Fanfic: My biology ( Portinon e Savirroni) 1/2 temporada finalizada | Tema: Portinon e Savirroni
- Posso te perguntar uma coisa?
- Já tá perguntando, mas eu vou te dar um crédito.
- Ah, obrigado. Hm… Eu não sei bem como perguntar isso. Vai parecer cafona, aliás, é cafona, mas eu quero saber mesmo assim.
- Então deixa de ser boba e pergunta logo.
Eu estava sentada na beira do mar, abraçada aos meus joelhos e sentindo a água gelada tocar meus pés descalços. O barulho das ondas e o vento gostoso estavam me deixando sonolenta, ainda mais com os braços de Maitê envolvendo minha cintura, me aproximando de seu peito e me abrigando ainda mais confortavelmente entre suas pernas.
- Você se imagina daqui a um bom tempo… Ainda comigo? – ela finalmente perguntou, me fazendo virar a cabeça pra olhá-la.
Maitê não retribuiu meu olhar, apenas continuou a fitar pensativamente o horizonte à nossa frente. Tínhamos perdido a noção da hora, mas já devia ser tarde, pela escuridão, que só não era tão gritante sobre nós por causa das luzes acesas que emanavam da casa. Levei algum tempo pra responder, com um sorriso tímido no rosto.
- Pra falar a verdade, eu imagino isso há uns três anos. – falei, voltando a ficar de frente e sentindo minhas bochechas queimarem. Aquela frase tinha soado mais infantil do que eu pensei.
- Jura? – ela exclamou, com a voz surpresa pela revelação. – Desde que eu comecei a te dar aulas?
Assenti, me sentindo a pirralha sonhadora, ainda mais com o riso satisfeito de Maitê. Hesitei por um momento, me perguntando se deveria fazer o que estava pensando, mas antes de chegar a uma conclusão, ouvi minha própria voz me delatar:
- E você? Se vê comigo daqui a um tempo?
Ela deu uma pequena pausa, assimilando a pergunta, e eu esperei sua resposta sem me mexer, apenas observando a água do mar tocar meus pés novamente.
- Na verdade, eu procuro não pensar nisso. – ela murmurou, me abraçando mais forte, e apesar de não ser aquela a resposta que eu esperava ouvir, continuei imóvel. – Prefiro me apegar a cada minuto como se fosse o último, como se você fosse fruto da minha imaginação e pudesse sumir a qualquer momento… Pensar assim vai tornar as coisas muito mais fáceis quando eu tiver que te deixar ir.
Franzi a testa de leve, sentindo melancolia na voz dela. Meu coração doeu com aquelas palavras, e novamente me virei de lado, colocando minhas pernas sobre a dela.
- Me deixar ir? – soprei, sentindo minha garganta apertada, e fixei meu olhar no dela, mesmo sem ser correspondida. Maitê deu um sorriso triste, voltando a demonstrar uma certa dor em sua expressão.
- Encare os fatos, Dul. – ela disse, finalmente me olhando, e por um momento eu preferi que ela não o fizesse e me poupasse da agonia que seus olhos transpareciam. - Você tem uma vida inteira pela frente, e o que eu tenho? Mais alguns anos até que tudo que eu possa te oferecer seja o meu amor, coisa da qual você provavelmente não vai mais precisar. E até lá, alguém muito melhor do que eu vai aparecer, e tudo que passamos juntas será apenas parte do passado.
A cada palavra dela, eu ficava mais inconformada. Por que ela pensava daquela forma? O fato de eu estar ali com ela, amando-a como nunca amei ninguém, não era suficiente pra provar que eu a queria pra sempre? Por que ela ainda tinha dúvidas de que ficaríamos juntas por muito tempo? Se nem eu, que tinha um motivo com nome e sobrenome para pensar como ela, cogitava uma hipótese daquelas, por que ela cogitava?
- Eu não consigo acreditar que você tá me dizendo essas coisas. – falei, com a voz falha de tão incrédula. – Retire o que disse, agora!
- Dul… – ela insistiu, cabisbaixa e com um sorriso sem humor algum, mas eu não lhe dei tempo pra continuar.
