Fanfics Brasil - Capítulo 13 segunda temporada My biology ( Portinon e Savirroni) 1/2 temporada finalizada

Fanfic: My biology ( Portinon e Savirroni) 1/2 temporada finalizada | Tema: Portinon e Savirroni


Capítulo: Capítulo 13 segunda temporada

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Faziam três horas que estávamos naquele café. A neve caia devagar e aumentava a grossura do tapete branco nas ruas. Pessoas agasalhadas, tampando até o rosto e correndo para se aquecer. O movimento na Starbucks estava pior que o habitual e os garçons se desdobravam para atender todas as mesas. Maitê mexia seu copo de um lado para o outro, fitando o movimento que fazia. Eu estava apreensiva, mas não queria deixar transparecer.


- Então?


- Então o que?


- Vai aceitar ou não?


- Isso é loucura.


- Por que?


- Porque é.


- Isso não é resposta. – cruzei os braços e bufei. Maitê abaixou a cabeça e respirou fundo, voltando a fitar o copo em suas mãos. – Qual é o problema?


- Dulce, você vai me trazer mais problemas do que me trouxe no ano passado. Pode esquecer.


- Por acaso você esqueceu do inferno que causou na minha vida?! Se não fosse a Guzman e minha mãe ter achado os seus bilhetes, eu estava ferrada. Muito mais do que você. Então não venha com essa de que eu te trouxe problemas, essa merda foi recíproca.


- Mas eu percebi meu erro, vi que você era só uma criança e que a Jéssica não merecia o que eu estava fazendo. Por isso botei um ponto final em tudo e vim para Manhattan.


Quase cuspi o café que estava tomando. Ela só podia estar brincando. Eu comecei a gargalhar e bater leves palmas, jogando o pescoço para trás. Alguns clientes começaram a nos olhar e Maitê se encolheu no banco, tentando esconder o rosto. Fechei os olhos, respirei fundo e neguei com a cabeça. Aquilo tinha sido demais para mim.


- Eu não acredito que você soltou uma dessas, Perroni, esse foi o maior absurdo que ouvi. Quer dizer que antes de eu escolher Anahí, quando namorava você, eu não era uma criança?! Quer dizer que assim que te dei um pé na bu/nda, eu virei uma criança ao seu ver?! Me poupa do teatro e não se faz de cínica, de boa moça com princípios você não tem nada. Agora responde logo se vai topar ou não minha proposta, tenho que ir pra faculdade.


- Que merda. – sua voz saiu fraca e ela suspirou, mexeu mais uma vez no copo e voltou a olhar para mim. – Eu aceito a sua maldita proposta. Espero que dê certo.


- Vai dar. – abri um sorriso vitorioso e olhei o visor do celular, já estava mais do que na hora de ir embora. – Eu tenho aula agora, nos falamos. Te ligo assim que precisar de você. Boa tarde, Perroni.


Deixei o dinheiro para pagar meu mocaccino em cima da mesa e deixei o estabelecimento. Uma força desconhecida crescia dentro de mim e eu não sabia explicar o motivo para tamanha felicidade. Talvez pelo fato de Maitê ter caído na minha lábia e aceitado a proposta, talvez por eu finalmente me sentir bem comigo mesma ou talvez por eu estar decidida a ter Anahí de volta, independente do tempo que levasse.


Dirigi tranquilamente até a Columbia, o pátio estava vazio e eu estava ansiosa para ir à aula e ver uma certa pessoa. Enganou-se ao pensar na Anahí. Eu queria ver jessica. O elevador parou no andar da sala dos professores e bati três vezes na porta, recebendo autorização para entrar. Olhei em volta para verificar se uma certa pessoa não estava presente e fiquei aliviada ao ver Jéssica vindo na minha direção sorrindo. Ela me abraçou e deu um beijo na minha bochecha.


- Dulce, o que faz aqui?


- Vim conversar com você. Pensei em algumas coisas que me disse.


- Por que será que eu não acho que é algo bom?


- Relaxa, eu só quero te falar algumas coisas que andei pensando. Não é nada ruim, eu juro.


- Tudo bem, mas não podemos conversar aqui, né?!


- Um café na lanchonete aqui nesse andar, o que acha?


- Vou pegar o material para a próxima aula, espera um pouco. – assenti e ela correu para o armário, retirou uma pasta dele, vestiu seu jaleco e se despediu dos outros professores.


