Fanfics Brasil - Capítulo 2 My biology ( Portinon e Savirroni) 1/2 temporada finalizada

Fanfic: My biology ( Portinon e Savirroni) 1/2 temporada finalizada | Tema: Portinon e Savirroni


Capítulo: Capítulo 2

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Parei em frente à  porta do laboratório de biologia, recuperando o fôlego perdido ao subir seis lances de escada em trinta segundos. E também respirando fundo pra aguentar alguns minutos com aquela ignorante da Portilla.


- Tá enrolando aí­ por que, Savinon? - ouvi aquela voz irritantemente metida perguntar, logo que soltei meu último suspiro derrotado. - Não sei você, mas eu não tenho o dia todo.


Não vou nem comentar de quantas maneiras e com quantas palavras diferentes eu a xinguei mentalmente antes de girar a maçaneta de um jeito grosseiro e entrar na sala. Sentei no banco mais afastado possível dela e coloquei meu estojo sobre a bancada, sem nem olhar pra vad/ia toda esparramada em sua cadeira. Enrolando pra pegar minha caneta dentro do estojo, tudo pra não ter que encará-la, não pude deixar de notar um sorrisinho ridí­culo em seu rosto.


- Estudou? - aquela voz repugnante perguntou, se achando a maioral como sempre. Como se eu precisasse, e como se eu tivesse tido tempo de estudar em quarenta minutos.


- Eu não sei a senhora, mas eu não tenho o dia todo. - respondi, mal educada, ainda sem encará-la. - Então seria ótimo se a senhora me entregasse a prova de uma vez.


Sem nada pra responder, óbvio, e com a maior cara de macarrão sem molho, ela se levantou e veio na minha direção com a prova nas mãos. Parou bem atrás de mim, e apoiou seus braços no balcão, um de cada lado do meu corpo.


- Você deve achar mesmo que eu não vou com a sua cara. - Ignorei aquela frase desnecessária, me encolhendo pra diminuir a proximidade entre nós, e arranquei a prova que estava debaixo de sua mão. Comecei a preencher o cabeçalho, e antes que pudesse fazer qualquer coisa, senti seu hálito quente bem próximo ao meu ouvido. - E isso me deixa cada vez mais fissurada em você.


Parei de escrever, e uma onda de medo tomou conta de mim. Abri a boca pra falar umas poucas e boas pra ela, mas fui impedida por seu braço, que logo me abraçou pela cintura com firmeza e fez meu pânico aumentar.


- Me solta! - exclamei, e sem pensar, enfiei minha caneta de ponta fina em seu braço. Na mesma hora, ela soltou o ar pesadamente, tentando não gritar de dor, e se afastou. Peguei meu estojo, desesperada, e a última coisa que vi antes de sair do laboratório, com as pernas bambas de pavor, foi ela arrancando a caneta que estava fincada em seu braço.


- Bom dia, classe. - a professora Boyer disse, ao chegar na sala, e assim que passou pela porta, deu uma boa olhada pro grupo de atletas da classe, que retribuí­ram seu olhar da mesma forma. A srta. Boyer era nossa professora de inglês, consagrada na escola por seu ótimo método de ensino e elaboração de atividades extracurriculares bem sucedidas. Atividades essas que incluíam, claro, pegações com alunos. Não devia ser fácil aguentar aquele monte de testosterona fresquinha provocando-a no auge de seus 25 anos. Morena, olhos claros, alta e invejada da cabeça aos pés, ela parecia uma modelo, e segundo as más línguas, uma certa professora morria de amores por ela.


Ela mesmo Maitê Perroni. Eu nem tenho vontade de dar uma voadora nela quando vejo as duas conversando pelos corredores, sabe.


Voltando aos fatos, a srta. Boyer logo começou a passar matéria, e como eu era meio lerda pra copiar, já comecei a escrever. Após quinze minutos e uma lousa cheia de matéria, a professora se sentou em sua cadeira e de lá ficou observando os idiotas musculosos que sentavam no fundão e riam de alguma besteira que algum deles tinha falado. Sobre futebol, claro, porque era o único assunto do qual eles entendiam alguma coisa a ponto de rirem de alguma piada a respeito.