- Retire o que disse! Agora! – repeti num volume um pouco mais alto, erguendo seu rosto até seus olhos ficarem à altura dos meus. – Eu nunca mais quero te ouvir falando absurdos como esses, entendeu? Se você não quiser me magoar, é melhor parar com isso! Você me ofende falando assim!
Maitê demorou a devolver meu olhar, e quando o fez, seu sorriso doloroso se transformou num sorriso leve, tímido. Mesmo com a seriedade do momento, me vi lutando contra meus músculos faciais, com vontade de sorrir diante do jeito fofo dela.
- Me sinto uma garotinha de dois anos com você brigando assim comigo. – ela murmurou, com o sorriso levemente esmagado entre suas bochechas por causa de minhas mãos, que ainda envolviam firmemente seu rosto.
- Também não precisa exagerar, né? – sorri, ainda meio irritada, envolvendo seu pescoço com meus braços. – Uma hora acha que tá velha demais, depois me faz sentir uma pedófila? Decida-se, Perroni!
Dessa vez, Maitê soltou uma gargalhada gostosa, que me fez sorrir ainda mais. Nem parecia que estávamos num momento crítico há tão pouco tempo.
- Acho que eu já me decidi. – ela disse, olhando fixamente pra mim enquanto passava um de seus braços por baixo de minhas pernas e envolvia minha cintura com o outro. – Decidi que está um pouco frio aqui, e é melhor entrarmos e nos aquecermos.
- Hm. – falei, fingindo analisar a decisão e fazendo o máximo para manter o clima agradável que havia sido restabelecido tão depressa. – Preciso mesmo dizer que concordo?
Maitê também fez cara de pensativa, e logo voltou a sorrir.
- Acho que não. – ela riu, levantando-se comigo no colo com uma agilidade invejável. Maitê caminhou até a casa, rodopiando de vez em quando e me fazendo rir, abraçada ao seu pescoço. Antes de entrarmos na casa, lavamos nossos pés no chuveiro que havia perto da porta, e em momento nenhum Maitê me colocou no chão. E sinceramente, eu adorava ser carregada no colo. Resquícios da infância, talvez.
Ela me levou até o quarto, dando beijos estalados em minha bochecha a cada degrau que subia, enquanto eu enrolava meus dedos nos seus cabelos devagar e ria, como sempre. Assim que conseguimos abrir a porta do quarto com certa dificuldade e mais algumas risadas, ela se dirigiu à cama e me deitou com delicadeza, como se eu fosse uma boneca de porcelana. Ficou de pé me observando por alguns segundos, e eu vi um sorriso iluminar seu rosto.
Sem a menor chance de resistir, sorri de volta, e ela se deitou devagar sobre mim, distribuindo beijos pela minha barriga, pescoço e leves mordidas no queixo e bochechas pelo caminho. De olhos fechados, eu não conseguia deixar de sorrir com os carinhos em meu rosto, até que seus lábios se aproximaram do canto de minha boca, e inevitavelmente nos beijamos.
Deslizei minhas mãos pelos seios e barriga dela, desabotoando lentamente sua blusa. Estava morrendo de saudade daquilo, e não queria estragar o momento com qualquer tipo de pressa. Ela, que estava apoiada em suas mãos pra não depositar todo o seu peso sobre mim, soltava suspiros roucos quando eu me distraía e acariciava sua barriga ao invés de desabotoar sua camisa. Não era só eu que estava sentindo falta, ainda bem.
Quando cheguei ao último botão, subi minhas mãos até seus ombros e deslizei a blusa até que ela a tirasse, fazendo o mesmo procedimento com seu sutiã. Me impulsionei com esforço um pouco mais pra cima, encostando minhas costas na parede atrás da cama e ficando quase sentada pra que ela não precisasse se esforçar tanto, e Maitê me acompanhou, sentando-se ao meu lado. Na mesma hora, ela passou uma de minhas pernas sobre ela e me sentou em seu colo, encaixando meu tronco no seu confortavelmente.
Maitê acariciou minha cintura lentamente, trazendo minha blusa pra cima com suas mãos. Me desfiz dela, vendo-a morder o lábio inferior discretamente, e comecei a beijar caprichosamente seu pescoço, conseguindo excitá-la sem vulgaridade. Ela agarrou meus cabelos devagar, apertando minha coxa com certa força na tentativa de se controlar e não acelerar muito as coisas. Voltei a beijá-la logo, sentindo-a bem mais enérgica, e não demorou muito pra que meu shorts não estivesse mais onde eu o tinha colocado antes de sair de casa.
