Fanfics Brasil - Capítulo 5 My biology ( Portinon e Savirroni) 1/2 temporada finalizada

Fanfic: My biology ( Portinon e Savirroni) 1/2 temporada finalizada | Tema: Portinon e Savirroni


Capítulo: Capítulo 5

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Abri meus olhos, sem lembrar por que já estava sorrindo. Pisquei algumas vezes, tentando colocar minha visão em foco, e suspirei preguiçosamente. Um perfume bom encheu meus pulmões, me fazendo alargar o sorriso. Minha mão estava ao lado do meu rosto, espalmada sobre o peito dela, que subia e descia calmamente de acordo com sua respiração. Seu cheiro estava por toda parte, me entorpecendo, e seu braço envolvia meus ombros, me impedindo de me mexer.


Olhei pra cima e vi que Maitê ainda dormia como um bebê, mesmo após umas duas horas de sono. Sorrindo feito uma retardada, apenas fiquei observando-a dormir, fazendo carinho devagar em seu peito e me lembrando de tudo que tínhamos feito antes de apagarmos.


- Você pretendia ficar me olhando por quanto tempo? - ouvi a voz dela dizer baixinho, me fazendo corar de leve. Maitê abriu os olhos e me encarou, com um sorriso desconfiado no rosto.


- Não sei, talvez até você acordar e me fazer essa pergunta. - respondi, fazendo seu sorriso aumentar. Sem dizer nada, Maitê me beijou delicadamente, e virou de lado, nos deixando de frente uma pra outra na cama.


- Pra sua informação, eu já tava acordada. - ela murmurou, deslizando sua mão pela minha cintura devagar. - Você é que ficou dormindo feito pedra em cima de mim até agora pouco.


- Me desculpe se a instituição de ensino onde a senhora trabalha e eu estudo me faz acordar às 6 da manhã todo santo dia. - falei, fingindo estar ofendida, e fazendo-a rir.


- Nossa, mas que menina mais brava que eu fui arranjar. - ela disse, me puxando pra mais perto dela.


- Sou mesmo. - confirmei, fazendo cara de irritada e me apoiando num cotovelo. - Se não gostou, eu vou embora agora mesmo e não te incomodo mais.


- Olha só, além de brava é independente! - Maitê riu, me segurando com mais firmeza pelo quadril como se quisesse me prender ali. - Quero ver você continuar com essa coragem toda pra levantar daqui.


Quando fui abrir minha boca pra retrucar, ela me calou com um beijo intenso e sua mão subiu do meu quadril pro meu rosto, enquanto a outra me abraçou pela cintura. Obviamente tudo que eu pensei em dizer sumiu da minha memória assim que nossas línguas começaram a brincar uma com a outra, num misto de provocação e tranquilidade. Pude sentir Maitê sorrir durante o beijo, vitoriosa por ter conseguido me calar, e não consegui não sorrir junto.


- Ainda tá bravinha? - ela murmurou, ainda sorridente, quando partiu o beijo.


- Idiota. - resmunguei, fechando os olhos em sinal de derrota e vergonha. Maitê riu baixinho e me deu um selinho demorado, deitando sua cabeça bem próxima da minha e fazendo com que as pontas de nossos narizes se tocassem.


- Você fica linda demais com vergonha, sabia? - ela disse, me abraçando pela cintura suavemente. - Mais do que já é.


- Você não se enxerga mesmo, né? - falei baixinho, com um sorriso derretido enquanto acariciava seu rosto, desenhando seus traços e fazendo-a fechar os olhos algumas vezes. - Não existe nada em você que não me agrade, nada que te estrague. Você é simplesmente perfeita, não tem nem o que dizer. Esse rostinho de bebê, esse sorriso lindo, seu corpo, seu jeito… Tudo.


Maitê, que estava de olhos fechados quando comecei a falar, abriu-os e me olhou firmemente, ouvindo com atenção tudo que eu dizia e alargando seu sorriso a cada palavra.


- Incrível como uma garota de 17 anos pode dizer coisas que uma mulher de 30 não teria sensibilidade nem pra sonhar em dizer. - ela sorriu com os olhos brilhando, fazendo carinho em minha bochecha com o polegar. - E que só te deixam mais linda aos meus olhos.


