Fanfics Brasil - Capítulo 15 segunda temporada My biology ( Portinon e Savirroni) 1/2 temporada finalizada

Fanfic: My biology ( Portinon e Savirroni) 1/2 temporada finalizada | Tema: Portinon e Savirroni


Capítulo: Capítulo 15 segunda temporada

43 visualizações Denunciar


 


ANAHÍ POV


“Senhores passageiros, informamos que dentro de quinze minutos pousaremos no Aeroporto Internacional de Madrid. Agradecemos sua preferência, tenham um bom dia.”


Pronto, finalmente Madrid e um pouco de paz. Não estava acreditando que eu estava aqui para ver o casamento da minha irmã mais nova, sempre achei que eu ou Chris seríamos os primeiros. Ia ver minha pequena realizando seu sonho e encontraria também, ela. Diana. O motivo da minha última briga com Dulce. Nada que passava na minha cabeça fazia sentido algum. Ela veio até a minha casa, acabei cedendo e fizemos sexo. Sim, sexo. Não foi amor como das outras vezes, foi algo simplesmente carnal. Quando Dulce falou que me amava, eu saí de um transe, como se tivesse acordado de um sonho bom. E que sonho. Agora aqui estou eu, dentro desse avião, a poucos minutos de encontrar com minha irmã, minha namorada e coberta de maquiagem. É tão estranho chamar outra mulher de “minha namorada”, esse posto só pertenceu a Dulce e, talvez, eu não consiga dá-lo de verdade a mais ninguém.


O avião pousou e eu caminhei calmamente até a sala de desembarque. Depois de esperar por cinco minutos pela minha mala, passei pelo portão, encontrando minhas duas amadas me esperando com um enorme sorriso. Mari pulou em meu pescoço e me abraçou apertado, estava mais animada que o normal. Diana se aproximou e deu um beijo no canto da minha boca, provavelmente ela ainda não tinha contado para Mari as novidades. Abracei as duas e nos dirigimos para o estacionamento.


- Estava com saudade de você, Anie.


- Eu também estava, Mari. Na verdade, sinto falta de você e do Chris todos os dias.


- E de mim?! Não sentiu saudade? – Diana colocou as mãos na cintura e eu ri, negando com a cabeça. Mari estranhou a pergunta, mas não falou nada, apenas sorriu.


- Não.


- Não?!


- Mentira, claro que senti.


- Acho bom. – a pose metida dela me fazia rir, lembrava muito as caras e bocas que Dulce fazia quando estava convencida de algo. Senti uma pontada no peito e sorri fraco. Diana era mais parecida com ela do que eu pensava.


- Então, fez boa viagem?


- Fiz sim, só estou bastante cansada. Ontem foi um dia cheio lá na faculdade, apliquei prova e corrigi relatórios quando cheguei em casa.


- Por que não tira umas férias?


- Já fiz isso. Mas não tem problema, eu gosto dessa rotina. Se fico muito tempo parada, acabo fazendo bobagem. Como minha mãe já dizia..


- Cabeça vazia, oficina do Diabo. – eu e Mari falamos juntas e gargalhamos. Era bom ter minha irmã por perto, nem que fosse por pouco tempo. Queria conversar com ela sobre tudo que estava acontecendo, até mesmo sobre meu recente namoro com Diana.


O apartamento delas ficava muito bem localizado e, por coincidência ou não, bem em frente a uma Victoria’s Secret. Era muito luxuoso e espaçoso. Na sala, um sofá branco em L dividia espaço com uma estante cheia de aparelhos eletrônicos. Na parede, diversas fotos de modelos com as peças que Mari já tinha desenhado. Uma mulher mais bonita que a outra. A cozinha era colada à sala, dividas apenas por um balcão de madeira branca. Na verdade, a maior parte dos móveis eram claros, acho que dá uma sensação de paz para quem mora no local. Feng Shui, como Mari descreveu mais tarde. O apartamento, apesar de ser apenas delas duas, tinha três quartos. O de hóspedes era sendo usado como sala de criação de Mari, o que fez com que eu dormisse com ela em seu quarto. Claro que Diana deu um pequeno piti, mas acabou entendendo.


- Eu vou ligar para o Thor e marcar um jantar, quero que você conheça ele antes do casamento.


- Seria bom, não é?! – Mari revirou os olhos e riu fraco. – Cadê o papai e a mamãe?


- Vão chegar amanhã e ficarão em um hotel aqui perto. Você vai embora quando?


- Não sei, ainda não tenho data certa.


- Fica uma semana. – virei o rosto para encarar Diana apenas de baby doll, escorada na parede do corredor com um sorriso malicioso. – A Mari vai sair de lua de mel e eu vou ficar sozinha.


