Fanfics Brasil - Capítulo 2 Destinos Cruzados - AyA

Fanfic: Destinos Cruzados - AyA | Tema: RBD Ponny AyA Anahi Alfonso Suicídio Depressao Romance


Capítulo: Capítulo 2

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- Então, o que temos aqui? - Alfonso perguntou a enfermeira, enquanto calçava as luvas.


Ser médico não era fácil, mas sempre fora seu sonho. Nunca poderia ter escolhido outra profissão, afinal, sempre soube que a própria medicina lhe escolhera. Com especialização em trauma, era reconhecido e prestigiado, apesar de ser considerado muito jovem. Correu atrás e se dedicou, nunca deixando as adversidades da vida o jogarem pra baixo. Sua mãe era costureira e viúva, praticamente lhe criara sozinha. Nunca teve ninguém que pudesse lhe abrir as portas, tudo que conquistara fora por mérito próprio. Por mais tortuosos e difíceis que fossem os caminhos ele correu atrás e no fim estava satisfeito consigo mesmo. Poder salvar vidas era o que lhe interessava, ele havia nascido para aquilo. Obvio que nem sempre ele conseguia completar o seu objetivo.


A vida humana era frágil, delicada. Os livros e os professores o ensinaram a pensar com rapidez, lidar com frieza em todas as situações e não deixar o sentimento interferir na tarefa, pois esse sentimento poderia deixar o médico indeciso e lhe nublaria a mente. Mas eles não lhe ensinaram a lidar com a perda. O que fazer quando você vê a vida do paciente se esvaindo bem diante dos seus olhos? Quando você sente que a alma que antes estava ali, em um piscar de olhos não está mais? Era como tentar segurar fumaça com as mãos, mas ele fazia o que era humanamente possível ao seu alcance para que não chegasse a esse ponto. Afinal, não era algo que ele podia controlar. Ele sabia que poderia passar a vida toda salvando pessoas, mas nunca deixaria de se sentir mal pela perda das outras vidas. Uma coisa compensava a outra? Ele nunca saberia responder e, no fundo, não queria.


- Colin Matthew, cinco anos de idade, sem antecedentes anteriores ou alergias. Sua mãe disse que caiu de uma árvore tentando pegar um gato no galho. - falou a enfermeira, terminando de anotar algo na prancheta.


Alfonso sorriu para o ruivo banguela sentado na maca, não mostrava sinal de arrependimento pela artimanha, muito pelo contrário.


- Colin, eu só preciso ver como está seu braço, ok? - avisou se aproximando quando o menino assentiu. - O gato era seu, homenzinho? Devo dizer que voce foi muito corajoso, mas seria bom chamar um adulto da próxima vez... - falou divertido, tentando distraí-lo enquanto tocava o braço.


Mesmo na urgência, era muito importante que ele criasse um vínculo com o paciente. Ele sabia que poderia não vê-los novamente, mas não importava. Tocar em uma pessoa, com qualquer idade que fosse, e lidar com sua vida, exigia um grau de confiança que ele tentava passar em todas as situações.


- Não, ele não tinha dono. Ele é um filhote e eu queria cuidar dele. Mamãe disse que agora vamos poder levá-lo para casa e eu vou chama-lo de Caramelo. Ai! - fez uma careta de dor quando Alfonso mobilizou o braço para levá-lo ao raio x.


- Desculpe homenzinho, mas foi necessário. A enfermeira Mary vai te levar para fazer um exame e logo, logo, você vai estar de volta e vamos colocar um gesso nesse braço, tá legal? - tirou as luvas e bagunçou os cabelos ruivos - Tenho certeza que o Caramelo encontrou um bom dono. - sorriu e o tirou da maca.


O menino sorriu e concordou, acompanhando a enfermeira. Alfonso esfregou os olhos, totalmente esgotado. Olhando a hora em seu relógio de pulso, deu graças a Deus que seu plantão de quarenta e oito horas havia terminado. Ultimamente estava mais cansado que o normal, mas isso porque pegava mais plantões do que devia e ainda cobria os amigos quando precisava. Ele sabia que precisava tirar um tempo e descansar, ir visitar sua mãe na Cornualha, mas simplesmente não conseguia se manter tanto tempo afastado do hospital. Não é como se tivesse uma mulher e filhos em casa lhe esperando com um jantar na mesa, afinal.


Terminando alguns prontuários, deu sua noite por encerrada e foi se trocar, cumprimentando e se despedindo de vários funcionários a caminho do quarto dos plantonistas. Agora teria três dias para resolver pendencias, pagar contas e ficar à toa. Mas esse pensamento lhe incomodava. A sensação de ficar sozinho em seu apartamento fazia com que tivesse calafrios. Entrando em seu carro, seguiu direto para seu apartamento. Ele tinha bastante dinheiro guardado e sempre enviava uma generosa quantia para sua mãe. Ela batalhara muito para ajudá-lo a manter a bolsa parcial na faculdade e agora ele lhe retribuía com muito amor. Não era chegado a luxos e a coisa mais cara de sua casa fora sua cama. Quando ele caia nela, dormia como um bebê, e ele achava que merecia no fim das contas.