- Não faz isso comigo, por favor. - pedi, fechando os olhos e sentindo minhas bochechas queimarem de timidez e euforia. - Eu fico com vergonha.


Ouvi Maitê rir baixinho e senti seus braços me aproximando mais dela (eu achei que não dava, mas não é que dava?).



- Ter você grudadinha em mim é a melhor sensação do mundo. - ela murmurou devagar, se debruçando delicadamente sobre mim e afundando seu rosto em meu pescoço. - Seu perfume, o cheiro bom do seu cabelo, sua pele quentinha, seu coração batendo… Sempre tão rápido que parece querer explodir a qualquer momento.


Fechei os olhos e envolvi seu pescoço com meus braços. Respirei fundo, deixando o cheiro dela me intoxicar, e ri baixinho, sem conseguir acreditar no sonho que minha vida tinha virado. Nem se eu quisesse conseguiria explicar como era ser a pessoa mais feliz do mundo. Talvez por isso eu tenha ficado completamente sem palavras, e apenas fiquei alisando seus ombros e costas devagar, sentindo a respiração calma dela bater em meu ouvido.


Maitê começou a beijar meu pescoço delicadamente, me fazendo fechar os olhos e ficar toda arrepiada. Comecei a enroscar meus dedos em seus cabelos, e ela continuou distribuindo beijos pela região, até alcançar minha boca. Ela me beijava calma e profundamente, e eu senti como se choques elétricos percorressem meu corpo inteiro e me arrepiassem toda. Não me lembro de ter recebido um beijo tão intenso quanto aquele antes. Acabamos invertendo as posições sem nem perceber, me deixando por cima dela, com uma mão de apoiada de cada lado de sua cabeça. Aquilo foi se transformando numa coisa mais calorosa, e quando já estávamos ofegantes, Maitê sugou meu lábio inferior, quebrando o beijo. Encarei aqueles olhos castanhos, que retribuíam meu olhar com um brilho intenso em meio aos meus cabelos caídos ao redor de seu rosto, e sorri, vendo-a fazer o mesmo.


Voltei a beijá-la, sem nem me importar por ainda estar ofegante, e senti suas mãos viajarem por meus ombros e costas devagar, assim como também senti aquela conhecida umidez na minha calcinha. Sorri quando ela abriu o fecho do meu sutiã sem que eu percebesse (é, eu também vesti minhas roupas íntimas antes de dormir, sou uma menina muito envergonhada como vocês já devem ter reparado), e me sentei sobre seus quadris pra tirar a peça. As mãos de Maitê acariciavam as laterais de minhas coxas, e sem nem querer me esperar voltar, ela se sentou e me abraçou pela cintura, voltando a unir nossos lábios. Envolvi seu pescoço com meus braços, retribuindo o beijo com vontade e sentindo-a apertar meus seios. Não demorou muito e ela começou a me provocar, sugando caprichadamente o lóbulo de minha orelha.


Arrepiada da cabeça aos pés com a respiração quente e rouca dela em meu ouvido, eu agarrava seus cabelos com força, até ouvi-la sussurrar:


- Tá calor, não acha?


Assenti devagar, atordoada com aquela voz falha (e muito sexy) me dando falta de ar, e ela disse:


- Então se segura.


Voltei a abraçá-la pelo pescoço e Maitê passou seus braços por debaixo de mim. Ela se levantou da cama, ainda me provocando num de meus pontos fracos de um jeito muito bom (consequentemente sendo enforcada por mim), e me levou no colo pra algum lugar que eu não soube o que era até ver azulejos brancos por toda a parede e um box espaçoso de vidro.


Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, ela fechou a porta e me prensou contra ela, já com os lábios colados nos meus. Suas mãos percorriam todo o meu corpo depressa, enquanto as minhas transformavam seu cabelo numa bagunça sem fim. Eu a puxava pela cintura pra mais perto de mim, deixando sua excitação ainda mais evidente com a proximidade e destruindo minha sanidade mental. As mãos de Maitê pararam em minha bun/da, com a mesma intenção que eu tinha ao puxá-la com as pernas, e seus polegares envolveram o elástico de minha calcinha, puxando-a pra baixo. Ela continuou tirando-a, sem ousar partir o beijo, e eu fiquei de pé pra poder me livrar dela de uma vez. Ela foi descendo seus beijos conforme abaixava minha calcinha, parando no umbigo e subindo novamente quando a peça já estava longe.