- Boa ideia, Diana. O que me diz, Anie?! Eu volto no final da semana.


- Eu não sei. – afundei a cabeça nas mãos e as lembranças da noite anterior com Dulce vieram com tudo. Os toques, os beijos, os abraços e os sorrisos que compartilhamos. Por que era tão difícil me desfazer das memórias dela?! Respirei fundo, encarando Mari e Diana, ambas com cara de expectativa. – Tudo bem, mas eu preciso ligar para a faculdade e ver se não tem problema, se terá alguém para me substituir.


As duas deram gritinhos de felicidade e pareciam duas crianças. Eu queria muito compartilhar daquela alegria toda, mas minha cabeça estava em outro lugar. Mais precisamente na América do Norte, Estados Unidos, Nova York, Manhattan, Columbia Apartments, número 1432, segunda porta à esquerda. Dulce me assombraria essa semana toda, tinha certeza disso.


Mari saiu da sala e se trancou no quarto para falar com Thor. Diana aproveitou-se da situação e sentou do meu lado no sofá, me dando um beijo apaixonado. Nossas línguas se encaixavam maravilhosamente bem, mas faltava algo. Quebrei nosso contato com vários selinhos e ela sorriu, fazendo um carinho de leve em meu rosto. Quando Diana mordeu o lábio inferior, fui levada de volta para a noite anterior e vi Dulce ali. Balancei a cabeça negativamente e pisquei algumas vezes. Isso não vai acontecer.


- O que foi, Anie? Tem algo de errado?


- Nada não, só estou com muito sono. Costumo ver coisas quando fico sonolenta.


- E o que você viu? – o sorriso sapeca dela me fez sorrir. Por mais que eu soubesse que ela estava ali por mim, eu não podia dizer o mesmo. Mas eu estava tentando, tinha que tentar.


- Vi o quanto você é linda e o quanto eu tenho sorte de ter alguém assim do meu lado. – Diana sorriu mais uma vez e me deu um selinho, mas se separou rapidamente assim que ouviu a porta do quarto de Mari abrindo.


- Pronto, Anie. Marquei um jantar com o Thor hoje.


- O Loki também vai?


- Quando vai parar com essas piadinhas?!


- Deixa eu ver.. – fiz uma cara pensativa e coloquei a mão direita no queixo. – Nunca. Acostume-se.


- Idiota, nem parece que tem trinta anos na cara. – Mari riu alto e caminhou na nossa direção, sentando entre eu e Diana no sofá. – Olha só, serei bem direta. Sei que tem alguma coisa acontecendo entre vocês duas e não é de agora que eu venho percebendo. Ligações que faziam a Diana sair correndo para atender longe de mim, o mesmo com mensagens. Rosas no trabalho. Sorrisos bobos e a maneira que se falaram hoje no aeroporto. Vão me contar ou vou ter que ver para crer?


- Tudo bem, senhorita detetive. Você nos pegou. – levantei os braços em rendição e Mari negou com a cabeça. Minha irmã me conhecia o suficiente para saber que eu não era a pessoa certa para Diana. Tudo bem que algumas coisas mudaram durante esse ano que passou, mas mesmo assim, não mudava minha imagem. – Tem algo contra?


- Anahí, você sabe o que eu penso.


- Ei, Mari, eu não sou mais criança. Sei das coisas. – Diana estava com um biquinho e com a cara emburrada. Mais uma vez lembrei de Dulce e comecei a rir. De nervoso, é claro. As duas me olharam e eu apenas fiz um sinal para que prosseguissem com a conversa delas. – Por que não posso ficar com sua irmã?


- Anahí não é pra você.


- Eu ainda estou aqui, sabia?!


- Sei que você está, Anie. Não se faça de santa.


- Mari, eu mudei.


- É mesmo?! Como?!


- Você sabe muito bem que eu não me envolveria com Diana se continuasse a ser quem eu era, não vou magoá-la. Quero conversar com você depois.


- Olha, eu tenho que ir até o ateliê ver umas roupas para a sessão de fotos da Chanel. Vocês podem conversar a sós, nos vemos no jantar. – Diana levantou do sofá um pouco irritada e foi até seu quarto para trocar de roupa. Depois de quinze minutos, voltou maravilhosa. Ou eu tinha muita sorte de ter alguém como ela, ou ela tinha muito azar de ter escolhido alguém como eu. – Tchau, meninas, eu ligo para vocês quando acabar.


- Bom trabalho. – sorri fraco e ela deu um sorriso de canto, jogando um beijo no ar e saindo do apartamento. Olhei para Mari e ela estava com cara de poucos amigos, jogada no sofá. – Podemos conversar?


- Anahí.. – ela respirou fundo e se ajeitou, sentando do meu lado. – Eu pedi para você se afastar da Diana, essa menina ainda é muito ingênua.