Eu particularmente não via nada de mais nessa srta. Boyer. Por mais que ela fosse linda e aparentemente simpática, alguma coisa nela me incomodava. Fora o fato de que ela podia ter a srta. Perroni ajoelhada aos seus pés quando quisesse. Não sei, meu santo não batia muito com o dela, acho que era isso.



- Com licença, Boyer. - ouvi uma voz conhecida falar da porta, e quando ergui meu olhar da folha, dei de cara com a última professora que queria ver.


- Entra, Portilla. - a srta. Boyer sorriu, toda gentil, e ela logo caminhou até a mesa, ficando de frente pra classe.


- Eu tenho um recado pra dar. - ela disse, e todos pararam de copiar pra ouvi-la (menos eu). - Os alunos que estão de recuperação em biologia laboratório farão a prova na última aula de hoje. Procurem o professor Turner e façam a prova na classe onde ele estiver.


Quando ergui meu olhar pra lousa, tentando continuar copiando sem ligar pra ninguém ao meu redor, notei que todos me olhavam. Lancei olhares incomodados pro lado, e encarei a professora Portilla, que devolvia meu olhar de um jeito furioso. Sua camiseta branca meio colada ao corpo, realçando seus seios, me distraiu por alguns milésimos de segundo, até que eu bati os olhos em seu antebraço. Havia um curativo nele, bem onde eu a tinha machucado com a caneta ontem. Fiz aquela legítima cara disfarçada de "se fo/deu", e comecei a balançar uma caneta entre meus dedos, num sinal claro de que se ela resolvesse aprontar alguma, eu ainda tinha várias canetas de ponta fina pra enfiar onde eu bem entendesse nela.


Captando a mensagem, ela logo tratou de sair da classe, agradecendo a professora Boyer. Segurei muito uma gargalhada e continuei copiando, com um sorriso maligno no rosto. Canetas de ponta fina eram ótimas aliadas na luta contra professores desagradáveis, dica.


Naquele dia, fiz a prova de recuperação na aula do Turner, nosso professor de história, sem problemas. Como a sala em que ele estava ficava no quinto andar, resolvi chamar o elevador pra descer e ir embora. Pode me chamar de sedentária, eu deixo. Assim que o elevador chegou e a porta se abriu, dei de cara com a cena mais confusa do meu dia. A srta. Perroni conversava e ria animadamente com a professora Portilla dentro do elevador, e assim que me viram, pararam de falar. Cada uma teve uma reação diferente: a srta. Perroni sorriu, parecendo feliz em me ver; já a Portilla abaixou seu olhar de um jeito irritado pro chão e logo depois passou a fitar seu relógio, fingindo interesse nele.


- Bom dia, Savinon. - a professora Perroni cumprimentou, e se não fosse por aquele sorriso dela, eu não teria entrado naquele elevador. É meio perigoso entrar num cubículo com uma professora que te adora e outra que te odeia, ainda mais quando não se tem uma câmera filmando tudo.


- Bom dia, professora. - sorri, meio nervosa, parando entre as duas e notando que havia dois botões iluminados no painel, um indicando o sétimo andar e o outro indicando o térreo. Acho que nunca torci tanto pra ficar sozinha com a srta. Perroni, e olha que superar todas as vezes em que desejei isso era muito. Agora que já estava lá dentro, era esperar pra ver quem me acompanharia até o térreo. E talvez aguentar alguns segundos a menos de um metro de distância de uma certa professora idiota durante o trajeto.


O elevador subiu, e quando as portas se abriram no sétimo andar, quase me agarrei ao braço dela quando a srta. Perroni deu um passo em direção à porta. E só pra melhorar, não havia ninguém esperando pra entrar e me salvar daquele martírio.