Conseguindo controlar um pouco mais as coisas por estar de pé, fui empurrando-a como quem não quer nada até suas costas ficarem contra o vidro do box fechado. Maitê soltou um gemido rouco quando a prensei entre a superfície gelada e eu, que agora acariciava sua barriga, e meio sem jeito, abriu a porta do cubículo transparente, cambaleando comigo pra dentro dele. Respirando ruidosamente, deixei que ela me prensasse contra a parede interna do box enquanto agarrava meus cabelos da nuca com uma mão e tateava a parede até achar a válvula e ligar o chuveiro com a outra. Assim que a água fria tocou nossa pele, automaticamente nos abraçamos com mais força, como se fôssemos nos esquentar com o calor de nossos corpos.


Nossas mãos corriam soltas por cada centímetro de pele alcançável uma da outra, e não demorei muito pra fazer a calcinha ensopada dela deslizar até o chão. Passei meus braços por seu pescoço, implorando pra que ela fizesse o que eu queria logo, e com a testa franzida de prazer, Maitê deu a entender que me obedeceria. Ergueu minhas pernas, me fazendo envolver sua cintura com elas, e posicionou seus dedos em minha entrada. Esperando que ela me invadisse de uma só vez, como antes, eu a senti colocar apenas um dedo dentro de mim, me provocando e calando um gemido baixo com um beijo. A cada investida ela ia colocando mais e mais dedos, me fazendo ser involuntariamente agressiva durante o beijo, até chegar ao fim e começar a se movimentar com bastante força e velocidade. Eu acabei ficando um pouco mais alta que ela por estar suspensa, o que fez o rosto de Maitê ficar praticamente entre meus seios. Obviamente gostando da situação, ela quase gritava, me fazendo gemer no mesmo volume. A água fria que caía sobre nós parecia nos deixar com mais calor ainda, e tornava minha mania de agarrar seus cabelos um pouco mais escorregadia.


Durante quase meia hora ficamos naquela posição. Maitê jogava sua cabeça pra trás várias vezes, com os olhos fortemente fechados e os cabelos grudados na testa, e eu os colocava pra trás com as mãos, agarrando-os novamente na nuca. Ela realmente estava se segurando muito pra não ter que sair dali, enquanto eu já tinha gozado duas vezes, com as unhas fincadas em seus ombros e urrando de prazer. Me deixei escorregar com as costas prensadas contra a parede até ficar de pé, enquanto Maitê afastava as mechas ensopadas de cabelo grudadas no meu rosto, buscando meus lábios com os seus. Pousei minhas mãos trêmulas em seus ombros, morta de cansaço, e retribuí seu beijo suave com um sorriso.


- Acho que eu tô ficando velha pra essas coisas. - Maitê ofegou, respirando fundo logo depois e me abraçando carinhosamente pela cintura.


- Se for assim, me dá falta de ar só de imaginar como você fazia essas coisas quando era mais nova. - sussurrei, beijando seu pescoço enquanto a abraçava e sentindo sua barriga se contrair rapidamente num riso sem fôlego.


- Eu sempre achei que camisas sociais masculinas ficam muito melhores nas mulheres. - Maitê sorriu, deitada no sofá, ao me ver surgir do corredor usando uma camisa branca que eu havia encontrado e que me cobriam até metade da coxa. - Agora eu tenho certeza.


- Pára de me deixar sem graça senão eu te molho. - ameacei, chacoalhando meu cabelo molhado enquanto me aproximava e fazendo-a se proteger com os braços, rindo.


- Também te amo, minha pequena invocada. - ela brincou, me puxando pela mão coberta pela manga desproporcional da camisa que eu usava e me derrubando sobre ela. Um cheiro ótimo de sabonete invadiu meus pulmões, e não tive como não sorrir ao retribuir seu beijo.


