enfermidades. Com freqüência pergunto-me se sua incompetência não apressou a morte de meu pai.


— Sanguessugas — Maite  repetiu, balançando a cabeça. — Reconheço sua utilidade, embora costumem ser aproveitadas erroneamente. Seu irmão, por exemplo, já sangrou bastante e expeliu todas as impurezas e veneno do corpo. O uso de sanguessugas no caso não só seria inadequado, como perigoso.


— É o que penso.


— Mas, não desejo ofender sua herborista.


— Isto não acontecerá. Ela não gosta do trabalho e só o faz por causa do prestígio. Será fácil arrumar-lhe outra tarefa que lhe dará a mesma posição de honra entre as outras mulheres.


 


No pátio interno da fortaleza, uma multidão os esperava. Logo choros convulsivos enchiam o ar e Maite tentou, desesperadamente, cerrar os ouvidos às lamentações. Desde menina, partilhara a dor dos outros e o sofrimento daqueles que haviam perdido um ente querido em batalha.


Pela milésima vez, desejou que sua mãe a tivesse ajudado a aprender como se proteger desses ataques emocionais. Não estava sendo ingrata. Fora essa mesma habilidade que lhes permitira conseguir algum dinheiro de tempos em tempos. Inspirando fundo, Maite procurou se acalmar para suportar a invasão dos torturantes sentimentos alheios.


— Você está doente? — Alfonso indagou preocupado, notando sua palidez extrema ao ajudá-la a desmontar.


— Não, somente cansada. — Maite virou-se para o ferido. — Seu irmão deve ser posto na cama. A jornada na liteira foi dura e a noite não demorará a cair.


— Creio que você também precisa repousar.


— Ficarei bem. Seu cavalo é um ótimo animal, porém não estou acostumada a montar. É natural sentir-me exausta. Mas não tema, sir. Estou em condições de cuidar de seu irmão e lançá-lo de volta à luta.


Sorrindo de leve, Alfonso observou-a seguir os homens que carregavam Nigel com passadas rápidas e decididas. Por um momento ela lhe parecera tão afetada pela tristeza que a cercava, tão abalada pelo sofrimento alheio, que receara vê-la desmaiar. Então, ainda pálida e trêmula, retomara a impertinência que lhe era peculiar. Nigel tinha razão. Algum mistério a envolvia. Numa fração de segundos, a jovem saltava da compaixão ao escárnio. Também houvera aquela reação esquisita à notícia da morte iminente de Beaton. A explicação oferecida pela pequenina Maite Perroni não o convencera. Entretanto, continuava desejando-a mais do que deveria mais do que sabia ser sensato. Mas esse desejo não o cegaria, não o faria se esquecer da cautela. Com a vida de Eric em jogo, não podia permitir que a paixão calasse a sabedoria. Maite Perroni guardava alguns segredos e, mesmo tentando satisfazer o desejo que o consumia, iria descobrir que segredos eram esses.


Levantando-se, Maite deixou escapar um pequeno gemido, o corpo dolorido de cansaço. Aliviada, notou que Nigel continuava a dormir, indiferente ao ruído. Durante três longos dias e noites estivera lutando para livrá-lo da febre, permitindo-se apenas breves períodos de descanso enquanto Alfonso assumia seu posto à cabeceira do irmão. Por fim a febre cedera, mas preferira manter a vigília constante.


Caminhando até uma mesinha junto da janela estreita, serviu-se de um cálice de cidra. Não era fácil cuidar de Nigel sozinha, porém bastara cruzar com a herborista de Donncoill para decidir conservá-la a distância. Grizel tinha uma aparência imunda e a pele coberta de pústulas. Além do mais, exalava amargura e infelicidade. A mulher não apenas detestava a função que lhe coubera, como dava a impressão de odiar tudo e todos.


Tal tipo de pessoa, indiferente ao sofrimento alheio, jamais poderia se dedicar à arte da cura, não importando quanto conhecimento possuísse sobre o assunto. Para ajudar alguém, precisava-se, acima de qualquer coisa, desejar proporcionar alívio, suavizar a dor. Antes de partir de Donncoill teria que explicar o problema a Alfonso, para que Grizel não retomasse aquela posição de extrema responsabilidade. Gostaria de achar uma substituta para a função enquanto ainda estivesse no castelo.


Pensativa, Maite tornou a encher o cálice de prata. Agora que Nigel melhorara, descobria-se relutante em sair de seus aposentos, pois isso significaria enfrentar Alfonso sem usar o doente como um escudo. Nunca vacilara em seu dever de herborista e devotara-se inteiramente à recuperação de Nigel. Mas reconhecia haver se escondido atrás do enfermo sempre que o lorde de Donncoill se aproximava.


Tamanha covardia a irritava e assustava. Ao entrar no quarto do irmão, Alfonso não tentara tocá-la em nenhum momento, toda a atenção concentrada em Nigel. Entretanto, um simples olhar do cavaleiro fazia seu sangue ferver nas veias. Apesar da exaustão, pouco conseguira descansar quando Alfonso estava por perto, a figura viril e sensual roubando-lhe o sossego.


Embora ele a tratasse com a mais absoluta cortesia, estava claro que a desejava. E ela, apesar de querer o contrário, não conseguia ficar indiferente à presença máscula, cada nervo vibrando de antecipação. A situação perigosa ameaçava escapar ao seu controle. Como lidar com essas sensações estranhas? Até quando resistiria aos apelos do corpo? Talvez devesse ter ficado escondida atrás do arbusto, à margem da estrada.


— Começo a pensar que cometi um sério erro — Maite murmurou, suspirando fundo.


— Não, não creio. Meu irmão me parece muito melhor — soou uma voz profunda às suas costas.