- O que a senhora vai fazer aqui, professora? - perguntei, tentando disfarçar meu nervosismo.


- Eu marquei uma reunião com a professora Boyer sobre um projeto interdisciplinar pro segundo ano. - ela sorriu, parecendo bastante empolgada e me deixando mais brava ainda. - Até mais, Savinon. E não esquece de me trazer aquele documentário amanhã, Portilla.


- Pode deixar, Perroni. - ouvi a professora Portilla dizer, sem emoção na voz, e logo depois a porta se fechou, me deixando sozinha com ela. Pensei em apertar um botão qualquer e parar em algum andar pra fugir daquele ambiente perigoso, mas assim que minha mão avançou na direção do painel, ela segurou meu braço com força e me puxou num movimento brusco.


 


- O que é isso? -Â quase gritei, quando ela segurou meu outro pulso e me prensou na parede - Me larga!


- Cala a boca. - ela murmurou, e sem aviso, me beijou. Tentei me desvencilhar dela e não a deixar aprofundar o beijo, mas a pressão que ela fazia contra meus lábios era tão forte a ponto de fazer minha boca latejar. Mesmo me esforçando ao máximo pra não deixar que aquilo passasse de um selinho indesejado, senti meus músculos cederem à  pressão que ela exercia e abrirem passagem pra sua lí­ngua.


Eu me debatia desesperadamente, tentando dar uma joelhada nas suas pernas ou então mordendo seu lábio, mas ela estava tão colada em mim que eu mal conseguia mexer qualquer músculo. Tentei gritar, mas abrir a boca pra emitir algum som só piorou minha situação. Olhei pro painel do elevador e vi que ainda estávamos no quarto andar. Sem nenhuma chance de defesa, o único jeito seria continuar me debatendo até machucá-la de alguma forma ou fazê-la desistir.


Lentamente, ela foi escorregando suas mãos, trazendo meus pulsos junto, até colar meus braços ao lado do meu corpo. Continuou me segurando firme, e me beijando intensamente. Seus seios evidenciados pela blusa justa que ela usava se contraíam, muito próximos do meu tronco, e por pior que a situação fosse, era inegável concluir que ela estava em excelente forma física. Quando olhei para o painel e vi que estávamos no segundo andar, ela abriu os olhos e encarou os meus, ainda me beijando. Uma sensação esquisita percorreu meu corpo quando nossos olhares tão próximos se encontraram, o que só me deixou mais trêmula.


Ela partiu o beijo, puxando meu lábio inferior devagar, e se afastou, ainda com aquele olhar intenso fixo no meu. A porta do elevador se abriu, chegando ao térreo lotado de gente, e sem dizer uma palavra, ela enxugou a boca com as costas de uma mão e saiu andando, como se nada tivesse acontecido. Incapaz de me mexer por algum motivo desconhecido, fiquei encostada na parede do elevador, tremendo da cabeça aos pés e com o coração acelerado. De susto e indignação, é claro, afinal não é todo dia que a professora que você mais odeia te beija no elevador.


- Dulce? - ouvi a voz de Demi me chamar, não sei quanto tempo depois, e quando olhei na direção da porta, a vi parada com um olhar preocupado. - Você tá pálida, o que houve?


- N-nada, s-só uma tontura - gaguejei, com a voz falha, e torcendo pra que minhas pernas bambas me aguentassem, saí do elevador. - Vamos, minha mãe já deve estar me esperando.


Demi não fez mais perguntas, apesar de não ter acreditado totalmente na minha resposta, e me acompanhou até a saída. Durante o dia inteiro, a lembrança daquele beijo e daquela sensação esquisita me assombrou, e à noite, o sono demorou a chegar. Eu me revirava na cama, tentando afastar os olhos da professora Portilla dos meus pensamentos, até acabar pegando no sono. 



(....)


- Hoje você tem aula com a Perroni? - Demi perguntou, enquanto subíamos as escadas pra chegar às nossas classes.