- Não vai parar mesmo? - murmurei, mantendo nossos rostos próximos mesmo depois de partir o beijo e apontando meu dedo indicador pra ela. - Olha que eu mordo, hein.


Maitê soltou uma risada maliciosa, ficando ainda mais sensual do que de costume, e sussurrou:


- É, eu sei.


- MAI! - exclamei, envergonhada, afundando meu rosto em seu pescoço enquanto ela ria mais alto.


- Tá bom, agora eu parei. - ela falou, me abraçando com força, e rindo mais um pouco antes de continuar a falar. - Falando em morder, tá com fome?


Assenti, ainda sem olhar pra ela. O cheiro daquele pescoço estava uma coisa irresistível, fato. E ficava melhor ainda quando eu me lembrava de minhas mãos deslizando por seus ombros, ensaboadas, há alguns minutos atrás enquanto tomávamos banho.


- É, eu logo imaginei. - ela disse, assentindo de leve - Então o que você acha de irmos lá na cozinha ver o que eu fiz pra gente?


Olhei pra ela, pasma, e recebi um sorrisinho sapeca. Me levantei depressa, e corri até a cozinha, sendo acompanhada por ela. E quase voei naquele pescocinho maravilhoso quando vi o que estava sobre a mesa da cozinha.


- Não acredito! - exclamei, com um sorriso enorme no rosto. - Macarronada!


- Você gosta? - Maitê sorriu, toda fofinha, quando me virei pra ela, quase lacrimejando de emoção.


- Se eu gosto? - repeti, rindo. - Eu adoro macarronada! Como você fez isso tão rápido? Quer dizer, eu não demorei nem dez minutos!


- Vinte e sete minutos, eu acabei contando sem querer. - ela respondeu, cruzando os braços e encostando um de seus ombros na parede da porta. - Tudo isso pra se arrumar e desembaraçar o cabelo que provavelmente fui eu quem bagunçou.


Eufórica, não consegui responder nada, apenas mordi meu lábio inferior e continuei olhando-a sorrir pra mim de um jeito esperto.


- Bem que eu estranhei você não ter aparecido lá no quarto. - murmurei, sem conseguir parar de sorrir, e ela se aproximou de mim com a maior cara de criança serelepe. - Você tem que parar de me surpreender assim, sabia? Não é só porque eu sou novinha que aguento esses trancos.


- Quem não vai aguentar mais um minuto sem devorar aquele macarrão ali sou eu. - Maitê sorriu, colocando as mãos em meus quadris. - Antes de começar a agradecer, quero ver se você aprova meus dotes culinários.


Soltei uma risada baixa, e fiquei na ponta dos pés pra lhe dar um selinho rápido antes de ir me sentar numa das cadeiras. Maitê fez o mesmo, e me serviu, enchendo seu prato logo depois. Peguei o garfo, inalando o cheiro ótimo que vinha do meu prato, e o enrosquei no macarrão, sentindo um olhar meio apreensivo dela sobre mim.


- Hm, vamos ver se já pode casar. - brinquei, lançando um rápido olhar pra ela antes de colocar o garfo na boca.


Nos vários dias em que tive que preparar meu próprio almoço em casa porque mamãe estava trabalhando, eu costumava fazer macarrão, porque eu achava que era mais prático e gostoso. Eu considerava meu macarrão uma obra prima, me sentia o máximo por conseguir fazer um molho tão bom, mas tinha acabado de descobrir que não era tão boa cozinheira assim. Maitê conseguia ser melhor. Bem melhor.


- E aí? - ela perguntou, com o garfo pairando sobre seu prato ainda intocado e um sorriso nervoso.


- Ainda bem que você não cozinha pra viver. - respondi quando terminei de mastigar, com uma expressão séria, e vi pânico nos olhos dela - Porque se cozinhasse, eu já teria virado uma coisa gorda e celulitosa de tanto comer seu macarrão.


- É agora que eu jogo todo esse macarrão na sua cabeça ou deixo pra mais tarde? - Maitê sorriu, parecendo transtornada e aliviada ao mesmo tempo, enquanto eu ria.