- Mari, vocês têm a mesma idade!


- Mas Diana é uma criança! Você não tem noção do quanto. Anahí, eu conheço seus truques e tramoias. Sei que ela é muito bonita, simpática e pode ser a namorada perfeita, mas não para você. Eu vejo a maneira que a olha e, sinceramente, não vejo um sentimento que chegue perto do que ela sente por você.


- Eu.. queria falar umas coisas com você.


- Que coisas?


- Coisas que têm acontecido comigo durante esse ano e outras que aconteceram ano passado.


- Sou toda ouvidos.


- Ano passado eu ainda dava aula naquele colégio de Miami, lembra? – Mari assentiu com a cabeça e eu respirei fundo para continuar. – Pois bem. A Maitê, não sei se você lembra, também dava aula lá.


- Claro que eu lembro dela, apesar de tudo que aconteceu entre vocês e a Jéssica na faculdade, ainda gosto dela.


- Tanto faz. A Maitê dava aula de Biologia e eu de Laboratório, dividíamos as turmas. Só que no ano passado, nós dividimos mais que uma turma. – Mari franziu o cenho e eu suspirei. – Uma aluna do terceiro ano, Dulce María Savinõn. Maitê começou a ter um caso com ela e essa menina nunca gostou de mim, sempre me achou arrogante, ignorante, irritante. Devo admitir que eu era mesmo, mas fazia com ela de propósito. Colocava Dulce de recuperação, zerava os relatórios dela..


- Por que?!


- Porque eu estava apaixonada por ela. – minha irmã arregalou os olhos e sua boca abriu lentamente. Estava surpresa, como se eu tivesse dito que tinha matado alguém. – O problema é que eu não estava sabendo lidar com essa relação dela com a Maitê e comecei a dar algumas investidas. Dulce acabou se envolvendo comigo também e, sinceramente, não me arrependo de nada que fiz. Eu descobria a cada dia que passava, que amava Dulce mais que tudo e que ela era a mulher que eu sempre esperei.


- Anahí, quantos anos ela tem?


- Dezoito.


- Anahi Giovanna Puente Portilla. Enlouqueceu?!


- Marichelo, me poupe. Eu sabia o que estava fazendo. Posso continuar a falar? – ela parecia que iria explodir a qualquer momento. Acho que minha irmã nunca pensou que eu fosse chegar a esse ponto. – Bom, continuando. Nós estávamos envolvidas, mas Dulce escolheu terminar tudo porque não podia enganar a Maitê. Só que a desgraçada da Maitê não tinha contado para ela que estava noiva da Jéssica. Um belo dia, quando Dulce foi me procurar na minha sala, ela escutou a Maitê comentando que jessica queria morar com ela e tudo mais. Conclusão, Dulce deu um belo pé na bun/da dela, o que deixou a Maitê bufando de raiva. Isso custou o meu emprego e o dela. A maldita foi chiar na diretoria e, por sorte, Dulce não foi expulsa. Até então, estava tudo bem, nosso namoro ficou perfeito depois que ela se formou no colégio. O problema foi depois.


- Por que? Ela te traiu?


- Não, longe disso. Você sabe o quanto eu sempre fui insegura por conta de tudo que aconteceu com Maitê e Jéssica. Dulce passou para a Columbia e eu também, para dar aula. Tentei fazer com que ela morasse comigo, mas a mãe dela interveio e foi até melhor. Só que depois que as aulas começaram, eu surtei, Mari. Eu tinha medo de qualquer pessoa que chegava perto da Dulce, achava que a qualquer momento, alguém ia tirar ela de mim. – estava segurando o choro, mas uma lágrima teimosa caiu pela minha bochecha e eu sorri fraco, estava agindo como criança. – E eu, muito idiota, terminei. Por carta.


- Por carta?! Que ridículo! Como teve coragem?!


- Foi a única que me restou, Mari. Eu jamais conseguiria terminar cara a cara, você não tem noção do poder que Dulce tem em mim. Qualquer olhar daquela menina, me desarma.


- Meu Deus.


- O que?


- Nunca pensei que fosse ouvir você falando essas coisas, ainda mais depois de tudo que aconteceu com a Jéssica.


- Eu a amo, Mari.


- Você o que?


- Eu amo a Dulce. Acho que desde sempre eu já sabia disso, só que foi confirmando com o tempo. Eu deixei que o medo passasse por cima do que eu sinto por ela e acabei com tudo. Você não sabe o quanto eu me xingo por isso.


- Por que não volta?


- Ela é orgulhosa e eu também. Quero muito que Dulce curta a adolescência dela, que faça tudo que eu já fiz.


- Ela falou que queria fazer isso?


- Não, mas..


- Ela disse, ou não?