- Tenho, por quê? - perguntei, distraída ouvindo música, ou pelo menos tentando. Só de me lembrar das aulas que eu teria hoje, meu estômago revirava. Fazia exatamente seis dias que eu não via nem sombra da Portilla, e hoje eu teria a última aula com ela. Um calafrio percorreu minha espinha, mas eu fingi que nada tinha acontecido e continuei cantarolando a música que tocava no meu iPod.


- Por que você não fala com ela de novo sobre a professora Portilla? - ela sugeriu, solidária. - Sei lá, de repente ela resolve te ajudar dessa vez.


- Ela vai me ajudar como, falando pra Portilla que eu fui lá pedir ajuda pra ela? - retruquei, balançando negativamente a cabeça. - Não vou falar nada, não quero meter mais ninguém nisso. Vai que a Portilla inventa alguma besteira sobre mim e até a Perroni começa a me dar C de média.


 



- Bom, você que sabe. - Demi encerrou, derrotada. - Eu falaria com a Perroni de novo depois de receber aquela prova de recuperação com um C gigante e injusto, mas a decisão é sua.


- Eu vou pensar no que vou fazer. - suspirei, entrando na classe enquanto Demi entrava na classe ao lado. Até o ano passado, ela era da minha classe, mas nesse ano a diretora aprontou alguma com as re-matrículas e ela acabou caindo numa classe separada. Estávamos tentando fazê-la mudar de classe, mas aquela joia de diretora de alguma maneira estava implicando com a gente. Pode parecer exagero, mas o mundo parece conspirar contra mim às vezes.


Como nas três primeiras aulas os professores resolveram passar muita matéria, nem tive muito tempo de pensar em nada. Durante o intervalo, eu e Demi nem conversamos direito, porque enquanto eu ouvia música no volume máximo, ela estudava química. Perdida em pensamentos, logo voltei à realidade quando novamente vi a srta. Perroni conversando com a professora Portilla na porta da sala dos professores, super empolgadas. As duas riam e gesticulavam, e a srta. Perroni dava cada gargalhada divertida que me dava vontade de rir junto só de olhar.


Mas apesar de sentir meu coração acelerar ao ver a professora Perroni, olhar pra Portilla pela primeira vez depois do incidente no elevador me deu um aperto no peito. Ela estava com uma blusa social roxa escura lisa, uma calça preta justa e um All Star da mesma cor. Enquanto ela caminhava lentamente em direção à cantina, ainda conversando, uma pergunta passava pela minha cabeça; Como eu nunca tinha reparado em como ela era bonita? Consideravelmente alta, corpo bem definido, cabelos compridos e ondulados de um jeito atraente.. É, talvez eu estivesse ocupada demais copiando relatórios ou então odiando seu jeito de ser pra prestar atenção em sua aparência. Mas mesmo sendo linda, nada me faria sentir algo bom por ela. Nada mesmo.


Senti Demi me cutucar, e tirei os fones do iPod, acordando pra vida.


- Vamos, o sinal já tocou e eu tenho prova agora. - ela disse, fazendo uma careta entediada.


- E eu tenho aula do Reid. - resmunguei pra mim mesma enquanto me levantava, tensa por causa das aulas de biologia que se aproximavam cada vez mais. Por que todos os professores não podiam ser fisicamente iguais ao meu querido professor de geografia, feios, balofos e calvos? Não ser obrigada a ver minha professora infinitamente insuportável e igualmente sexy usando calças justas facilitaria muito a minha vida.
- Bom dia, classe. - a srta. Perroni sorriu, parando na porta da classe enquanto eu ainda terminava de copiar a matéria de geografia da lousa. - Hoje nossa aula será um pouco diferente.


Na mesma hora, todas as cabecinhas que estavam na classe se viraram pra ela. Quando algum professor dizia que a aula seria "diferente", era porque sairíamos da classe ou algo do tipo, o que era bem raro. Com um sorriso sapeca no rosto, a professora Perroni continuou:


- Nós iremos ao anfiteatro assistir a um documentário bem interessante que a professora Portilla me emprestou.


