Fanfic: My biology ( Portinon e Savirroni) 1/2 temporada finalizada | Tema: Portinon e Savirroni
ANAHÍ POV
- Já sabem, relatório na minha mesa no final da aula. Vou buscar um café e quando voltar, não quero ver ninguém de brincadeira ou conversando. Isso aqui é uma universidade, não uma sala de bate-papo.
- Sim, professora Portilla.
Um ano havia se passado desde a grande operação de Jéssica, como o tempo passou correndo. Voltar a dar aula era gratificante, ter os alunos subordinados à mim, melhor ainda. Com a saída de Jéssica, passei a dar aula de Anatomia A e B, ou seja, meu trabalho e o salário duplicaram, coisa que eu não reclamava nem um pouco. Alguns professores até tentaram impedir que eu pegasse as duas matérias, disseram que era injusto com os outros que já estavam na Columbia a mais tempo. Pouco me importei, afinal, eu passei pelo mesmo problema quando dava aulas em colégios. Dulce dizia que eu gostava de testar o limite das pessoas e, bem ou mal, não tinha como negar.
Abri a porta da sala dos professores e recebi alguns olhares tortos, já tinha passado um mês desde que eu assumi as duas matérias e alguns não pareciam aceitar ainda. Convenhamos, eu não estava nem ai. Meu bolso enchia cada vez mais e o deles, permanecia com a mesma quantia todo mês. Liguei a máquina de café e esperei que o expresso ficasse pronto, estava caindo de sono graças a uma noite um tanto agitada com Dulce. O tempo estava estável, apesar de estarmos em outubro. Perto do Halloween. Lembro-me do ano em que inventei de distribuir doces quando ainda morava em Miami, algo que me arrependo até hoje. Enquanto observava o líquido escuro cair calmamente na caneca, senti uma mão no meu ombro e me virei para ver quem era.
- Muito trabalho, Portilla?
- Ei, Boyer. Como você está?
- Muito bem, obrigada. Como andam as coisas pro seu lado? Sei que não tem muitos amigos por aqui desde que a Jéssica saiu.
- Pouco me importa a opinião desses ranzinzas, a diretoria me escolheu e não ia negar um trabalho tão bem remunerado como esse. Convenhamos, eles só estão com esse bico armado, porque não recebem aumento a alguns anos. - peguei a caneca de café e dei um belo gole, sentindo o líquido quente descer pela minha garganta e me relaxar. - Mas conta, está se adaptando?
- Claro, o pessoal daqui é ótimo. Anahí, posso te fazer uma pergunta indiscreta?
- Bom.. sem problemas.
- E a Dulce? Como está?
- Está muito bem. Ontem mesmo eu estive com ela.
- Soube que foi ela quem operou a Jéssica.
- Sim, foi ela.
- Eu sempre achei que a Dulce ia ser alguém muito importante um dia, veja só onde aquela menina tímida chegou. Uma das melhores cardiologistas de Manhattan e.. sua noiva. Isso é impressionante! – soltei uma risada nasal e Angelique começou a gargalhar. – Logo você, que sempre dizia que não ia casar, acabou enlaçada por uma menina treze anos mais nova.
- Pagamos com a língua, certo?! – ela concordou com a cabeça e eu olhei o relógio, mais vinte minutos e estava livre para ir pra casa. – Bom, Angelique, tenho que ir para a sala ver meus alunos e liberá-los. Nos vemos por ai.
- Ham.. Anahí?
- Sim?! – voltei minha atenção para ela, enquanto abria a porta para sair da sala dos professores.
- O aniversário de um ano da filha da Jéssica é amanhã, não é?
- É sim. Ela te chamou, certo?
- Chamou, só queria confirmar mesmo a data, estou meio perdida com essas provas finais chegando.
- Mais de quatro anos trabalhando aqui e você ainda não se acostumou?! – soltei uma gargalhada e ela revirou os olhos em impaciência. – Fica relaxada, vai dar tudo certo. Até amanhã.
