Fanfic: Destinos Cruzados - AyA | Tema: RBD Ponny AyA Anahi Alfonso Suicídio Depressao Romance
Anahí abriu os olhos e suspirou. Ao ter a mente limpa e clara, tentou se lembrar de onde estava. Em sua cabeça, mil agulhinhas pareciam estar alfinetando-a. Era tudo culpa do vinho, atribuiu. Muito fraca para a bebida, como sempre e ter comido pouco no jantar havia ajudado. A porta se abriu devagar e Alfonso entrou com uma bandeja na mão, trazendo seu café da manhã. Corou, envergonhada pelo ataque de pesadelo que a acometera durante a madrugada e também, por ter sentindo Alfonso niná-la tão docemente até que pegasse no sono. Ela não poderia dizer quanto tempo ele ficou com ela, mas fora a primeira vez que ela conseguira dormir tão profundamente em anos.
- Bom dia. – Ele deu um sorriso torto e ela deu espaço na cama, para que ele se sentasse. Apoiou a bandeja no colo dela e a observou passar as mãos pelos cabelos na intenção de arrumá-los. – Você não precisa fazer isso, está linda. – Elogiou.
E era um elogio completamente verdadeiro. Apesar dele mesmo ter passado a noite com os olhos abertos como pratos e a mente em pleno funcionamento, ostentava olheiras ao redor dos olhos. Mas ela, estava linda. As bochechas rosadas pelo calor da calefação, os olhos azuis brilhantes e um pouco inchados por ter acabado de acordar e a expressão tímida que levava ao rosto, completava a equação.
- Bom não minta para alimentar meu ego. Você diz isso porque está acostumado a virar noites no hospital e continuar magnífico. – Falou com atrevimento, mordendo um pedaço no bacon. Ela gemeu com os olhos fechados, assim que sentiu o sabor. Estava exatamente igual ao que sua mãe fazia para ela na infância.
- Eu não minto, Anahí. – Ele se aproximou e tocou o rosto dela, assim como havia feito na noite passada. – Você é uma mulher linda, espirituosa e a melhor cozinheira que a Europa já viu. E eu... – Ele retirou a bandeja do colo dela, colocando no criado mudo, sem desviar o olhar do dela – Não tenho mais forças pra ficar longe de você. – Puxou ela para o seu colo e Anahí enroscou as pernas em sua cintura.
- Co-como? Alfonso, o que você está tentando dizer? – Murmurou, sentindo o coração disparar novamente. Ela não queria acreditar ou até mesmo se iludir. Alfonso era um médico, praticamente seu médico. Ele a salvara e agora estava ali, em seus braços. Sonhara com ele até mesmo acordada, será que ainda estava dormindo? – Eu estou dormindo, não é? Isso é um sonho... – Uma grossa lágrima escorreu por seu rosto, enquanto ela tocava gentilmente o rosto dele.
As sobrancelhas grossas, o queixo reto, o nariz um pouco grande, mas totalmente proporcional ao resto. Os lábios maravilhosos e a barba por fazer...
- O que? Any, claro que não! Porque diz isso, querida? – Perguntou gentilmente, limpando a lágrima solitária.
- Você nunca iria dizer algo desse tipo pra mim. Nenhum homem iria dizer algo assim pra mim, nunca. – Ela desviou o olhar, com uma sombra de tristeza nublando a visão.
- Se isso fosse um sonho, eu te garanto que já estaríamos sem roupa nesse momento e eu estaria amando cada pedacinho de você agora. – Falou com a voz rouca, acariciando as costas dela por debaixo do pijama. A pele quente de Anahí se arrepiou e ela o olhou novamente – Mas por respeito a Dulce e ao Chris, e principalmente à minha afilhada que dorme na porta à frente, não podemos fazer isso. – Ele deu um sorriso safado e ela cobriu o rosto com as mãos. – Olhe pra mim... – Pediu e ela o fez – Eu falei sério e preciso saber se você também se sente assim. Se está disposta a descobrir coisas novas ao meu lado. Não pode negar que há essa química entre nós Any, por favor. – Praticamente implorara para que ela fosse dele, mas não com as palavras certas.
Anahí estava em dúvida, não sabia ao certo o que Alfonso estava propondo, mas queria de todo coração aceitar. Ela mordeu os lábios, indecisa.
- E nós seriamos tipo...namorados? – Perguntou tímida. Ele abriu um enorme sorriso.