Era um apartamento de tamanho médio, com pouca decoração e bem masculino. Refletia totalmente sua personalidade. Pediu um jantar e foi tomar banho, assim que saiu do banheiro a campainha tocou. Jantou assistindo um jogo qualquer na televisão, mas em um determinado momento parou para observar sua casa. Era fria, impessoal, como se ninguém morasse ali pra falar a verdade. Ele sabia que nunca poderia achar uma mulher para compartilhar sua vida, quem iria entender seus horários ou suas emergências? Ele já havia tentado e terminou com o coração despedaçado pelo amor da sua juventude, Diana.


Eles se conheceram na faculdade e logo estavam tão juntos quanto podiam. Ela estudava História da Arte, totalmente diferente da sua carreira em tantos aspectos. Decidira pedi-la em casamento e assim que terminasse sua residência e começasse a trabalhar poderiam se casar. Mas no fim, descobrira que ela estava levando com a barriga o namoro desde que entrara na fase final do curso. Reclamara que ele não tinha mais tempo pra ela e que quase não a via. Disse que o namoro havia esfriado e que ela não queria passar o resto da vida esperando um homem que se dedicava cuidando da vida de outras pessoas, enquanto deixava de lado a pessoa que amava. Disse também, que havia conhecido outra pessoa que lhe dava o que ela queria e que não poderiam mais ficar juntos. Então partiu, deixando pra trás um Alfonso solitário, assim como o anel que queimava dentro da caixa no bolso da calça.


Prometeu a si mesmo que nunca mais faria uma mulher passar por aquela situação e também que ele mesmo não queria ter seu coração machucado pela segunda vez. Era casado com o trabalho, como diria seu amigo Christopher.


-


Dois dias depois, Anahí estava impaciente enquanto saia de casa para ir na banca de jornal. Era o dia que a crítica sobre seu restaurante iria sair e ela pedia a Deus, se é que existia um, para que ela lesse algo de bom. Não poderia suportar ter a última coisa que lhe restava sendo pisoteada em meio a páginas de revista para que todos pudessem ler.


Com passos apertados, deu graças a Deus por não estar chovendo enquanto tentava ultrapassar as pessoas na calçada. Pedindo desculpas de vez em quando pelos esbarroes, finalmente conseguiu chegar aonde queria. O coração estava acelerado e mesmo estando com luvas, sentia a palma de suas mãos frias e suadas. Respirou fundo, com a fumaça saindo pela boca. Suas bochechas estavam rosadas, culpa do clima da cidade. Ela pediu uma revista e pagou logo em seguida, dispensando o troco.


Olhou a sua volta e decidiu lê-la no parque que havia perto. Abraçando a revista como se fosse seu bem mais precioso, ela logo se sentou em um banco de frente para uma magnífica fonte. Ouviu o som de um saxofone e virando a cabeça, viu um artista tocando uma das músicas de Amy Winehouse que mais gostava. Sorriu, tremendo com expectativa e então abriu a revista, procurando a página que falava sobre seu restaurante.


Seu sorriso logo caiu quando viu o título da matéria:


"O MAIS JOVEM ERRO CULINÁRIO" que fazia alusão ao título da sua primeira matéria, quando ganhou seu primeiro prêmio, que dizia "O MAIS JOVEM ACERTO CULINÁRIO".


Porra, ler aquilo estava fazendo seu coração latejar. Antes que pudesse conter, sua visão ficara embaçada com as lágrimas que se recusava derramar. Sem perder tempo, começou a ler e não podia acreditar no que cada linha dizia. Fora massacrada de tantas maneiras que não podia chegar a contar nos dedos mais. Falaram mal da sua comida, do seu tempero, do atendimento... Tudo isso baseado em uma só noite. Que tipo de justiça era essa? Acabaram com o seu sonho e mesmo que quisesse continuar no ramo, agora tinha certeza que seu restaurante estaria as moscas. Mas o golpe mais baixo de todos, fora citar o seu incidente e a morte dos seus pais como causa do seu mau desempenho na cozinha. Criticaram até mesmo seu jeito de andar, pelas queimaduras em sua perna.


- Isso é uma revista culinária ou de fofocas? Deus, estou tão envergonhada... - amassou a revista, apertando-a contra o peito. As lágrimas agora corriam incontroláveis pelo rosto corado. Ela fechou os olhos com força, desejando que tudo nao passasse de um grande pesadelo. A dor irradiava do seu coraçao para todas as partes do seu corpo. Ela estava arrasada, quebrada em mil pedaços.