Enquanto nos beijávamos intensamente, eu escorreguei minhas mãos até o cós de sua calça, desabotoando-a com facilidade e puxando-a pra baixo devagar. Me afastei de Maitê conforme tirava a peça, e engatinhei sobre ela pra voltar à minha posição anterior, sentindo seu olhar quase doer de tão desejoso sobre mim. Assim que me aproximei o suficiente, ela me deitou ao seu lado, colocando-se entre minhas pernas e me beijando tão profundamente que eu pensei que quisesse me engolir.
Senti as mãos dela tatearem minhas costas em vão buscando o fecho, e não pude deixar de sorrir. Notando meu divertimento, ela se afastou um pouco, confusa e ofegante, e eu sorri ainda mais, abrindo meu sutiã pelo único fecho frontal. A cara de compreensão e deslumbramento dela foi impagável.
Após fazer meu sutiã voar longe até encontrar o chão, Maitê foi descendo seus beijos pelo meu corpo, demorando-se um pouco mais em meu busto, e antes de voltar a unir nossos lábios, senti seus olhos fitarem cada traço do meu rosto rapidamente, admirados.
Passei as mãos sobre suas costas e cintura nuas, até alcançar o elástico de sua calcinha. Mordendo o lábio inferior dela de leve, eu ameacei tirá-la, mas antes disso, minha calcinha já estava na metade do caminho sem que eu tivesse percebido. Nos despimos por completo, agradando simultaneamente uma a outra.
Interrompi o beijo e brinquei um pouco com os dedos em sua virilha, sentindo-a ofegar tanto quanto eu, apesar de não estarmos sendo tão agressivas como de costume. Parecia que nossas últimas conversas desde a chegada a casa tinham provocado reflexões em nossas mentes, e naquela noite em especial, nossos sentimentos estavam prevalecendo sobre nossos instintos.
Busquei os lábios dela com os meus, beijando-lhe desde o pescoço até a boca com um pouco de urgência. Maitê me correspondia calmamente, mas com muita intensidade em cada movimento, até que colocou sua boca perto de meu ouvido e sussurrou, com a voz rouca:
- Eu te amo.
Ela se afastou para me olhar nos olhos por um segundo, e ao me ver sorrir, voltou a me beijar, me penetrando com seus dedos logo depois. Mesmo com os movimentos dela, delicados e maravilhosos, eu fitava seus olhos extremamente castanhos, que pareciam brilhar por conta própria em meio ao rosto rosado e úmido de suor dela, totalmente conectada a Maitê, não só física, mas também emocionalmente. Ela me beijava algumas vezes enquanto movimentava os dedos, parecendo deslumbrada por estar comigo, e por vezes um sorriso sutil surgia em seus lábios avermelhados.
Decidi que estava mais do que na hora de me divertir também. Comecei a masturbá-la com rapidez, e algumas vezes, penetrando-a levemente com um dedo. Só quando ela se deixou cair devagar sobre mim algum tempo depois, satisfeita e com seu dever igualmente cumprido em relação a mim, eu consegui respirar, tamanho foi meu envolvimento emocional com aquele momento. Maitê beijou de leve a curva de meu pescoço, me fazendo sorrir fraco, e eu relaxei de tal maneira que a próxima coisa que eu vi foi ela se deitando ao meu lado, me cobrindo com o edredom e me aconchegando em seu abraço após um último beijo em meu ombro.
- Eu também te amo. – foi tudo que consegui dizer, colocando meu braço sobre o dela, que estava em minha cintura, e entrelaçando nossos dedos antes de adormecer profunda e instantaneamente, tamanha era a minha paz de espírito. Porque meu espírito agora estava completo.
Ou pelo menos, quase completo.
(...)
Abri os olhos, sentindo meu corpo suar frio e o ar me faltar. Encarei o teto escuro, semelhante ao céu lá fora, e olhei na direção do relógio do criado-mudo: três e quarenta e oito. Com os músculos retesados, voltei a deitar minha cabeça no travesseiro, esfregando meu rosto úmido com a palma da mão. Tudo estava tão bem, por que eu continuava tendo aqueles sonhos? Por que eu não conseguia tirá-la do meu subconsciente, nem mesmo após todos os momentos com Maitê? Por que nem dormir eu conseguia sem que a imagem de Anahí me assombrasse?
