Fanfic: Destinos Cruzados - AyA | Tema: RBD Ponny AyA Anahi Alfonso Suicídio Depressao Romance
A emergência que antes estava calma e plácida, agora era um burburinho só. Os enfermeiros e residentes corriam de um lado ao outro, fechando as cortinas para dar privacidade aos pacientes já ingressados. Alfonso chamou um interno para lhe acompanhar, além de uma enfermeira.
- Leve-a para a sala 2, está vazia! - Falou a enfermeira aos paramédicos, que sem perder tempo, empurravam a maca e descreviam o estado de Anahí com as informações médicas básicas.
Maite atônita, andava atrás deles, na esperança de poder ajudar a amiga. Sabia que não podia fazer nada, mas não queria abandoná-la. Ela entrou na sala e tentou segurar as mãos geladas de Any, mas foi afastada por gentis mãos em seus ombros.
- Mary, tire ela daqui! - Falou Alfonso, enquanto desamarrava as toalhas do pulso da jovem moça. - Você - olhou para o interno, que tremia levemente - Faça um acesso venoso agora e dê-lhe uma bolsa de sangue O+.
Ele tomou uns segundos para observar a pequena mulher vestida com um roupão a sua frente. Os cabelos molhados, grudados no lençol, a aparência pálida, as olheiras profundas que circundavam os olhos. O rosto era delicado, magro. As maçãs do rosto eram salientes e a boca pequena combinava perfeitamente com o resto do conjunto. Se perguntou qual cor seus olhos teriam. Lamentou por tê-la conhecido naquelas circunstâncias e não poderia se quer imaginar o que a tinha levado aquilo.
Sem perder mais tempo, ele analisou o corte dos pulsos. Deu graças a Deus que não precisaria de leva-la ao centro cirúrgico, apesar de ter visto muitos poucos cortes em suicidas daquela maneira. Era limpo, reto e por mais um pouco, seria fatal. Estava a um meio termo de superficial e profundo. Ele tocou a mão da mulher cuidadosamente e avaliou as unhas limpas e bem cuidadas. Se pegou imaginando com que ela trabalhava. Observou vários outros pequenos cortes e queimaduras, o que aguçou sua curiosidade. Seu pulso estava fraco e ela estava pálida, gelada. As máquinas começaram a apitar e os batimentos cardíacos da moça estavam caindo.
- Doutor, ela está tendo uma parada cardíaca! - Observou a enfermeira.
- Desfibrilador, agora! - Exigiu, e se preparou para iniciar o procedimento.
- ANY! - Gritou Maite no fundo da sala aos prantos e correu para se aproximar da mesa.
- Tirem ela daqui, AGORA! - Gritou Alfonso de volta e imediatamente o interno deixou as ataduras no pulso de Anahí e puxou Maite para fora da sala, tentando acalmá-la e voltou em seguida. - Carregue em cem... afastem! - Assim todos obedeceram e ele deu a primeira descarga.
Todos olharam para o monitor, esperançosos, mas os batimentos não voltavam. Alfonso não desistiria tão fácil e pediu para que carregasse em duzentos. Nada. Ele jogou as pás do desfibrilador em cima do carrinho e resolveu usar suas próprias mãos.
- Vamos, vamos. Por favor, não desista agora. Eu não vou deixar, me ouviu? - Iniciou a massagem, com toda energia que estava guardada durante aquela noite e de repente, olhou para o monitor cardíaco.
Finalmente os batimentos estavam voltando, lentamente e ele soltou a respiração que nem sabia que estava guardando. Todos ali estavam aliviados, seria uma lástima perder uma pessoa tão nova daquela forma. Seria mais uma nas estatísticas. Não que fosse raro eles atenderem aqueles pacientes, mas a verdade era que quase nenhum deles sobrevivia. Na maioria das vezes, quando chegavam lá, já haviam partido. Agora, ela teria mais uma chance, pensou Alfonso consigo.