Sai da sala dos professores tomando o café, enquanto me arrastava pelos corredores de volta à sala de Anatomia. Olhei pela janelinha da porta e abri um sorriso maldoso ao ver todos os alunos sentados, focados nos relatórios para entregar no final da aula. Enquanto analisava cada um deles, senti um empurrão no meu ombro, que fez todo o café cair na minha blusa branca. Soltei alguns palavrões e virei minha atenção para a garota que estava no chão.
- Está cega?! Não olha por onde anda?!
- Você que estava parada no meu caminho! – franzi o cenho e me abaixei para ficar da altura da abusada. Assim que ela levantou um pouco o rosto, meu coração foi na boca. Linda. Foi tudo que eu consegui pensar em relação àquela adolescente raivosa na minha frente. Os cabelos eram ruivos, mas não muito claros. Os olhos verdes fitavam os meus com certo ódio. – O que foi?! Nunca me viu?!
- Não, e nem quero ver de novo. Preste mais atenção, esses corredores não são uma pista de corrida. – levantei calmamente e virei para entrar na sala, mas não podia deixar de alfinetá-la mais uma vez. – E outra coisa, trate de medir suas palavras ao falar com uma professora. Não sou suas amiguinhas de sala, entendeu?
- Já te falaram que você é arrogante?!
- Já. Isso, minha querida, é um elogio. Passar bem.
Abri a porta da sala e meus alunos engoliram em seco ao ver minha camisa completamente manchada de café. Sabiam que isso com certeza, ia me deixar irritada, mas eu estava perturbada demais pela imagem da menina ruiva para me deixar levar pelo desespero da turma. Me sentei na minha mesa e peguei meu celular para ver se tinha alguma mensagem. Quatro de Dulce, uma de Jéssica, uma de Mari e uma de Chris.
“Ei, Portilla, não esqueça da festa de aniversário da sua afilhada amanhã. Maitê mandou você trazer vinho. Beijo. - Jéssica”
“Anie, estou indo para Manhattan hoje de noite. Não perco o aniversário da filha da Jéssica por nada. Nos vemos lá, tenho algumas novidades para contar. – Mari”
“Espero que tenha lugar na sua casa para mim. Chego em Manhattan hoje. – Chris”
“Temos um assunto sério para conversar. – Dulce”
“Não se atrase para o almoço, você lembra, né?! – Dulce”
“Por que não me responde?! – Dulce”
“Droga, anahiy. Estarei no restaurante, espero que não esqueça. Te amo. – Dulce”
Assunto sério para falar comigo?! O que foi que eu fiz dessa vez?! Será que Dulce tem sexto sentido e algo apitou dentro dela, avisando que eu olhei demais para a ruiva irritadinha no corredor?! Suspirei olhando a tela do celular e decidi não responder nenhuma das mensagens, estava sem cabeça depois das últimas da minha noiva. Dulce andava um pouco estranha de dois meses para cá. Tinha insônia, cansei de acordar no meio da noite e perceber que ela estava chorando no terraço. Alguma coisa estava mexendo com ela e não era nada bom. Podia ser um paciente que ela perdeu ou uma operação difícil, mas eu só conseguiria saber, se ela me contasse. Coisa que não faz.
- Tudo bem, pessoal.. – a turma virou sua atenção para mim e apoiei os cotovelos na mesa, massageando as têmporas e entrelaçando os dedos. – Relatórios em cima da minha mesa, matéria da prova final vocês já sabem. Nos vemos na semana que vem e nada de atrasos. Meu limite para deixar um aluno entrar depois do horário, é de cinco minutos. Tenham um bom dia.
