Fanfics Brasil - Capítulo 9 Destinos Cruzados - AyA

Fanfic: Destinos Cruzados - AyA | Tema: RBD Ponny AyA Anahi Alfonso Suicídio Depressao Romance


Capítulo: Capítulo 9

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Ruth tamborilava os dedos na mesa impacientemente. Alfonso costumava ser pontual, mas sempre se atrasava alguns poucos minutos se tivesse tido plantão na noite anterior. Ela vagou o olhar pelo restaurante e seus olhos verdes se cruzaram com um homem quase de sua idade. Ele lhe deu um sorriso e ela retribuiu, desviando o olhar logo após, encabulada com a própria ousadia.


Tomou um gole do vinho branco que o garçom havia acabado de servir e corou. Os londrinos não costumavam ser tão descarados dessa forma no flerte, então ela pensou que talvez fosse um estrangeiro. Havia anos que estava solitária, sem um companheiro ao seu lado para satisfazer suas necessidades de mulher. Ela desenhou a borda do copo com o dedo, pensativa. A medida que Alfonso crescia e se tornava um homem, ela sentiu necessidade de uma figura paterna para o filho muitas vezes. Mas o que ela podia fazer, se nenhum dos homens que conheceu, prestava? Ela se tranquilizou, sabia que havia feito um bom trabalho na educação de Alfonso. Apesar de viverem com a ajuda do governo e da sua renda como uma simples costureira, conseguiu que o filho almejasse o que mais queria. Se sentia orgulhosa, emocionada, por ter tido participação na criação de Alfonso e obtido sucesso, por sinal.


Ela vivia agora, uma vida confortável, luxuosa, para ser mais exata. Tudo graças ao seu menino. Sim, ela sempre veria Alfonso com seus olhos de mãe. E mães sempre acham que seus filhinhos não crescem, não é? Se perguntou. Mas ainda assim ela era uma mulher e sentia necessidades, desejos. Balançou a cabeça e tomou mais um gole do vinho.


- Posso saber o que tanto se passa nessa cabecinha? – A voz de Alfonso soou atrás dela, que levou a mão ao peito assustada. Recebeu um enorme beijo no rosto, dando um leve tapa no braço de Alfonso pela grosseira.


- Você não pode querer matar sua mãe dessa forma. Bem, não antes de me dar vários netinhos. – Mexeu no guardanapo distraidamente, como se estivesse sentida.


Alfonso revirou os olhos. Conhecia muito bem o tipo de chantagem emocional que a mulher à sua frente poderia fazer, por isso desconversou. Sentou-se na cadeira em frente a mãe, desdobrando o guardanapo e colocando-o no colo.


- Como vai, mamãe? – Segurou a mão da mãe por cima da mesa e acariciou. Ruth sorriu, achando o gesto encantador.


Ela escolhia o mesmo restaurante, sempre. Fazia o mesmo pedido, sempre. Mas Alfonso adorava estar ali e passar um tempo com a mulher que mais amava no mundo. Começaram a conversar e Ruth perguntava sobre seu trabalho, se mostrando interessada, mesmo não entendendo metade dos jargões que Alfonso usava. Eles pediram o prato principal e Alfonso resolveu recusar o vinho, pois estava dirigindo. Era um homem corretíssimo e adorava seguir às regras, por mais que muitos achassem aborrecido.


- E como vai Ucker e Dulce? Soube que ela teve o bebê. – Falou Ruth, espetando um camarão e levando-o a boca. – Aposto que os pais de Christopher estão bem felizes com a primeira netinha. – Fungou, falsamente.


- Mamãe, já conversamos sobre isso... Eu nã...- O telefone de Alfonso tocou e ele rapidamente atendeu, pensando ser do hospital, mas na verdade era Dulce. Logo após desligar, ele sacudiu o telefone no ar. – Falando na diaba.


- Alfonso, que grosseira! Não fale assim de Dulce. – Ruth lhe deu um olhar severo, mas seus olhos brilhavam com a brincadeira.


Alfonso deu um sorrisinho para a mãe e beijou sua mão.


- Ela inventou um jantar de comemoração pelo nascimento de Louisa. Não é um pouco estranho?


- Seria, se Dulce não fosse uma boa e dedicada mãe. – Limpou a boca com o guardanapo e colocou os talheres no prato, após terminar a refeição.


- Eles me convidaram para ser padrinho de Louisa. – Disse orgulhoso.


