Fanfics Brasil - O dia anormal. Online

Fanfic: Online | Tema: BTS , Bangtan Sonyeondan, Kim Namjoon, Kim Seokjin, Min Yoongi, Jung Hoseok, Park Jimin, Kim Taehyun


Capítulo: O dia anormal.

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POV JOA


Depois de eu surtar, chorar, rir igual imbecil, finalmente estava chegando o dia em que ele estaria aqui novamente, Alice e Ana ficaram montando diversos looks para diversas ocasiões, sempre que eu tentava não lembrar que seria em dois dias, algum detalhe me lembrava ele.


- Eu ainda acho que você deveria comprar uma fantasia do Ryan, ele iria gamar. – Encarei minha querida amiga e fiz uma careta. – O que foi? Só quero ajudar.


- Você pare de brincar comigo, sabe como estou nervosa. – Ataquei um travesseiro nela que desviou rapidamente.


- E eu só quero que você relaxe um pouco, nervosa assim só vai se enrolar toda e passar vergonha.


- Tudo bem, eu vou me controlar. – Respirei fundo algumas vezes.


- Agora precisamos combinar os códigos nomes.


- O que?


- Sabe, quando você quer fugir de algo “Tango aqui é o falcão. ” – Ela colocou a mão na boca fingindo usar um rádio.


- Meu Deus, Alice. Codinome. – Comecei a gargalhar igual uma idiota, não percebi que um travesseiro estava vindo direto para minha cara.


- Tanto faz.


- Claro que não, tem que falar direito menina, como vai usar codinome se nem isso você sabe falar? – Ana segurava a barriga de tanto rir.


Minha amiga fechou a cara e fez um bico do tamanho do mundo, segurei sua bochecha e dei um beliscão. Fui até o guarda roupa e guardei as trocas de roupas que venceram o concurso Ana e Alice de aprovação.


- Bom, me liguem dez minutos depois que eu chegar lá. Se ele for um maluco eu direi “ Está tudo incrível”. Então vocês correm me salvar.


- Ligar? Nós iremos com você.


- Ficou maluca?


- Vamos com você, nos camuflaremos entre as pessoas, por que é obvio que você vai marcar em um lugar público. Então se por um acaso acontecer algo, você levanta e vai ao banheiro, e nos manda uma mensagem “sos”, eu e Ana conseguiremos um táxi e fugiremos com você.


Alice tinha um sorriso orgulhoso e um ar triunfante, acho que minha amiga estava assistindo muito seriado, ela elaborou todo um plano genial, que eu não tentei impedir nenhuma vez, vai que ela me amarra em casa se eu não aceitar suas condições.


Depois de repassarmos o mirabolante plano, eu quis sair para comer, queria ir naquele restaurante que Eun nos levou antes, Ana não parava de falar sobre o novo namorado, como ele era fofo, cavalheiro, que não havia tentando nada com ela até agora. Alice revirava os olhos a cada palavra, fiquei com medo de seu globo ocular ir para a nuca. Chegamos ao local e nos sentamos perto das janelas de novo, hoje haviam quadros diferentes na parede.


- O dono permite que jovens artistas façam sua exposição aqui. – A garçonete me viu encarando os quadros e explicou. – Quase sempre vendemos todos, acho que a luz que entra pelas janelas, acentua a arte, as pessoas se sentem inspiradas.


- São realmente lindos, e aqui é muito agradável. Gostei daquele com a garota no balanço, com o universo. – A garota a minha frente ficou extremamente vermelha. – Tudo bem? Está passando mal?


Ela discordou veemente com a cabeça, se inclinou e agradeceu várias vezes.


- Obrigada, Unnie. – Ela encarou o quadro. – Este é um dos meus. Hoje é o primeiro dia que coloco algo para o público.


Sorri para a garota que estava com as bochechas mais rosadas que já vi, fiz meu pedido e minhas amigas os delas, e deixamos ela sair para se recompor.


- Ela até te chamou de Unnie.


- Melhor do que Ahjumma. – Nós três rimos e iniciamos uma conversa sobre arte, o lugar parecia realmente nos inspirar.


Nossos pedidos não demoraram muito para chegar, kimchi, frango e arroz, não era o mesmo que o nosso arroz, mas com certeza matava a saudade e a fome. Comemos em silêncio, o bom de estar com elas era exatamente isso, podíamos conversar de tudo, rir, chorar, e também ter um bom momento juntas, só curtindo o momento, não era necessário conversar vinte e quatro horas por dia. Às vezes lá no Brasil, nos juntávamos na casa de uma e liamos, era sempre o mesmo livro, para depois podermos comentar o que mais gostamos ou odiamos, eu estava perdida em pensamento quando ouvi um barulho ao meu lado. Ana havia levantado para ir ao banheiro e quando voltou acabou tropeçando nos bancos, fiquei em alerta, Ana não era do tipo estabanada e o lugar não estava tão cheio, sua mão foi para sua testa, depois de alguns segundos ela nos olhou e sorriu.


- Acho que comi muito depressa, estou meio zonza.


- Vai com calma sua draga, quase me matou de susto.


- Você está bem mesmo? – Ela sorriu docemente e confirmou com a cabeça.