Caminhamos lado a lado pelo corredor, recebendo olhares curiosos de alguns alunos por não entender como eu possuía uma amizade tão grande tanto com Jéssica, como com Anahí. Se eles soubessem.. A cafeteria da Columbia estava vazia, provavelmente os alunos estavam afundados em livros nas salas ou na biblioteca. Semana de provas era um verdadeiro inferno. Coloquei a bolsa em uma cadeira e Jéssica colocou suas coisas na outra. Pedimos um expresso e ela cruzou as pernas, entrelaçando os dedos e abriu um sorriso para mim.


- Então, Savinõn, o que andou pensando?


- Eu quero ter Anahí de volta. – Jéssica abriu um enorme sorriso e seus olhos receberam um certo brilho.


- Estou realmente feliz em ouvir isso. Vai conversar com ela?


- Não.


- Como assim?! E como pretende voltar com ela se não conversar?


- Eu disse que quero ter Anahí de volta, mas não falei como ia fazer acontecer.


- Dulce...


- Ela está me tratando com a mesma “delicadeza” do ano passado. – fiz aspas com as mãos e Jéssica riu fraco. – Eu vou fazer a Anahí voltar, mas sendo quem eu era. Vamos brincar de voltar no tempo e talvez, trilhar um caminho diferente do que fizemos até agora.


- Não sei se fico feliz por isso ou preocupada.


- Mas tenho que te contar algo.


- O que? – eu me aproximei de Jéssica e comecei a falar algumas coisas, ela escutava tudo, mas não produzia nenhum som.


Ficamos cerca de uma hora na cafeteria, já havia passado metade do tempo da aula dela e Jéssica parecia não ligar. Seu olhar era vago, estava com um semblante sério e me analisava. Já viram em filmes de polícia e bandido quando um homem engravatado começa a interrogar um suspeito? Pois é, era exatamente assim que ela me encarava, como se me interrogasse. Não nego que estava um pouco nervosa e com medo, mas Jéssica, como sempre, foi tranquila e paciente.


- Eu não posso evitar que faça algo, mas só peço que tenha cuidado. As vezes a reação da Anahí pode não ser a que você espera.


- Você está mais preocupada com o que a Anahí vai pensar do que eu ter pedido ajuda para a Maitê?


- Muito mais. Eu amo Maitê e ela é minha esposa, mas Anahí é minha melhor amiga e sei muito bem que ela pode não interpretar da maneira correta as suas ideias. Por isso, cuidado.


- Você acha que eu devo fazer isso mesmo? Não quero perder ela de vez.


- No amor e na guerra, vale tudo. – Jéssica deu uma piscadinha e sorriu fraco para mim, que retribuí. – Confesso que de início achei uma loucura sem tamanho, mas vendo pelas circunstâncias, qualquer coisa é válida. Se você realmente deseja ter a Anahí de volta e fazer isso valer a pena de uma vez, faça o que sua cabeça está pedindo, já que o coração já fez a escolha dele.


- Como pode ser assim?


- Assim como?


- Tão compreensiva, tranquila, educada.. calma?!


- Não foi fácil. – ela respirou fundo e fitou os pés. – Quando a gente apanha muito da vida, aprendemos que não vale a pena esquentar a cabeça e se desesperar por certas coisas. Simplesmente não vale a pena. Demorei para entender isso, mas quando consegui compreender, foi um alívio. É difícil algo me tirar realmente do sério.


- Eu admiro muito isso em você, queria ser assim.


- Você pode ser, é só querer. – Jéssica olhou para o relógio na parede da cafeteria e arregalou os olhos, levantou apressadamente e recolheu suas coisas. – Estou vinte minutos atrasada, meu Deus. Estou indo, Dulce, depois terminamos essa conversa. E sobre sua estratégia com a Anahí, te desejo toda sorte do mundo.


Fiquei mais um tempo sozinha. Ainda faltavam quarenta minutos para a minha próxima aula e eu precisava esfriar um pouco a cabeça. Sentia um medo descomunal de errar e perder Anahí para sempre, mas ao mesmo tempo, sentia uma coragem absurda para fazer o que fosse para tê-la. Meu celular começou a tocar feito louco e sorri ao ver que era minha mãe.


- Sabia que ainda tem mãe?


- Oi, mãe, como você está?


- Estou bem, meu amor, e você? Demi me contou o que aconteceu com você e Anahí, já que a senhorita não fala nada.


- Digamos que eu joguei meu celular na parede e, antes disso, não estava falando com ninguém.


- E como eu estou te ligando se jogou o celular na parede?