Eles terminaram todos os procedimentos e Anahí foi levada para o quarto. Agora sobrava para Alfonso a missão de transferir aquela paciente para a ala de psiquiatria. Mas antes, ele falaria com a moça que provavelmente seria sua família. Retirou as luvas e as jogou no lixo. Lavou as mãos e seguiu em direção a sala de espera.
Maite largou o copo de café que Jack havia lhe trazido e foi em direção à Alfonso.
- Por favor, me diga que ela está bem. Por favor... - implorou, com os olhos cheios de lágrimas novamente. Seu rosto estava vermelho e inchado, ela ainda tremia. Jack se aproximou e lhe deu as mãos, em forma de apoio.
Alfonso observou as duas mulheres a sua frente. A morena era baixa, tinha os cabelos bem negros e o rosto suave coberto pelas lágrimas lhe partia o coração. A ruiva de cabelos revoltos estava com as roupas sujas de sangue e suspeitava de que fora ela que encontrara sua paciente, e pela sua compostura, demonstrava que estava tentando ser forte. Era uma experiência muito traumática para amigos e familiares de alguém que passavam por aquela situação, principalmente para os que encontravam o ente querido à beira da morte.
- Ela está em uma situação crítica, perdeu muito sangue e veremos como irá reagir essa noite. Fizemos os curativos em seu pulso e estamos administrando os medicamentos necessários. - ele segurou o suspiro consigo e ajeitou o estetoscópio no pescoço - Porém, preciso avisá-las que... - ele leu o nome na prancheta que estava segurando - ... Anahí... - falou seu nome com um tom diferente e limpou a garganta - Precisará ser transferida para a ala psiquiátrica, até que ela possa ser encaminhada para o tratamento.
- Psiquiátrica? Como assim? Ela não está louca, ouviu bem? - Maite limpou as lágrimas e apontou o dedo em riste para Alfonso. Ele firmou seu olhar, mas suavizou ao mesmo tempo. Era normal aquele tipo de reação dos familiares.
- Qual o seu nome? - Perguntou com gentileza.
- Maite e eu sou Jack. - Respondeu a ruiva, olhando Maite fechar a cara.
- Maite e Jack, eu ainda não posso afirmar o estado psicológico de Anahí e por isso um médico especializado irá terminar de conduzir o caso. Espero que vocês entendam que esse é o procedimento padrão do hospital, para os casos e não somente para ela. Eu sinto de verdade que isso tenha acontecido. - Falou com sinceridade, mas não podia ultrapassar os limites.
Maite relaxou a postura, em forma de derrota e assentiu, fungando. Jack a abraçou de lado.
- Eu não sei porque ela fez, isso... eu só... eu não acredito que isso esteja acontecendo, que ela quis acabar com a própria vida. - Olhou para Alfonso, que mantinha uma expressão suave. - Me desculpe por ter sido tão grossa Dr... - Leu seu nome no jaleco - Herrera. Obrigada por ter salvado minha amiga. - Apertou a mão de Alfonso, com gratidão.
- Vocês não são parentes da Anahí? Não se preocupe, esse é o meu trabalho. Vocês agiram rápido com o torniquete em seus pulsos, ajudaram a salvar a vida dela.
- Obrigada por tentar nos fazer sentir melhores... - respondeu Jack, acariciando os cabelos da amiga. - Somos suas amigas e empregadas. Anahí é uma chef de cozinha, nunca ouviu falar de Anahí Portilla?
Ele assentiu com a cabeça. Claro que tinha ouvido falar daquele restaurante, era o seu favorito e de sua mãe também. Agora suas dúvidas estavam cada vez maiores em relação a Chef que sempre admirou, mas outras haviam sido explicadas, como os cortes e as mini queimaduras. Nada que pudesse estragar as mãos pequenas e macias. Nunca a tinha conhecido pessoalmente, mas sua fama era lendária. Havia ido a vários jantares de negócios lá também, mas sempre quando ela se apresentava na mesa, ele havia ido embora por um chamado de urgência no hospital. Era irônico que se encontrassem nessas circunstâncias e muito triste também.