Sem precisar dizer mais nada, todos os alunos começaram a se amontoar ao redor da porta, empolgados com a simples ideia de sair daquela classe monótona. Eu apenas segui o fluxo calmamente, dando um tchauzinho ao passar pela classe de Demi e vê-la tranquila entregando a prova de quí­mica. Pra variar, ela parecia ter ido bem.


Chegamos ao anfiteatro, que ficava no quarto andar, e logo todos ocuparam as poltronas mais próximas da tela, que abrangia uma parede inteira. Pra evitar que os retardados mentais da minha classe atrapalhassem minha concentração com seus comentários desnecessários, me sentei mais pro fundo, literalmente excluí­da de todos. Tudo que eu queria era tentar prestar atenção no documentário em paz, afinal, eu já estava me sentindo bastante confusa sozinha e não precisava de mais ninguém me perturbando.



A srta. Perroni colocou o disco no DVD e apagou as luzes, nos deixando no escuro quase total. Meus olhos, ainda desacostumados à escuridão, estavam fixos na tela, então eu acho que dá pra entender porque eu quase morri de susto ao sentir alguém sentar ao meu lado.


- Posso me sentar aqui? - ouvi a professora Perroni sussurrar, já sentada. Até parece que ela sabia que não precisava pedir permissão pra nada quando a pessoa em questão era eu.


- Claro. - respondi baixinho, inspirando seu perfume gostoso.


- Não gosta de sentar mais pra frente? - ela perguntou, com o rosto parcialmente iluminado pela luz do telão.


- Não muito, eu acabo não conseguindo prestar atenção com muita gente falando em volta. - murmurei, com um sorrisinho simpático. - E a senhora?


Ela soltou uma risadinha sem graça e fez uma careta, como se estivesse desconcertada.


- Nem é muito por isso... - ela respondeu, sorrindo de um jeito envergonhado. - Eu vim sentar aqui pra fazer companhia pra você.


- Companhia pra mim? - repeti, tentando disfarçar minha vontade de abraçá-la até cansar. - Não precisa sentar aqui só por minha causa, professora. Eu tô acostumada a ficar sozinha.


Observação: a mulher inalcançável de quem eu era super a fim tava dizendo que queria me fazer companhia, e o que eu fazia? Repelia a mulher. Eu não mereço viver.


- Mas não devia, Savinon. - ela murmurou, com a voz um pouco chateada. - Eu não gosto de te ver sozinha na classe, sempre copiando a matéria de geografia. Às vezes eu acho que as pessoas da sua classe não te dão o devido valor... Nunca tentaram descobrir o quão interessante você pode ser.


A cada palavra, a professora Perroni me deixava mais encantada. Era sempre comovente ouvir uma pessoa dizer algo tão bonito sobre você, daquele jeito sincero, ainda mais se essa pessoa for tão especial como ela era pra mim.


- A senhora acha isso mesmo? - sussurrei, sorrindo esperançosamente. Ela sorriu de volta de um jeito fofo e assentiu.


- Eu acho. - ela disse, baixinho, e pegou minha mão que estava apoiada no braço da poltrona. - Você é uma garota incrí­vel, Savinon. De verdade.


Abaixei meu olhar pras nossas mãos juntas, toda arrepiada. Era mesmo verdade? Ela estava segurando minha mão? Ela olhou na mesma direção que eu, e colocou sua mão por baixo da minha, com a palma pra cima, entrelaçando nossos dedos.


- Obrigada, professora. - eu gaguejei, com a voz quase inaudível, e ergui meu olhar pra ela. - Eu também acho a senhora uma mulher incrível.


Sua mão era quase do tamanho da minha em tamanho, macia e quentinha. Talvez a mão mais gostosa de segurar no mundo. Com um sorrisinho adolescente, a srta. Perroni voltou a me encarar, com seus olhos castanhos brilhando muito em meio à escuridão, e eu percebi que seu rosto se aproximava do meu devagar. Fiquei séria, com medo de alguém olhar pra trás e nos ver, mas ela colocou uma mão em meu rosto, como se me impedisse de virar e checar essa possibilidade.


