Fanfics Brasil - Capítulo 22 segunda temporada My biology ( Portinon e Savirroni) 1/2 temporada finalizada

Fanfic: My biology ( Portinon e Savirroni) 1/2 temporada finalizada | Tema: Portinon e Savirroni


Capítulo: Capítulo 22 segunda temporada

41 visualizações Denunciar



- Parece surpresa em me ver.


- Não vou mentir, estou bastante surpresa. O que faz aqui? Como descobriu meu endereço? Aliás, como entrou no prédio?


- Não existem muitas Dulce Savinõn’s, cardiologistas em Manhattan, sabia?! E outra, meu tio mora no quarto andar. – seu sorriso convencido só fazia minhas pernas bambearem mais. – Não vai me convidar para entrar?


- Por que eu deveria?


- Tenho algo que você vai gostar de ver.


- Duvido muito.


- Tudo bem, se prefere que eu mostre da porta. – pegou o celular e me mostrou cinco fotos. Todas eram de Anahí, mas ela não estava sozinha. – O que achou?


- Como conseguiu isso?


- Tenho os meus contatos. – comecei a suar frio e milhares de coisas passavam pela minha cabeça, inclusive o fato de que eu não tinha ideia de quem era a pessoa das imagens. – Quer negociar?


- Negociar?! O que vai ganhar com isso? Eu confio na minha noiva.


- Vamos lá, Savinõn. Sei que não confia cem por cento na Anahí. Vê bem? Ela parece bem íntima da Ryan.


- Ryan?!


- Sim. É o nome dessa mulher. Trabalha em uma companhia de acrobatas em Atenas, é um grupo muito famoso e nem devo comentar a elasticidade dela. – eu estava louca para gritar e expulsar esse ser repugnante da minha porta, mas precisava saber de mais e, pelo visto, só conseguiria as respostas se conversasse.


- O que mais sabe sobre essa mulher?


- Quer saber?! Me encontre amanhã no Central Park.


- Eu vou viajar amanhã.


- Bom, estarei nos bancos em frente ao lago às oito da manhã. Eu não perderia a oportunidade se fosse você, afinal, traição é coisa séria. Boa noite. – piscou o olho para mim e virou as costas, sumindo no corredor.


Fiquei mais cinco minutos encarando o espaço vazio na minha frente. Anahí. Ryan. Atenas. Traição. Claro que só podia ser blefe, o que mais significaria? Eu confiava na minha noiva, sabia que ela jamais me trairia tão perto de voltar para casa. Se isso tivesse acontecido, não sentiria tanta segurança nas palavras dela naquele bendito vídeo. É claro, Anahí não teria coragem de gravar tais palavras pra mim, se tivesse feito algo de errado, certo?! Ou será que não?! Droga.


Naquela noite, eu vi a mensagem de Anahí por horas. Acabava e eu colocava de novo. Fazia o mesmo procedimento feito uma louca, atrás de respostas ou de possíveis falhas na voz dela que pudessem indicar um sentimento diferente de saudade ou amor, mas não encontrei nada. Ela estava ali, pura e conscientemente sincera. Não havia um resquício sequer de nervosismo ou ansiedade. Anahí não estava escondendo nada de mim. Infelizmente, só fui me tocar disso quando o relógio marcava sete de manhã. Meu voo estava marcado para as dez. Dava tempo de afogar alguém no lago do Central Park e depois correr para o aeroporto? Dava, claro que dava.


Com as malas já prontas, foi mais fácil sair de casa e correr para me encontrar com aquele ser desprezível. Ensaiei diversos discursos na minha cabeça caso viesse com alguma resposta pronta e, sinceramente, não estava nem um pouco com tempo de aturar ironias ou sarcasmos. Se tinha algo que eu não suportava, era ser feita de otária, apesar de que em seis anos, isso tornou-se constante. Bom, nada como alguns tapas na cara para aprendermos.


Estacionei o carro em frente ao Central Park e liguei o cronômetro. Tinha exatamente trinta minutos para acabar com essa palhaçada de gato e rato, correr para o aeroporto e não perder meu voo para Miami. Queria fazer uma boa viagem e nada tiraria meu foco. Haviam pessoas correndo, outras caminhando com seus cachorros, alguns jogavam bola nos gramados e outros apenas aproveitavam o frescor da manhã. Corri os olhos pelos bancos perto do lago até avistar quem eu queria. Caminhei energeticamente em direção ao meu alvo e assim que me viu, abriu um sorriso convencido.