- Não, não disse. Falou que não precisava de nada disso, contanto que eu estivesse lá com ela.


- Você merece o troféu de idiota do ano. Sinceramente, a menina deixa claro que não quer curtir, ir pra esbórnia, ficar com meio mundo e, mesmo assim, você termina tudo. Se a Dulce falou que não precisava de nada disso, que só precisava da sua companhia, não tinha necessidade de terminar. Seu problema, Anahí, é achar que todo mundo está aqui para sacanear você. Eu te amo, mas isso foi muita burrice.


- Ela sabe da Diana.


- Como?


- Eu contei pra ela ontem, depois que transamos metade do dia.


- Vocês transaram ontem?! E você está namorando a Diana?! Anahí! – Mari quase berrou e eu me encolhi no sofá, ou levaria um tapa, ou um belo sermão. Estava louca para ser a segunda opção. – Como você teve coragem de fazer isso?! Não só com Diana, mas com a Dulce também!


- Ela que foi me procurar.


- Não interessa! Você terminou com ela, tinha que ser pé firme e não ceder. A partir do momento que você se permite transar com ela depois de tudo que aconteceu, não está deixando que ela siga em frente. Anahí, você precisa decidir o que quer que a Dulce faça. Ou deixa ela ir embora, ou luta para ficar com ela. Só por favor, não envolve a Diana nisso.


- Eu..


- Por favor, ela é minha cunhada. Amo a Diana com todas as minhas forças, ela está comigo a algum tempo e eu não quero ser obrigada a brigar com você caso ela saia magoada dessa história. Pensa bem no que está fazendo.


- Pedi para a Dulce me esperar.


- Não acredito.


- Eu não quero perdê-la!


- Você está prendendo essa garota à você! O quão egoísta isso pode ser?! Anahí, para com isso agora! No mesmo dia você transa com ela, conta que está namorando com outra pessoa e pede para ela te esperar?! Qual o seu problema?!


- Mari, para. Por favor.


- Não paro, não. Você precisa entender e compreender o que está acontecendo. Me deixa ver uma foto dessa menina.


- Pra que?!


- Anda, me dá o seu celular. – entreguei meu aparelho para ela e sabia que Mari sentiria mais raiva ainda de mim. Ela começou a correr a galeria e parou em uma foto de Dulce, arregalou os olhos e respirou fundo. – Ela.. ela..


- É igual a Diana. Eu sei.


- Que merda, Anahí.


- Vai, pode me esculachar.


- Você só está com a Diana porque ela lembra a Dulce?!


- Não! Quer dizer.. ela faz algumas caretas que automaticamente eu lembro da Dul, mas não é por isso que estou com a Diana. Eu gosto dela.


- Você não a ama.


- Não.


- Então nem começa com isso.


- Mas..


- Mas, nada. Eu não vou permitir que você comece a namorar a Diana e, um belo dia, seja com sono ou bêbada, veja a Dulce nela e a chame de outro nome. Tenho certeza que isso acabaria com ela e eu não quero ver o que pode acontecer. Por favor, Anahí. Você não pode continuar com isso. Pensa em você, na Dulce e na Diana. Pensa o quão complicado vai ser pra você. Sou sua irmã e só quero o seu bem. Se ama tanto essa menina, se a quer de volta, luta por ela. Mostra que é capaz de mudar.


- Ela disse que talvez me esperaria.


- Talvez é algo muito relativo.


- Eu sei, por isso está entre o sim e o não. – suspirei e joguei o corpo para trás, tampando os olhos com o braço. – Estou ferrada.


- Só se você quiser. Quando voltar para Manhattan, apenas ronde a Dulce e deixa ela saber que você está ali. Deixa ela saber que você ainda se importa e que a ama, apesar de estar distante.


- Ela vai voltar para Miami.


- Por que?


- Porque ela quer ficar longe de mim, pediu transferência pra a University Of Miami.


- Como sabe disso?!


- jessica me contou.


- Então dê a ela um espaço, mas tente não deixá-la te esquecer. Está tudo nas suas mãos e, sinceramente, quero muito te ver feliz. Quanto a Diana, converse com ela e termine logo com isso, antes que ela se apaixone de vez por você. - Mari levantou do sofá, me deu um beijo na testa e caminhou em direção ao seu quarto.


Fiquei sentada, com a cabeça afundada nos braços, enquanto milhões de pensamentos rondavam minha mente. Era incrível o quanto a minha irmã parecia ter mais idade do que me acostumei a me lembrar, seus conselhos e palavras sempre soaram mais firmes, até melhor que dos nossos pais. Pensei em ligar para Dulce, saber como ela estava e dizer que eu estava bem, mas me parei. Não posso fazer isso. Ao invés de ligar para ela, decidi falar com Demi.


