Fanfics Brasil - Capítulo 8 My biology ( Portinon e Savirroni) 1/2 temporada finalizada

Fanfic: My biology ( Portinon e Savirroni) 1/2 temporada finalizada | Tema: Portinon e Savirroni


Capítulo: Capítulo 8

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Respirei fundo, sentindo o aroma floral gostoso com o qual já estava acostumada. Toda vez que pisava na guarita do prédio de Maitê, o cheiro das flores do jardim invadia meus pulmões, geralmente fazendo um sorrisinho surgir em meu rosto. Mas hoje eu estava preocupada, ansiosa demais pra sorrir. Assim que me viu, Andy abriu a porta para mim, como em toda sexta-feira, e eu entrei, respirando fundo outra vez. Trêmula, passei por ele, que me deu um sorrisinho amigável por detrás do balcão da portaria, e subi pela escada, inquieta demais para esperar o elevador. Aquela poderia ser a última vez que eu estaria naquele prédio. Meu estômago revirou de nervosismo só de pensar. Assim que o primeiro andar entrou no meu campo de visão, vi Maitê me esperando com a porta de seu apartamento aberta. Minha garganta ficou totalmente seca assim que seus olhos castanhos me encararam.


Me aproximei da porta, com a respiração discretamente ofegante, mas sem nenhuma relação com os lances de escada que subi. Não soube como agir, até que ela abaixou o olhar e me deu espaço para passar. Com sérias dificuldades pra respirar de tão apreensiva, eu entrei e parei a alguns passos da porta, de costas pra ela, enquanto a ouvia trancá-la. Tomando coragem, me virei em sua direção, e a observei encarar o chão e prolongar aquele silêncio sepulcral por mais alguns segundos.


- Como você tá? – ouvi Maitê murmurar, com um pouco de cuidado na voz, e quase não soube responder, porque seu olhar se fixou no meu.


- Bem. – respondi, com a voz falha, e pigarreei de leve para firmá-la. – E você?


- Já estive melhor. – ela falou, assentindo devagar e voltando a encarar os próprios pés. Mais silêncio.


- Não quer se sentar? – ela disse, me olhando novamente após mais algum tempo quieta, e indicou o sofá com um gesto de mão. Me sentindo uma visitante incômoda, fiz que não com a cabeça e esbocei um sorriso cordial, evitando olhar em seus olhos. Maitê respirou fundo, colocando as mãos nos bolsos do short jeans, e perguntou, com a voz baixa:


- Como foi a excursão?


Soltei um discreto risinho miserável ao ouvir sua pergunta, me lembrando de todos os péssimos momentos daquele dia. Nem que eu quisesse seria capaz de explicar o quão torturante aquela excursão tinha sido.


- O que você acha? – murmurei, encarando meus tênis com a expressão vazia. – Não podia ter sido pior. - Maitê abaixou seu olhar, parecendo um pouco culpada pela minha resposta, e eu continuei. - Ter que passar o dia inteiro com pessoas que eu não gosto e que também não gostam de mim, quase perder o chaveiro que minha avó me deu de presente, e pra encerrar com chave de ouro, quase ser assaltada enquanto esperava minha mãe ir me buscar na escola. Grande dia, sem dúvida.


- O que? Você quase foi assaltada? – Maitê repetiu, com a voz um pouco sobressaltada, e eu pude ver seu rosto demonstrar preocupação. – Como assim?


Ergui meu olhar pra ela, e entortei a boca, balançando a cabeça negativamente.


- Não foi nada demais. – respondi, sem querer citar o momento em que a professora Portilla apareceu e expulsou aquele cara estranho. – Minha mãe chegou bem na hora e ficou tudo bem.


Maitê continuou me encarando, com o olhar meio aflito e a testa levemente franzida, e eu sustentei seu olhar, séria por fora e desmoronando por dentro. Tudo que eu queria naquele momento era abraçá-la, só isso já me faria um bem enorme.


- Eu devia ter dado um jeito de ir com você. – ela disse delicadamente, como se tentasse enxergar meus pensamentos através dos meus olhos. – Evitaria muita dor de cabeça.


- Pois é. – suspirei, sentindo minhas entranhas se revirarem de ansiedade dentro de mim ao ouvir seu tom de voz reconfortante. Se eu dissesse que estava lacrimejando, seria muito ridículo?


 


- Talvez se eu tivesse ido com a sua turma, nós não estivéssemos agindo como duas estranhas nesse exato momento. – Maitê murmurou, com os olhos cravados nos meus de um jeito tristonho. – Tudo isso por uma discussão que já não tem a mínima importância pra mim… Porque o que eu sinto por você é muito maior e mais especial do que isso.