Era isso que queria, ser namorado de Anahí? Seu subconsciente gritou em alto e bom som: SIM! Há quanto tempo ele não namorava? Sequer tinha idade pra isso, havia passado da fase de namoricos, mas a ideia de poder sair com Anahí de mãos dadas, leva-la para jantar e ao cinema, o deixava totalmente empolgado.
- Sim. Você quer ser minha namorada, Any? – Perguntou, cheio de expectativa. Ela assentiu com a cabeça, empolgada e os olhos brilhantes. Alfonso mordiscou seus lábios de leve e ela deu um suspiro. Antes que pudessem perceber, estavam se beijando mais uma vez. As mãos se exploravam e as línguas se descobriam. A química que os dois tinham, era simplesmente inexplicável e eles queriam descobrir aonde aquela pequena fagulha de sentimento poderiam leva-los. O beijo ardente terminou com pequenos selinhos e Anahí sorriu, ainda sem acreditar. – Como seu namorado, é minha obrigação perguntar sobre o que aconteceu nessa madrugada... – Iniciou o assunto e o semblante de Anahí mudou.
Ela levantou do colo de Alfonso e foi até a janela do quarto, com os olhos fixos na neve que cobria o chão como um tapete branco. As casas do bairro pareciam ter sido polvilhadas com açúcar, mas podia se ver a fumaça saindo pelas chaminés. Era um lugar residencial, calmo, familiar. Ela viveu assim um dia. Agora, só haviam lhe sobrado as lembranças. A maioria delas, era amarga. Ela ainda podia sentir o gosto de fumaça na boca e levou a mão até a garganta, em um gesto involuntário.
- Eu preciso realmente falar disso agora? – Perguntou, quando sentiu a presença dele atrás de si. O calor emanava do corpo de Alfonso, fazendo ela se sentir muito mais aquecida do que o calor que saia da calefação. As borboletas em seu ventre, estavam em guerra e ela estava indecisa.
- Não, claro que não. Mas eu fiquei muito assustado e preocupado. Eu tive uma sensação de impotência que experimento sempre quando estou no trabalho e não consigo salvar alguém. Foi difícil ver você ali em meus braços e não poder fazer nada. – Ele a abraçou por trás, pousando as mãos sobre a barriga e o queixo no ombro dela. Contemplou a paisagem, desejando que ela se abrisse com ele. – Isso acontece toda noite? – Perguntou suavemente e ela deu os ombros.
- Praticamente. Quando eu esqueço de tomar meus remédios ou me canso deles. Às vezes eu chegava tão cansada do restaurante, que simplesmente tomava um banho e dormia profundamente. Acho que é por isso que eu passava mais tempo lá do que qualquer outro funcionário e dava a desculpa de que eu sou a dona. – Ela colocou suas mãos sobre as dele, entrelaçando os dedos – Eu sempre revivo aquela noite, outra e outra vez. É simplesmente terrível. A sensação de sufoco, de estar presa e sozinha. Acordo sentindo o gosto de fuligem na garganta e pode ser coisa da minha cabeça, mas às vezes sinto minhas cicatrizes pinicarem. – Murmurou, com a voz trêmula.
Ele queria falar sobre isso com Anahí. Indagar a quanto tempo ela revivia suas lembranças pela noite, se suas amigas sabiam disso, se ela acordava chorando todas as vezes, se... Eram tantas dúvidas. Mas ela começou a tremer em seus braços e ele temia que ela tivesse uma crise ali mesmo, então recuou.
- Ei, ei...me desculpe. Não precisamos de falar disso agora, ok? – Ele a virou, grudando seu corpo ao dela. Os olhos de Anahí estavam úmidos com lágrimas não derramadas, ela estava se fazendo de forte e ele entendia. Não queria estragar aquele dia, fazendo-a chorar com lembranças que a machucavam. – Você vai terminar de tomar o seu café agora, trocar de roupa e a esperaremos lá em baixo. Vou te levar pra casa, tudo bem? – Ele sorriu e ela abriu um sorriso lento, grudando os lábios ao dele. Alfonso suspirou, deixando se envolver pelo perfume doce e floral de Anahí.
- Tudo bem, doutor. – Falou com provocação e acariciou o peito de Alfonso, por cima da camisa. Ele gemeu e apertou a bunda dela, sem conseguir se conter. Ela riu e correu para o banheiro, em busca do seu vestido e ele foi em direção a cozinha.
*
Christopher e Dulce encaravam Alfonso sem saber o que dizer. Todos estavam reunidos na mesa, tomando café e esperando Anahí descer.