- Eu comprei outro. Tentei ligar pra você a alguns dias e você não me atendeu. O que estava aprontando, dona Blanca?


- Eu estava com o Roberto.


- Hmmmm.. namorando, é?


- Talvez, talvez. Mas me conta, filha, como você está lidando com isso tudo? Estou com tanta saudade.


- Nem fala, mãe. – respirei fundo e um nó na garganta se formou. Que vontade de abraçar minha mãe e ouvir dela que tudo ficaria bem. – Na primeira semana foi bem difícil, eu não comia direito e dormir era impossível, sempre tendo pesadelos horríveis. Demi e Selena ficaram com Anahí e já devem ter te falado como ela estava.


- A Demi comentou no mesmo dia. Minha filha, essa história é tão louca. Vocês estavam tão bem e de repente, foi tudo pelos ares. Sei que essa insegurança da Anahí não é de agora e que já brigaram em uma das viagens que fizeram, mas pensei que ela já tinha parado.


- Nada, mãe, parece até que piorou. Eu conversei com ela milhões de vezes e fiz de tudo pra que entendesse que nada iria mudar, que eu não a trocaria por qualquer pessoa. Infelizmente, não adiantou.


- E isso é definitivo?


- Não, eu vou ter a Anahí de volta. Ela está me tratando como no ano passado, ou seja, fazendo da minha vida acadêmica um verdadeiro inferno. Vou voltar a ser a Dulce que eu era no colégio, vamos ver se assim ela percebe que eu a amo.


- Tem certeza que esse é o melhor meio? Já tentou conversar?


- Cansei de conversar, mãe. Anahí não entende e eu não quero mais fazê-la entender. Por isso, busquei ajuda de uma pessoa.


- Ajuda de quem?


- Da Maitê.


- Você ficou louca, Dulce María Espinosa Savinõn?! – um zunido se formou no meu ouvido direito e eu cerrei os olhos com força, não devia ter falado nada disso com ela. – Não acredito que foi procurar ajuda de uma pessoa que quase acabou com sua vida no ano passado. Me recuso a aceitar uma coisa dessas. Não se atreva a continuar com isso.


- Mãe, vai ser necessário. É o único jeito.


- Se o seu objetivo é ter a Anahí de volta, saiba que isso não vai adiantar. Você conhece ela o suficiente para saber que o máximo que vai arrumar, é uma repulsa maior da parte da Anahí, ela vai te odiar. Me preocupa seriamente as coisas que você pensa.


- Desculpa, mas já está feito. Anahí está namorando uma angel da Victoria’s Secret, mãe!


- O que?! – seu tom de voz saiu mais fraco e eu respirei fundo, odiava falar sobre aquele assunto. – Uma angel?


- Sim, o nome é Diana. Tem noção do que isso representa?! Eu só posso ter a Anahí de volta se jogar baixo como ela. Você precisava ver a maneira que ela se comportou comigo, estava toda arranhada por aquela Diana e fez questão de esfregar na minha cara que foi a melhor noite da vida dela. Me senti um lixo.


- Pega ela de jeito, Filha, deixa a mamãe orgulhosa. Luta pela mulher da sua vida, mas tenha cuidado.


- Obrigada por isso, mãe. Agora vou pra aula, não quero chegar atrasada na sala do Cowell. Te quiero.


- Te quiero mi amor.


Desliguei o celular, guardei na bolsa e fui em direção a aula do professor Cowell. Tomara que Lauren esteja de bom humor e que não troque farpas com ele de novo, não queria sair prejudicada. Quando estava próxima da porta, vi Anahí no corredor. Ela usava uma calça preta de couro, camisa social branca, uma bota preta e trajava seu jaleco. Estava com uma maquiagem leve, mas seus olhos azuis pareciam se destacar. Nossos olhares se cruzavam e um frio percorreu minha espinha. Ela estava séria e parecia me ler, eu fazia o mesmo. Anahí ignorava os três alunos que estavam à sua volta tirando dúvidas e eu me lembrei da noite da festa de Keaton, onde ela me viu e eu estava no bar. Foi a mesma troca de olhares, o mesmo frio na barriga. Senti uma mão em meu ombro e Lauren estava sorrindo para mim, olhei para Anahí e ela bufou irritada, virando as costas para os alunos e saiu batendo perna pelo corredor.


- Nossa, a professora Portilla está irritadinha hoje.


- Ela está sempre irritada. – minha voz saiu fraca e eu suspirei. – Preparada para a aula do Cowell?


- Não e você?


- Não.


