Fanfic:  One shot - Love Yourself (1/7) | Tema: Bts - Kim Namjoon

Eu estava cansado, cansado das discussões, das noites em claro, de ter que me transformar em mil para conseguir atender tudo o que ela queria e ainda assim dar conta de estar no grupo, mesmo com tudo que eu fazia, ela não se cansava de me acusar de milhares de coisas, um dia era ciúmes de uma fã, no outro que eu a deixei para ficar com os membros, nunca nada estava bom o suficiente, quando estava com ela e com seus amigos, as noites eram sempre regada a álcool, e quando eu me negava a participar, ela dizia que eu era esnobe, não gostava de seus amigos, isso foi se transformando em uma terrível rotina, hoje eu tinha um ensaio e estava um caco, logo o celular toca, é ela, me perguntando que horas passo busca-lá. Digo que tenho uma sessão de fotos, e que não sei a hora que sairei, ela bufa, faz birra e desliga, pela primeira vez não ligo atrás. Hoje não irei ceder.

A sessão de fotos dura mais do que eu pensava, tomando a noite toda, suas mensagens não param, começo a ficar irritado, mas confesso que quero vê-la, apesar de tudo, eu a amo. Decido aparecer de surpresa no endereço que me passou, quando chego é como qualquer outra de suas festas, bebida, cigarros, e outras coisas que prefiro esquecer, e lá está ela, bêbada, em cima de uma mesa, dança com suas amigas, fico irritado com a forma que os homens a olham, atravesso a sala a passos largos, seguro seu pulso e a puxo da mesa. A discussão é acalorada, percebo então que suas pupilas estão dilatadas, sem nenhuma delicadeza, puxo seu braço, e lá estão as marcas que tanto imploro para não ver.

                - Você me prometeu. – Falo baixo, cansado.

                - Tae, eu juro que é a última vez, eu juro. – Ela junta as mãos, implora, sabe que de todas as coisas que faz, essa é a imperdoável.

                - Você se lembra que me disse isso antes? Quando estava em uma cama de hospital, após quase morrer?

                - Tae, oppa! – Começo a sair, ela me segue, já chora. – Por favor, me escuta, eu achei que você não vinha, que não me queria.

                - As coisas não giram ao eu redor! – Grito, pela primeira vez, nunca levantei a voz para ela, minhas mãos estão tremendo, e eu sei que é apenas pelo medo de perde-la. – Eu tenho um trabalho, uma carreira, e você se esquece, mas você também, acha que alguém vai querer contratar uma modelo com esse tipo de marca no braço? – Aponto para ela.

                - Oppa. – Sua voz fica fina, quase não escuto.

                - O que houve com você? Podiamos ficar juntos por horas, só rindo de algo besta na televisão, ou apenas em silêncio, curtindo um ao outro, eu me sentia em paz com você, eu conhecia você. Agora tenho que estar em festas barulhentas todos os finais de semana, ou em casa de pessoas que mal conheço, bebendo, rindo de coisas que nem quero rir. Não tenho mais paz, nem tenho mais você.

                - Tae, não fale assim, Sou eu, eu te amo. – Ela se agarra ao meu braço, magra, frágil, olhos fundos.

                - Não, não é você, pelo menos não a versão pela qual me apaixonei.- Tiro ela do meu braço. – Eu estou indo embora agora, e acho que você deveria ir também, pensar em algo que te salve, pois eu já tentei de tudo, e não consegui.

                - Vai me deixar? Se você me deixar eu vou morrer. – Me ameaça, eu a olho irritado, ela recua.

                - Se você não percebeu, já está morrendo.

                Minhas palavras a machucam, mas vejo no fundo de seus olhos, ela consegue ver que são a verdade, entro no carro, encosto a testa no volante, e algumas lágrimas escorrem pelo meu rosto. Começo a me lembrar do início, de quando corríamos como idiotas, quando seu riso era solto, talvez a fama não tenha sido bem aceita por ela. Logo escuto a porta do carona abrir, sua pequena mão está gelada, entra pelos fios do meu cabelo.

                - Me leve daqui, me salve. – Começo a dirigir, não a encaro ou sei que seus olhos vão me fazer desistir, quando viro a rua de um caminho diferente, ela sabe onde estou indo, se encolhe no banco, mas não diz nada.

                Horas depois estaciono o carro em frente à casa de seus pais, desço abro a porta e estendo a mão para ela, ela a segura meio nervosa, tocamos a campainha, quando abre a porta, seu pai nos olha assustado.

                - Appa, preciso de ajuda.

                Vejo sua mão se levantar, e nós dois fechamos os olhos, esperando o que iria vir, mas somos surpreendidos pelo nada, quando abrimos os olhos, ele está de braços abertos, ela corre para ele, ambos choram, logo sua mãe aparece, está de pijama, ele me olha, agradece com um olhar, e eu simplesmente parto.

                Meses depois, estou olhando nossas fotos, e sou surpreendido por um e-mail dela. Clico meio receoso.

                “ Oi, oppa.

                Ainda posso te chamar assim?

                Faz meses que não nos vemos, desde o dia que me deixou com meus pais, fico pensando se você sofreu ao tomar aquela decisão, e quando me lembro de como você é gentil, doce, como tem um coração de ouro, eu penso que sim, sofreu. Então hoje ganhei meu primeiro direito, e decidi gastar ele com você, só para te dizer, eu te amo, não, não estou dizendo isso para que me espere, que me ame de volta. Estou dizendo isso para que saiba que te amo, pois tomou essa atitude por mim, você sofreu, por mim. Eu não conseguiria sozinha, eu não faria isso sozinha, você me devolveu algo que nenhum daqueles meus “amigos” seria capaz de devolver, você me devolveu a mim, hoje estava em frente ao espelho, e minhas bochechas estavam coradas, e eu sorri para meu reflexo, sabe oppa, eu estou bonita, talvez você queira me visitar...”

                Sinto lágrimas escorrendo pelo meu rosto, só de ler essas palavras sei que minha pequena jagi está de volta, e isso me faz feliz. Respiro fundo e volto a ler.

                “ brincadeira, ou não. Também estive pensando você não teria me deixado, se eu tivesse feito uma escolha diferente? Se eu tivesse sido madura, e aguentado essa vida e a rotina dura, você estaria comigo? Não precisa responder, eu agradeço por cada momento que tive com você, você é alguém tão especial, que enche o mundo de luz só por estar nele, seu sorriso é capaz de conquistar o mais duro coração, e sua bondade pode salvar vidas, e eu sei bem disso Taehyung, você salvou a minha, me mostrou que eu posso me amar e seguir meus sonhos do jeito que eu sou, e que mereço ser amada exatamente assim. Obrigada, por me amar o suficiente para me deixar, e me fazer me reencontrar.

                                                                                     Sempre sua. “

                Uma foto está anexada no final, está completamente sem maquiagem, o cabelo amarrado com uma fita, mas é o sorriso que me chama atenção, o sorriso dela, o meu sorriso favorito.