Olhei para o lado e me deparei com as costas de Mai, que dormia feito um bebê. Aquela ali só acordaria de manhã, sem dúvida. Sorri fraco, sem conseguir conter a onda de felicidade que ela me trazia, mas minha falta de ar e tremedeira ainda eram mais fortes que seu efeito calmante.
Me levantei, caçando minha calcinha e pegando minha camisola de seda lilás que estava na mochila, e a vesti para ir à cozinha beber um copo d’água. Talvez aquilo me ajudasse a dormir novamente. Dei um nó frouxo em meu cabelo, sentindo a brisa que vinha da janela refrescar minhas costas enquanto eu me esgueirava pra fora do quarto.
Após alguns minutos de busca, finalmente encontrei o armário de copos. Abri a geladeira, sedenta, e tudo que encontrei foram duas garrafas de água em meio a garrafas de champanhe. Muitas garrafas de champanhe. E no meio delas, uma vasilha transparente transbordando morangos. Morangos extremamente enormes, vermelhos e suculentos.
Mordi meu lábio inferior, sentindo minha saliva entrar em processo de superprodução, e não resisti: roubei um dos morangos da vasilha e lavei-o rapidamente antes de mordê-lo. Não sei se era a fome, já que eu não comia nada desde o almoço, ou se era fato, mas aquele era, sem dúvida, um dos melhores morangos que eu já tinha provado. Nem parecia real. Aliás, nada naquela casa parecia real, nem a própria casa me parecia real. Tudo era perfeito demais, absurdamente lindo.
Não demorou muito e eu estava sentada sobre a pia, com a vasilha de morangos no colo e um copo cheio d’água ao meu lado (que só não era champanhe porque se começasse a beber, não conseguiria parar mais, e eu não pretendia ficar com dor de cabeça no dia seguinte), observando vagamente os detalhes da cozinha. Se um dia eu conseguisse enriquecer, pediria permissão a Portilla para fotografar aquela casa e faria tudo igual na minha, sem tirar nem por.
Durante meus devaneios sobre o futuro (e infelizmente sobre a Portilla também), um barulho desviou minha atenção. Virei a cabeça muito mais depressa que o aconselhável na direção do barulho, que continuou, e continuou, cada vez mais alto, e percebi que ela vinha da rua que Maitê pegou para chegarmos à casa.
Franzi a testa, sentindo meu coração acelerar de medo, e escorreguei de cima da pia num salto, deixando os morangos sobre ela. Um ronco de motor cada vez mais próximo a cada passo meu em direção à porta me fez quase correr para abri-la logo. Por um segundo, as batidas aceleradas de meu coração não foram movidas pelo medo, e sim, pela euforia. Porque nesse mesmo segundo, pude jurar que conhecia aquele ronco de motor.
Abri a grande porta de entrada, e quase caí pra trás quando vi o segundo carro sendo estacionado ao lado do veículo de Maitê na frente da casa. Uma Ferrari vermelha contrastava com a escuridão da noite, reluzindo imponentemente mesmo com a falta de iluminação. Meus olhos demoraram a aceitar que aquilo não era uma visão, muito menos quando a dona daquele carro e também daquela casa saiu de dentro da Ferrari, divinamente estilosa e maravilhosa com uma blusa pólo preta que realçava seus seios e calça jeans justas. Ela caminhou até a porta, observando o exterior da casa com interesse, e assim que me viu, parou a alguns passos de mim.
- Sinceramente, eu não esperava essa recepção, Savinon. – Anahi sorriu, alguns segundos depois, parecendo levemente surpresa. Ela lançou um significativo olhar para as minhas pernas, e aquele sorriso pervertido que me perturbava apareceu em seus lábios. Segui seu olhar com o meu, puxando rápida e inutilmente a camisola mais pra baixo, enquanto a amaldiçoava por ser tão curta e mal cobrir a metade superior de minhas coxas.