Não tivemos aula, mas sim, um teste surpresa. O filho da mãe chegou com a macaca, falou meia dúzia de palavras e nos entregou a folha com vinte questões. Senti vontade de amassar aquele papel e fazê-lo engolir, mas teria sérios problemas caso fizesse isso. Minha cabeça voava para longe dali, mais precisamente para algumas salas depois de onde eu estava. O que será que se passou na cabeça de Anahí quando nós tivemos aquela troca de olhares? Quais foram as sensações que ela sentiu? Por que será que ela se irritou tanto por Lauren ter chegado perto de mim? Enquanto divagava, vi que faltavam quinze minutos para terminar a aula e meu teste ainda estava em branco. Fiz tudo correndo e consegui entregar dois minutos antes de acabar o tempo. Respirei aliviada e esperei Lauren no corredor, para que fôssemos almoçar com Sandy, Camila e Harry.


- O que está fazendo ai?


- Ei..


- Olha, queria te pedir desculpa pelo dia da festa. Fui uma idiota.


- Tudo bem, Alexa, eu que tenho que te pedir desculpa. Agi por impulso.


- Mas eu também cedi, não foi só você.


- Tudo bem, temos culpa. Juntas. Melhor assim?


- Bem melhor. Só queria dizer que você é sensacional.


- Como assim?


- Você é a melhor mulher que eu já tive na cama. – sorri envergonhada, mas minha respiração parou ao ver Anahí parada atrás de Alexa com o rosto completamente vermelho. Ela me fuzilava com aqueles olhos azuis e eu tentei falar algo, mas Alexa me interrompeu. – Algum problema, professora?


- Nenhum. Vai pra sala, Ferrer, você tem uma prova pra fazer. – Anahí estava com a mandíbula trincada e sua respiração pesada.


- Tá bom. Tchau, Dul. – me deu um beijo no canto da boca e eu paralisei, sentindo meu corpo inteiro tremer.


Alexa virou as costas e começou a se dirigir para a sala, cantarolando pelos corredores. Anahí estava de braços cruzados e olhava seriamente para mim, como quem esperava uma resposta. Eu não poderia fraquejar e ela não tinha o direito de ficar irritada por mais nada, afinal, nada se compara ao que ela fez com Diana.


- O que é?!


- Você não tem vergonha?


- De que?!


- Trepar com uma menina que tem namorado.


- Você não se importou com isso quando eu namorava com a Maitê.


- Isso não vem ao caso.


- Claro que vem e não me enche o saco com isso. – peguei minha bolsa que estava no chão e já me preparava para sair dali, quando Anahí me pegou pelo braço e me puxou para uma sala vazia, fechando a porta. – Me deixa sair.


- Por que fez isso?


- Isso o que?!


- Por que transou com aquela menina?


- Eu sou uma mulher solteira e posso transar com quem eu quiser. Não é mais do seu interesse.


- Claro que é.


- Não, não é. Você não tem mais nenhum direito de ficar irritada. Sua moral acabou quando apareceu completamente arranhada, cheia de chupões naquele dia e ainda jogar na minha cara o quanto sua noite tinha sido boa. Você se diz cansada de mim, mas eu também cansei de você.


- Você também não tem moral, transou com aquela menina.


- Eu parei.


- O que?!


- Eu consegui parar. – meus olhos estavam úmidos e sabia que ia chorar, mas virei de costas para ela e fitei a janela, respirando fundo e limpando o rosto. – Ao contrário de você, eu não consegui levar adiante. Me senti suja, vazia por ter feito aquilo. Mas eu tinha mais é que ter trepado a noite inteira e ter goz/ado milhões de vezes nos dedos dela, porque você não se importou comigo. Você passou a noite com Diana e ainda teve a calhorda de olhar nos meus olhos e falar que nunca tinha tido uma noite melhor que aquela. Eu não sou de pedra, Anahí, eu tenho sentimentos. O pouco de respeito que eu tinha por você, foi embora quando você, entupida de sarcasmo, veio falar merda pra mim na frente da turma toda e ter a cara de pau de ameaçar a Sandy caso ela apoiasse eu e o Harry. Quer saber do que mais?! Eu e ele nunca tivemos nada, eu estava ajudando ele.


- Ajudando em que?


- Harry é gay, mas o Liam não aceita e ele estava com medo de ser ignorado pelo melhor amigo. Eu nunca beijei o Harry, nunca toquei nele. Somos amigos e nos abraçamos, só isso. Desculpa se você conseguiu pensar que eu ia me recuperar tão fácil. Confesso que no início achei que você merecia sofrer e ter ciúme de mim, porque eu chorei dias e noites por sua causa. Eu não dormia por sua causa. Eu me acabei por sua causa. E é por sua causa que eu vou voltar pra Miami.