- Foi esperta em vir, Cabe.. – nem pensei direito e minha mão acertou seu rosto com uma força que jamais coloquei contra alguém. Senti uma leve dor, mas valeu a pena. Virou a cabeça para mim e tampava o local atingido com a mão. Algumas pessoas pararam para olhar, o que tornou tudo ainda mais divertido. – Ficou louca?! Perdeu a noção?!


- Você que perdeu a noção. Qual é o seu problema?! Por que me procurar depois de anos e, ainda por cima, com umas fotos fajutas de Anahí com outra mulher?! Eu confio na minha noiva e tenho certeza que isso foi forjado ou não passou de um mal entendido. Deixa eu adivinhar a sua proposta.. – botei um dedo no queixo e fiz uma cara pensativa, em seguida, estalei o dedo como quem acaba de ter a ideia do ano. – Ia me falar para abandonar Anahí, afinal, ela não é de confiança. Ou talvez, cancelar meu noivado para que você tentasse alguma coisa. Será que em todos esses anos não aceitou a rejeição?!


- Ela não te ama, sua idiota. Aliás, você não é uma idiota.. – começou a gargalhar e colocou as mãos nos joelhos, suspirando, como se falasse com alguém com pouca inteligência para compreender o que estava acontecendo. – Você é uma corna, otária, mal amada. Não passa de uma puti/nha a quem todos querem comer e jogar fora. Como te chamavam na escola mesmo?! A é.. – se aproximou do meu rosto e abriu um sorriso sarcástico. Dulce María Pute/iro.


Não quis saber de quantas pessoas nos observavam naquele momento. Agarrei seus cabelos e com toda a força que consegui aplicar, empurrei seu corpo em direção ao lago, fazendo com que caísse de cara na água. Minha vontade era de desfigurar aquela cara cínica e deslavada, mas estava sem tempo e meu cronômetro quase zerado. Quando vi que estava voltando à superfície e completamente fora de si, cruzei os braços e caminhei calmamente até ficar de frente, enquanto escutava as risadas de várias pessoas em volta.


- Você nunca vai passar de alguém que sempre desejou as duas professoras que eu tive na mão. As duas se apaixonaram e brigaram por mim. As duas foram demitidas porque estavam comigo. Enquanto eu goz/ava com elas, você chupava o dedo e tocava uma. Sinto muito que você tenha vindo não sei de onde, apenas para tentar estragar minha felicidade e, mais uma vez, falhou. Ainda não aprendeu a lição? Você não passa de um pobre coitado. Passar bem, Keaton Stromberg.


Sai com um sorriso vitorioso e algumas mulheres batiam palmas. Finalmente fiz o que deveria ter feito a anos atrás na época da escola, quando Anahí me chamou de Hitler de saia. Se ela já me deu tal apelido só por eu ter grudado chiclete no cabelo dele, imagine qual seria o novo depois que visse o que aprontei agora. Claro que essa história das fotos não passaria em branco e eu investigaria bem sobre essa tal de Ryan, mas minha confiança estava bem ali, inabalada por fofocas de pessoas que sempre desejaram ter o que eu demorei para conquistar. Minha professora. Minha namorada. Minha noiva. Minha Anahí.


No momento em que cheguei ao aeroporto, percebi que estava mais movimentado que o habitual. Filas enormes para o check-in e voos atrasados. Devo ter rezado para todos os santos para não perder o horário e, pelo visto, eles estavam ao meu favor hoje. Não demorei para despachar a bagagem e muito menos para pegar o avião. Estava eufórica. Por alguma razão, eu me sentia como uma criança indo pela primeira vez a um parque de diversões. Não é pra menos, fazia um ano que não via Demi e Cláudia. O quanto eu perdi nesse tempo todo?


O voo foi tranquilo e, apesar de algumas turbulências, cheguei em Miami no horário previsto. Mal deu tempo de pegar a bagagem e ligar meu celular, que o nome de Harry apareceu na tela. Impressionante, ele tinha um radar que indicava onde eu estava, não era possível. Enquanto empurrava com dificuldade o carrinho para o portão que dava acesso ao salão de desembarque, consegui atender a ligação.


- Eu estou bem.


- Se eu não ligo, você não se dá o trabalho, não é?!


- Mas eu acabei de por os pés em Miami.


- Não quero  saber, Savinõn.


- Ai, Fairy, admite que já está morrendo de saudades. - podia apostar que ele estava revirando os olhos nesse momento.


- Para de ser convencida, mas estou mesmo. Não demora pra voltar ou eu vou até Miami e te trago pelos cabelos.