- Professora! 


- Me poupa, Demi. Como está?


- Muito bem. A que devo a honra da ligação? 


- Queria te pedir um favor.


- Se eu puder fazer, sem problemas. 


- Toma conta da Dul ai em Miami.


- Tomar conta dela?! Dulce vai voltar? 


- Segundo ela, sim. Então, por favor.


- Vou saber direitinho dessa história, mas pode deixar que eu coloco ela na linha. Nada de festas, nem de bebedeiras. Só estudo. 


- Obrigada, Demi. Vou desligar, estou em Madrid e ligação de longa distância vai fazer minha conta explodir. Fica bem.


- Tchau professora, beijos. 


Desliguei a ligação e ri fraco, claro que Dulce iria à festas e encheria a cara, era normal na faculdade e conhecendo a peça, não negaria. Só queria ter a certeza de que ela ficaria bem, estudando e sempre focada, independente de toda a diversão. Olhei pela janela e respirei aquele ar de Madrid. Estava um pouco frio e eu reclamei mentalmente, parecia que esse clima estava me perseguindo. Fechei a porta da varanda do apartamento e fui para o banheiro tomar um banho, queria dormir um pouco antes de encarar um jantar com o Deus do Trovão, Mari e minha futura ex-namorada. Sim, eu precisava parar com Diana hoje. Não podia enganá-la.


Comecei a me despir e ouvi meu celular vibrando em cima da pia, já estava com o chuveiro ligado e pensei em primeiro tomar o banho. Quem quer que fosse, esperaria, porque eu não estava com a menor paciência de falar com ninguém ou de responder mensagens. Olhei para as diversas marcas de chupões, arranhões e mordidas pelo meu corpo e sorri. Dulce fez de propósito. A água quente tirava toda aquela atmosfera de viagem do meu corpo e eu senti meus músculos relaxarem. Uma maravilha. Saí do boxe e me sequei, colocando um pijama que eu tinha colocado no banheiro antes de entrar. Apenas um short curto e camiseta. Caminhei para a sala e me joguei no sofá, pegando o celular e visualizando a mensagem.


“Fiquei sabendo que chegou em Madrid e está bem. Aproveite o casamento da sua irmã e, claro, sua namorada. Não se esqueça de tampar as marcas de guerra com bastante maquiagem, senão, sua angel vira uma demon. Outra coisa, não precisa pedir para ninguém tomar conta de mim na faculdade, não sou mais criança e não preciso de babá. Não é necessário se incomodar comigo, sou apenas sua ex namorada e aluna. Boa viagem, professora Portilla. – Dulce.” 


Cada linha da mensagem de Dulce fez meu coração doer um pouco. Ao mesmo tempo que ela parecia brincar comigo, estava também, me dando um tipo de esporro por ter pedido à Demi para que a vigiasse em Miami. Tudo bem que foi um pouco estúpido, mas eu queria fontes que me dissessem como ela estava e com quem. Respirei fundo e pensei em uma resposta. Seria curta, mas precisava ter um significado.


“Já estou cuidando das suas assinaturas pelo meu corpo, não se preocupe. Eu só pedi para a Demi te vigiar, porque gostaria de saber como você estará e com quem. Me desculpa, mas é automático. Boa noite, Dul. – Anahí.” 


Acordei com Diana se jogando em cima de mim no sofá. Claro que minha frequência cardíaca deu uma enlouquecida, mas depois de quinze minutos, estabilizou. Ela me olhava com certa admiração e sorria de orelha a orelha, sua respiração calma batendo contra o meu rosto e seus olhos lendo meus traços. Era tão bonita, mas eu não a merecia. Ameacei iniciar uma conversa, mas o barulho da porta do quarto de Mari abrindo e sua silhueta se formar no corredor, me interromperam.


- Já podemos ir, o Thor está nos esperando no restaurante.


- Posso pelo menos trocar de roupa?


- Rápido. – Mari estava irritada e ao ver Diana em cima de mim no sofá, só deve ter feito com que o sangue dela esquentasse mais. Eu entendo que ela está preocupada, mas não vou fazer mal algum a essa mulher.


Depois de vinte minutos, saímos em direção ao restaurante. Não ficava muito longe do apartamento. La Capilla De La Bolsa. Maravilhoso e muito requisitado. O lugar só reservava com muitos dias de antecedência e como o Deus do Trovão tinha algumas regalias, conseguiu facilmente uma das noventa mesas para nós. Ficamos no último andar, conhecido como Capilla. Parecia que estávamos dentro de uma capela. Todo detalhado com gesso e fios de ouro, manteve um estilo barroco impecável. Um piano de cauda branco estava em um palco e um senhor de meia idade tocava animadamente. As luzes do ambiente trocavam de cor e davam um ar aconchegante.