- Você o que?! – os olhos dela estavam cheios de água e algumas lágrimas já desciam. Respirei fundo e não permiti que nenhuma lágrima caísse enquanto eu estivesse na frente dela. – Não faz isso.


- Eu já fiz. Minha transferência para a University Of Miami já está encaminhada. Vou voltar para casa e quem sabe, ter um pouco de paz. Sei que você também sofreu, que chorou, que passou noites em claro, mas você já deixou claro que está bem com a Diana e que também deu uma chance para ela. E é por isso que eu vou te deixar em paz. Porque eu te amo e quem ama, deixa a pessoa ser feliz independente de não ser com a gente. Não foi isso que você me disse naquela maldita carta?! Vou pra Miami e você vai ficar com a Diana. É assim que as coisas vão ser e.. – Anahí se aproximou e segurou meu rosto. Nossos olhares se cruzaram e eu senti meu corpo inteiro esquentar.


- Eu te amo, Dul. – selou nossos lábios e as lágrimas se misturavam junto com o beijo. Nossas línguas sedentas travavam uma batalha e eu envolvi seu pescoço com o meu braço, aumentando o contato. Estava morrendo de saudade do gosto dela, do corpo dela no meu, das milhões de borboletas que voavam no meu estômago toda vez que nos beijávamos. Abri lentamente o olho e vi um pequeno chupão em seu pescoço, já quase sumindo, e me lembrei de Diana. Empurrei Anahí pelos ombros e respirei fundo. – O que foi?


- Não, Anahí. Só.. fique longe de mim.


- Mas, Dul, eu..


- Você está com a Diana agora. Eu não vou ser sua amante como aconteceu com Maitê. Cansei de viver triângulos e me recuso a dividir a mulher que eu amo com outra pessoa. – peguei minha bolsa que estava em cima de uma mesa, destranquei a porta e saí correndo da sala, sem olhar para ela. Alcancei o banheiro e desabei. Chorei e, com as mãos trêmulas, mandei uma mensagem para as meninas. Eu precisava sair dali. Depois de cinco minutos, todos apareceram dentro do banheiro, até mesmo Harry.


- O que está fazendo no banheiro feminino, garoto? – Lauren franziu o cenho e eu ri da cara que Harry fez ao revirar os olhos e colocar a mão na cintura.


- Minha Dulce precisa de mim, com licença. – ele afastou Lauren e me abraçou, dando um beijo na minha testa. – Vai ficar tudo bem, estamos aqui por você.


- Quer contar o que aconteceu? – Camila segurou minha mão e eu neguei com a cabeça, deixando algumas lágrimas rolarem ainda. – Prefere conversar no apartamento, não é? – assenti e ela sorriu fraco, ligando a torneira e me ajudando a limpar o rosto. – Vamos sair logo daqui, antes que alguma menina veja essa bicha aqui no banheiro e ele se encrenque.


- Me poupa, Camilão, eu não sou bicha. Sou gay.


- Qual é a diferença?


- A classe. – ele empinou o nariz e arrancou gargalhadas de todas nós, que negamos com a cabeça e saímos do banheiro em direção ao nosso apartamento. Eu me sentia estranhamente protegida, como se ninguém pudesse encostar em mim.


Chegamos em casa e me joguei no sofá, afundando o rosto em uma almofada. Harry e Sandy foram direto para a cozinha porque decidiram fazer um almoço caseiro. Camila e Lauren disseram que tomariam um banho e mais tarde iam para lá, lógico que eu saquei o que aquilo significava. Escutei um forte estrondo vindo da cozinha e em seguida, gritos.


- Olha ai o que você fez, pequeno polegar!


- A culpa foi sua, se não ficasse cantarolando como a Cinderela, isso não teria acontecido!


Levantei do sofá já preparada para ver o que tinha acontecido, claro que vindo de Harry e Sandy, não podia ser boa coisa. Assim que cheguei na porta, comecei a gargalhar e os dois me encararam irritados. Ele tinha derrubado uma panela de molho em cima do fogão e Sandy reclamava, limpando o local com um pano. Neguei com a cabeça e fui ajudá-la.


- Harry, liga pro restaurante.


- Nada disso, eu vou cozinhar. Cansei de dar dinheiro para aqueles italianos falsificados. Tem mais molho aqui?