- Isso aqui tá ótimo. - exclamei, quase passando mal de tanto rir da cara de horror que ela tinha feito. - Não vai desperdiçar tudo na minha cabeça, por favor.


- Da próxima vez tente ir direto ao ponto, pode ser? - ela resmungou, sem conseguir evitar um sorriso e finalmente comendo um pouco do macarrão.


- Own, ela ficou chateada. - falei, com uma voz cuti cuti. - Desculpa, bebezona.


- Bebezona… Olha só quem fala. - Maitê murmurou, me lançando um olhar brincalhão, e eu senti meu rosto esquentar de vergonha. Às vezes eu esquecia que ela já tinha treze anos quando eu nasci. Quer dizer, eu mal tinha dentes e ela já devia ter um protótipo de peito. Tá, melhor não continuar pensando no que ela tinha ou fazia quando era adolescente e e eu chupava dedo. Ficamos alguns segundos em silêncio, apenas mastigando, até que ela voltou a falar:


- Por que você fez essa carinha e ficou quieta?


- Nada, eu só tava pensando aqui. - respondi, sem olhar pra ela.


- Pensando no que? - ela insistiu, com a voz mais baixa e inclinando sua cabeça tentando ver o meu rosto.


Sorri fraco e ergui meu olhar até o dela.


- Isso tudo é muito doido… Não acha? - falei, sem graça.


- Isso tudo? - ela repetiu, com a testa franzida. Lerda. Mas tudo bem, ninguém funciona direito com estômago vazio.


- É… A gente ficar junto. - expliquei, com o olhar fixo no dela. Maitê ficou séria, parecendo um pouco assustada por pensar no assunto.


- Por que você tá dizendo isso agora? - ela perguntou, com a voz igualmente séria e me deixando nervosa. - Você tá pensando em desistir, ou sei lá, meu macarrão é tão ruim assim…


- Não, não, claro que não, seu macarrão é ótimo. - interrompi, aflita apesar de ainda estar sorrindo, e ela continuou me encarando, esperando uma explicação melhor. - Eu só tava pensando, sei lá… Em como isso foi acontecer entre a gente com toda essa diferença de idade.


Maitê sorriu fraco, e eu fiz o mesmo. Depois de quase um mês juntas, era a primeira vez que eu tinha parado pra pensar naquilo, e quanto mais eu encarava aqueles olhos brilhantes, menos eu conseguia encontrar uma resposta racional. Nós duas nos gostarmos não era nada racional, era meio que uma feliz coincidência. Dentre tantas alunas e alunos bonitos e inteligentes que eu sabia que ela tinha, ela foi escolher se envolver justo comigo, que não tinha nada de especial ou diferente deles. Talvez eu só estivesse me perguntando por que eu merecia tamanho presente.


- Eu realmente não sei como isso foi acontecer. - ela suspirou, com o olhar vago no meu. - Mas ainda bem que aconteceu… Eu já tava quase perdendo o jeito com mulheres.


Meu sorriso se abriu involuntariamente, assim como o dela, e senti meu rosto esquentar um pouco. Que linda, era tudo que eu conseguia pensar enquanto recebia aquele olhar carinhoso dela.


- Deixa eu comer meu macarrão maravilhoso antes que eu acabe voando em cima de você. - falei, fazendo-a rir. - E agora que você sabe que eu mordo mesmo, toma cuidado.


- Pode me morder. - ela riu, enrolando o macarrão no garfo com um olhar malicioso. - Eu gosto.


- Mai! - exclamei, incrédula e ficando roxa de vergonha de novo, fazendo-a gargalhar.


Já eram oito e meia da noite quando terminamos de jantar. Mais rimos do que comemos, aliás. Principalmente eu, que parecia uma retardada com um sorriso besta no rosto só de olhar pra ela, de calcinha jantando comigo. Cheias de fome (e com razão) devoramos todo o macarrão e bebemos litros de suco de uva, e assim que a ajudei a colocar a louça na pia contra a sua vontade, ela perguntou:


- Boa hora pra atacar aquele pote de sorvete, não acha?


- Se eu ficar gorda, a culpa é sua. - falei, entortando a boca numa tentativa fracassada de segurar um sorriso e apontando meu dedo indicador pra ela.