- Oh meu Deus, ela pode me chamar de vovozinha. – Ruth uniu as mãos, emocionada. Alfonso riu da atitude da mãe, às vezes ela exagerava.


- Mamãe, por favor. - Disse repreendendo-a - Louisa não é sua neta, você não pode se colocar nesse posto sem ser convidada. É rude. – Alfonso tomou um gole da sua água com gás e observou o rosto da mãe despencar de tristeza.


- Pois isso não é da sua conta, Alfonso Herrera. Dulce não tem mãe e eu posso muito bem ocupar esse posto se ela deixar, me ouviu? – Falou ríspida. Odiava ver todas as amigas virarem avós e ela ficando à mercê.


Era verdade que hoje em dia, a maioria das mulheres de mais idade enchiam o rosto de botox e plástica, deixando-as irreconhecíveis. Odiavam falar de suas idades ou de serem chamadas de avós. Porém, depois de ver Alfonso realizado, esse era o seu sonho. Ela passou a mão pelo elegante coque na cabeça, orgulhosa dos seus frios brancos. Sabia que não viveria para sempre, então quanto mais pudesse apressar Alfonso, ela o faria.


- Senhora. – O garçom colocou uma taça de champanhe na sua frente e ela sorriu, amigável.


- Me desculpe, mas eu não pedi isso. – O olhou, confusa. O garçom retribuiu o sorriso e colocou a taça na mesa.


- Eu sei. Foi gentileza do cavalheiro daquela mesa ali. – Apontou e Ruth corou. Era o mesmo homem que havia lhe dado o sorriso mais cedo e ela retribuíra. Será que pensou que ela estava dando mole? Seria essa a expressão certa que os jovens falavam? Ela não sabia, mas agradeceu mesmo assim e o rapaz se retirou.


- Bem, do jeito que a senhora está talvez eu tenha um novo papai em breve. – Alfonso brincou e Ruth ficou ainda mais corada. – Eu estou brincando mãe. Vamos mudar de assunto, vai! – Sugeriu. Ruth assentiu e assim eles terminaram o almoço, pedindo logo a sobremesa.


Alfonso olhou a hora no relógio de pulso e suspirou. Precisava dar um pulo no hospital para ver alguns pacientes mais graves, mas teria dois dias de folga direto. Eram os dias que ele tirava para resolver todos os problemas da semana.


- Preciso ir mãe. Em breve nos veremos de novo ok? – Ele levantou e deu um beijo no rosto da mãe. Colocou o dinheiro junto com a conta.


- Não se esqueça de me ligar, seu ingrato. Às vezes parece que você não tem mãe... – choramingou.


Alfonso lhe abraçou por trás, sorrindo com o drama. Sabia que era pura encenação de Ruth Herrera. Ela ficava possessa quando Alfonso tinha tempo livre e a seguia de um lado para o outro, quase expulsando-o da casa dela. A mãe adorava a privacidade que tinha e ele estava bem com isso. Mas de praxe, ela não podia deixar de fazer um charme sempre que se viam.


- Tudo bem. Ah, se a senhora se decidir por casar de novo, sabe que eu apoio, não é? – Ele agachou ao seu lado, segurando em ambos os lados do rosto da mãe. Ruth piscou, emocionada com o gesto amoroso do filho.


- Eu sei querido, mas eu não estou preparada para isso. Estou velha, cheias de manias, sabe... – Tentou arrumar justificativas, mas Alfonso balançou a cabeça.


- Não. A senhora é uma mulher extraordinária que qualquer cara ficaria honrado de ter ao lado. Só não me arrume algum rapazeco da minha idade, pelo amor de Deus. – Tentou soar sério, mas sorriu.


Se despediu da mãe e seguiu para o hospital. Depois de bater o ponto e dar sua ronda, ele estava pronto para ir para casa. Apertou o botão para esperar o elevador e ergueu os olhos para a placa de metal pregada na parede. Psiquiatria.


O que Anahí estaria fazendo naquele momento? Estaria sozinha? Estaria algum residente babando em cima daqueles olhos azuis?


Sacudiu a cabeça, querendo espantar os pensamentos errados. Era o momento de focar em si mesmo, não nela. Mas como pegadinha do destino, ele ouviu seu nome ser chamado.


- Doutor Herrera, por favor, espere! – Os passos apressados se aproximaram e ele reconheceu a dona dos cabelos negros, Maite, imediatamente.