- Deve ter na dispensa. Tudo bem, Sandy?


- Esse garoto é muito desastrado, não sei como eu ainda aguento. – ela revirou os olhos e eu sorri, terminando de limpar o fogão.


Demoramos duas horas para fazer todo o almoço. Sandy expulsou Harry da cozinha e o mandou preparar a salada. Eles me proibiram de usar facas ou algo do gênero, então fiquei apenas provando para ver se o molho estava bom. Comemos entre risadas e eu me esqueci do que havia acontecido, mas assim que Lauren e Camila chegaram, tocaram exatamente nesse assunto. Senti meu estômago revirar e dei de ombros.


- Vai nos contar o que aconteceu hoje?


- A Anahí me beijou.


- Ela o que?! – Harry deu um berro que fez com que todas nós olhássemos para ele de cenho franzido e ele se ajeitou. – Me desculpe pelo escândalo, foi a surpresa pelo momento.


- Nós discutimos, eu estourei e falei para ela que ia para Miami.


- Mas.. você vai?


- Só esse período. Vou trancar aqui na Columbia e depois eu volto, prometo. Preciso ficar afastada dela por um tempo.


- Você está fugindo e isso é ridículo. – Lauren cruzou os braços na altura do peito e Camila deu um tapa em seu braço. – O que?! É verdade. Dulce está fugindo dos problemas dela, não aguenta a pressão da realidade.


- Claro que aguento.


- Então fica. Se alguém tem que sair de algum lugar, é ela. Você já deve ter escutado isso de todo mundo. Tem noção do peso que o nome da Columbia terá na sua vida?! Para de mudar sua vida, que está indo bem no quesito profissional, só por causa de um namoro fracassado.


- Você não é a primeira pessoa que me fala isso.


- Eu sei, aposto que a Sandy falou também.


- Sim, ela falou. Tá bom, eu não vou. Mas isso quer dizer que vou colocar meu plano em prática.


- Qual plano?!


- Um dia eu conto pra vocês. Gente, eu preciso dormir um pouco, minha cabeça está latejando.


- Tudo bem, nós vamos assistir uns filmes e depois acordamos você. Ou seja, daqui a uma hora e meia. – Camila sorriu fraco e eu assenti. Dei um beijo na testa de cada um e fui para o meu quarto, sendo acompanhada por Harry.


Deitei na minha cama e ele sentou do meu lado, me cobrindo e dando um beijo em minha bochecha. Parecia inquieto, mas ainda sorria. Harry se tornou um confidente e amigo que eu sabia que estaria sempre ali por mim, era pra ele que eu corria toda vez que tinha um problema. Eu sei que Sandy também estava ali, mas Harry se tornou uma das minhas bases, junto com Demi. Abracei o travesseiro e bocejei, sorrindo fraco para ele, que fazia um carinho leve em minha cabeça.


- Por que você não é hétero?


- Porque Deus sabia que eu ia arrumar muitos problemas se fosse.


- Você não vale nada.


- Valho o mesmo que você, por isso nos damos tão bem. Agora dorme, Dulce, quando acordar, eu e as meninas estaremos aqui. – deu mais um beijo em minha bochecha e saiu do quarto, fechando a porta. Adormeci rapidamente, lembrando do beijo de Anahí e de como ela ainda me fazia sentir. Eu ia voltar para ela, mas isso levaria algum tempo.


Acordei um pouco tonta e fui para o banheiro. Uma forte cólica fazia meu corpo se encolher. Procurei o remédio, mas não achei. Fiz minha higiene e fui para a sala com a mão na barriga. Estavam todos assistindo a algum filme na televisão e olharam com curiosidade para mim. Harry rapidamente levantou da almofada em que estava sentado no chão e foi em minha direção.


- O que foi?


- Estou com cólica. – fiz um biquinho e ele riu fraco. – Para de rir, você acha graça porque não pode ter.


- Para de reclamar, sua chata. Isso é um bom sinal, pelo menos não está grávida.


- Se dedo engravidasse, eu já teria trigêmeos. Sandy,tem remédio ai?


- Tem sim, Dul, está no armário da cozinha.


- Deixa que eu pego, vai sentar. – Harry fez um carinho leve na minha bochecha e eu me joguei na almofada em que ele estava antes. Dois minutos depois, ele apareceu com um comprimido e um copo de água, sentou-se ao meu lado e deitei a cabeça em seu colo, recebendo um carinho.