A sala foi esvaziando, minha mesa enchendo de relatórios feitos com dedicação pelos alunos apavorados com minhas atitudes. Eu gostava disso, desse medo que eu passava para eles. Talvez fosse por isso que as notas em Anatomia A e B estavam aumentando, o desejo de me impressionar era maior que a vontade em si de estudar. Perfeito. Levantei sentindo meu corpo pesar e comecei a guardar os relatórios dentro da pasta.
- Então você vai me dar aula período que vem? – ouvi uma voz conhecida vinda da porta e me virei, dando de cara com a ruiva encostada na porta, de braços cruzados.
- Se você passar.
- Eu vou passar.
- Quem te garante?!
- Eu e as minhas notas. – ela abriu um sorriso convencido, que acabou me fazendo rir junto. – Até ano que vem, professora Portilla.
- Como você..
- Sei de muita coisa, mais do que você pensa. – a ruiva deu as costas e sumiu no corredor, me deixando com cara de idiota dentro da sala. Só podia ser algum tipo de brincadeira.
Dirigi até o restaurante que Dulce marcou, estava quinze minutos atrasada e tenho certeza que ela estava com um bico do tamanho do mundo. Estaria mentindo se não dissesse que aquela ruiva me bagunçou os sentidos, mas jamais trairia Dulce. Não valia a pena, não depois de tudo que passamos para chegar onde estamos. Estacionei em frente ao estabelecimento e o rapaz pegou o carro para procurar uma vaga. Estava pouco movimentado por conta do horário, por isso foi fácil achar minha pequena impaciente, observando sua aliança de noivado, enquanto a rodava no dedo. Cheguei por trás e dei um beijo em seu pescoço, vendo os pelos de sua nuca arrepiarem.
- Me desculpa pelo atraso, fiquei atolada na faculdade.
- Vou tentar acreditar.
- Sabe que eu não estou mentindo. – retirei o casaco e ela franziu o cenho. – O que foi?
- Sua camisa está manchada.
- Pois é. Uma aluna idiota, convencida, esbarrou em mim e deu nisso.
- A aluna.. esbarrou em você? – Dulce cerrou os olhos e cruzou os braços. Eu sabia exatamente onde aquilo ia dar.
- Não está pensando que eu..
- Não, eu não estou pensando em nada.
- Seu bico não me engana. – ela deu de ombros e tomou um gole do vinho, fechando os olhos e respirando fundo. – Olha, eu não vou fingir que não percebi que tem algo errado com você. De um tempo pra cá, está estranha e isso me assusta. Quase não conversamos mais e o hospital parece ter tirado toda a sua energia. Será que pode me dizer o que está acontecendo?
- Anahí, eu..
- O que? Não quer mais casar? Não está preparada para vivermos juntas? Podemos dar um jeito nisso e..
- Ei, calma. – ela abriu um sorriso terno e eu senti um nó se formar na minha garganta. Sua mão veio de encontro à minha, fazendo um carinho de leve com seu polegar. – Está tudo bem. Não é nada disso.
- Então.. o.. o que é?! Não me assusta.
- Por que está tão preocupada?! Está devendo, é?!
- O que?! Eu?! Claro que não! Mas é que você nunca agiu assim e..
- anahi, para. Você vai acabar infartando aqui e eu não estou com cabeça, nem emocional para te operar.
- Vira essa boca para lá! – Dulce gargalhou e eu me senti um pouco aliviada. Nada nesse mundo me acalmava mais do que ela. – Então.. o que foi?
- Estou um pouco.. como eu posso dizer.. com um espírito maternal.
- O que?! Está grávida?! Mas.. como?!
- Anahí ...
- Eu não posso te engravidar, que história é essa?! Dulce, você andou me traindo?! Isso..
- Anahí! – ela aumentou um pouco o tom de voz e segurou meu rosto com as mãos, deu um suspiro cansado e acariciou minha bochecha. – Será que você pode respirar e me deixar falar?!
- Sim.. eu.. me desculpa.
- Quando eu disse que estou com espírito maternal, é porque.. queria ser mãe. A convivência com a Lana e Kendall tem me deixado assim. Ser madrinha de uma delas me mudou completamente.