- Estou dizendo, foi horrível. Ela gritou e se encolheu toda na cama, tentando se arranhar. Acordou chorando e levou um bom tempo pra voltar a dormir. – Ele encarava a xícara com café fumegante a sua frente.
Havia compartilhado com os amigos o que acontecera na madrugada. Não queria ter deixado Anahí sozinha no quarto, mas precisava desabafar, saber qual passo seguir. Ele não queria se afastar dela. Fora como no primeiro momento no hospital, depois que ela acordara na primeira vez. Era uma conexão inexplicável, os fios que o puxavam estavam ali, se solidificando cada vez mais.
Toda vez que ele se lembrava de Anahí na cama, pedindo por ajuda, algo se contorcia dentro dele. E não de uma maneira boa. Ninguém deveria sofrer daquela maneira. Ele lidava com sofrimento todo santo dia, mas ver alguém que gostava, ser torturada por lembranças daquela forma era...doloroso.
- Santo Deus. – Dulce arfou, quando ele terminou. Lágrimas inundaram seus olhos amendoados e Christopher lhe abraçou de lado, afagando seu ombro. – Pobrezinha...Você precisa tirá-la daquele hospital, Poncho. Por favor. – Pediu, segurando as mãos dele por cima da mesa.
- Querida, não é assim. Alfonso não pode simplesmente dar alta a uma paciente que não é dele. – Christopher suspirou, as vezes a esposa pensava que os protocolos do hospital eram tão fáceis de serem quebrados.
- É assim sim! Vocês são quase donos daquela merda, como não podem fazer nada? Ela está sofrendo! – Dulce disse exasperada e se levantou bruscamente, abraçando a si mesma. A ideia de Anahí passar as noites sozinhas em um quarto de hospital, tendo pesadelos e ninguém para lhe confortar, lhe dava arrepios. – Poncho, ela deve ter esse tipo de pesadelo toda maldita noite. – Ele concordou, resolvendo manter a conversa que os dois tiveram em privacidade.
Alfonso olhou para Dulce, meditando em suas palavras. Ele apoiou a cabeça no encosto da cadeira e apertou os olhos com os dedos.
- Nós não somos donos do hospital Dulce, somos apenas do conselho. – Explicou ele, pela milésima vez.
- Então porque Christopher me encheu a paciência pra comprar as malditas ações? – Perguntou Dulce, contendo a raiva. – Não vou perder mais meu tempo com vocês. Só digo uma coisa, essa mulher precisa de ajuda e eu não irei ficar de braços cruzados vendo vocês desistirem. – Ela saiu da cozinha, furiosa e subindo as escadas rapidamente.
Alfonso tomou um gole do seu café e encarou Christopher, com uma sobrancelha erguida.
- Geniosa, não? – Disse, debochado. Ucker apenas riu do amigo, já se acostumara. – O que eu faço, Chris? Dulce está certa. Você acha que Anahí está boa o suficiente para ir para casa?
- Cara, eu não sei. Mas podemos ver com o terapeuta dela, se ela já teve algum progresso. Por mais que a gente queira que ela vá pra casa, precisamos ter a total certeza de que ela não vai, você sabe...tentar de novo. – Chris explicou e Alfonso apenas assentiu. Concordava totalmente com o amigo. – E depois, ela tem um sistema de apoio? Na minha opinião, ela teria que morar com alguém, pelo menos nos primeiros meses. – Completou, sabiamente.
- Tem razão. – Ele bebeu o resto do café e olhou para as escadas, como se pudesse vê-la descer a qualquer minuto. – Eu estou gostando dela Chris e muito. Meus sentimentos estão confusos, não posso tomar a decisão errada. O instinto médico está ficando por baixo da minha vontade como homem. Tem mais uma coisa... – Ucker o olhou, com os olhos apertados de desconfiança.
- O que foi? Vocês transaram? – Foi direto. Alfonso riu e coçou a garganta.
- Não. Eu a pedi em namoro. – Sorriu, sem se conter.
Christopher lhe deu dois tapinhas no ombro, de acordo. Alfonso estava claramente apaixonado, como ele nunca vira. Não tinha dúvidas ali.
- Eu vou ajudar você, fique tranquilo. – Falou com confiança e Alfonso suspirou.
No andar de cima, Dulce retirou Louisa do berço e a amamentou. Depois de fazê-la arrotar, ela e a filha foram em direção ao quarto de hóspedes, em busca de Anahí. Ela bateu na porta e esta foi aberta devagar. Louisa sorriu nos braços da mãe, ao ver Any.