Agitada, ela virou-se, quase derrubando o cálice no chão.


— Você me assustou, milorde.


Alfonso sorriu, deliciando-se com o nervosismo da jovem. No início, perguntara-se se causava medo a Maite Perroni. Logo, porém, descartara a possibilidade. Não era temor o que via estampado naqueles maravilhosos olhos verdes e sim um reflexo de seu próprio desejo. Ah, como gostaria de saber se a origem dessa inquietude estava na inocência da donzela, ou no receio de ceder à óbvia atração mútua. Esse conhecimento o ajudaria a decidir qual seria seu próximo passo. Não, não era verdade. Não importava como Maite se sentia a respeito da situação. Desejava-a e pretendia possuí-la.


— Vamos, não sou tão assustador assim. — Incapaz de conter-se, estendeu a mão e acariciou suavemente os cabelos negros e brilhantes.


Apesar da leveza do toque, Maite estremeceu. Lorde Herrera não precisava falar nada, suas intenções eram evidentes. Nervosa, afastou-se.


— Não estou com medo de você, sir — mentiu, colocando o cálice vazio sobre a mesa. — Apenas considero essa situação um tanto aflitiva. Ensinaram-me que não devo ficar sozinha num quarto com um homem que pouco conheço.


— A solução para esse problema é simples.


 — Oh, é mesmo? Então você está de saída?


— Não, milady. Você me conhecerá melhor. — Reparando na expressão desgostosa da jovem, completou:  — Não será uma experiência desagradável, acredite-me. E você não pode se esconder aqui o tempo todo.


— De fato. Permanecerei em Donncoill até seu irmão se recuperar. Depois, partirei.


— Talvez sejam necessários meses para a completa recuperação de Nigel. Ele já não precisa de cuidados constantes. Você gostará de apreciar a primavera.


— Posso apreciar a beleza da primavera de minha janela — ela devolveu cautelosa.


— É verdade. Os encantos da estação devem ser saboreados de perto. Não há nada que se compare ao prazer de sentir a brisa suave roçar nossa pele. — Devagar, Alfonso tornou a acariciá-la nos cabelos de um modo quase íntimo. — O ar perfumado nos acalma e dissipa o mau humor.


— Não estou nervosa, nem mal-humorada. — De mãos nos quadris, ela deu um passo atrás e fitou-o, altiva. — Se pareço irritada é porque não costumo fazer este tipo jogo.


— De que jogo você está falando, moça? Não estou fazendo jogo nenhum. — Apesar de se esforçar para mostrar inocência, Alfonso concluiu não tê-la enganado.


— Você não sabe mentir. Está flertando comigo, me provocando, fazendo o jogo da sedução.


— Talvez você tenha me interpretado mal.


— Não. Conheço essa estratégia muito bem. — Só de pensar nas maneiras sutis, e mesmo brutais, que os homens tinham utilizado para tentar levá-la para a cama a enfurecia. — Muitos já se valeram dessas táticas antes.


— E falharam? — Para seu assombro, Alfonso surpreendeu-se ao desejar que ela fosse intocada. Não deveria importar-lhe se uma estranha fosse inocente, ou não. Mas importava!



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Autor(a): taynaraleal

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 13



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  • fsales_ Postado em 23/03/2018 - 18:15:20

    Posta maisss, tá bem claro que os dois se querem! Se possuam de uma vez, queridinhos, deixem o passado dos pais de vocês pra lá!!!

    • taynaraleal Postado em 24/03/2018 - 16:03:12

      Concordo com você Fabi. Logo logo posto mais, quero que isso pegue fogoo

  • fsales_ Postado em 03/03/2018 - 00:24:44

    MEU JESUS BEIJO E COMEÇO DE HOT, POSTA MAISSSSS QUE ESSA FIC TÁ BOA DEMAIS!!!!

  • fsales_ Postado em 03/03/2018 - 00:23:08

    ALFONSO COM CIÚME, ESSE MOMENTO É NOSSO, GALERAAA

  • fsales_ Postado em 03/03/2018 - 00:22:40

    "Não tenho medo de você, lorde Herrera" MAITE AFRONTOSA. é isso que eu quero sim

  • fsales_ Postado em 22/10/2017 - 14:40:51

    Alfonso já desejando ela e já pensando em sexo em momentos inapropriados! não vou mentir... Adorei! kkkkkkk

    • taynaraleal Postado em 08/02/2018 - 18:11:41

      Vamos esperar para os reais momentos, e ai nós piramos :)

  • fsales_ Postado em 22/10/2017 - 14:39:53

    MEU DEUS, POR FAVOR, POSTE MAIS HOJE Q EU TÔ ANSIOSA!!! Já senti que vou amar esses dois nessa fic também! Coitado de Nigel e esse "Não, minha convidada." de Alfonso, afemaria, senti no coração!!! Maite bem atrevida, adorei também

    • taynaraleal Postado em 08/02/2018 - 18:11:11

      Vou postar hoje, serei booazinha e tentarei postar mais uns 3 capitulos

  • fsales_ Postado em 21/10/2017 - 10:52:07

    Só eu que sou a louca que fica contando os segundos pra Maite aparecer logo? kkkkk quero!

    • taynaraleal Postado em 08/02/2018 - 18:10:45

      Não mesmo kkk

  • fsales_ Postado em 21/10/2017 - 10:36:02

    Primeira leitoraaa nessa história lindaaa! AAAA

    • taynaraleal Postado em 08/02/2018 - 18:10:29

      EEEEEE Primeira e unica até o momento :) estou felizzzzzz, vou voltar com ela logo, nem se preocupe, vai ler bastante antes de iniciar a faculdade


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