- Eu sei bem, não duvido. - dei uma risada fraca e, no meio da multidão, encontrei Demi. Meus olhos encheram d'água no mesmo momento e minha voz saiu falha. - Harry, eu.. eu vou..


- IIIII, já até sei. A voz tá mansa e falhando. Encontrou a Demi, não é? - fiz um som nasal em concordância e ele riu. - Vai lá, coisa fofa. Nos vemos quando voltar. Aproveita bem seu descanso.


- Tá bom, fica bem, Fairy. Até mais. - desliguei o telefone e corri em direção a Demi, que tentava ao máximo segurar o choro.


Nos abraçamos como se não nos víssemos a anos, apesar de que para nós, um ano era coisa demais. O máximo de tempo que ficamos separadas, foram duas semanas, quando viajei para a casa dos meus avós com minha mãe. O desespero foi tanto, que tia Diana, mãe de Demi, teve que levá-la até o interior de Miami para que ficasse o resto da viagem comigo.


- Meu Deus. Você está.. uma mulher maravilhosa! - um filete de lágrima rolou pela bochecha dela enquanto eu sorria, chorando também. - Estou tão orgulhosa em te ver assim. Bonita, forte, saudável. Se controlou na ausência da Anahí, nossa.. é tanta felicidade que não cabe em mim.


- Ai, Demi, senti tanto a sua falta. Temos muito o que conversar, especialmente sobre esse anel no seu dedo.


- Não é nada demais.


- Claro que é! Isso não é uma vela em um bolo. - Demi sorriu e negou com a cabeça, pegando o meu carrinho e empurrando para fora do aeroporto. - Nem adianta me ignorar, Demétria Devone Lovato, quero saber de tudo.


- Eu vou te contar tudo, mas primeiro, temos que buscar a Cláudia.


- É verdade, mas isso não é o principal.


- Seu pai, né?


- Não estou pronta para olhar na cara dele.


- E quando você esteve? Sinceramente, nunca te vi lamentar a falta que ele fez. Blanca soube fazer muito bem o papel de pai e mãe.


- E sou muito agradecida a ela por isso, acho que se eu sou essa mulher hoje em dia, é por causa dela. – Demi fez um cara de deboche e franzi o cenho com dúvida. – O que foi?


- Isso é trabalho dela, com certeza.. – paramos em frente ao carro dela e Demi colocou a mão esquerda na cintura e ergueu a mão direita, apontando para si mesma. – Mas não se esqueça que também tive parcela no seu desenvolvimento.


- Nunca tiraria seu crédito, Demi.


- Acho bom. Agora vamos, estamos atrasadas.


O caminho do aeroporto até a casa do meu pai foi bastante divertido. Demi me contava sobre alguns de seus pacientes e de como era cansativo manter-se sempre sã. Ela se tornou uma das melhores ortopedistas de Miami e era famosa por não ter muita paciência com familiares irritados e apressados. Não era muito diferente de mim, mas convenhamos, que no meu caso, eu precisava ter toda calma do mundo. Demi cuidava dos ossos e eu do coração, se colocar na balança, eu brinco mais de Deus do que ela.


- Tem tido algum paciente com problemas graves? – perguntei a Demi enquanto folheava seus prontuários.


- Olha, não vou mentir, tenho tido vários. Não sei o que aconteceu com a população de Miami. Ontem mesmo operei um homem com problemas no tendão de Aquiles. Tem noção do quão complicada é uma operação dessas?


- Posso imaginar. Mas o que necessariamente se faz nesses casos?


- Você não estudou medicina, não?!


- Essa é a sua especialização, não a minha. Agora, fale.


- Tudo bem. – ela tomou um pouco de ar e apertou o volante com um pouco de força, enquanto olhava diretamente para a estrada. - Tivemos que fazer uma Tenotomia Do Tendão de Aquiles. Não é uma cirurgia demorada, dura cerca de trinta minutos, mas é sensível. Basicamente, nós realizamos cortes no tendão que promovem seu alongamento, dando ao paciente a possibilidade de voltar a andar.


- Parece complicado.


- É, bastante, mas o resultado final é gratificante.


- Fico feliz que tenha encontrado sua verdadeira paixão, apesar de eu não achar a ortopedia muito interessante.


- Cala a boca, sua cardiologistazinha fajuta de Manhattan. – dei a língua para ela e gargalhamos, enquanto Demi estacionava em frente à casa do meu pai. – Vai lá, estarei aqui caso precise.