Thor estava sentado em uma das mesas e conversava animadamente com um jovem, aparentava ter vinte e poucos anos. Assim que nos viram, levantaram e nos cumprimentaram. Meu vestido preto e um pouco curto, chamou a atenção do amigo do meu cunhado, que teve os olhares desviados para Diana assim que ela apareceu.


- Bem-vindas. É um prazer finalmente conhecê-la, Anahí. – Thor, por mais irônico que pareça, tinha os cabelos loiros na mesma altura que o personagem dos quadrinhos e olhos castanhos. Acho até que ele fazia isso de propósito. A barba por fazer dava a ele um ar um pouco mais velho.


- O prazer é meu. Quer dizer que é você quem tem a missão de fazer minha irmã feliz?


- Eu pretendo cumprir essa missão até o fim.


- E esse rapaz, quem é? Loki? – Mari me fuzilou com os olhos, mas Thor gargalhou, seguido por Diana. – Desculpa a brincadeira, não resisti.


- Sem problemas. – o rapaz estendeu a mão para mim e abriu um sorriso. Dentes brancos e brilhantes. Deve ser seu cartão de visitas. – Me chamo Pierre Lunes.


- Anahí Portilla, prazer.


Sentamos e iniciamos um papo agradável. Thor e Mari me contavam o quanto estavam animados para finalmente selar seu compromisso e eu olhava para os dois com muita felicidade, mas com uma pontada de inveja. Queria que fosse eu e Dulce, queria ter esse momento com ela. Ao mesmo tempo em que eu observava os noivos, senti os olhos de Diana e de Pierre em mim. Virei rapidamente o pescoço e os dois desviaram sua atenção para algum ponto. Ri baixo e neguei com a cabeça, não estava afim de flertes hoje. Enquanto tomava um pouco do vinho e escutava as aventuras de Thor, Diana acariciou minha coxa por baixo da mesa, me fazendo arrepiar. Retirei calmamente a mão dela da minha perna e voltei minha atenção para os dois. Claro que ela se irritou, mas não comentou nada.


- Thor, devo dizer que estou impressionado. – Pierre chamou nossa atenção e ele abriu um sorriso presunçoso. – Nunca te vi abrir mão da boa vida de solteiro para se casar com a primeira americana que apareceu.


- Como é?! – Mari se exaltou e eu cerrei os olhos para o engomadinho na minha frente.


- Convenhamos, um rapaz como Thor, merecia algo melhor. Alguém como a Anahí. – todos na mesa arregalaram os olhos e eu quase me engasguei com o vinho que estava tomando. Será que esse homem perdeu a noção de que estava falando com uma Portilla mais esquentada que eu?!


- Querido, deixa eu te falar uma coisa.. – chamei ele perto com o dedo indicador e ele aproximou o rosto. – Eu sou lés-bi-ca. – falei pausadamente e Pierre engoliu em seco, abrindo a boca em surpresa. – E mesmo que não fosse, jamais me envolveria com o homem que minha irmã ama, quanto a você, não sei o que é para ele.


- Sou o melhor amigo.


- Melhor amigo?! Fazendo desfeita da mulher que ele escolheu para ser a esposa dele?! Isso não é ser melhor amigo, isso te faz um grande cretino. Infelizmente, não posso socar a sua cara agora por ter falado da minha irmã, afinal, estamos em um restaurante. Mas se você for ao casamento, aguardo por você na festa. Nunca pense em insultar a minha irmã, sempre vai ter que se explicar para mim. – Pierre recuou o rosto e eu dei mais um gole do vinho, levantando em seguida. – Se me dão licença, vou voltar para o apartamento. Ainda não me recuperei totalmente da viagem. Thor, foi um prazer te conhecer e espero que jamais escute as palavras desse imbecíl a quem você chama de melhor amigo. Meninas, vejo vocês em casa. Boa noite.


Deixei o restaurante e decidi caminhar até o prédio de Mari, era perto e daria para ver um pouco da cidade. Haviam pessoas andando com seus respectivos pares, algumas crianças brincando perto dos pais, alguns grupos em bares e rindo de algo aleatório. Tudo estava tranquilo e o céu possuía mais estrelas que eu um dia já vi em Manhattan. Já estava perto do prédio quando senti uma mão no meu ombro. Virei rapidamente e Diana sorria, encolhida em seu casaco.


- Por que saiu daquele jeito?


- Diana, nós temos que conversar.


- O que aconteceu? Não gostou do meu irmão?


- Não, ele é um ótimo rapaz e não poderia ficar mais feliz por Mari. Na verdade, a conversa é sobre a gente.


- O que quer dizer?


- Diana, eu.. eu acho que precisamos terminar.