- Você.. quer ter um bebê?!
- Não que seja algo para agora, mas.. sim, eu gostaria de ter um filho. Mas só se fosse com você. – me aproximei dela e selei nossos lábios.
- Teremos uma pedaço de nós, eu prometo. – Dulce concordou com a cabeça e abriu um sorriso enorme, quase rasgando seu rosto. Era bom vê-la dessa maneira depois de tanto tempo. – Por acaso você está sabendo que teremos dois casais convidados lá em casa durante o fim de semana?
- Estou sabendo. Seus irmãos me ligaram hoje para avisar, pedi para a Mercedes preparar os quartos de hóspedes.
- Por que sou a última a saber de tudo?!
- Porque você não atende o celular. Agora vamos comer.
Foi muito melhor do que eu imaginava. Dulce e eu conversamos sobre os velhos tempos e ela me contou sobre os últimos pacientes que atendeu. Parecia orgulhosa de seu trabalho e eu me sentia inteira por tê-la comigo. Não mencionei a ruiva, seria completamente desnecessário. Um dia eu ia contar, ainda mais que no período que vem, eu teria que dar aula para ela todos os dias. Esconder esse fato era algo impensável.
Combinei com Dulce que ela buscaria Mari e Chris no aeroporto, eu precisava fazer algumas coisas antes que ela chegasse em casa. Avisei a Mercedes, uma empregada latina na casa dos cinquenta anos, que voltaria um pouco tarde e, caso Dulce perguntasse, era para dizer que eu estava na universidade porque surgiram algumas emergências. Tudo tinha que dar certo. Sabia que ela ficaria irritada ao chegar em casa e não me encontrar, ainda mais tendo meus irmãos por lá, mas era algo que eu tinha que fazer. Por mim, por nós.
Cheguei na garagem e senti meu celular tocando no bolso. Sorri de canto ao ver um nome mais do que conhecido por mim, era a pessoa certa para me ajudar a fazer algumas coisas por Dulce. Entrei no carro e atendi a ligação, ouvindo reclamações do outro lado da linha.
- Só porque sou gay, vocês demoram para atender minhas ligações?! Sabe a quanto tempo estou tentando falar com o casal lésbico do ano, depois de Ellen e Portia?!
- Harry, respira.
- Não me pede para respirar, estou a três dias atrás das duas. O que foi isso?! Retiro sexual?! Porque eu só aceito isso como desculpa por me esquecerem.
- Não foi isso, as coisas ficaram um pouco complicadas de uns meses para cá.
- Está tudo bem?
- Sim, está. – ouvi um suspiro aliviado vindo dele e gargalhei – Quer encontrar comigo agora? Passo no seu apartamento para te buscar.
- Ainda se lembra onde eu moro?!
- Quanto drama. Se arrume, em quinze minutos estou ai.
- Ih, querida, quinze minutos é pouco. Vou tomar banho agora.
- Se vira, em quinze minutos estou passando no seu apartamento e se não estiver pronto, vai nu.
- Não me importo. Beijos.
Desliguei a ligação com Harry e sai do prédio às pressas. O trânsito de Manhattan estava tranquilo, os prédios e ruas já começavam a ser enfeitados para o Halloween. Abóboras esculpidas, luzes de neon, morcegos, fantasmas, bruxas, coisinhas típicas nessa época do ano tomavam conta de toda a cidade. Em dois dias, meu prédio viraria um inferno com tantas crianças pedindo por doces ou aprontariam alguma travessura. Talvez seja por isso que eu escolhi apartamento ao invés de casa, não corria riscos de sofrer nenhum dano.
Estacionei em frente ao prédio de Harry e gargalhei ao vê-lo sair pela portaria. Estava usando uma calça larguinha, tênis formal, camisa branca de gola v e um boné virado para trás. Ele abriu a porta do carro e me encarou por um tempo, antes de começar a rir.