Respirei fundo e sai do carro, caminhando com bastante calma até a porta da enorme casa de madeira. Meu pai, como sempre, tinha paixão por tudo que é diferente e o exemplo disso, era sua “humilde” residência em um dos bairros mais ricos de Miami. Toquei a campainha duas vezes e uma senhora de idade atendeu, abrindo um sorriso tímido para mim.


- Boa tarde, sou a Dulce.


- Dulce?


- Sou a filha mais velha do senhor Fernando.


- O senhor Fernando não comentou que tinha outra filha. – revirei os olhos e soltei uma risada sarcástica. – Me perdoe, eu não..


- Tudo bem. Não me surpreende que meu amado pai tenha ocultado essa simples informação. De qualquer maneira, vim buscar minha irmã.


- Cláudia?


- Acho que sendo eu a bastarda, só pode ser ela.


- Ér.. sim, vou chamá-la. Deseja entrar?


- Não, espero aqui mesmo. Obrigada.


A mulher fechou a porta e sentei em um banco de madeira que tinha na varanda. Quer dizer que até para os empregados, eu não existia? Meu pai tinha se superado dessa vez, mas não tinha problema, contra ele eu estava vacinada. Claro que eu esperava vê-lo depois disso e lhe dar um belíssimo sermão, mas preferia poupar minha paciência, não estava afim de outra discussão hoje. Olhei para o carro e vi Demi no telefone, gesticulava bastante e parecia discutir com alguém. Realmente, ela não muda.


Alguns minutos se passaram e eu já estava ficando impaciente, Demi muito mais que eu. Olhava para mim de cinco em cinco minutos e batia no relógio, indicando que estávamos fora do nosso cronograma. Bufei e levantei, batendo na porta novamente com mais força. Dessa vez, não foi a idosa quem veio me atender e sim, meu maravilhoso genitor. Fernando Savinõn.


- Quer derrubar a minha porta? – o tom sarcástico dele fez meu estômago revirar, não conseguia aceitar que eu tivesse vindo do saco escrotal desse homem tão pretensioso.


- Se a Cláudia não aparecer, farei isso com todo o prazer.


- Sempre tão educada, puxou a mãe.


- Não se atreva a abrir a boca para falar da minha mãe, se eu tivesse puxado a você, com certeza essa porta já estava no chão a muito tempo. – o sorriso dele se desfez e deu lugar a uma carranca. Respirou fundo e gritou o nome da minha irmã, que apareceu um pouco suada. – Onde você estava, Cláudia? Sabe que eu tenho hora!


- Desculpa, Dul. Estava procurando algumas coisas e só agora encontrei.


- Tá bom, estou convencida. Vamos. – puxei Sofi para fora da casa e virei as costas sem me despedir de Fernando, mas ao ouvir o pigarro vindo dele, virei novamente com cara de poucos amigos.


- Não vai se despedir do seu pai?


- Pai?! Não estou vendo pai nenhum aqui. Nem mesmo a sua empregada sabe que eu sou sua filha, por que pensa que tem o direito de se chamar de meu pai, senhor Fernando?


- Você carrega meu sobrenome.


- Não por muito tempo. Estou noiva e, assim que casar, faço questão de anular o nome Savinõn da minha identidade.


- Noiva?! – ele pareceu tão surpreso quanto eu assim que Anahí fez o pedido, mas senti que essa era a minha carta para diminuí-lo perante tudo que já fez contra mim.


- Sim, Fernando, noiva. Me caso no final do verão. Agora, se me der licença, tenho que ir embora. Passar bem.


Não ouvi a resposta dele ou sua reação ao meu anuncio, mas assim que entrei no carro e olhei para a casa, meu pai ainda estava parado na porta com uma cara de paisagem. Típica de uma pessoa que parecia ter levado um tiro e a ficha não caia de jeito nenhum. Era essa a maneira que eu quis que ele se sentisse, como se tivesse perdido tudo e mais um pouco sobre a minha vida. Demi não perguntou nada, apenas arrancou com tudo dali e vi a imagem do meu pai sumindo no espelho retrovisor. Suspirei e encostei a cabeça no banco, essa seria uma noite longa.


Enquanto retirávamos as malas do carro de Demi, olhei bem para a frente da casa onde passei toda a minha infância. Lembrei dos dias indo para o colégio e de como minha mãe cuidava de mim. As memórias de dias tranquilos e animados voltaram como bombas e eu sorri fraco, deixando uma lágrima boba cair. Era bom estar em casa. Vi de relance minha janela e me lembrei do dia em que Anahí teve que pular por ela, quase se quebrando, apenas para a minha mãe não vê-la. Bons tempos. Sorri para Cláudia e Demi e elas não entenderam nada, mas lançaram beijos no ar e continuaram a tirar as malas do carro. Senti meu celular vibrando e um número desconhecido aparecia na tela. Meu coração acelerou consideravelmente e tomei fôlego antes de atender.