- Podemos entrar? – Perguntou Dulce, delicada. Anahí apenas assentiu e deu espaço para que passassem. Elas se sentaram na cama e Dulce pôs Louisa deitada entre as duas. Ela sabia que Alfonso havia lhe contado do acontecido durante a madrugada, podia ver nos olhos de Dulce.
- Dul...Alfonso me pediu em namoro. – Falou tímida, brincando com Louisa. Será que ela poderia ter contado? Afinal, ele não pedira segredo.
- Mentira, tá falando sério? Any, isso é maravilhoso! – Exclamou empolgada, indo abraçar Anahí, que ficou desconcertada.
Então as duas se puseram a conversar, evitando o que havia se passado na madrugada. Anahí não se sentia preparada para compartilhar aquilo com Dulce, mesmo que ela estivesse sendo maravilhosa. Com Alfonso, era diferente. Era como se estivesse esperando ele por toda vida, ela podia sentir. Estava nas nuvens e o medo de que pudesse cair, não era nada comparado ao que Alfonso despertava nela. Era intenso e a estava deixando-a louca. Poderia ser amor? Não sabia a resposta, ainda era cedo. Mais estava apaixonada. Muito apaixonada.
Autor(a): Lost Graphics
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O caminhão que limpava neve havia retirado todo o acúmulo que as ruas sofreram durante a madrugada naquela manhã. Anahí entrou no carro com rapidez, quase congelando pelo frio e com seu casaco fofo bem apertado em si. Acenou pelo vidro para Christopher e Dulce, que permaneciam na varanda sorrindo e abraçados. Eles acenaram de volta, feliz ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 24
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justlary Postado em 23/07/2023 - 00:51:58
Eu queria tanto terminar essa web, você poderia postar o link dela no wattpad
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lara_rbd Postado em 20/04/2018 - 15:11:58
Mas como assim encerrada? Não, por favor, não faz isso......
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emily.ponny Postado em 11/03/2018 - 15:21:54
Não sei porque estava tão receosa em ler essa história acabou que agora estou apaixonada *--*7
Amando Ponny 👯 Postado em 11/03/2018 - 17:59:34
aaaaaaaaa *------* isso ai, tão feliz que esteja gostando amore Obg por acompanhar s2
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laraponny Postado em 22/02/2018 - 22:10:56
Que fic perfeita, amando a cada dia mais. Acho lindo quando amor vai alem do fisico e atinge a alma. Posta mais....
Amando Ponny 👯 Postado em 10/03/2018 - 21:21:13
Won que linda, obrigada. Isso é pura verdade! *---*
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ginja2011 Postado em 26/01/2018 - 22:40:40
Que bom que o casal Uckerman são além de inteligentes são sensíveis, compreensivos e habilidosos ante situações delicadas, e o Poncho está maravilhosamente mostrando que a beleza que ele vê nela vai além da estética física. AMEIII!!!
Amando Ponny 👯 Postado em 29/01/2018 - 20:35:47
obrigada por me acompanhar aqui também!!!
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anyherreira Postado em 19/01/2018 - 18:42:50
Poncho não vai desistir da anahi vai? Ela tem que melhorar essa alto estima dela é só o poncho pode ajudar continua estou amando
Amando Ponny 👯 Postado em 23/01/2018 - 23:53:21
Não, claro que não! Mas eles precisaram passar por cima de muitas coisas para ficarem juntos, principalmente por Anahí achar que não merece ser feliz como todo mundo.
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minhavidavondy Postado em 18/12/2017 - 11:25:34
Gostei. Continue
Amando Ponny 👯 Postado em 18/12/2017 - 12:31:58
Mais tarde tem mais seja vem vinda!!!
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ponnyyvida Postado em 16/12/2017 - 04:27:58
Aaaaaa eles se conheceram *_* Apesar de ser de uma forma bem triste :( Posta maisss
Amando Ponny 👯 Postado em 18/12/2017 - 12:31:35
Verdade, mas agora estão juntosss
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ponnyayalove Postado em 06/12/2017 - 01:18:18
Continuaaaa
Amando Ponny 👯 Postado em 14/12/2017 - 00:41:53
Continueeei!
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ponnyyvida Postado em 15/11/2017 - 22:33:46
Guria, coitada da Any, só sofre :( Continua meu amor <3
Amando Ponny 👯 Postado em 15/11/2017 - 23:39:22
Só sofre tadinha, mas vamos torcer pra Chegar o principe da vida dela *----*