- A gente dá um jeito nisso depois. - ela sorriu, serelepe, mordendo o lábio inferior de um jeito bem bebê. Super apropriado pra grande sujeira que ela tinha acabado de dizer.


- E eu vou dar um trato nessa sua linguinha afiada se você não parar com essas coisas. - resmunguei, sem conseguir pensar direito diante daquela carinha fofa e só notando que tinha falado merda quando ela riu alto.


- Não acredito que você disse isso. - Maitê falou, ainda rindo e me abraçando pela cintura. Ainda inconformada com a minha própria idiotice, apenas olhei pra ela, sorrindo de um jeito envergonhado e enrugando o nariz.


- Para com essa vergonha toda, vai. - ela murmurou, com a voz carinhosa, e me deu um beijinho de esquimó. - Você não precisa dela.


Eu, que observava minhas mãos encolhidas em seu peito, ergui meu olhar até o dela, e automaticamente sorri. Não sei por que eu sentia tanta vergonha dela. Tá, talvez fosse porque ela era minha professora de biologia e eu tivesse medo de ser tosca ou algo do tipo, porque estava completamente apaixonada por ela e não queria receber um pé na bu/nda.


- Só porque eu falei que você fica uma gracinha assim, toda vermelhinha, não significa que você tenha que ficar me torturando toda hora. - Maitê sorriu, fingindo estar um pouco irritada, e eu ri baixinho. - Você não sabe do que eu sou capaz quando me provocam desse jeito.


- Ah, é? - perguntei, erguendo uma sobrancelha, e um segundo depois seu braço passou por debaixo das minhas pernas, me erguendo no ar. Se ela continuasse me carregando toda hora, eu ia me esquecer de como se anda.


- É. - ela respondeu, com as sobrancelhas erguidas e um sorrisinho esperto. - Mas como eu sou uma ótima professora de biologia, acho melhor a gente esperar nosso estômago digerir o macarrão antes de ceder às suas provocações.


- Concordo plenamente, professora Perroni. - falei, fazendo cara de inteligente, e recebendo um selinho demorado. - Então enquanto a gente espera, eu quero sorvete.


- Fazer a digestão comendo mais ainda, quer coisa melhor? - ela ironizou enquanto andava até o congelador, me fazendo jogar a cabeça pra trás e rir alto. - Pega aí, tô com as mãos meio ocupadas.


- “Mãos ocupadas”, quem ouve até pensa. - falei, rindo feito uma idiota. - Acho que estamos quites quanto a frases ambíguas agora.


- Se quiser, eu desocupo minhas mãos agorinha mesmo. - ela sugeriu, e ameaçou me botar no chão de novo.


- Pode continuar me carregando, eu deixo. - sorri, forçando a expressão mais excessivamente meiga do mundo enquanto fechava a porta do congelador com o sorvete em mãos. Maitê retribuiu meu sorriso exagerado, e me levou até a sala, parando nas gavetas de talheres pra pegarmos duas colheres pelo caminho.


- Vamos ver o que tá passando na TV. - ela disse, pegando o controle remoto que estava no sofá e apertando um botão. Assim que a tela se acendeu, eu vi lagartos e plantas por toda parte, e não pude deixar de sorrir.


- Animal Planet? - perguntei, abrindo o pote, sentada entre suas pernas. - Por que eu já devia saber disso?


- Pelo menos não é canal pornô. - Maitê retrucou, mudando de canal e enchendo sua colher de sorvete sem nem ver o que estava fazendo.


- E daí se fosse? Não seria problema nenhum. - falei, sem nem prestar atenção no que passava na TV e enchendo cuidadosamente minha colher. - Tem homens e mulheres que aprendem várias coisas com filmes pornôs, sabia?


- Você quer mesmo falar disso? - ela falou, erguendo as sobrancelhas com um sorriso danado, enquanto voltava a engolir outra colherada monstruosa de sorvete. Me virei pra encará-la, com uma sobrancelha erguida e um sorriso esperto:


- Por quê? Tá com medo de alguma coisa?


- Claro que não, eu até acho filmes pornôs interessantes. - Maitê respondeu, tomando mais sorvete, como se estivesse dizendo que gostava de azul. - É bem bacana ver como alguém consegue ser tão elástico.