- O que você veio fazer aqui? – perguntei, ainda com esperanças de que aquilo fosse uma ilusão, e minha voz saiu um pouco mais alta que um sussurro. Eu suava frio, sentia meu equilíbrio vacilar, e contínuos arrepios percorriam minha espinha a cada segundo que se passava e ela não sumia, como uma alucinação normal deveria fazer.
- Vim verificar se estão cuidando direito da minha casa. – ela respondeu, erguendo as sobrancelhas num tom divertido. – Fiquei com medo de que você e a Perroni acabassem me dando prejuízos materiais com toda a sua… Agressividade, se é que você me entende.
Anahí deu um risinho desdenhoso, me encarando daquela forma invasiva, e eu tentei retribuí-la com firmeza. Em vão, óbvio.
- Mentira. – foi tudo que consegui rosnar, sentindo necessidade de dar um passo para trás assim que ela avançou na minha direção, mas meus pés não se moveram. Assim como Maitê me alegrava instantaneamente, Anahí parecia me paralisar.
- Nossa, mas que falta de educação. – ela murmurou, cínica, aproximando-se cada vez mais de mim. – Eu cedo a minha própria casa pra você e sua namorada passarem o fim de semana e tudo que eu recebo em troca são ofensas? Você é mesmo surpreendente.
Anahí ameaçou acariciar meu rosto, mas eu fui mais rápida, e num impulso de sanidade, dei um tapa em sua mão.
- Você não vai tocar em mim. – falei, tentando parecer ameaçadora, mas o máximo que pareci foi frouxa. Nem eu tinha certeza das palavras que saíam de minha boca quando ela estava tão próxima.
- Desculpe te contrariar, mas… – ela sussurrou, aproximando-se ainda mais de mim e envolvendo meu quadril com uma de suas mãos, sem encontrar resistência de minha parte devido à pane em meu cérebro – Eu vou sim.
Fugindo do olhar dela, abaixei meus olhos na direção de sua mão, que me puxava sorrateiramente mais pra perto dela. Seu hálito já batia em meu rosto, quente e extremamente convidativo, e sentindo meu sangue ferver dentro das veias, fechei os olhos devagar, entorpecida. Senti a outra mão dela cobrir todo o lado de meu pescoço, mantendo seu polegar em minha bochecha, e num último sopro de resistência, implorei:
- Por favor, não…
- Eu não vou fazer nada que você não queira. – ela sussurrou, roçando a ponta de seu nariz no meu lentamente, e subitamente paralisou, soltando um risinho baixo. – Mas me provocar com morangos já é tentação demais.
Abri os olhos, me perguntando como ela sabia, e logo descobri: meu hálito. No mesmo instante, senti um remorso enorme por ter encarado aqueles olhos azulados tão de perto, porque no segundo seguinte, a única palavra que passava pela minha cabeça enquanto eu deixava que ela me beijasse era:
Droga.
Nobody sees, nobody knows,
(Ninguém vê, ninguém sabe)
We are a secret, can’t be exposed.
(Nós somos um segredo, não podemos ser expostos)
Assim que os lábios dela tocaram os meus, senti uma nova força surgir de dentro de mim, uma voracidade incontrolável. Imediatamente agarrei seus cabelos, dando desajeitados passos pra trás quando ela fez o mesmo para a frente, entrando de vez na casa e chutando levemente a porta atrás de si pra fechá-la. Suas mãos desenharam o contorno das laterais de meu corpo, fazendo-a soltar o ar pesadamente em aprovação. Continuamos cambaleando casa adentro, intensificando cada vez mais nosso beijo desesperado, até que ela se curvou um pouco e segurou a parte de trás de minhas coxas, puxando-as para que envolvessem sua cintura. Agarrei seu pescoço para não cair, e deixei que ela me conduzisse até me sentar numa superfície gelada, que eu logo reconheci como sendo o balcão da cozinha.
That’s how it is, that’s how it goes,
(É assim que é, é assim que funciona)
Far from the others, close to each other.
(Longe dos outros, perto um do outro)
- Você não vai mais fugir de mim. – ela murmurou ao pé do meu ouvido, mordendo o lóbulo enquanto puxava meu cabelo com um pouco de força. Minhas mãos agarravam e bagunçavam os cabelos dela, e minha respiração era quase nula.