Sua respiração estava acelerada, ela olhava tudo a sua volta mas ao mesmo tempo não conseguia enxergar. Ouviu ao longe o toque de um celular e pensou que poderia ser o seu. Só podia ser Maite, tinha que ser. Ninguém ligava para ela e caso fizessem agora, seria só para derramarem o quanto estavam sentindo pena dela e outras baboseiras. Percebeu uma pequena turma de jardim de infância ao redor da fonte, todos com coletes verdes-neon, sinalizando-os caso se perdessem. Quem dera se ela estivesse novamente em sua infância agora, seria perfeito.


Ela não queria mais ter que ouvir nada de ninguém, só se sentiria mais humilhada, se é que fosse possível. Pensara que a matéria poderia ajuda-la, levantar o seu astral, mas pelo visto fora ao contrário. Já não suportava mais a vida que levava, onde tudo que amava era tirado de suas mãos. Tudo que amava e que tocava dava errado, e ela não sabia o porquê. Não sabia se era castigo de Deus ou era somente o destino rindo da cara dela como se fosse uma piada de mau gosto.


Com o olhar vazio, ela simplesmente jogou a revista no lugar onde pertencia, no lixo. Passou a mão pelo rosto, limpando o vestígio de lágrimas que havia lá. Pelo menos não usava maquiagem, se não naquele momento estaria parecendo um panda. Enviou uma rápida mensagem de texto para Maite, pedindo que ela lhe deixasse em paz de uma vez por todas e logo jogou o celular na água. As crianças a olharam com espanto, mas ela somente deu os ombros. A única coisa que ela queria no momento era paz e, ela sabia um jeito muito eficaz de fazer isso acontecer.



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Autor(a): Lost Graphics

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 24



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  • justlary Postado em 23/07/2023 - 00:51:58

    Eu queria tanto terminar essa web, você poderia postar o link dela no wattpad

  • lara_rbd Postado em 20/04/2018 - 15:11:58

    Mas como assim encerrada? Não, por favor, não faz isso......

  • emily.ponny Postado em 11/03/2018 - 15:21:54

    Não sei porque estava tão receosa em ler essa história acabou que agora estou apaixonada *--*7

    • Amando Ponny 👯 Postado em 11/03/2018 - 17:59:34

      aaaaaaaaa *------* isso ai, tão feliz que esteja gostando amore Obg por acompanhar s2

  • laraponny Postado em 22/02/2018 - 22:10:56

    Que fic perfeita, amando a cada dia mais. Acho lindo quando amor vai alem do fisico e atinge a alma. Posta mais....

    • Amando Ponny 👯 Postado em 10/03/2018 - 21:21:13

      Won que linda, obrigada. Isso é pura verdade! *---*

  • ginja2011 Postado em 26/01/2018 - 22:40:40

    Que bom que o casal Uckerman são além de inteligentes são sensíveis, compreensivos e habilidosos ante situações delicadas, e o Poncho está maravilhosamente mostrando que a beleza que ele vê nela vai além da estética física. AMEIII!!!

    • Amando Ponny 👯 Postado em 29/01/2018 - 20:35:47

      obrigada por me acompanhar aqui também!!!

  • anyherreira Postado em 19/01/2018 - 18:42:50

    Poncho não vai desistir da anahi vai? Ela tem que melhorar essa alto estima dela é só o poncho pode ajudar continua estou amando

    • Amando Ponny 👯 Postado em 23/01/2018 - 23:53:21

      Não, claro que não! Mas eles precisaram passar por cima de muitas coisas para ficarem juntos, principalmente por Anahí achar que não merece ser feliz como todo mundo.

  • minhavidavondy Postado em 18/12/2017 - 11:25:34

    Gostei. Continue

    • Amando Ponny 👯 Postado em 18/12/2017 - 12:31:58

      Mais tarde tem mais seja vem vinda!!!

  • ponnyyvida Postado em 16/12/2017 - 04:27:58

    Aaaaaa eles se conheceram *_* Apesar de ser de uma forma bem triste :( Posta maisss

    • Amando Ponny 👯 Postado em 18/12/2017 - 12:31:35

      Verdade, mas agora estão juntosss

  • ponnyayalove Postado em 06/12/2017 - 01:18:18

    Continuaaaa

    • Amando Ponny 👯 Postado em 14/12/2017 - 00:41:53

      Continueeei!

  • ponnyyvida Postado em 15/11/2017 - 22:33:46

    Guria, coitada da Any, só sofre :( Continua meu amor <3

    • Amando Ponny 👯 Postado em 15/11/2017 - 23:39:22

      Só sofre tadinha, mas vamos torcer pra Chegar o principe da vida dela *----*


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