- Não acredito que você vê filmes pornôs só por causa da elasticidade das mulheres. - falei, rindo e dando um empurrãozinho safado em seu peito.


- Vem cá, deixa eu te perguntar uma coisa. - ela disse, parando num canal qualquer e me olhando com uma impaciência meio cômica. - Tá toda curiosa por causa de filme pornô por quê? Já tá querendo mais, é? 


- Não foi essa a minha intenção inicial, mas se você tá sugerindo… - respondi, olhando pra ela e lambendo devagar a colher, com um sorriso provocante (me deixa ser pu/ta, beijos). Maitê ficou me encarando, parecendo meio atordoada, e entortou a boca, derrotada.


- Você gosta de beijo gelado? - ela murmurou, baixinho, tirando o pote de sorvete do meio das minhas pernas e colocando-o na mesinha que ficava do seu lado do sofá.


- Se eu gosto de quê? - perguntei, sem ouvir direito o que ela tinha dito, mas concordando em me virar de frente pra ela quando suas mãos demonstraram essa intenção.


- Disso. - ela sussurrou, e no segundo seguinte seus lábios estavam colados aos meus. Um choque térmico percorreu meu corpo todo quando a língua gelada dela tocou a minha, nem tão fria. Passei meus braços por seu pescoço, arrepiada da cabeça aos pés, e ela me puxou pra mais perto dela pela cintura, fazendo minhas pernas envolverem seus quadris. Ficamos nos amassando por algum tempo, até o efeito gelado sumir, e delicadamente Maitê me deitou no sofá e ficou por cima de mim. Sorrindo, ela partiu o beijo, e murmurou:


- Dorme aqui essa noite?


- Não precisa nem pedir de novo. - respondi, com um sorriso de orelha a orelha, e ela voltou a me beijar, igualmente feliz com a minha resposta.


É, posso dizer que Maitê me beijando foi uma cena que se repetiu bastante naquela noite.


 



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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 134



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  • AnBeah_portinon Postado em 23/03/2018 - 16:01:20

    Perfeita! Isso descreve a fic. Eu já estava lendo no título de portisavirroni aí fiquei triste quando parou. Mas quando fui pesquisar denovo quase pulei de alegria com a continuação, e que continuação né?! Amei, principalmente porque sou do #TEAMPORTINON. Mas enfim foi tudo perfeito, mesmo com algumas brigas que só serviram para fortalecer e apimentar a relação delas. Bjs

  • Furacao Maite Postado em 11/01/2018 - 00:51:49

    aaaaah que fofinho! amei! Eu torciaa para savirroni no começo mas Jessyrroni é muito mais lindo kkkkkk Oooow, maei sua fic, primeiro pq teve muito jessyrroni e segundo porque vc escreve bastante!! ainda quero desenvolver esse dom seu! parabéns!!

    • Emily Fernandes Postado em 12/01/2018 - 20:57:17

      Eu que amo suas fics. Adoro mesmo. Não importa se são capítulos grandes ou não. Mas acho que esse dom logo vc pega o jeito. E muito obrigada mesmo por gostar. E JESSIRRONI foi mesmo fofinho.

  • MaryCR Postado em 30/12/2017 - 16:59:30

    Não taça comentando pq tava com preguiça. Mas agora eu tô aqui. Mulher não tem como não ficar indecisa.Primeiro: vc gosta de me deixar na curiosidade hein. Me fez acreditar que quando minha mãe dizia ALEGRIA DE POBRE DURA POCO era verdade e depois que elas se acertaram eu pensei que ela me fez de trouxa. Segundo: como vc me faz acreditar que estava tudo ótimo e BUUM começa um capítulo com uma briga daquelas!? Era só avisar que me queria morta seria menos trágico. Terceiro:Anahí adora uma janela hein. Quando Dulce menos espera ela brota lá no quarto gente que isso!? Quarto: vô para de enumerar pq tá chato (rimei). Adorei portinon maternal,não pq a criança dos outros sempre desperta vontade de ter filhos na gente,apesar de achar q eu não teria muita paciência e por último e mais importante: COMO TU PARA NUMA PARTE DESSAS? Concluindo eu não sei se estou mais revoltada,feliz,confusa,raivosa,curiosa ou ansiosa. E olha que eu nem sou de libra ein. Povo mais indeciso não existe.