- Dul?! – aquela voz. O tom rouco e arrastado, carregado de dúvidas e preocupação se era eu quem tinha atendido o telefone. Um nó se formou na minha garganta e mal conseguia falar, apenas soltava ruídos. – Dulce, é você? Responde.


- So.. sou eu.


- Que susto, já ia desligar achando que tinha mudado de número e não tinha me falado nada.


- Claro que não ia fazer isso, pirou?


- Vai saber, né?! Estou a tanto tempo longe, que você podia ficar com raiva de mim e ter trocado o número só pra evitar que eu te encontrasse.


- Anahí, você conhece todos os meus endereços. Seria impossível fugir de você.


- É verdade. – a gargalhada dela fez a minha vontade de chorar aumentar. Como eu sentia falta dela. Nem quis mencionar a confusão com Keaton mais cedo, só queria aproveitar a voz de Anahí o quanto eu pudesse. – Como estão as coisas? Onde você está? Tem se alimentado? E o trabalho?


- Ei, uma pergunta de cada vez. – limpei o rosto e abri um sorriso maior que o rosto, facilmente notado por Demi e Cláudia, que sacaram na mesma hora quem era. – Está tudo bem, vim para Miami passar um tempo com minha mãe, Demi e Cláudia. Tenho me alimentado sempre, Harry e Sandy não poupam esforços para me engordar. Quanto ao trabalho, está ótimo, não tiro férias a dois anos e por isso decidi pegar um tempinho agora.


- Fico muito feliz em ouvir isso, especialmente que tirou um tempo do trabalho. Sabia que ia virar uma workaholic.


- Sabia?


- Amor, eu te conheço como ninguém.


- É verdade. – comecei a caminhar para dentro da casa e milhões de lembranças foram batendo na minha cabeça como bolinhas pula pula. Risadas, choros, brigas com minha mãe e o principal, os momentos com Anahí.


- Ei, quero cantar uma coisa pra você. Posso? – eu já estava deitada na minha velha cama e soltei uma risada baixa, passando a mão pelos olhos e sentando no colchão com pernas de índio. Demi e Cláudia se juntaram a mim e coloquei o aparelho no viva voz. – Dul?


- Claro que você pode cantar, mas não se importa se Cláudia e Demi escutarem também, né?


- Vou tentar não engasgar. Uma amiga aqui da Grécia me ensinou, disse que sempre que cantava essa música, se sentia mais próxima da esposa que deixou ai na América.


- Tudo bem, professora Portilla. Mostre o que sabe fazer. – nós três estávamos sentadas em círculo e coloquei o telefone no meio. Ouvi o barulho de algumas notas de violão e a voz de Anahí finalmente saiu pelos auto falantes. Meu coração quase parou ao reconhecer a música.


Close your eyes and I’ll kiss you


(Feche os olhos e eu irei te beijar)


Tomorrow I’ll miss you


(Amanhã sentirei saudades de você)


Remember I’ll always be true


(Lembre-se que eu sempre serei verdadeiro)


And then while I’m away


(E enquanto eu estiver fora)


I’ll write home everyday


(Escreverei para casa todo dia)


And I’ll send all my loving to you


(E mandarei todo meu amor pra você)


As meninas fizeram um aawwwnnn coletivo e eu dei um tapa leve no braço das duas. Nunca pensei que Anahí fosse capaz de cantar algo assim para mim, mas vendo agora, rezaria para que ela fizesse sempre.


I’ll pretend that I’m kissing


(Vou fingir que estou beijando)


The lips I am missing


(Os lábios que sinto saudade)


And hope that my dreams will come true


(E esperar que meus sonhos se tornem realidade)


Eu mal enxergava o que estava na minha frente, meus olhos estavam tomados por lágrimas, assim como os de Demi e Cláudia. Meu coração apertava a cada acorde do violão misturado com a voz dela. Queria Anahí por perto, estava cansada de esperar. Os dois anos já acabaram, o que está faltando para ela voltar?


And then while I’m away


(E enquanto eu estiver fora)


I’ll write home everyday


(Escreverei para casa todo dia)


And I’ll send all my loving to you


(E mandarei todo meu amor pra você)


Cláudia e Demi me abraçaram e faziam um carinho na minha cabeça, enquanto eu me permitia chorar por Anahí, que estava a tantos quilômetros de distância de mim. Não precisava de mais nada nessas férias, só dela.