O interfone tocou e Sandy olhou para mim, esperando por uma resposta de quem poderia ser e eu dei de ombros, indicando que não esperava ninguém. A pequena levantou do sofá e foi atender, falou algo com o porteiro e permitiu que alguma pessoa subisse. Não dei a mínima, afinal, ninguém viria até aqui por mim. Alguns minutos depois, a campainha tocou e Sandy abriu a porta, recebeu algo e veio em minha direção, entregando uma rosa amarela com um bilhete.


- Rosa amarela?


- Estranho, né?! Mas são uma das mais bonitas. Veio com um recado, vê logo quem mandou. – Harry estava mais empolgado que eu e as meninas me olhavam com uma certa ansiedade no olhar.


“Eu acordo todos os dias antes do Sol nascer, tem sido assim desde o dia em que terminamos. De alguma maneira, os primeiros raios são aqueles me dão força para continuar com o meu dia. Às vezes me sinto como o Sol. Não por ele ser o astro rei, mas por ele todos os dias sair e dar espaço para a Lua brilhar. Eu sou assim com você. Eu saí da sua vida para deixar que você brilhe, mas a diferença entre eu e o Sol, é que ele dá a luz que a Lua precisa e eu nunca precisei te dar nada para que brilhasse. Você já tem sua própria luz e é por isso que eu me orgulho em dizer que é a mulher da minha vida. Sei que errei em terminar, mas espero que saiba que é você e vai ser sempre você, independente da pessoa que estivermos. Eu sou sua, Dulce. E sei que um dia, tudo vai achar seu caminho. Eu te amo. – Anahí.”


Todos na sala me olharam enquanto eu lia o bilhete em voz alta. Assim que terminei, um silêncio constrangedor se instalou e eu respirei fundo, levantando do chão e indo em direção a cozinha. Coloquei a rosa em um pequeno vaso, amassei o papel e o joguei na mesa.


- O que vai fazer?


- Anahi não vai confundir minha cabeça, eu não vou chorar de novo por causa dela. – fui até meu quarto, peguei o celular e digitei o número de Maitê. Depois de três toques ela atendeu.


- O que foi agora?


- Preciso de você amanhã. Me encontra na frente da Columbia às 11:00hrs e sem atraso.


- Tudo bem.


Desliguei o celular e coloquei o mesmo sob a mesa de cabeceira, voltei para a sala e todos olhavam para mim com cara de dúvida. Sentei no chão e deitei novamente no colo de Harry, como se nada tivesse acontecido. As meninas não perguntaram nada, nem ele. Deixaram que eu ficasse em silêncio, porque no fundo sabiam que era o melhor a se fazer. Olhei mais uma vez para a rosa amarela no pequeno vaso ao lado da televisão e respirei fundo. Vamos começar.


 



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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 134



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  • AnBeah_portinon Postado em 23/03/2018 - 16:01:20

    Perfeita! Isso descreve a fic. Eu já estava lendo no título de portisavirroni aí fiquei triste quando parou. Mas quando fui pesquisar denovo quase pulei de alegria com a continuação, e que continuação né?! Amei, principalmente porque sou do #TEAMPORTINON. Mas enfim foi tudo perfeito, mesmo com algumas brigas que só serviram para fortalecer e apimentar a relação delas. Bjs

  • Furacao Maite Postado em 11/01/2018 - 00:51:49

    aaaaah que fofinho! amei! Eu torciaa para savirroni no começo mas Jessyrroni é muito mais lindo kkkkkk Oooow, maei sua fic, primeiro pq teve muito jessyrroni e segundo porque vc escreve bastante!! ainda quero desenvolver esse dom seu! parabéns!!

    • Emily Fernandes Postado em 12/01/2018 - 20:57:17

      Eu que amo suas fics. Adoro mesmo. Não importa se são capítulos grandes ou não. Mas acho que esse dom logo vc pega o jeito. E muito obrigada mesmo por gostar. E JESSIRRONI foi mesmo fofinho.