- O que é isso?! Pirou?!
- Querida, não estamos no Halloween?!
- Sim, mas..
- Então.. estou fantasiado de hétero. Não existe fantasia pior para mim do que essa, mais assustadora que de bruxa. Essa eu deixo para a minha sogra. – soltei uma gargalhada alta e ele me acompanhou. Já tinha esquecido como era bom tê-lo assim, tão perto. – Bom, o que aconteceu? O que está aprontando? Cadê a Sapavinõn?
- Minha nossa, quantas perguntas. – eu dirigia calmamente pela cidade, o local que eu ia era um pouco afastado do centro e não estava com pressa. – Dulce esteve um pouco fora desse planeta por um tempo, até eu descobrir qual era o problema.
- E qual era?
- Ela quer ser mãe. – Harry deu um berro que me fez dar uma freada brusca. Olhei incrédula para ele, que estava com as mãos na boca e os olhos arregalados. - Enlouqueceu?!
- Desculpa, foi a emoção. Ela quer ser mãe?! E ai, quando vão engravidar?
- Não vamos engravidar.
- Que absurdo. Por que não?
- Esse não é o momento. Nem casamos ainda.
- Não sei porque ela ainda quer casar com você. Quase seis anos de noivado, ninguém merece. – cerrei os olhos para ele, que se encolheu no banco. – Vai falar que estou errado?
- Não, não está. Mas você também sabe de tudo que aconteceu nesse tempo todo. Continuando, esse não é o momento para termos um filho ou filha. Dulce está maternal porque tem convivido bastante com as filhas da Jéssica e da Maitê.
- Compreensível, mas o que vai fazer em relação a isso?
- O plano é o seguinte..
Dirigi cerca de uma hora e meia até chegarmos a um bairro repleto de casas muito bem arrumadas, o tempo estava agradável e não se via nuvem alguma no céu. Passei todo o trajeto contando meu plano para Harry e ele parecia tão animado quanto eu. Volta e meia, dava seus berros de empolgação, mas conseguia manter o controle oitenta por cento do tempo. Estacionei em frente a uma casinha de madeira no final de uma rua sem saída, desci do carro e Harry me acompanhou. Depois de três batidas na porta, uma senhora atendeu com um sorriso no rosto.
- Boa tarde, senhora Redarn. Eu liguei mais cedo.
- Claro. Anahí, não é?
- Isso mesmo.
- Esse é o seu marido? – ela abriu um sorriso para Harry e ele deu um beijo em sua mão, arrancando um suspiro da idosa. – Educado.
- Sou o marido dela, é um prazer. – olhei incrédula para a criatura ao meu lado, ele realmente estava levando a sério a fantasia de Halloween, até a voz estava mais grossa.
- É uma mulher de muita sorte. Além de muito educado, é bonito.
- Obrigada, mas.. vim saber se já está tudo pronto.
- Está sim, pode entrar, querida. Quer alguma coisa? Um café? Água?
- Aceito um café, obrigada.
A casa da senhora Redarn era muito simples. Construção antiga, de madeira e as paredes eram pintadas de branco. Tudo muito leve, repleto de plantas e quadros de paisagens. Ela nos levou até o quintal e meus olhos brilharam. Uma organização e cuidado de tirar o fôlego, me pergunto se no final de tudo, eu terminaria desse jeito. Bom, espero que sim. No momento em que sentei no pequeno sofá na varandinha, senti meu celular vibrando e tremi ao ver o nome de Dulce na tela.
- Harry.. Dulce está me ligando.
- Qual o espanto?!
- Ela não pode saber que eu estou tão longe de casa, pedi para a Mercedes dizer que eu tinha ido até a universidade cuidar de uma emergência.
- Pra que mentir?! Toda lésbica é lerda assim?!