- Eu já tomei esse cuidado, pode ficar tranquila. - ela sorriu, acariciando minha bochecha com seu polegar. Sorri também, com o coração acelerado. Milhares de coisas passavam pela minha cabeça. Eu estava prestes a ser beijada pela professora que eu mais admirava nesse mundo. A mulher mais perfeita que eu já tinha conhecido, que nunca mostrou um defeito sequer durante os três anos em que me deu aula. E que era treze anos mais velha que eu.


Mesmo com tantos conflitos, apenas fechei os olhos e deixei as preocupações de lado. Nossos lábios se tocaram e eu logo permiti que ela aprofundasse o beijo, brincando calma e intensamente com a minha lí­ngua. Deslizei minha mão pelo ombro dela na direção da nuca, quase prensada entre o encosto da cadeira e seu rosto, e embrenhei meus dedos naqueles cabelos macios. Maitê(acho que agora tenho intimidade suficiente pra chamá-la pelo nome, certo?) apertou com mais força a minha mão, me fazendo sorrir. Logo ela partiu o beijo, deixando seu rosto próximo do meu e me encarando de um jeito bonitinho.


- Acho melhor te emprestar esse documentário pra você ver em casa. - ela riu baixinho, e eu assenti, ainda assimilando tudo que tinha acontecido. Durante o filme todo, nós ficamos de mãos dadas disfarçadamente, até que o documentário acabou e ela se levantou para acender as luzes. Várias pessoas, incluindo Camila Cabello acordaram assustadas com a claridade repentina.


- Até mais, professora. - sorri, tentando não dar bandeira do que tinha acontecido quando ia passar pela porta, mas ela logo fez uma cara meio brava e disse:


- Espera, Savinon, eu preciso conversar sobre um assunto sério com você.


Engoli em seco, nervosa, e esperei até que o anfiteatro estivesse vazio.


- O que foi? - perguntei, confusa, enquanto ela nos fechava lá dentro, e recebi um beijo como resposta. Maitê me abraçou pela cintura, me puxando pra bem perto dela com vontade, e eu passei meus braços por seu pescoço, ainda surpresa com aquela atitude inesperada. Ela me levantou do chão, sorrindo durante o beijo, e eu segurei firme em seus ombros deliciosos. Eu só podia estar sonhando, não era realmente possível eu estar beijando Maitê Perroni, a mulher mais perfeita da face da Terra. Ela desacelerou o beijo após alguns maravilhosos minutos, transformando-o em vários selinhos, até que parou de me beijar e ficou me olhando, ainda sem me deixar tocar o chão. 1


- Desculpa, eu vou fazer você se atrasar pra próxima aula. - ela disse, alarmada, acordando do transe e parando de me segurar como se estivesse fazendo algo proibido (e se formos pensar bem, estava mesmo).


- Tudo bem, eu não me importo. - sorri, ainda abraçando-a pelo pescoço. - Não acho que vou conseguir prestar atenção em alguma coisa hoje depois disso tudo.


- Pelo menos você tem a opção de não prestar atenção. - ela riu, com seus braços firmes ao redor da minha cintura. - E eu, que tenho que estar sempre concentrada no que vou explicar? Tô ferrada hoje!


- Imagina, a senhora sempre consegue explicar tudo direitinho. - eu respondi, ainda sorrindo de um jeito besta ao observá-la. - E além do mais, a senhora deve estar acostumada com esse tipo de coisa.


- Esse tipo de coisa? - ela repetiu, com um sorriso curioso no rosto. - Você quer dizer que eu tô acostumada a beijar alunos?


Fiquei séria, sem saber o que responder por alguns segundos, até acabar confessando:


- E não é verdade?