  • MaryCR Postado em 30/12/2017 - 16:59:30

    Não taça comentando pq tava com preguiça. Mas agora eu tô aqui. Mulher não tem como não ficar indecisa.Primeiro: vc gosta de me deixar na curiosidade hein. Me fez acreditar que quando minha mãe dizia ALEGRIA DE POBRE DURA POCO era verdade e depois que elas se acertaram eu pensei que ela me fez de trouxa. Segundo: como vc me faz acreditar que estava tudo ótimo e BUUM começa um capítulo com uma briga daquelas!? Era só avisar que me queria morta seria menos trágico. Terceiro:Anahí adora uma janela hein. Quando Dulce menos espera ela brota lá no quarto gente que isso!? Quarto: vô para de enumerar pq tá chato (rimei). Adorei portinon maternal,não pq a criança dos outros sempre desperta vontade de ter filhos na gente,apesar de achar q eu não teria muita paciência e por último e mais importante: COMO TU PARA NUMA PARTE DESSAS? Concluindo eu não sei se estou mais revoltada,feliz,confusa,raivosa,curiosa ou ansiosa. E olha que eu nem sou de libra ein. Povo mais indeciso não existe.

    • Emily Fernandes Postado em 31/12/2017 - 14:37:30

      entendo, as vezes tbm fico assim, que nem da vontade de acordar. Eu nunca faço isso, mas realmente os capítulos estão terminando em momentos cruciais, fazer o que. Mães sempre tem razão, confie. A relação delas é uma montagem russa, porém acho que as brigas Jajá terão fim. Cara Anahí, é uma pessoa que realmente não curte portas, só espero que isso não ocorra com frequência, pq se não Dulce não vai mais ficar surpresa. Eu não tenho esse interesse maternal, nos filhos dos outros ainda, acho que é a idade. Porém confesso que crianças são minha perdição, acho que já está na hora delas começar a família. Mas vamos te tirar de libra pra vc continuar a leitura... E o que mais importa. Feliz ano novo. PS: Eu uma vez tbm, já deixei uma biblioteca, em uma fanfic que leio, e depois não consegui mais me conter em palavras. ahahahahahah.

    • MaryCR Postado em 30/12/2017 - 17:02:30

      Nunca escrevi negócio tão grande kkk

  • Furacao Maite Postado em 29/12/2017 - 01:14:05

    que up na vida hein? Dulce médica! E que viagem doida é essa de 2 anos! coragem!!! kkk

    • Emily Fernandes Postado em 29/12/2017 - 14:18:21

      Acho que a viagem venho a calhar, pq a insegurança e a rotina estava as afetando.

  • Furacao Maite Postado em 29/12/2017 - 01:02:09

    eitaaaa, estava tudo bem agora já começa o capitulo com uma briga? (19) genteeee, que babado

  • Furacao Maite Postado em 29/12/2017 - 00:58:58

    Ainda bem que a Dulce e Anahí brigaram mas fizeram as pazes no mesmo capitulo!

    • Emily Fernandes Postado em 29/12/2017 - 14:17:09

      Sim, acho que elas combinam assim, mesmo. Acho que fica uma relação mais dinâmica. Kkk

  • Furacao Maite Postado em 29/12/2017 - 00:55:16

    Sou do time da Marichelo! Sou team Jessica Coch kkkkkkkkkkkk Também acho que é dificil de encontrar outra igual a ela! Maite tem sorte kkkk Mas ainda bem que a mãe da Anahí aceitou a Dulce!

    • Emily Fernandes Postado em 29/12/2017 - 14:15:53

      É sim, digamos que Marichelo sempre adorou Jéssica, porém acho que Jéssica está ótima com Maitê não. Kkkk

  • Furacao Maite Postado em 29/12/2017 - 00:51:48

    vou colocar a fic em dia....

  • MaryCR Postado em 24/12/2017 - 02:41:13

    Pense em uma pessoa revoltada, pense em mim. EU VOU DA UMA VOADORA NA PERRONI sério. Eu vô e penso "até que enfim a perroni vai ajudar portinon" e fui TROUXA, ela fez exatamente o contrário. Dulce foi na casa da Portilla e huuum rolou uma putaria, eu pensei "agora o negócio vai" e fui trouxa denovo. Concluindo, portinon finalmente se acertou e a anie finalmente terminou com a Diana. Amém!! #revoltadaefeliz

    • Emily Fernandes Postado em 25/12/2017 - 12:49:11

      Meu Deus kkkk que pessoa indecisa. Bem mas eu Entendo seu drama. Maitê como sempre sendo Maitê, mas agora acho que o casal portinõn finalmente respirara mais aliviadas. Enfim um ótimo Natal pra vc . Bjs

  • Furacao Maite Postado em 23/12/2017 - 17:39:09

    Owwwnnnn que fofas!!! Achei q tdo estava perdido, q bom q deu tdo certo!!

    • Emily Fernandes Postado em 25/12/2017 - 12:47:14

      Sim, finalmente as coisas estão caminhando para Um finalmente sim. Kkk feliz Natal pra vc. Bjs


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