- Todo gay se acha inteligente?! – trocamos olhares intimidadores e ele arrancou o celular da minha mão, correndo para o meio do quintal para atender. Ótimo, ele ia me ferrar. Depois de cinco minutos, Harry voltou com um sorriso no rosto. – O que foi?!
- Falei que te encontrei na Columbia e te trouxe até meu apartamento para pegar um presente que eu comprei para a Kendall, já que não vou poder ir amanhã.
- Posso saber por que não vai poder?
- Viagem. Estou à caminho de Sidney hoje de noite.
- Por que Sidney?!
- Na verdade, Anahí, estou me mudando para lá. Consegui um bom emprego e tinha que ir imediatamente. Por isso estava tentando encontrar você e Dulce com tanta urgência, tive medo de não conseguir me despedir. – ele sentou do meu lado e suspirou.
- O Peter sabe disso?
- Ele vai comigo, está tudo arranjado. Por sorte, o espertinho conseguiu um emprego lá pelas minhas costas, só para fazer surpresa. Fiquei feliz em saber que Peter procurou as coisas sem eu saber, só pra me surpreender. Passamos por tantas dificuldades e agora, estamos no nosso melhor.
- Espero que fiquem bem. Dulce vai sentir sua falta.
- E eu vou sentir falta da minha Sapavinõn. Acabei me aproximando demais de vocês e deixar tudo para trás assim.. é.. complicado. – dei um abraço em Harry e começamos a rir, no exato momento em que a senhora Redarn apareceu.
- Como é bonito ver um casal dessa maneira. Sinto tanta falta do Jorge.
- Não tem filhos, senhora Redarn?!
- Por favor, me chame de Rita. Respondendo sua pergunta, tenho um filho mais velho. No momento, ele está no trabalho, é a minha companhia. – ela botou a bandeja de café em cima de uma mesinha e começou a nos servir. – Fiquei muito feliz quando você disse que sua mãe tinha me indicado para te ajudar, Marichelo é uma mulher maravilhosa. Como eles estão?
- Eles quem?!
- Seus pais! – a mulher abriu um sorriso e tomou um gole do café. – Não os vejo tem anos.
- Estão bem. Acho que vou visitá-los no natal.
- Vá, por favor. Não deixe esse tempo que tem com seus pais, passar. É algo que sentimos falta, mas que não podemos substituir.
- Entendo muito bem.
- Quanto a vocês? Têm filhos? – olhei para Harry e ele engoliu uma gargalhada, neguei com a cabeça e ela suspirou. – Bonitos desse jeito, logo logo terão uma criança maravilhosa atazanando vocês.
- Por enquanto, aproveitamos enquanto não temos. Não é, amor?! – Harry falou com a voz mais grossa que tinha e eu gargalhei concordando.
Ficamos duas horas na casa da senhora Redarn, ajeitando algumas coisas e jogando conversa fora. Quando o Sol estava se pondo, Harry me ajudou a pegar o que combinamos e nos despedimos da senhora. Claro que ela nos fez prometer voltar mais vezes, mas teríamos que explicar o motivo de eu ter uma esposa, e Harry, um marido. Dessa vez, dirigi mais rápido que na ida, Dulce provavelmente estava uma pilha de nervos e subindo pelas paredes. Antes de chegar ao prédio, tivemos que parar para comprar um presente para Kendall. Harry demorou duas horas para decidir entre uma girafa e um elefante de pelúcia, resumindo, levou os dois.
Assim que entramos no elevador, olhei para o que tinha ido buscar na casa da senhora Redarn e suspirei. Esperava que aquilo desse certo. Harry afagou meus ombros e me ofereceu um sorriso animador. À essa altura, ele já tinha esquecido da sua fantasia de Halloween. Era bom ouvir suas risadas escandalosas ou ver os olhares dele para os homens andando na rua.