A srta. Perroni fez uma cara surpresa e riu, jogando a cabeça pra trás. Eu já disse que adorava quando ela fazia isso? Pois é, descobri que essa risada conseguia ser ainda melhor quando meus braços estavam ao redor do pescoço dela.


- Quem tá acostumada a esse tipo de coisa é a Portilla. - ela falou, fazendo cara de quem não aprovava muito esse comportamento, e na mesma hora minha expressão ficou séria. - Que por sinal, já deve ter começado a aula sem você a uma hora dessas.


Só de lembrar que Anahí Portilla existia, meu estômago deu uma fisgada. Revirei os olhos, tentando parecer inconformada por ter que desfazer aquele abraço gostoso, e não assustada por pensar em estar a menos de 50 metros de distância da Portilla.


- Ei, escuta. - ela sussurrou, me puxando pra trás da porta que ela mesma tinha acabado de abrir. - Vê se faz uma cara bem séria quando sair daqui, como se eu tivesse te dado uma bronca ou algo do tipo. Vai parecer que eu realmente conversei sobre algo sério com você quando seus amigos te virem.


Gente, pega só a srta. Perroni toda marota! Que linda, meu Deus, ela realmente conseguia se superar com aquele sorrisinho danado no rosto.


- Pode deixar. - sorri, tentando não voar nela e fincar minhas unhas naqueles ombrinhos divinos.


- Eu te procuro amanhã pra gente... Conversar. - ela murmurou, aumentando aquele sorriso daqueles que iluminavam o meu dia, e me deu um selinho demorado antes de me deixar sair do anfiteatro. Pra mais uma aula de sofrimento com a professora Portilla, que hoje não conseguiria tirar meu bom humor por nada nesse mundo.


 



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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 134



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  • AnBeah_portinon Postado em 23/03/2018 - 16:01:20

    Perfeita! Isso descreve a fic. Eu já estava lendo no título de portisavirroni aí fiquei triste quando parou. Mas quando fui pesquisar denovo quase pulei de alegria com a continuação, e que continuação né?! Amei, principalmente porque sou do #TEAMPORTINON. Mas enfim foi tudo perfeito, mesmo com algumas brigas que só serviram para fortalecer e apimentar a relação delas. Bjs

  • Furacao Maite Postado em 11/01/2018 - 00:51:49

    aaaaah que fofinho! amei! Eu torciaa para savirroni no começo mas Jessyrroni é muito mais lindo kkkkkk Oooow, maei sua fic, primeiro pq teve muito jessyrroni e segundo porque vc escreve bastante!! ainda quero desenvolver esse dom seu! parabéns!!

    • Emily Fernandes Postado em 12/01/2018 - 20:57:17

      Eu que amo suas fics. Adoro mesmo. Não importa se são capítulos grandes ou não. Mas acho que esse dom logo vc pega o jeito. E muito obrigada mesmo por gostar. E JESSIRRONI foi mesmo fofinho.

  • MaryCR Postado em 30/12/2017 - 16:59:30

    Não taça comentando pq tava com preguiça. Mas agora eu tô aqui. Mulher não tem como não ficar indecisa.Primeiro: vc gosta de me deixar na curiosidade hein. Me fez acreditar que quando minha mãe dizia ALEGRIA DE POBRE DURA POCO era verdade e depois que elas se acertaram eu pensei que ela me fez de trouxa. Segundo: como vc me faz acreditar que estava tudo ótimo e BUUM começa um capítulo com uma briga daquelas!? Era só avisar que me queria morta seria menos trágico. Terceiro:Anahí adora uma janela hein. Quando Dulce menos espera ela brota lá no quarto gente que isso!? Quarto: vô para de enumerar pq tá chato (rimei). Adorei portinon maternal,não pq a criança dos outros sempre desperta vontade de ter filhos na gente,apesar de achar q eu não teria muita paciência e por último e mais importante: COMO TU PARA NUMA PARTE DESSAS? Concluindo eu não sei se estou mais revoltada,feliz,confusa,raivosa,curiosa ou ansiosa. E olha que eu nem sou de libra ein. Povo mais indeciso não existe.