All my loving I will send to you


(Todo meu amor, eu mandarei pra você)


All my loving, darling, I’ll be true


(Todo meu amor, querida, eu serei verdadeiro)


Ela terminou de tocar e nós três batemos palmas. Ouvi a risada de Anahí do outro lado da linha e desliguei o auto falante, pegando o celular e mandando Demi e Cláudia para longe do quarto. Anahí suspirou e deixei meu corpo cair novamente na cama.


- E então, o que achou?


- Está um pouco desafinada, mas eu gostei. – a ouvi bufando do outro lado da linha e gargalhei, nada como tirar um pouco de onda com a senhorita perfeição. – Estou brincando, amei. Não sabia que podia cantar e tocar tão bem.


- Só faço isso em ocasiões especiais.


- E essa é uma ocasião especial?


- Claro que é, estou falando com você.


- Tudo bem, me convenceu. – ouvi uma voz chamando no fundo e franzi o cenho, era feminina. – Anahí, onde você está?


- Essa é a chamada para submergirmos. Tenho que desligar.


- Não acredito, nem ficamos muito tempo no telefone.


- Sei que está com um bico enorme nesse momento e que meu maior desejo é beijá-lo, mas eu tenho que ir. Prometo ligar mais vezes.


- Promete?


- E alguma vez eu já quebrei alguma promessa com você?


- Já.


- Qual?


- Prometeu nunca me abandonar. – o silêncio entre nós foi assustador. Só conseguia ouvir a respiração cansada de Anahí e por um segundo, me senti arrependida pelo que falei. – Amor, eu..


- Tudo bem, você está certa. Te abandonei. Olha, Dul, eu.. tenho que ir. Tento ligar pra você de noite. Te amo.


- Também amo você, Anahí.


Ligação finalizada e uma pontada enorme de arrependimento batendo contra mim. Não fui nem um pouco justa com ela. Anahí estava lá porque era uma oportunidade única, e se eu não surtei nesses dois anos, não tinha que fazer isso agora. Ia me manter forte e hoje a noite, quando ela telefonasse, estaria pronta para pedir desculpa pela minha estupidez.


Desci as escadas completamente acabada e cansada, precisava de uma boa noite de sono, mas tinha certeza que Demi e Cláudia não iam deixar que eu tivesse uma. Antes de chegar ao primeiro andar, lembrei do presente de Cláudia e corri de volta para o meu quarto, pegando o embrulho na minha mala. Cheguei por trás dela e joguei o pacote em seu colo. Cláudia deu um berro e pulou para me abraçar, enquanto Demi gargalhava.


- O que é?


- Abre e vai descobrir. – uma adolescente de quatorze anos, ansiosa e hiperativa, assim eu poderia definir Cláudia. Sentei ao lado de Demi no sofá e assim que liguei a televisão para ver o que estava passando, ouvi outro berro.


- Muito obrigada, Dul! Eu não acredito! Meu próprio macbook air. – ela pulava na sala com a caixa do notebook em mãos. – Eu acho que vou chorar.


- Bem vinda ao mundo digital, sua adolescente.


- Agora não vou mais precisar usar o notebook da mamãe.


- Não acabou ainda. – Demi nos interrompeu e eu olhei para ela com cara de dúvidas. – Tem o meu presente. Vou pegar.


Enquanto Demi subia as escadas sem muita pressa, Cláudia sentou do meu lado e começou a desembrulhar o computador, ligando e me mostrando tudo que ele fazia, apesar de eu ter um idêntico ao dela. Fiz um carinho leve em sua cabeça e fiquei admirando seu sorriso e os olhos, que brilhavam a cada clique no teclado. Era ótimo ver a felicidade da minha irmã depois de tanto tempo.


- Prontinho, aqui está o meu. – Demi entregou uma embalagem que era quase do tamanho da minha mão, mas logo me toquei do que era. – Espero que goste, Cláudia. Feliz aniversário atrasado.


- Obrigada, Demi. – em um só puxão, a pequena rasgou a embalagem, revelando um iPhone novo em folha. – Não acredito!


- Minha nossa, fiquei surda.


- Meu próprio celular e meu próprio notebook. Eu nem sei o que dizer, obrigada de verdade. – Cláudia nos abraçou e afastou-se lentamente, mordendo o lábio. Marca registrada por mim. – Posso ir lá pra cima.. testar?