Paramos em frente à porta e ouvi a risada alta de Dulce, Mari e Satori, vinda da sala principal. Ótimo, assim que eu entrasse em casa, daria de cara com ela e, com certeza, ouviria um pouquinho do sermão. Talvez a presença de Harry acalme um pouco os nervos. Pedi para que ele fosse na frente e, assim que girou a maçaneta, os berros de Dulce invadiram o corredor. Assim que me viu, se afastou dele e cruzou os braços.
- Oi..
- Emergência na faculdade?! Por que mentiu? Eu liguei pra lá e me disseram que você não colocou os pés na Columbia hoje de tarde.
- Dulce, eu já disse que.. – Harry tentou explicar, mas ela fez um sinal para que ele nem tentasse.
- Estou esperando.
- Bom, eu andei pensando.
- Pensando?!
- Sim, no que me falou no restaurante. Sabe? Sobre ter filhos.. – na mesma hora, a cara emburrada dela foi substituída por um semblante confuso. Entrei no apartamento e fechei a porta.
- O.. o que é isso nos seus braços?!
- Como eu estava dizendo.. você disse que queria ser mãe, mas concordamos que essa não era uma boa hora. Sei que errei bastante e que estive ausente por muito tempo, mas espero acertar dessa vez.
- Anahí..
- Quero que conheça o Chronos. O primeiro Savinõn-Portilla da história.
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ANAHÍ POV - Anahí, o que é isso? - Isso?! – retirei o pano que cobria o pequeno ser no meu colo. Os olhos de Dulce brilharam ao ver o filhote branquinho de maltês. – É um cachorro. - Mas.. é tão pequeno, fofo e.. me dá! – Dulce agarrou o filhote tão rápido, que mal tive tempo de reagir. ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 134
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AnBeah_portinon Postado em 23/03/2018 - 16:01:20
Perfeita! Isso descreve a fic. Eu já estava lendo no título de portisavirroni aí fiquei triste quando parou. Mas quando fui pesquisar denovo quase pulei de alegria com a continuação, e que continuação né?! Amei, principalmente porque sou do #TEAMPORTINON. Mas enfim foi tudo perfeito, mesmo com algumas brigas que só serviram para fortalecer e apimentar a relação delas. Bjs
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Furacao Maite Postado em 11/01/2018 - 00:51:49
aaaaah que fofinho! amei! Eu torciaa para savirroni no começo mas Jessyrroni é muito mais lindo kkkkkk Oooow, maei sua fic, primeiro pq teve muito jessyrroni e segundo porque vc escreve bastante!! ainda quero desenvolver esse dom seu! parabéns!!
Emily Fernandes Postado em 12/01/2018 - 20:57:17
Eu que amo suas fics. Adoro mesmo. Não importa se são capítulos grandes ou não. Mas acho que esse dom logo vc pega o jeito. E muito obrigada mesmo por gostar. E JESSIRRONI foi mesmo fofinho.
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MaryCR Postado em 30/12/2017 - 16:59:30
Não taça comentando pq tava com preguiça. Mas agora eu tô aqui. Mulher não tem como não ficar indecisa.Primeiro: vc gosta de me deixar na curiosidade hein. Me fez acreditar que quando minha mãe dizia ALEGRIA DE POBRE DURA POCO era verdade e depois que elas se acertaram eu pensei que ela me fez de trouxa. Segundo: como vc me faz acreditar que estava tudo ótimo e BUUM começa um capítulo com uma briga daquelas!? Era só avisar que me queria morta seria menos trágico. Terceiro:Anahí adora uma janela hein. Quando Dulce menos espera ela brota lá no quarto gente que isso!? Quarto: vô para de enumerar pq tá chato (rimei). Adorei portinon maternal,não pq a criança dos outros sempre desperta vontade de ter filhos na gente,apesar de achar q eu não teria muita paciência e por último e mais importante: COMO TU PARA NUMA PARTE DESSAS? Concluindo eu não sei se estou mais revoltada,feliz,confusa,raivosa,curiosa ou ansiosa. E olha que eu nem sou de libra ein. Povo mais indeciso não existe.