- Terminar?! O que eu te fiz, Anahí?! Estava tudo indo tão bem, achei que estava feliz comigo.


- Não é isso.


- Então o que é?!


- Pensa um pouco. Eu moro nos Estados Unidos e você aqui em Madrid, quase não vamos nos ver.


- Distância é um problema?!


- Não, não é. Mas eu não acho certo te prender aqui, te impedir de conhecer alguém legal, enquanto eu estou do outro lado do oceano. Não quero que me entenda mal e nem que fique triste comigo. Eu gosto muito de você, mas..


- Mas o que?


- Eu não te amo. – Diana abaixou a cabeça e fitou os pés, podia jurar que ela ia dar um belo tapa no meu rosto, mas aconteceu o contrário do que eu previa. Ela caminhou até mim e me abraçou, os olhos com um pouco de água e um sorriso fraco no rosto.


- Eu sei que não me ama. Sei também que a pessoa que tem todo esse amor, não está perto como você queria. Não vou te julgar, Anahí, na verdade, eu agradeço.


- Agradece?!


- Sim. Você foi sincera e parou com tudo isso antes que eu alimentasse mais sentimentos que já tenho por você. Não é um amor avassalador que eu sinto, mas posso dizer que te amo. Eu respeito sua decisão e te agradeço por pensar em mim. Bem ou mal, você tomou essa decisão pensando em nós duas, se fosse egoísta, teria continuado.


- Você é especial, sabia? Eu já estava esperando um belo tapa na cara. – Diana deu uma gargalhada gostosa e negou com a cabeça.


- Nunca bati em ninguém e essa não ia ser a primeira vez.


- Posso te fazer uma pergunta?


- Claro.


- Toma um vinho comigo?


- Minha ex namorada me chamando para tomar um vinho?! Que fofo.


- Fala sério. – dei uma risada e ela me acompanhou, dando um leve soquinho no meu ombro.


- Você paga.


- Por mim, tudo bem. Você escolhe o lugar.


- Deixou o mais difícil pra mim.


- Prefere pagar a conta?


- Deixa pra lá. – ela gargalhou e me puxou pelo braço, entrelaçando o dela no meu. Me mostrava cada pedacinho da cidade com um certo entusiasmo. Olhei de relance para Diana e, pela primeira vez, não vi Dulce nela. Isso era um bom sinal.


 



Compartilhe este capítulo:

Autor(a):

Este autor(a) escreve mais 11 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?

+ Fanfics do autor(a)
- Links Patrocinados -
Prévia do próximo capítulo

  DULCE POV - Você quase não tocou na comida. – desviei minha atenção do prato intacto para Harry, que me olhava com pena. – Você precisa comer, Dulce. - Eu.. estou sem fome. – uma semana já havia passado e eu não tinha notícias de Anahí. Demi também não sabia informar nada e ...


  |  

Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 134



Para comentar, você deve estar logado no site.

  • AnBeah_portinon Postado em 23/03/2018 - 16:01:20

    Perfeita! Isso descreve a fic. Eu já estava lendo no título de portisavirroni aí fiquei triste quando parou. Mas quando fui pesquisar denovo quase pulei de alegria com a continuação, e que continuação né?! Amei, principalmente porque sou do #TEAMPORTINON. Mas enfim foi tudo perfeito, mesmo com algumas brigas que só serviram para fortalecer e apimentar a relação delas. Bjs

  • Furacao Maite Postado em 11/01/2018 - 00:51:49

    aaaaah que fofinho! amei! Eu torciaa para savirroni no começo mas Jessyrroni é muito mais lindo kkkkkk Oooow, maei sua fic, primeiro pq teve muito jessyrroni e segundo porque vc escreve bastante!! ainda quero desenvolver esse dom seu! parabéns!!

    • Emily Fernandes Postado em 12/01/2018 - 20:57:17

      Eu que amo suas fics. Adoro mesmo. Não importa se são capítulos grandes ou não. Mas acho que esse dom logo vc pega o jeito. E muito obrigada mesmo por gostar. E JESSIRRONI foi mesmo fofinho.

  • MaryCR Postado em 30/12/2017 - 16:59:30

    Não taça comentando pq tava com preguiça. Mas agora eu tô aqui. Mulher não tem como não ficar indecisa.Primeiro: vc gosta de me deixar na curiosidade hein. Me fez acreditar que quando minha mãe dizia ALEGRIA DE POBRE DURA POCO era verdade e depois que elas se acertaram eu pensei que ela me fez de trouxa. Segundo: como vc me faz acreditar que estava tudo ótimo e BUUM começa um capítulo com uma briga daquelas!? Era só avisar que me queria morta seria menos trágico. Terceiro:Anahí adora uma janela hein. Quando Dulce menos espera ela brota lá no quarto gente que isso!? Quarto: vô para de enumerar pq tá chato (rimei). Adorei portinon maternal,não pq a criança dos outros sempre desperta vontade de ter filhos na gente,apesar de achar q eu não teria muita paciência e por último e mais importante: COMO TU PARA NUMA PARTE DESSAS? Concluindo eu não sei se estou mais revoltada,feliz,confusa,raivosa,curiosa ou ansiosa. E olha que eu nem sou de libra ein. Povo mais indeciso não existe.