- Ufa, pensei que não ia conseguir te encontrar. Falaram que só viria novamente daqui a dois dias. – Ela levantou a mão, pedindo um tempo. Estava sem fôlego e Alfonso conteve um sorriso. Olhou para os pés de Maite, se perguntando porque que diabos, uma mulher, consegue usar saltos tão altos durante todo o dia e ainda mais correr com eles. Mas não era realmente da conta dele, não é? – Eu precisava falar com você, será que podemos ir para um local mais reservado? – Perguntou, esperançosa.


- Claro, Maite. Tem uma cafeteria do outro lado da rua. Eu até sugeriria a que tem no hospital, mas creio que se tomar mais algum gole dessa água com cheiro de café, terei uma úlcera. – Brincou e o elevador apitou.


Os dois entraram na pequena cafeteria e fizeram seus pedidos. Alfonso tomou um gole do seu expresso e esperou Maite começar a falar. Podia perceber que a mesma, estava sem graça. Então resolveu começar, já que não podia perder mais tempo. Tinha compromissos marcados e não poderia deixá-los para outro dia.


- Então, o que você queria falar comigo? – Perguntou delicadamente. Seu coração bateu descompassado, com medo de algo tivesse acontecido com Anahí. Mas se tivesse, ele já teria sabido, afinal, lia todo dia seu prontuário. Não se lembrava de ter lido nada fora do normal, pelo que viu, ela estava indo muito bem.


- É sobre Anahí... – Ela começou.


- Soube que ela está indo muito bem. Doutor Pierce me informou que ela está bem receptiva, conversa com todos e...


- Sim, isso tudo é verdade. Eu não queria ter que me intrometer, mas vou ser direta. – Ela arrumou a postura na cadeira, como se estivesse pronta para atacar. – Porque você a abandonou? Porque deixou o tratamento dela e deu para outro médico? – Os olhos de Maite estavam afiados e mostravam um pouco de decepção.


Tinha acabado de sair do quarto da amiga e passaram uma tarde agradável. Mas Anahí ainda tinha o olhar vazio, solitário. Ela sabia que Alfonso havia ajudado na pequena melhora que ela teve, um dia depois do seu incidente. Mas depois, Alfonso desapareceu, sem dar satisfação. E Anahí havia perdido novamente o pouco do brilho que conquistara. Então ela foi atrás do que havia acontecido e soube que o próprio Alfonso havia se recusado o tratamento da amiga e aquilo a deixou furiosa!


- Maite, eu não posso discutir minhas decisões profissionais com você. Eu posso garantir que o médico que está tratando Anahí é excelente. A minha parte ali, acabou, no momento que ela foi transferida de ala. Eu sou um médico de emergência e não psiquiatra. Não posso ficar visitando cada paciente com poucos pontos todos os dias. – Falou impaciente. Não gostava de ser questionado, não gostava da sensação de culpa que Maite havia puxado a superfície novamente.


- Eu sei disso, Herrera. Não sou estúpida. – Disse ressentida, com o súbito ataque de Alfonso. – Eu não sei o que você fez naquele dia, mas Anahí havia melhorado tanto em só alguns minutos que esteve com você. Ela tinha um brilho nos olhos depois que você saiu, um brilho que eu não via a muito tempo... – Ela fixou o olhar em seu copo por um momento, e logo após o olhou novamente. – Ela está indo para aquele lugar de novo, eu sinto. – O coração de Maite estava apertado, com medo. Mas nunca admitiria isso em voz alta, com medo de que se tornasse verdade.


Alfonso continuou calado, deixando que Maite colocasse para fora. O fato, era que, ele se sentiu feliz. Isso significava que ela também havia gostado do momento que passaram juntos. Mas o problema morava aí. Ele havia gostado de mais de estar perto dela, mais do que um médico geralmente deveria gostar. E era errado. Ele abominava o errado.


- Você a salvou, você sabe chegar até ela de uma forma que nem eu e nem Jack nunca conseguimos. – Soou triste e Alfonso sentiu uma pontada de culpa. – A única coisa que eu queria é que você fosse lá, de vez em quando, vê-la e conversar um pouco. Eu sei que você é um homem muito ocupado e que ela é somente mais uma paciente para você, mas...


Mais uma paciente...Ah, se Maite soubesse como estava errada! Para ele, ela era mais que uma paciente. Era uma mulher magnífica e com muito potencial pela frente. Seu coração acelerou novamente e ele tomou um longo gole de café para disfarçar.