Emily Fernandes Postado em 31/12/2017 - 14:37:30
entendo, as vezes tbm fico assim, que nem da vontade de acordar. Eu nunca faço isso, mas realmente os capítulos estão terminando em momentos cruciais, fazer o que. Mães sempre tem razão, confie. A relação delas é uma montagem russa, porém acho que as brigas Jajá terão fim. Cara Anahí, é uma pessoa que realmente não curte portas, só espero que isso não ocorra com frequência, pq se não Dulce não vai mais ficar surpresa. Eu não tenho esse interesse maternal, nos filhos dos outros ainda, acho que é a idade. Porém confesso que crianças são minha perdição, acho que já está na hora delas começar a família. Mas vamos te tirar de libra pra vc continuar a leitura... E o que mais importa. Feliz ano novo. PS: Eu uma vez tbm, já deixei uma biblioteca, em uma fanfic que leio, e depois não consegui mais me conter em palavras. ahahahahahah.
MaryCR Postado em 30/12/2017 - 17:02:30
Nunca escrevi negócio tão grande kkk
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Furacao Maite Postado em 29/12/2017 - 01:14:05
que up na vida hein? Dulce médica! E que viagem doida é essa de 2 anos! coragem!!! kkk
Emily Fernandes Postado em 29/12/2017 - 14:18:21
Acho que a viagem venho a calhar, pq a insegurança e a rotina estava as afetando.
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Furacao Maite Postado em 29/12/2017 - 01:02:09
eitaaaa, estava tudo bem agora já começa o capitulo com uma briga? (19) genteeee, que babado
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Furacao Maite Postado em 29/12/2017 - 00:58:58
Ainda bem que a Dulce e Anahí brigaram mas fizeram as pazes no mesmo capitulo!
Emily Fernandes Postado em 29/12/2017 - 14:17:09
Sim, acho que elas combinam assim, mesmo. Acho que fica uma relação mais dinâmica. Kkk
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Furacao Maite Postado em 29/12/2017 - 00:55:16
Sou do time da Marichelo! Sou team Jessica Coch kkkkkkkkkkkk Também acho que é dificil de encontrar outra igual a ela! Maite tem sorte kkkk Mas ainda bem que a mãe da Anahí aceitou a Dulce!
Emily Fernandes Postado em 29/12/2017 - 14:15:53
É sim, digamos que Marichelo sempre adorou Jéssica, porém acho que Jéssica está ótima com Maitê não. Kkkk
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Furacao Maite Postado em 29/12/2017 - 00:51:48
vou colocar a fic em dia....
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MaryCR Postado em 24/12/2017 - 02:41:13
Pense em uma pessoa revoltada, pense em mim. EU VOU DA UMA VOADORA NA PERRONI sério. Eu vô e penso "até que enfim a perroni vai ajudar portinon" e fui TROUXA, ela fez exatamente o contrário. Dulce foi na casa da Portilla e huuum rolou uma putaria, eu pensei "agora o negócio vai" e fui trouxa denovo. Concluindo, portinon finalmente se acertou e a anie finalmente terminou com a Diana. Amém!! #revoltadaefeliz
Emily Fernandes Postado em 25/12/2017 - 12:49:11
Meu Deus kkkk que pessoa indecisa. Bem mas eu Entendo seu drama. Maitê como sempre sendo Maitê, mas agora acho que o casal portinõn finalmente respirara mais aliviadas. Enfim um ótimo Natal pra vc . Bjs
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Furacao Maite Postado em 23/12/2017 - 17:39:09
Owwwnnnn que fofas!!! Achei q tdo estava perdido, q bom q deu tdo certo!!
Emily Fernandes Postado em 25/12/2017 - 12:47:14
Sim, finalmente as coisas estão caminhando para Um finalmente sim. Kkk feliz Natal pra vc. Bjs