Voltamos a comer, depois dividimos uma sobremesa, pagamos a conta, estávamos quase indo embora, mas eu voltei para falar com a garçonete.


- Quanto é aquele quadro? – Ela me encarou espantada. Pensou um pouco.


- Dez mil wons. – Converti mentalmente o valor, e para o tamanho da tela, não achei muito caro, acho que ela pensou que eu estava achando caro e logo falou outro valor. – Cinco mil wons.


- Não, não. Dez mil wons é um ótimo preço. Não deixe sua arte sair barateada. – Peguei a carteira e paguei a ela.


A garota parecia ter ganho na loteria, foi até o caixa falou algo com o dono e foi até o fundo, voltou com papel pardo para embrulhar o quadro e uma pequena escada, tirou o quadro da parede e começou a embrulhar, fui até ela e chamei sua atenção.


- Podemos tirar uma selca? Quero ter provas que comprei de você, quando virar uma artista mundial. – Ela parecia não caber em si de animação. Segurou o quadro e ficou ao meu lado, tirei a selca e agradeci.


Sai de lá com o quadro mais bem embrulhado que já vi, minhas amigas sorriram e reviraram os olhos quando me viram, eu tinha realmente gostado da arte, as vezes eu me sentia como a menina no balanço, balançando de um lado para o outro em um mundo tão vasto.


Chegamos em casa e chequei o celular, Ryan havia me mandado uma foto do meio fio de algum lugar, eu adorava esse tipo de foto.


- Você não para de sorrir, ele te mandou um nude? – Dei um leve tapa na cabeça da minha amiga.


- Claro que não, são flores. Tipo as fotos que o Namjoon posta no twitter.


- Olha só, você ainda se lembre dele é? Ultimamente só fala do tal Ryan, comecei a achar que o Namjoon tinha sido superado.


- Nunca mais ouse falar uma besteira dessas. – Ela levantou as mãos como rendição. – Kim Namjoon é o eterno amor da minha vida e nada vai muda isso.


- Estou brincando, tenho até pena desse menino se o rapmon te der atenção, você vai dar um pé na bunda dele rapidinho.


Deixei ela falando sozinha e fui para o banho, obviamente o que ela tinha dito não saiu da minha cabeça, eu realmente estava bem focado no assunto, Ryan. Mas jamais deixaria de amar o meu neném, talvez nesse momento eu estivesse mais focada no que era real, e não somente sonhos e devaneios de uma garota apaixonada por seu ídolo, também tinha o fato de que Ryan era tão compatível comigo, quanto meus pensamentos com Namjoon.


Estava perdida em pensamentos, quando ouvi os berros de Alice, sem pensar duas vezes me enrolei na toalha e sai correndo, molhando toda a casa. Quando cheguei na sala, Alice estava sobre Ana, que parecia estar desacordada. Corri até elas, e tentei achar o pulso dela.


- Está bem, ela está viva, Alice, olhe para mim. – Minha amiga estava em prantos, chamando o nome da nossa caçula. – Alice! Vá até a vizinha, peça para ela chamar a ambulância.


Minha amiga saiu desesperada pela rua, voltou segundos depois, com nossas novas amigas e vizinhas, pedi que me ajudassem a colocar a Ana no sofá, enquanto eu colocava a primeira roupa que achei em minha frente, juntas a levamos para o carro, e seguimos para um hospital.


Horas que pareceram dias, e o médico finalmente veio nos ver, ao que parece Ana estava desnutrida, o que eu achei mais do que chocante já que comíamos bem e todos os dias, então Alice me encarou, e eu finalmente entendi, Ana estava tendo uma recaída na compulsão alimentar, lembro que no início de nossos planos eu e Alice ficamos com medo exatamente disso, afinal andar pela Coréia é como ver milhares de modelos internacionais, todas magras, de pele lisa, ela não deve ter aguentado a pressão.


Ficamos lá o dia todo, decidimos deixar o sermão de lado, e apenas acolhemos ela em nossos abraços, e a fizemos prometer não fazer mais isso, ou a mandaríamos para casa, seu namorado chegou e aparentemente deu um sermão com mais efeito, ela acabou chorando e dizendo que não faria mais isso, deixamos o casal conversar, meu celular finalmente vibrou, me tirando desse momento de angustia.


“ Está tudo bem? ”


“ Agora sim, tive que correr para o hospital com uma amiga”


“ O que houve? “ Emoji preocupado.


“ Ela teve um mal-estar, mas agora está tudo bem, obrigada por perguntar. ”


“ Quer mudar de assunto? ”


“ Por favor. ”


“ Chego amanhã. Vamos nos encontrar. ”


 


Ele era realmente bom em mudar de assunto, meu coração começou a pulsar forte, um dia, ele queria marcar para o dia seguinte, combinamos em um parque que era afastado, poderíamos ter privacidade, mas ao mesmo tempo era público. Foi bom ver que ele estava preocupado em me deixar confortável com a situação. Contei para Alice sobre nossas mensagens, e entramos no quarto fofocar com Ana, foi uma boa forma de esquecermos o dia horrível de hoje.



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Autor(a): @20stcenturygurl

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