- Eu não consigo mais fugir de você. – sussurrei, com o pouco de fôlego que me restava, e ela voltou a me beijar sorrindo, satisfeita. Àquela altura, com as mãos dela provocando formigamentos instantâneos em minha pele assim que me tocava, eu nem me lembrava mais do significado da palavra orgulho. Desse eu já tinha me desfeito há muito tempo, só não tinha coragem suficiente de admitir.
In the daylight, when the sun is shining,
(Na luz do dia, quando o sol está brilhando)
On the late night, when the moon is blinding.
(Tarde da noite, quando a lua está cegando)
- Você não precisa escolher entre nós duas… – Anahí ofegou, enquanto beijava languidamente meu pescoço. – Porque sabe que pode ter as duas.
- Eu não conseguiria escolher. – falei, com os olhos semiabertos e o corpo todo arrepiado. – Algo sempre ficaria faltando… Como se uma metade não fosse suficiente sem a outra.
- Como se uma metade não fosse suficiente sem a outra. – ela repetiu, subindo seu rosto até seus olhos ficarem da altura dos meus, e me encarou intensamente antes de voltar a me beijar.
In the plain sight, like stars in hiding,
(À vista de todos, como estrelas na clandestinidade)
You and I burn on.
(Você e eu, queimando)
Desci minhas mãos por seu pescoço, sentindo meu coração quase explodindo, e puxei a gola de sua camisa pra cima, demonstrando meu desejo de tirá-la. Imediatamente, Anahí puxou-a pela parte de trás da gola, separando nossos lábios só para passar a blusa por sua cabeça, tirando seu sutiã logo em seguida e quando voltou, suas mãos deslizaram por minhas coxas, trazendo descaradamente minha camisola e me provocando uma nova onda de arrepios.
Put two and together, forever will never change
(Junte dois mais dois, pra sempre nunca irá mudar)
Nobody sees, nobody knows
(Ninguem vê, ninguem sabe)
We are a secret, can’t be exposed
(Nós somos um segredo, não podemos ser expostos)
Nossos movimentos tornavam-se muito mais agressivos conforme a temperatura de nossos corpos aumentava. Logo ela estava somente de calcinha, desfazendo-se da calça, meias e seu inseparável coturno com certa ajuda de minha parte. Anahí arrancou minha calcinha tão ferozmente que quase a rasgou, e eu não fiquei muito atrás quando foi a vez da sua.
That’s how it is, that’s how it goes,
(É assim que é, é assim que funciona)
Far from the others, close to each other.
(Longe dos outros, perto um do outro)
That’s when we uncover, cover
(É quando nós nos revelamos)
Rapidamente posicionei meus dedos em sua intimidade, masturbando-a o mais rápido que consegui e fazendo-a soltar gemidos dolorosamente contidos, com a testa fortemente franzida e úmida de suor. Eu mordia e sugava seu lábio inferior com os olhos abertos, observando o prazer que eu estava lhe proporcionando, até que ela, cansada de se segurar, afastou seu rosto do meu e me encarou, antes de começar a colocar seus dedos em minha intimidade.
My asylum is in your arms
(Meu refugio é nos seus braços)
When the world gives heavy burdens
(Quando o mundo traz encargos pesados)
I can bear a thousand times
(Eu posso suportar umas mil vezes)
Anahí ajeitou os dedos, me beijando desajeitada e desesperadamente enquanto o fazia, e assim que terminou, não esperou mais. Me invadiu com força, me fazendo quase cortar meu lábio inferior, tamanho foi o esforço que fiz para mordê-la e conter um grito. Ela soltava rudemente o ar em meu ouvido, investindo cada vez mais forte e até me machucando um pouco. Nada que se comparasse à sensação inexplicável que dominava meu corpo quando estávamos juntas.
On your shoulder,
(No seu ombro)
I can reach an endless sky
(Eu posso alcançar o ceu infinito)
Feels like paradise
(Parece o paraíso)
Eu arranhava seus ombros, braços e costas incessantemente, ouvindo-a segurar seus gemidos e apertar firmemente minha cintura, até que cheguei ao clímax e desci até o meio de suas pernas, chupando e penetrando-a com meus dedos, ela finalmente pode parar de se segurar e atingir o seu. Abracei seu pescoço, levemente tonta, e distribuí vários beijos sobre a pele suada daquela região, me sentindo verdadeiramente plena, como não me sentia há algum tempo. A parte que faltava de mim agora estava ali, e eu me sentia completa novamente.