Um sorriso tímido surgiu no meu rosto, derrubando duas lágrimas fujonas dos meus olhos. Alívio era pouco perto do que eu estava sentindo. Ela sorriu fraco pra mim, e toda aquela seriedade que existia antes sumiu de seus olhos instantaneamente, voltando a mostrar a Maitê maravilhosa que eu conhecia. A minha Mai.


- Me desculpa. – eu falei, com a voz embargada, e cobri meu rosto com as mãos, sentindo vergonha de mim mesma por estar chorando.


- Esquece isso, já passou. - ouvi sua voz preocupada murmurar, bem perto do meu ouvido, me abraçando carinhosamente e me obrigando a inalar seu perfume viciante. – Eu senti tanta saudade de você… Não conseguia te tirar da cabeça por um minuto sequer, me odiando por não ter simplesmente corrido atrás de você sem nem ligar pro que os outros iam pensar.


Àquela altura, eu já estava totalmente mole, ainda de pé somente porque ela me segurava. Era como se aquilo fosse um sonho. Maitê afundou seu rosto em meu pescoço, respirando profundamente meu perfume, e me deu um beijo atrás da orelha, provocando arrepios por todo o meu corpo. Logo depois, suas mãos envolveram meu rosto e o ergueram até nossos olhares se encontrarem.


Encostando a ponta de seu nariz no meu, ela sussurrou, olhando fundo nos meus olhos com um sorrisinho lindo:


- Eu te amo, minha pequena.


Sorri novamente, fazendo com que duas últimas lágrimas teimosas, que ela logo enxugou com os polegares, rolassem pelo meu rosto. Passei minhas mãos ao redor de seu pescoço, com o sangue formigando dentro das veias, e venci a pouca distância que separava nossos lábios. Senti Maitê sorrir assim que nossas línguas se encontraram, sem a menor pressa de se afastarem, e ela envolveu minha cintura com seus braços. Deus, como era bom me sentir inteira novamente.


Envolvi seu rosto com minhas mãos, matando a saudade de cada centímetro daquela região, e embrenhei meus dedos em seus cabelos, que estavam arrumados demais pro meu gosto. Senti meus pés saírem do chão quando Maitê me levantou, e dobrei minhas pernas pra trás, partindo o beijo e afundando meu rosto em seu pescoço. Sorrindo feito uma idiota, aproveitei a proximidade entre minha boca e seu ouvido para sussurrar:


- Você sabe que eu também te amo… Não sabe?


Maitê me colocou no chão novamente, e quando voltamos a nos encarar, vi que ela fingia pensar numa resposta, fazendo um biquinho fofo e olhando pra cima.


- Hm, não sei… Que tal refrescar a minha memória?


Um sorrisinho danado surgiu em seu rosto, o que só me fez sorrir mais ainda. Quase tinha me esquecido de como era bom estar com ela e de como ela me fazia rir com uma facilidade impressionante.


- Pode deixar que eu te faço lembrar direitinho, Perroni. – sussurrei, com meus lábios rentes aos dela num sorrisinho esperto e um olhar intenso em seus olhos castanhos radiantes. Maitê colocou suas mãos em minha cintura e me puxou pra mais perto bruscamente, me beijando na mesma hora com uma vontade assustadora. Parecia que ela se lembrava muito bem, e estava mais do que disposta a me dar um flashback.


Suas mãos logo desceram mais um pouco, parando espalmadas em minha bun/da, e as minhas deslizaram lentamente pelos seus seios e barriga, saboreando cada milímetro do trajeto. Maitê continuou descendo uma de suas mãos até a minha coxa, e a puxou pra cima, fazendo meu joelho ficar na altura de seu quadril. Entendendo o que ela queria (me carregar pra algum lugar, como sempre), eu subi novamente minhas mãos até seus ombros e me impulsionei pra cima, envolvendo sua cintura com minhas pernas. Agradecendo com gemidos baixos enquanto me beijava, ela deu alguns passos às cegas, segurando firme em minha bu/nda enquanto eu voltava a agarrar seus cabelos. Mais alguns passos adiante e eu estava sentada sobre algo plano. Tateei a superfície, enroscando meus dedos em alguns fios inesperados, e percebendo minha curiosidade, Maitê partiu o beijo e disse, com a boca avermelhada e um olhar meio enfezado:


- Quer fazer o favor de parar quieta?


