Fanfic: One shot - Love Yourself (1/7) | Tema: Bts - Kim Namjoon
Faz dias que eu a vejo pegar o ônibus, e todos esses dias é a mesma rotina, ela se senta no ponto, livro na cara, fone no ouvido, quando o ônibus chega, ela entra, não cumprimenta o motorista, se senta no ultimo banco, cabelos soltos, escondendo seu rosto.
Hoje ela derrubou seu livro, "Demônios da Meia Noite" reconheço o título, pego e devolvo em suas mãos, mesmo que levante a cabeça em minha direção, ela não me olha nos olhos, agradece e volta ao seu lugar.
Quero saber seu nome, quero saber o motivo de seus olhos parecerem tristes, então hoje decido me atrasar para meu compromisso, desço no mesmo lugar que ela, entro em uma venda só para que ela não se sinta perseguida, qual a minha surpresa, quando vejo com um avental marrom, cabelos presos, a pessoa que estava chamando minha atenção.
Ela limpa o pequeno estabelecimento, arruma as prateleiras, enquanto eu como meu ramyeon, disfarçando os olhares em sua direção. Um outro cliente entra, compra o que quer, quase ataca o dinheiro em sua cara, bufa quando ela demora para lhe devolver o troco, sai da loja batendo a porta.
Seu chefe aparece de onde estava escondido, e o sermão parece ser duro demais, cabeça baixa, mãos unidas e tremendo, ele a chama de burra, incapaz, ela concorda com a cabeça, não se defende, não diz nada, não levanta a cabeça. Saio dali, não quero mais ver isso. Mas espero na sorveteria da frente, preciso saber se ela conseguirá ir embora bem.
Ela sai e já é noite. Não trouxe blusa de frio, anda encolhida, os cabelos foram soltos novamente, passos curtos e rápidos, quero me aproximar, mas tenho medo, a sigo de longe, devo parecer um louco, porquê agora ela está quase correndo, ela se atrapalha, derruba as sacolas, não consigo mais me manter afastado, corro ao seu encontro, ela está chorando, e eu me arrependo, junto suas coisas e recoloco nas sacolas, ela pega da minha mão, e sorri, não um sorriso que mostre os dentes, mas mesmo assim, aquela pequena flexão de lábios, é o suficiente para parar meu coração.
- Obrigada. Obrigada. – Ela se inclina em agradecimento, digo que não precisa, mas ela faz novamente.
- Me chamo Kim Namjoon. E você? – Ela diz seu nome timidamente, sorrio, quero que ela se sinta segura. – Muito prazer, está escuro e frio, acho que não deveria voltar sozinha, quer companhia?
Ela me avalia, acho que está tentando saber se sou confiável.
- Posso ir atrás, longe. Só quero saber se você vai chegar bem, moramos no mesmo bairro.
- Eu sei quem é você. – Seu sorriso agora é mais amigável, ela para ao meu lado, começamos a andar lentamente.
Carrego todas as sacolas, e ela insiste em levar minha mochila, concordo, não quero que ela sinta que acho ela fraca ou algo do tipo, seu corpo frágil treme mais uma vez, paro, ela só observa, abro minha mochila que agora está em sua costa, tiro meu moletom.
- Use isso. – O frio deve estar forte, ela não questiona, coloca a blusa e voltamos a caminhar.
Não posso dizer que não reparei em sua cicatriz na bochecha, e em como ela se aprofunda quando ela sorri, frequentemente ela arruma o cabelo daquele lado, quer tampar algo que ela acha ruim. Chegamos ao ponto de ônibus, sentamos lado a lado.
- Gosto de quando você sorri. – Digo sem pensar, ela me encara, parece estar procurando algum vestígio de piada. – E você fica mais bonita quando prende o cabelo.
Seu rosto fica corado, seus olhos brilham, pela primeira vez, estamos nos olhando diretamente, e seus olhos são lindos, escuros, grandes, marcantes, inclino a cabeça para o lado, ainda sorrindo, ela retribui o sorriso, e lentamente levanta a mão, ela treme um pouco, mas então coloca as mexas de cabelo atrás da orelha, agora posso ver todo seu rosto, concordo com a cabeça.
- Obrigada.
- Pelo que?
- Eu estava me sentindo muito triste hoje.
- Fico feliz em ajudar.
- Alguém me disse coisas horríveis hoje, ele diz tantas vezes, que me deixei acreditar.
- Devemos ignorar os que não sabem o que falam.
- Às vezes é difícil, quase impossível.
Seguro sua mão, ela toma um leve susto, viro a palma para cima, com uma caneta risco meu celular e um sorriso.
- Dá próxima vez que achar muito difícil, me mande uma mensagem, vou te dizer como teu sorriso é bonito.
Ela fecha a mão, e sem perceber a apoia no coração. Uma lágrima solitária escorre de seus olhos, desce por sua face, e para na cicatriz, estico a mão meio receoso, e a limpo dali.
- Promete? – Sua voz parece quase sumir.
- Prometo. – Estico o dedinho, fazemos a promessa em silêncio.
Depois daquele dia, sempre a vejo sorrir, também estou sempre ao lado dela, acho que nos encontramos, agradeço por aquele dia estranho e frio.
Autor(a): @20stcenturygurl
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