Put two and together, forever will never change
(Junte dois mais dois, pra sempre nunca irá mudar)
Nobody sees, nobody knows
(Ninguem vê, ninguem sabe)
We are a secret, can’t be exposed
(Nós somos um segredo, não podemos ser expostos)
Anahí respirava profundamente, com a cabeça apoiada em meu ombro, e acariciava minhas costas devagar. Alguns minutos depois, me deu um beijo suave e se afastou, arrumando-se para ir embora. Fiquei parada onde estava, trêmula demais pra me mover, e apesar de saber que ela não podia ficar, senti que se abrisse a boca, aquele pedido simplesmente escaparia por entre meus lábios.
That’s how it is, that’s how it goes,
(É assim que é, é assim que funciona)
Far from the others, close to each other.
(Longe dos outros, perto um do outro)
That’s when we uncover, cover
(É quando nós nos revelamos)
Após alguns segundos me conformando com a partida dela, me pus de pé e me vesti lentamente. Assim que terminei, não tive coragem de encará-la, mas ela não me deixou escolha: me puxou pelo braço e me virou pra si, erguendo meu rosto com sutileza e me encarando fixamente com os olhos ilegíveis. Havia muita coisa implícita naqueles olhos azuis pra que eu pudesse entendê-la.
We could build a universe right here,
(Nós poderiamos construir um universo aqui)
All the world could disappear,
(O mundo todo poderia desaparecer)
Wouldn’t notice, wouldn’t care
(Eu não notaria, eu não me importaria)
Ela me beijou uma última vez, profunda e calmamente, e se dirigiu à porta, sem dizer uma palavra. Ao contrário de mim.
We can build a universe right here
(Nós podemos construir um universo aqui)
The world could disappear,
(O mundo todo poderia desaparecer)
- Você volta amanhã? – murmurei, sem conseguir conter minha aflição, e ela, que estava de frente pra porta, virou-se na minha direção com a expressão misteriosa. Me olhou significativamente, e deu um sorriso quase imperceptível antes de ir embora. Não precisei de palavras pra que um sorriso esperançoso se abrisse em meu rosto.
I just need you near
(Eu só preciso de você por perto)
Definitivamente, ela voltaria.
Autor(a):
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 134
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AnBeah_portinon Postado em 23/03/2018 - 16:01:20
Perfeita! Isso descreve a fic. Eu já estava lendo no título de portisavirroni aí fiquei triste quando parou. Mas quando fui pesquisar denovo quase pulei de alegria com a continuação, e que continuação né?! Amei, principalmente porque sou do #TEAMPORTINON. Mas enfim foi tudo perfeito, mesmo com algumas brigas que só serviram para fortalecer e apimentar a relação delas. Bjs
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Furacao Maite Postado em 11/01/2018 - 00:51:49
aaaaah que fofinho! amei! Eu torciaa para savirroni no começo mas Jessyrroni é muito mais lindo kkkkkk Oooow, maei sua fic, primeiro pq teve muito jessyrroni e segundo porque vc escreve bastante!! ainda quero desenvolver esse dom seu! parabéns!!
Emily Fernandes Postado em 12/01/2018 - 20:57:17
Eu que amo suas fics. Adoro mesmo. Não importa se são capítulos grandes ou não. Mas acho que esse dom logo vc pega o jeito. E muito obrigada mesmo por gostar. E JESSIRRONI foi mesmo fofinho.
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MaryCR Postado em 30/12/2017 - 16:59:30
Não taça comentando pq tava com preguiça. Mas agora eu tô aqui. Mulher não tem como não ficar indecisa.Primeiro: vc gosta de me deixar na curiosidade hein. Me fez acreditar que quando minha mãe dizia ALEGRIA DE POBRE DURA POCO era verdade e depois que elas se acertaram eu pensei que ela me fez de trouxa. Segundo: como vc me faz acreditar que estava tudo ótimo e BUUM começa um capítulo com uma briga daquelas!? Era só avisar que me queria morta seria menos trágico. Terceiro:Anahí adora uma janela hein. Quando Dulce menos espera ela brota lá no quarto gente que isso!? Quarto: vô para de enumerar pq tá chato (rimei). Adorei portinon maternal,não pq a criança dos outros sempre desperta vontade de ter filhos na gente,apesar de achar q eu não teria muita paciência e por último e mais importante: COMO TU PARA NUMA PARTE DESSAS? Concluindo eu não sei se estou mais revoltada,feliz,confusa,raivosa,curiosa ou ansiosa. E olha que eu nem sou de libra ein. Povo mais indeciso não existe.