Alfonso pediu licença para as duas depois de alguns minutos de conversa, prometendo-lhes que assim que pudessem iriam ver Anahí. Maite havia lhe implorado para que não deixasse a amiga sozinha e ele não sabia o porquê, mas prometeu. Não conseguia deixar de pensar no calafrio que sentiu ao tocar sua pele fria, mesmo que a luva tivesse feito uma barreira entre eles.
Abriu a porta do quarto onde ela estava e uma sensação diferente lhe preencheu. Era como se todo seu ser fosse puxado, atraído, até ela. Inexplicável. Ele estava se sentindo um maníaco, mas não pode evitar de se aproximar e tocá-la. Checou primeiramente todos seus sinais vitais e anotou na prancheta aos pés da cama, afinal, seu instinto médico falava antes de tudo. Logo após, se aproximou da cabeceira e lhe tocou os cabelos sedosos. Ainda estava pálida, mas ele sabia que era questão de tempo até seu sistema voltar ao normal e com ele, sua cor. Ele imaginava que suas bochechas eram rosadas, quando estava saudável, assim como seus lábios. Ele correu as costas dos seus dedos na pele lisa com carinho e imaginou também como seria beijar aqueles lábios. Tocou seu braço delicadamente e a ponta dos dedos sobre as ataduras, depositando ali, um beijo suave.
Se afastou de imediato, pois a intensidade dos sentimentos desconhecidos por aquela mulher era muito grande. Tão grande, que o assustava. Ela era somente uma paciente e assim deveria ser. Mesmo assim, era incapaz de deixa-la sozinha, então sentou-se na poltrona ao lado da cama e se pôs observá-la, até que fosse chamado novamente para alguma emergência.
Será que aquilo era o céu? Se perguntou, Anahí. Era tudo escuro, frio e um pouco desconfortável. Porque ainda estava respirando? Supostamente não precisaria disso depois de morta. Sua mente estava confusa e nublada, até que se lembrou dos últimos momentos. Sentiu a umidade em seus olhos e percebeu que ainda estava viva. Vivíssima. Agora, estava ainda mais envergonhada por tudo que tinha acontecido. Quem será que a havia encontrado? Maite? Só ela sabia o esconderijo da sua chave. Só ela poderia ter aberto a porta. Ou talvez algum dos vizinhos, se a água tivesse chegado no corredor. Um deles poderia ter chamado a emergência. Oh Deus, não poderia ficar pior...
Abriu os olhos e tentou se adaptar a claridade repentina. Ao levantar o braço e esfregar o rosto, percebeu os curativos em ambos os pulsos. Não conseguiu segurar o choro sôfrego que brotou em sua garganta e silenciosamente deixou as lágrimas escorrerem. A porta se abriu e ela viu Maite e Jack entraram, ambas com os olhos inchados e com olheiras profundas.
As duas rapidamente a cercaram, lhe fazendo carinhos e lhe dizendo palavras de amor e carinho.
- Oh Any... porque? Só me diz isso... - pediu Maite, sussurrando.
Ela balançou a cabeça, se recusando a responder. Não queria falar com ninguém agora. Mas não porque odiava a presença das amigas no quarto e sim porque lhe dava vergonha. Vergonha por ter sido fraca, por que até para tirar a própria vida ela havia falhado. Mais uma vez. Ela era uma lástima total e não sabia porque essas duas mulheres maravilhosas estavam ali, chorando por ela. A porta se abriu mais uma vez e um homem de jaleco branco e olhos verdes mais lindos que ela já vira, com uma deliciosa barba por fazer, entrou no quarto.