- Ela gosta muito de você, sabe. – Maite bebericou o café, observando a reação de Alfonso. Ele parecia pálido, quase como se fosse desmaiar em cima da mesa. Ela deu um sorriso por trás do copo, sabendo que havia atingido um ponto.


- Eu vou.... vou ver o que posso fazer, tudo bem? Mas não prometo nada. - Murmurou.


Alfonso se despediu, deixando Maite com a pulga atrás da orelha. Qualquer outro médico não hesitaria em dar assistência a um paciente que quisesse sua atenção. Porque então, Alfonso Herrera, havia ficado tão nervoso com seu pedido? Um pedido tão simples...


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E quando a autora está inspirada? A gente pega e posta sem rodeio! Como estão amoras? Gostando da história? Quero a opinião de vocês...


Minha mente está funcionando a mil e não consigo parar de imaginar os próximos capítulos, por isso postei esse cap extra para vocês. Enquanto foi saindo ideia, eu vou escrevendo.


Com amor, Fran.



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Autor(a): Lost Graphics

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O tique e taque do relógio era o único som que se podia ouvir. Um grupo de dez pessoas, incluindo o terapeuta, formava um círculo na sala. O médico se mantinha de pernas cruzadas, olhando cada paciente por separado, observando suas posturas e seus movimentos. Anahí se mexeu na cadeira, incomodada com aquele olhar avaliativo. Era como se ele ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 24



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  • justlary Postado em 23/07/2023 - 00:51:58

    Eu queria tanto terminar essa web, você poderia postar o link dela no wattpad

  • lara_rbd Postado em 20/04/2018 - 15:11:58

    Mas como assim encerrada? Não, por favor, não faz isso......

  • emily.ponny Postado em 11/03/2018 - 15:21:54

    Não sei porque estava tão receosa em ler essa história acabou que agora estou apaixonada *--*7

    • Amando Ponny 👯 Postado em 11/03/2018 - 17:59:34

      aaaaaaaaa *------* isso ai, tão feliz que esteja gostando amore Obg por acompanhar s2

  • laraponny Postado em 22/02/2018 - 22:10:56

    Que fic perfeita, amando a cada dia mais. Acho lindo quando amor vai alem do fisico e atinge a alma. Posta mais....

    • Amando Ponny 👯 Postado em 10/03/2018 - 21:21:13

      Won que linda, obrigada. Isso é pura verdade! *---*

  • ginja2011 Postado em 26/01/2018 - 22:40:40

    Que bom que o casal Uckerman são além de inteligentes são sensíveis, compreensivos e habilidosos ante situações delicadas, e o Poncho está maravilhosamente mostrando que a beleza que ele vê nela vai além da estética física. AMEIII!!!

    • Amando Ponny 👯 Postado em 29/01/2018 - 20:35:47

      obrigada por me acompanhar aqui também!!!

  • anyherreira Postado em 19/01/2018 - 18:42:50

    Poncho não vai desistir da anahi vai? Ela tem que melhorar essa alto estima dela é só o poncho pode ajudar continua estou amando

    • Amando Ponny 👯 Postado em 23/01/2018 - 23:53:21

      Não, claro que não! Mas eles precisaram passar por cima de muitas coisas para ficarem juntos, principalmente por Anahí achar que não merece ser feliz como todo mundo.

  • minhavidavondy Postado em 18/12/2017 - 11:25:34

    Gostei. Continue

    • Amando Ponny 👯 Postado em 18/12/2017 - 12:31:58

      Mais tarde tem mais seja vem vinda!!!

  • ponnyyvida Postado em 16/12/2017 - 04:27:58

    Aaaaaa eles se conheceram *_* Apesar de ser de uma forma bem triste :( Posta maisss

    • Amando Ponny 👯 Postado em 18/12/2017 - 12:31:35

      Verdade, mas agora estão juntosss

  • ponnyayalove Postado em 06/12/2017 - 01:18:18

    Continuaaaa

    • Amando Ponny 👯 Postado em 14/12/2017 - 00:41:53

      Continueeei!

  • ponnyyvida Postado em 15/11/2017 - 22:33:46

    Guria, coitada da Any, só sofre :( Continua meu amor <3

    • Amando Ponny 👯 Postado em 15/11/2017 - 23:39:22

      Só sofre tadinha, mas vamos torcer pra Chegar o principe da vida dela *----*


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