    • Emily Fernandes Postado em 31/12/2017 - 14:37:30

      entendo, as vezes tbm fico assim, que nem da vontade de acordar. Eu nunca faço isso, mas realmente os capítulos estão terminando em momentos cruciais, fazer o que. Mães sempre tem razão, confie. A relação delas é uma montagem russa, porém acho que as brigas Jajá terão fim. Cara Anahí, é uma pessoa que realmente não curte portas, só espero que isso não ocorra com frequência, pq se não Dulce não vai mais ficar surpresa. Eu não tenho esse interesse maternal, nos filhos dos outros ainda, acho que é a idade. Porém confesso que crianças são minha perdição, acho que já está na hora delas começar a família. Mas vamos te tirar de libra pra vc continuar a leitura... E o que mais importa. Feliz ano novo. PS: Eu uma vez tbm, já deixei uma biblioteca, em uma fanfic que leio, e depois não consegui mais me conter em palavras. ahahahahahah.

    • MaryCR Postado em 30/12/2017 - 17:02:30

      Nunca escrevi negócio tão grande kkk

  • Furacao Maite Postado em 29/12/2017 - 01:14:05

    que up na vida hein? Dulce médica! E que viagem doida é essa de 2 anos! coragem!!! kkk

    • Emily Fernandes Postado em 29/12/2017 - 14:18:21

      Acho que a viagem venho a calhar, pq a insegurança e a rotina estava as afetando.

  • Furacao Maite Postado em 29/12/2017 - 01:02:09

    eitaaaa, estava tudo bem agora já começa o capitulo com uma briga? (19) genteeee, que babado

  • Furacao Maite Postado em 29/12/2017 - 00:58:58

    Ainda bem que a Dulce e Anahí brigaram mas fizeram as pazes no mesmo capitulo!

    • Emily Fernandes Postado em 29/12/2017 - 14:17:09

      Sim, acho que elas combinam assim, mesmo. Acho que fica uma relação mais dinâmica. Kkk

  • Furacao Maite Postado em 29/12/2017 - 00:55:16

    Sou do time da Marichelo! Sou team Jessica Coch kkkkkkkkkkkk Também acho que é dificil de encontrar outra igual a ela! Maite tem sorte kkkk Mas ainda bem que a mãe da Anahí aceitou a Dulce!

    • Emily Fernandes Postado em 29/12/2017 - 14:15:53

      É sim, digamos que Marichelo sempre adorou Jéssica, porém acho que Jéssica está ótima com Maitê não. Kkkk

  • Furacao Maite Postado em 29/12/2017 - 00:51:48

    vou colocar a fic em dia....

  • MaryCR Postado em 24/12/2017 - 02:41:13

    Pense em uma pessoa revoltada, pense em mim. EU VOU DA UMA VOADORA NA PERRONI sério. Eu vô e penso "até que enfim a perroni vai ajudar portinon" e fui TROUXA, ela fez exatamente o contrário. Dulce foi na casa da Portilla e huuum rolou uma putaria, eu pensei "agora o negócio vai" e fui trouxa denovo. Concluindo, portinon finalmente se acertou e a anie finalmente terminou com a Diana. Amém!! #revoltadaefeliz

    • Emily Fernandes Postado em 25/12/2017 - 12:49:11

      Meu Deus kkkk que pessoa indecisa. Bem mas eu Entendo seu drama. Maitê como sempre sendo Maitê, mas agora acho que o casal portinõn finalmente respirara mais aliviadas. Enfim um ótimo Natal pra vc . Bjs

  • Furacao Maite Postado em 23/12/2017 - 17:39:09

    Owwwnnnn que fofas!!! Achei q tdo estava perdido, q bom q deu tdo certo!!

    • Emily Fernandes Postado em 25/12/2017 - 12:47:14

      Sim, finalmente as coisas estão caminhando para Um finalmente sim. Kkk feliz Natal pra vc. Bjs


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