    • Emily Fernandes Postado em 31/12/2017 - 14:37:30

      entendo, as vezes tbm fico assim, que nem da vontade de acordar. Eu nunca faço isso, mas realmente os capítulos estão terminando em momentos cruciais, fazer o que. Mães sempre tem razão, confie. A relação delas é uma montagem russa, porém acho que as brigas Jajá terão fim. Cara Anahí, é uma pessoa que realmente não curte portas, só espero que isso não ocorra com frequência, pq se não Dulce não vai mais ficar surpresa. Eu não tenho esse interesse maternal, nos filhos dos outros ainda, acho que é a idade. Porém confesso que crianças são minha perdição, acho que já está na hora delas começar a família. Mas vamos te tirar de libra pra vc continuar a leitura... E o que mais importa. Feliz ano novo. PS: Eu uma vez tbm, já deixei uma biblioteca, em uma fanfic que leio, e depois não consegui mais me conter em palavras. ahahahahahah.

    • MaryCR Postado em 30/12/2017 - 17:02:30

      Nunca escrevi negócio tão grande kkk

  • Furacao Maite Postado em 29/12/2017 - 01:14:05

    que up na vida hein? Dulce médica! E que viagem doida é essa de 2 anos! coragem!!! kkk

    • Emily Fernandes Postado em 29/12/2017 - 14:18:21

      Acho que a viagem venho a calhar, pq a insegurança e a rotina estava as afetando.

  • Furacao Maite Postado em 29/12/2017 - 01:02:09

    eitaaaa, estava tudo bem agora já começa o capitulo com uma briga? (19) genteeee, que babado

  • Furacao Maite Postado em 29/12/2017 - 00:58:58

    Ainda bem que a Dulce e Anahí brigaram mas fizeram as pazes no mesmo capitulo!

    • Emily Fernandes Postado em 29/12/2017 - 14:17:09

      Sim, acho que elas combinam assim, mesmo. Acho que fica uma relação mais dinâmica. Kkk

  • Furacao Maite Postado em 29/12/2017 - 00:55:16

    Sou do time da Marichelo! Sou team Jessica Coch kkkkkkkkkkkk Também acho que é dificil de encontrar outra igual a ela! Maite tem sorte kkkk Mas ainda bem que a mãe da Anahí aceitou a Dulce!

    • Emily Fernandes Postado em 29/12/2017 - 14:15:53

      É sim, digamos que Marichelo sempre adorou Jéssica, porém acho que Jéssica está ótima com Maitê não. Kkkk

  • Furacao Maite Postado em 29/12/2017 - 00:51:48

    vou colocar a fic em dia....

  • MaryCR Postado em 24/12/2017 - 02:41:13

    Pense em uma pessoa revoltada, pense em mim. EU VOU DA UMA VOADORA NA PERRONI sério. Eu vô e penso "até que enfim a perroni vai ajudar portinon" e fui TROUXA, ela fez exatamente o contrário. Dulce foi na casa da Portilla e huuum rolou uma putaria, eu pensei "agora o negócio vai" e fui trouxa denovo. Concluindo, portinon finalmente se acertou e a anie finalmente terminou com a Diana. Amém!! #revoltadaefeliz

    • Emily Fernandes Postado em 25/12/2017 - 12:49:11

      Meu Deus kkkk que pessoa indecisa. Bem mas eu Entendo seu drama. Maitê como sempre sendo Maitê, mas agora acho que o casal portinõn finalmente respirara mais aliviadas. Enfim um ótimo Natal pra vc . Bjs

  • Furacao Maite Postado em 23/12/2017 - 17:39:09

    Owwwnnnn que fofas!!! Achei q tdo estava perdido, q bom q deu tdo certo!!

    • Emily Fernandes Postado em 25/12/2017 - 12:47:14

      Sim, finalmente as coisas estão caminhando para Um finalmente sim. Kkk feliz Natal pra vc. Bjs


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