Fanfic: Destinos ao Vento (ADAPTADA) | Tema: Herroni
— Por quê?
— Está na hora de você tomar um pouco de ar fresco, de saborear a primavera.
— Já tomei ar fresco suficiente quando andei de Dundee até aqui.
— Mas o tempo não estava tão bom. O céu está mais azul agora, o sol mais quente.
— Seu irmão pode precisar de alguma coisa.
— Sim — concordou Nigel com tamanha pressa, que Alfonso parou para fitá-lo atentamente. — Não acho que devo ser deixado sozinho.
— Você não ficará sozinho. A velha Caitlin já está a caminho, ansiosa para lhe fazer companhia. — Ouvindo o outro praguejar por entre os dentes, sorriu. — A coitada mal pode esperar para passar algumas horas cuidando de seu "lindo bebê".
— Que história é essa? — Maite indagou curiosa, assim que os dois saíram para o jardim.
— A velha Caitlin foi babá e ama de leite de Nigel. Ela ainda o vê como um menino e o trata como tal. E por que você concordou em vir comigo, depois de passar dias e dias me evitando?
Por um instante Maite pensou em falar a verdade, em contar que Nigel a estava assediando. Simplesmente fizera uma escolha entre os dois irmãos que tentavam levá-la para a cama. Havia uma chance de pôr um ponto final nas investidas de Nigel antes de qualquer confronto desagradável. Aceitar a companhia de Alfonso, que nunca disfarçara o quanto a desejava, deveria contribuir para Nigel desistir da empreitada.
Não, não diria nada a Alfonso. Já enfrentava problemas suficientes em Donncoill sem lançar um irmão contra o outro ou, ainda pior, sem incitá-los a alguma espécie de competição masculina, em que ela seria o prêmio.
— Não estive evitando-o.
— Esteve sim. Escapando sempre que me via, como uma gatinha tímida.
— Você se julga mais importante do que é, milorde. Por que sua presença me incomodaria?
— Correndo como uma coelhinha assustada, em busca de um refúgio seguro?
— Eu apenas pretendia dar a você e seu irmão oportunidade de conversarem em particular.
— Como uma pequena raposa, fugindo de cães perdigueiros?
— Logo lhe faltarão comparações com animais, sir.
Alfonso riu com prazer.
— Esquivando-se para dentro das sombras, como um bichinho inseguro?
— Espere um momento — Ela o encarou, irritada. — O que houve com "escapando", "correndo", "fugindo"?
— Você não gosta do termo "esquivar"?
— Não tenho medo de você, lorde Herrera.
Segurando-a novamente pelo braço, ele retomou a caminhada.
— Não mesmo? Então por que me evita? Por que não sou tão bonito quanto Nigel?
No instante em que percebera o desejo estampado nos olhos do irmão, Alfonso lutara contra o impulso de arrastar Maite para longe e escondê-la, agindo como um menino enciumado que não quer dividir seu brinquedo favorito com ninguém. Desde quando tivera idade bastante para se interessar pelo sexo oposto, percebera a preferência das damas por Nigel, cujo rosto perfeito, personalidade extrovertida e admirável habilidade com as palavras as encantava. Todas suspiravam pela beleza de Nigel, elogiavam seu charme e modos envolventes. Uma delas até lhe dissera que amante nenhum superava o desempenho de Nigel na cama. Com o tempo, Alfonso aprendera a aceitar a superioridade do irmão em relação às mulheres. Porém, quando o vira sorrir sedutoramente para Maite, o velho ciúme voltara. Tivera que lutar para manter-se em silêncio, para sufocar a insegurança enquanto os observava juntos. Na verdade, não notara nenhum sinal de que Maite se interessasse por Nigel, mas queria ouvi-la afirmar em voz alta.
— Não creio que existam muitos homens na Escócia tão bonitos quanto Nigel. — Seu comentário dava a impressão de haver ferido Alfonso, pensou, entre surpresa e curiosa. — Talvez sequer no mundo inteiro. Seu irmão é mesmo um homem lindo.
— As moças sempre o perseguiram.
— Imagino que sir Nigel nunca tenha precisado correr atrás das mulheres, ou se esforçar para conquistá-las.
— Quanto duramente ele terá que se empenhar para conquistar você?
Lorde Herrera estava com ciúme, Maite concluiu, com uma pontada de orgulho. Reparando na maneira como Nigel a fitava, ele deduzira que, a exemplo de muitas outras, ela sucumbiria ao fascínio exercido por aquele rosto bonito, pelo sorriso devastador e palavras doces. Embora tal demonstração de ciúme a envaidecesse, também a insultava. Entretanto, não era difícil compreender que Alfonso lidava com sentimentos antigos, velhas rivalidades fomentadas por mulheres imaturas ao longo de anos. Pois ali estava sua chance de rejeitá-lo, de pôr um ponto final nos avanços de sir Herrera, fingindo ter sido cativada pelo charme de Nigel. Por que, então, se recusava a fazê-lo? Porque não queria jogar um irmão contra o outro? Não, não apenas por isso. Entendia muito bem a angústia de Alfonso, havendo experimentado na pele a rejeição.
Sendo pobre e ilegítima, fora, com freqüência, ignorada, ou descartada.
— Muito duramente — respondeu, afinal.
— Verdade? Notei como meu irmão a olha.
— Ah, é uma pena. Eu esperava que sir Nigel acabasse curado dessa tolice antes que alguém percebesse. Ele sente-se grato a mim porque aliviei seu sofrimento. Não se esqueça de que, durante uma semana, seu irmão viu quase que exclusivamente meu rosto.