- Pode sim, está liberada.


Ela nem pensou duas vezes antes de pular de dois em dois degraus, sumindo na escada, deixando eu e Demi sozinhas na sala. Encostei a cabeça no ombro de Demi e suspirei, ela logo percebeu que algo estava errado e me afastou, olhando diretamente para mim.


- O que aconteceu?


- Falei uma bobagem para a Anie no telefone, mas hoje à noite, quando ela ligar, peço desculpas.


- Olha, eu nem quero saber o que disse. Sabe o que podíamos fazer agora? Dormir um pouco e, quando acordarmos, pedir aquelas pizzas gigantes, assistir alguns filmes com Cláudia, se ela não ficar grudada no telefone e no computador.


- Acho meio difícil esse final, mas topo a ideia de dormir e depois pedir uma pizza.


- Ótimo, está combinado. Vamos deitar porque estou morta, o quarto de hóspedes me aguarda.


Subindo as escadas, vi Cláudia vidrada na tela do computador e mexendo no celular, como ela tinha essa capacidade?! Neguei com a cabeça e me arrastei para o meu quarto, lançando um beijinho no ar para Demi, que trancou a porta do quarto de hóspedes antes mesmo de me responder. Minha cama nunca pareceu tão confortável e, assim que deitei, não demorei muito para apagar.


A janela do quarto estava fechada e, graças a isso, o barulho dos galhos batendo contra o vidro, me despertaram. Já era noite e a luz da lua invadia o cômodo. Não quis abrir os olhos, estava forçando o meu corpo a dormir novamente. Enquanto travava essa batalha comigo mesma, senti o colchão afundar atrás de mim e um velho perfume preencher minhas narinas. Um braço me puxou para perto e senti os pelos de todo o meu corpo se arrepiarem ao ouvir aquela voz rouca sussurrar no meu ouvido.


- Boa noite, Dul.



Compartilhe este capítulo:

Autor(a):

Este autor(a) escreve mais 11 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?

+ Fanfics do autor(a)
Prévia do próximo capítulo

Respirei fundo e fechei os olhos com força, não queria pensar que estava delirando ou algo parecido. Com toda calma do mundo, me virei e dei de cara com um par de olhos verdes familiares. Meu coração começou a sambar dentro do meu peito e senti minha respiração falhando assim que ela abriu um sorriso de canto. Eu estava parali ...


  |  

Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 134



Para comentar, você deve estar logado no site.

  • AnBeah_portinon Postado em 23/03/2018 - 16:01:20

    Perfeita! Isso descreve a fic. Eu já estava lendo no título de portisavirroni aí fiquei triste quando parou. Mas quando fui pesquisar denovo quase pulei de alegria com a continuação, e que continuação né?! Amei, principalmente porque sou do #TEAMPORTINON. Mas enfim foi tudo perfeito, mesmo com algumas brigas que só serviram para fortalecer e apimentar a relação delas. Bjs

  • Furacao Maite Postado em 11/01/2018 - 00:51:49

    aaaaah que fofinho! amei! Eu torciaa para savirroni no começo mas Jessyrroni é muito mais lindo kkkkkk Oooow, maei sua fic, primeiro pq teve muito jessyrroni e segundo porque vc escreve bastante!! ainda quero desenvolver esse dom seu! parabéns!!

    • Emily Fernandes Postado em 12/01/2018 - 20:57:17

      Eu que amo suas fics. Adoro mesmo. Não importa se são capítulos grandes ou não. Mas acho que esse dom logo vc pega o jeito. E muito obrigada mesmo por gostar. E JESSIRRONI foi mesmo fofinho.

  • MaryCR Postado em 30/12/2017 - 16:59:30

    Não taça comentando pq tava com preguiça. Mas agora eu tô aqui. Mulher não tem como não ficar indecisa.Primeiro: vc gosta de me deixar na curiosidade hein. Me fez acreditar que quando minha mãe dizia ALEGRIA DE POBRE DURA POCO era verdade e depois que elas se acertaram eu pensei que ela me fez de trouxa. Segundo: como vc me faz acreditar que estava tudo ótimo e BUUM começa um capítulo com uma briga daquelas!? Era só avisar que me queria morta seria menos trágico. Terceiro:Anahí adora uma janela hein. Quando Dulce menos espera ela brota lá no quarto gente que isso!? Quarto: vô para de enumerar pq tá chato (rimei). Adorei portinon maternal,não pq a criança dos outros sempre desperta vontade de ter filhos na gente,apesar de achar q eu não teria muita paciência e por último e mais importante: COMO TU PARA NUMA PARTE DESSAS? Concluindo eu não sei se estou mais revoltada,feliz,confusa,raivosa,curiosa ou ansiosa. E olha que eu nem sou de libra ein. Povo mais indeciso não existe.