    • Emily Fernandes Postado em 31/12/2017 - 14:37:30

      entendo, as vezes tbm fico assim, que nem da vontade de acordar. Eu nunca faço isso, mas realmente os capítulos estão terminando em momentos cruciais, fazer o que. Mães sempre tem razão, confie. A relação delas é uma montagem russa, porém acho que as brigas Jajá terão fim. Cara Anahí, é uma pessoa que realmente não curte portas, só espero que isso não ocorra com frequência, pq se não Dulce não vai mais ficar surpresa. Eu não tenho esse interesse maternal, nos filhos dos outros ainda, acho que é a idade. Porém confesso que crianças são minha perdição, acho que já está na hora delas começar a família. Mas vamos te tirar de libra pra vc continuar a leitura... E o que mais importa. Feliz ano novo. PS: Eu uma vez tbm, já deixei uma biblioteca, em uma fanfic que leio, e depois não consegui mais me conter em palavras. ahahahahahah.

    • MaryCR Postado em 30/12/2017 - 17:02:30

      Nunca escrevi negócio tão grande kkk

  • Furacao Maite Postado em 29/12/2017 - 01:14:05

    que up na vida hein? Dulce médica! E que viagem doida é essa de 2 anos! coragem!!! kkk

    • Emily Fernandes Postado em 29/12/2017 - 14:18:21

      Acho que a viagem venho a calhar, pq a insegurança e a rotina estava as afetando.

  • Furacao Maite Postado em 29/12/2017 - 01:02:09

    eitaaaa, estava tudo bem agora já começa o capitulo com uma briga? (19) genteeee, que babado

  • Furacao Maite Postado em 29/12/2017 - 00:58:58

    Ainda bem que a Dulce e Anahí brigaram mas fizeram as pazes no mesmo capitulo!

    • Emily Fernandes Postado em 29/12/2017 - 14:17:09

      Sim, acho que elas combinam assim, mesmo. Acho que fica uma relação mais dinâmica. Kkk

  • Furacao Maite Postado em 29/12/2017 - 00:55:16

    Sou do time da Marichelo! Sou team Jessica Coch kkkkkkkkkkkk Também acho que é dificil de encontrar outra igual a ela! Maite tem sorte kkkk Mas ainda bem que a mãe da Anahí aceitou a Dulce!

    • Emily Fernandes Postado em 29/12/2017 - 14:15:53

      É sim, digamos que Marichelo sempre adorou Jéssica, porém acho que Jéssica está ótima com Maitê não. Kkkk

  • Furacao Maite Postado em 29/12/2017 - 00:51:48

    vou colocar a fic em dia....

  • MaryCR Postado em 24/12/2017 - 02:41:13

    Pense em uma pessoa revoltada, pense em mim. EU VOU DA UMA VOADORA NA PERRONI sério. Eu vô e penso "até que enfim a perroni vai ajudar portinon" e fui TROUXA, ela fez exatamente o contrário. Dulce foi na casa da Portilla e huuum rolou uma putaria, eu pensei "agora o negócio vai" e fui trouxa denovo. Concluindo, portinon finalmente se acertou e a anie finalmente terminou com a Diana. Amém!! #revoltadaefeliz

    • Emily Fernandes Postado em 25/12/2017 - 12:49:11

      Meu Deus kkkk que pessoa indecisa. Bem mas eu Entendo seu drama. Maitê como sempre sendo Maitê, mas agora acho que o casal portinõn finalmente respirara mais aliviadas. Enfim um ótimo Natal pra vc . Bjs

  • Furacao Maite Postado em 23/12/2017 - 17:39:09

    Owwwnnnn que fofas!!! Achei q tdo estava perdido, q bom q deu tdo certo!!

    • Emily Fernandes Postado em 25/12/2017 - 12:47:14

      Sim, finalmente as coisas estão caminhando para Um finalmente sim. Kkk feliz Natal pra vc. Bjs


ATENÇÃO

O ERRO DE NÃO ENVIAR EMAIL NA CONFIRMAÇÃO DO CADASTRO FOI SOLUCIONADO. QUEM NÃO RECEBEU O EMAIL, BASTA SOLICITAR NOVA SENHA NA ÁREA DE LOGIN.




Nossas redes sociais