— Um rosto que qualquer homem teria prazer em contemplar.
Um calor intenso invadiu-a. Os galanteios de Nigel sempre a tinham deixado indiferente. Porém, bastara lorde Herrera dizer que a achava bonita, para corar e derreter por dentro. Naquele momento deu-se conta de que seu coração traiçoeiro havia acolhido aquele homem severo e altivo. Não se tratava apenas de paixão carnal o que sentia, mas de algo mais profundo. E assustador.
De repente, ela se descobriu num canto isolado do jardim, aprisionada entre os braços fortes. Não fora levada para um passeio ao ar livre, para desfrutar de uma tarde primaveril, e sim para um lugar recluso, onde o senhor de Donncoill poderia lhe roubar um beijo.
O que realmente preocupava Maite era sua incapacidade de repudiá-lo, de impedi-lo de continuar esse jogo de sedução. Deveria libertar-se do abraço, feri-lo com algumas palavras rudes e correr, o mais depressa possível, para a segurança do quarto de Nigel. Em vez de tomar uma atitude sensata, permaneceu paralisada como uma tola, enfeitiçada pela beleza do rosto másculo.
— Então era este seu plano desde o início — acusou-o, pousando as mãos sobre o peito largo num arremedo de resistência.
— Você está me acusando de me valer de artifícios para atraí-la até aqui? — A voz baixa e intensa soou como uma caricia aos ouvidos femininos.
— Sim, estou. Você o nega? — Maite estremeceu ao ser beijada na nuca.
— Não, não tramei nada, bela senhorita. Apenas cheguei à conclusão de que você precisava sair daquele quarto.
Quando Maite abriu a boca para protestar, um beijo a calou. Apesar de saber estar cortejando o perigo, a pressão da língua imperiosa dissolveu todos os seus receios. Não tinha forças para recusar a caricia.
Num impulso incontrolável, enlaçou-o pelo pescoço e estreitou o contato de seus corpos. Assombrava-a que um simples beijo pudesse incendiá-los, levando-os a agir como animais no cio. Ainda beijando-a avidamente, Alfonso a imprensou contra a parede da torre inacabada, obrigando-a a sentir o pulsar de seu corpo rígido. Enlouquecida de desejo, Maite percebeu os dedos longos e ágeis desfazerem o laço de seu vestido e abaixarem o corpete até a cintura. Ao ter os seios expostos, ensaiou um protesto e quis afastá-lo. Mas no momento em que Alfonso deslizou a língua ao redor de um dos mamilos e depois pôs-se a sugá-lo, o mundo lá fora parou de existir, as noções de certo e errado perdendo o significado. Como se de muito longe, Maite escutou gemidos de prazer e, pasma, descobriu ser ela mesma a fonte dos sons desconexos. Durante intermináveis minutos, os dois se beijaram e se acariciaram com uma voracidade que beirava a selvageria, as mãos deslizando pelos corpos um do outro como que movidas por um desejo insaciável.
Autor(a): taynaraleal
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 13
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fsales_ Postado em 23/03/2018 - 18:15:20
Posta maisss, tá bem claro que os dois se querem! Se possuam de uma vez, queridinhos, deixem o passado dos pais de vocês pra lá!!!
taynaraleal Postado em 24/03/2018 - 16:03:12
Concordo com você Fabi. Logo logo posto mais, quero que isso pegue fogoo
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fsales_ Postado em 03/03/2018 - 00:24:44
MEU JESUS BEIJO E COMEÇO DE HOT, POSTA MAISSSSS QUE ESSA FIC TÁ BOA DEMAIS!!!!
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fsales_ Postado em 03/03/2018 - 00:23:08
ALFONSO COM CIÚME, ESSE MOMENTO É NOSSO, GALERAAA
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fsales_ Postado em 03/03/2018 - 00:22:40
"Não tenho medo de você, lorde Herrera" MAITE AFRONTOSA. é isso que eu quero sim
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fsales_ Postado em 22/10/2017 - 14:40:51
Alfonso já desejando ela e já pensando em sexo em momentos inapropriados! não vou mentir... Adorei! kkkkkkk
taynaraleal Postado em 08/02/2018 - 18:11:41
Vamos esperar para os reais momentos, e ai nós piramos :)
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fsales_ Postado em 22/10/2017 - 14:39:53
MEU DEUS, POR FAVOR, POSTE MAIS HOJE Q EU TÔ ANSIOSA!!! Já senti que vou amar esses dois nessa fic também! Coitado de Nigel e esse "Não, minha convidada." de Alfonso, afemaria, senti no coração!!! Maite bem atrevida, adorei também
taynaraleal Postado em 08/02/2018 - 18:11:11
Vou postar hoje, serei booazinha e tentarei postar mais uns 3 capitulos
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fsales_ Postado em 21/10/2017 - 10:52:07
Só eu que sou a louca que fica contando os segundos pra Maite aparecer logo? kkkkk quero!
taynaraleal Postado em 08/02/2018 - 18:10:45
Não mesmo kkk
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fsales_ Postado em 21/10/2017 - 10:36:02
Primeira leitoraaa nessa história lindaaa! AAAA
taynaraleal Postado em 08/02/2018 - 18:10:29
EEEEEE Primeira e unica até o momento :) estou felizzzzzz, vou voltar com ela logo, nem se preocupe, vai ler bastante antes de iniciar a faculdade