    • Emily Fernandes Postado em 31/12/2017 - 14:37:30

      entendo, as vezes tbm fico assim, que nem da vontade de acordar. Eu nunca faço isso, mas realmente os capítulos estão terminando em momentos cruciais, fazer o que. Mães sempre tem razão, confie. A relação delas é uma montagem russa, porém acho que as brigas Jajá terão fim. Cara Anahí, é uma pessoa que realmente não curte portas, só espero que isso não ocorra com frequência, pq se não Dulce não vai mais ficar surpresa. Eu não tenho esse interesse maternal, nos filhos dos outros ainda, acho que é a idade. Porém confesso que crianças são minha perdição, acho que já está na hora delas começar a família. Mas vamos te tirar de libra pra vc continuar a leitura... E o que mais importa. Feliz ano novo. PS: Eu uma vez tbm, já deixei uma biblioteca, em uma fanfic que leio, e depois não consegui mais me conter em palavras. ahahahahahah.

    • MaryCR Postado em 30/12/2017 - 17:02:30

      Nunca escrevi negócio tão grande kkk

  • Furacao Maite Postado em 29/12/2017 - 01:14:05

    que up na vida hein? Dulce médica! E que viagem doida é essa de 2 anos! coragem!!! kkk

    • Emily Fernandes Postado em 29/12/2017 - 14:18:21

      Acho que a viagem venho a calhar, pq a insegurança e a rotina estava as afetando.

  • Furacao Maite Postado em 29/12/2017 - 01:02:09

    eitaaaa, estava tudo bem agora já começa o capitulo com uma briga? (19) genteeee, que babado

  • Furacao Maite Postado em 29/12/2017 - 00:58:58

    Ainda bem que a Dulce e Anahí brigaram mas fizeram as pazes no mesmo capitulo!

    • Emily Fernandes Postado em 29/12/2017 - 14:17:09

      Sim, acho que elas combinam assim, mesmo. Acho que fica uma relação mais dinâmica. Kkk

  • Furacao Maite Postado em 29/12/2017 - 00:55:16

    Sou do time da Marichelo! Sou team Jessica Coch kkkkkkkkkkkk Também acho que é dificil de encontrar outra igual a ela! Maite tem sorte kkkk Mas ainda bem que a mãe da Anahí aceitou a Dulce!

    • Emily Fernandes Postado em 29/12/2017 - 14:15:53

      É sim, digamos que Marichelo sempre adorou Jéssica, porém acho que Jéssica está ótima com Maitê não. Kkkk

  • Furacao Maite Postado em 29/12/2017 - 00:51:48

    vou colocar a fic em dia....

  • MaryCR Postado em 24/12/2017 - 02:41:13

    Pense em uma pessoa revoltada, pense em mim. EU VOU DA UMA VOADORA NA PERRONI sério. Eu vô e penso "até que enfim a perroni vai ajudar portinon" e fui TROUXA, ela fez exatamente o contrário. Dulce foi na casa da Portilla e huuum rolou uma putaria, eu pensei "agora o negócio vai" e fui trouxa denovo. Concluindo, portinon finalmente se acertou e a anie finalmente terminou com a Diana. Amém!! #revoltadaefeliz

    • Emily Fernandes Postado em 25/12/2017 - 12:49:11

      Meu Deus kkkk que pessoa indecisa. Bem mas eu Entendo seu drama. Maitê como sempre sendo Maitê, mas agora acho que o casal portinõn finalmente respirara mais aliviadas. Enfim um ótimo Natal pra vc . Bjs

  • Furacao Maite Postado em 23/12/2017 - 17:39:09

    Owwwnnnn que fofas!!! Achei q tdo estava perdido, q bom q deu tdo certo!!

    • Emily Fernandes Postado em 25/12/2017 - 12:47:14

      Sim, finalmente as coisas estão caminhando para Um finalmente sim. Kkk feliz Natal pra vc. Bjs


ATENÇÃO

O ERRO DE NÃO ENVIAR EMAIL NA CONFIRMAÇÃO DO CADASTRO FOI SOLUCIONADO. QUEM NÃO RECEBEU O EMAIL, BASTA SOLICITAR NOVA SENHA NA ÁREA DE LOGIN.


- Links Patrocinados -

Nossas redes sociais