Ele tinha um olhar intenso e mirava diretamente em seus olhos. Ela rapidamente limpou as lágrimas e desviou o olhar. Não tinha necessidade que mais alguém soubesse de sua dor e seu sofrimento. Já não bastavam as duas que estavam ali. Antes, porém, que desviasse o olhar, viu que seu jaleco estava escrito Dr. Herrera. Se perguntou mentalmente, qual seria o seu primeiro nome. Ela se encolheu um pouco na cama e ajeitou seu lençol. Não gostava que estivesse vulnerável e desajeitada daquela forma, enquanto ele mantinha um ar de quem houvesse acabado de acordar, com aquele cabelo bagunçado perfeitamente, como se tivesse passado a mão nele várias vezes.
Um comichão surgiu em sua barriga quando sentia que os olhos dele ainda estavam sobre ela.
- Olá, Anahí. - Ela quase se derreteu em forma de uma poça naquela cama, ao ouvir sua voz.
Estava perdida, e de uma forma como nunca imaginara.
Autor(a): Lost Graphics
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Anahí desviou o olhar quando Alfonso se aproximou. Ele não conseguia tirar os olhos dela, agora que estava acordada. Em sua opinião, ela era linda, mesmo com os cabelos despenteados e pálida. Os olhos azuis revelavam medo e tristeza. Uma tristeza que ele queria no fundo do seu âmago apaga-la. - Any, foi o Dr. Herrera que te atendeu quando v ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 24
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justlary Postado em 23/07/2023 - 00:51:58
Eu queria tanto terminar essa web, você poderia postar o link dela no wattpad
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lara_rbd Postado em 20/04/2018 - 15:11:58
Mas como assim encerrada? Não, por favor, não faz isso......
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emily.ponny Postado em 11/03/2018 - 15:21:54
Não sei porque estava tão receosa em ler essa história acabou que agora estou apaixonada *--*7
Amando Ponny 👯 Postado em 11/03/2018 - 17:59:34
aaaaaaaaa *------* isso ai, tão feliz que esteja gostando amore Obg por acompanhar s2
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laraponny Postado em 22/02/2018 - 22:10:56
Que fic perfeita, amando a cada dia mais. Acho lindo quando amor vai alem do fisico e atinge a alma. Posta mais....
Amando Ponny 👯 Postado em 10/03/2018 - 21:21:13
Won que linda, obrigada. Isso é pura verdade! *---*
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ginja2011 Postado em 26/01/2018 - 22:40:40
Que bom que o casal Uckerman são além de inteligentes são sensíveis, compreensivos e habilidosos ante situações delicadas, e o Poncho está maravilhosamente mostrando que a beleza que ele vê nela vai além da estética física. AMEIII!!!
Amando Ponny 👯 Postado em 29/01/2018 - 20:35:47
obrigada por me acompanhar aqui também!!!
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anyherreira Postado em 19/01/2018 - 18:42:50
Poncho não vai desistir da anahi vai? Ela tem que melhorar essa alto estima dela é só o poncho pode ajudar continua estou amando
Amando Ponny 👯 Postado em 23/01/2018 - 23:53:21
Não, claro que não! Mas eles precisaram passar por cima de muitas coisas para ficarem juntos, principalmente por Anahí achar que não merece ser feliz como todo mundo.
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minhavidavondy Postado em 18/12/2017 - 11:25:34
Gostei. Continue
Amando Ponny 👯 Postado em 18/12/2017 - 12:31:58
Mais tarde tem mais seja vem vinda!!!
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ponnyyvida Postado em 16/12/2017 - 04:27:58
Aaaaaa eles se conheceram *_* Apesar de ser de uma forma bem triste :( Posta maisss
Amando Ponny 👯 Postado em 18/12/2017 - 12:31:35
Verdade, mas agora estão juntosss
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ponnyayalove Postado em 06/12/2017 - 01:18:18
Continuaaaa
Amando Ponny 👯 Postado em 14/12/2017 - 00:41:53
Continueeei!
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ponnyyvida Postado em 15/11/2017 - 22:33:46
Guria, coitada da Any, só sofre :( Continua meu amor <3
Amando Ponny 👯 Postado em 15/11/2017 - 23:39:22
Só sofre tadinha, mas vamos torcer pra Chegar o principe da vida dela *----*