Emily Fernandes Postado em 31/12/2017 - 14:37:30
entendo, as vezes tbm fico assim, que nem da vontade de acordar. Eu nunca faço isso, mas realmente os capítulos estão terminando em momentos cruciais, fazer o que. Mães sempre tem razão, confie. A relação delas é uma montagem russa, porém acho que as brigas Jajá terão fim. Cara Anahí, é uma pessoa que realmente não curte portas, só espero que isso não ocorra com frequência, pq se não Dulce não vai mais ficar surpresa. Eu não tenho esse interesse maternal, nos filhos dos outros ainda, acho que é a idade. Porém confesso que crianças são minha perdição, acho que já está na hora delas começar a família. Mas vamos te tirar de libra pra vc continuar a leitura... E o que mais importa. Feliz ano novo. PS: Eu uma vez tbm, já deixei uma biblioteca, em uma fanfic que leio, e depois não consegui mais me conter em palavras. ahahahahahah.
MaryCR Postado em 30/12/2017 - 17:02:30
Nunca escrevi negócio tão grande kkk
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Furacao Maite Postado em 29/12/2017 - 01:14:05
que up na vida hein? Dulce médica! E que viagem doida é essa de 2 anos! coragem!!! kkk
Emily Fernandes Postado em 29/12/2017 - 14:18:21
Acho que a viagem venho a calhar, pq a insegurança e a rotina estava as afetando.
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Furacao Maite Postado em 29/12/2017 - 01:02:09
eitaaaa, estava tudo bem agora já começa o capitulo com uma briga? (19) genteeee, que babado
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Furacao Maite Postado em 29/12/2017 - 00:58:58
Ainda bem que a Dulce e Anahí brigaram mas fizeram as pazes no mesmo capitulo!
Emily Fernandes Postado em 29/12/2017 - 14:17:09
Sim, acho que elas combinam assim, mesmo. Acho que fica uma relação mais dinâmica. Kkk
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Furacao Maite Postado em 29/12/2017 - 00:55:16
Sou do time da Marichelo! Sou team Jessica Coch kkkkkkkkkkkk Também acho que é dificil de encontrar outra igual a ela! Maite tem sorte kkkk Mas ainda bem que a mãe da Anahí aceitou a Dulce!
Emily Fernandes Postado em 29/12/2017 - 14:15:53
É sim, digamos que Marichelo sempre adorou Jéssica, porém acho que Jéssica está ótima com Maitê não. Kkkk
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Furacao Maite Postado em 29/12/2017 - 00:51:48
vou colocar a fic em dia....
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MaryCR Postado em 24/12/2017 - 02:41:13
Pense em uma pessoa revoltada, pense em mim. EU VOU DA UMA VOADORA NA PERRONI sério. Eu vô e penso "até que enfim a perroni vai ajudar portinon" e fui TROUXA, ela fez exatamente o contrário. Dulce foi na casa da Portilla e huuum rolou uma putaria, eu pensei "agora o negócio vai" e fui trouxa denovo. Concluindo, portinon finalmente se acertou e a anie finalmente terminou com a Diana. Amém!! #revoltadaefeliz
Emily Fernandes Postado em 25/12/2017 - 12:49:11
Meu Deus kkkk que pessoa indecisa. Bem mas eu Entendo seu drama. Maitê como sempre sendo Maitê, mas agora acho que o casal portinõn finalmente respirara mais aliviadas. Enfim um ótimo Natal pra vc . Bjs
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Furacao Maite Postado em 23/12/2017 - 17:39:09
Owwwnnnn que fofas!!! Achei q tdo estava perdido, q bom q deu tdo certo!!
Emily Fernandes Postado em 25/12/2017 - 12:47:14
Sim, finalmente as coisas estão caminhando para Um finalmente sim. Kkk feliz Natal pra vc. Bjs