Olhei pra baixo, e me vi sentada sobre a mesinha do telefone, que tinha sido empurrado pro lado e caído no sofá, deixando sobre a mesa apenas sua fiação. Ah, tá, agora eu entendi.


- Foi mal. – murmurei, sorrindo sem graça pra ela, que revirou os olhos com um sorriso de canto e voltou a me beijar logo depois. Sem tempo a perder, enfiei minhas mãos por debaixo de sua blusa branca, tocando sua pele quente, e as deslizei até descobrir sua barriga toda. Com uma das mãos, puxei-a pra mais perto pelo cós do short, e ela resolveu tirar a blusa, puxando-a pra cima pela parte de trás e jogando-a longe em dois segundos. Assim que se aproximou novamente, Maitê avançou em meu pescoço, dando beijos e leves chupões pela região. Agarrei com mais força seus cabelos, enquanto fincava minhas unhas da outra mão em seus ombros.


Ela continuou descendo seus beijos até meu colo e desabotoou um dos dois botões da minha camiseta preta, que só serviam pra regular o decote. Beijou de leve o local onde o botão cobria, e fez o mesmo com o segundo botão. Ela ergueu o olhar na minha direção, sorrindo pervertidamente, e depois suas mãos foram até o fecho do meu sutiã por baixo da blusa, levando-a junto. Tirei-a na mesma hora, com a ajuda desnecessária dela, e assim que ela voou pra algum lugar, sua boca estava grudada na minha novamente. Já bastante ofegante, eu acariciava seus braços e seios, sentindo seus dedinhos ágeis puxarem as alças de meu sutiã e fazendo-as escorregarem por meus ombros.


Com uma mão firme envolvendo sua nuca e mantendo seus lábios firmemente colados nos meus, eu lutava contra o botão de seu short, que não queria abrir de jeito nenhum, com a outra mão. Pelo visto estávamos perdendo o jeito, porque Maitê também parecia estar com dificuldades com meu sutiã, mesmo usando as duas mãos para tirá-lo, até que ela se irritou e me afastou de leve.


- Resolve o meu problema que eu resolvo o seu, pode ser? – ela ofegou, atordoada, e eu assenti na hora, tirando o sutiã com facilidade enquanto via o short dela descer até alcançar o chão. Achando graça do momento complicado, voltamos a nos beijar com um sorriso, e eu senti minha intimidade dar sinal de vida mais embaixo. Abracei seu pescoço com mais força enquanto ela apertava meus seios e soltava alguns gemidos roucos, e passei a mordiscar e sugar o lóbulo de sua orelha com vontade.


Maitê subiu uma de suas mãos até minha nuca, agarrando meus cabelos, e passou a outra por debaixo da minha coxa, apertando seu interior e me puxando pra mais perto. Desci uma de minhas mãos até encontrar o que procurava, e fiz carinho de leve sobre a calcinha, fazendo-a inspirar ruidosamente e buscar meus lábios com urgência. Ela podia ser bem exigente quando provocada. Assim que voltamos a nos beijar, sua mão contornou minha coxa, ficando sobre sua parte superior, e subiu até o botão da minha calça. Sem querer romper o beijo, mas com o mesmo problema de antes, ela tentava em vão abrir o botão, até que eu segurei suas mãos e a ajudei, com vontade de rir por vê-la tão destrambelhada. Obstáculos vencidos, não demorou muito pra minha calça e calcinha estarem espalhadas pela sala.


Deslizando suas mãos desde o meu joelho até meu quadril, Maitê segurou meu rosto com uma delas, embrenhando as pontas de seus dedos em meus cabelos por trás da orelha, e com a outra tocou minha intimidade devagar. Ela me beijou na mesma hora, só pra me provocar mais ainda. Igualmente dedicada a me beijar e a mexer seus dedinhos mágicos, ela não demorou muito a me levar ao primeiro orgasmo do dia, sorrindo orgulhosamente depois do feito. Incrível como ela sabia exatamente onde investir pra me fazer pirar.


Sentindo algumas mechas de cabelo grudarem em minhas costas por estar suada, eu voltei a espalhar beijos por seu pescoço, porque hoje aquela área parecia estar especialmente perfumada. Me aproveitando da distração dela, minhas mãos foram descendo até encontrarem o elástico de sua calcinha, e nem preciso dizer que ela já estava no chão em menos de dois segundos. Me afastei de seu pescoço e levei minha mão até sua intimidade, mantendo nossas testas unidas. Comecei a masturbá-la rapidamente, sentindo Vero apertar minhas coxas com força e afundar seu rosto em meu pescoço. Seus músculos se contraíam enquanto eu acariciava sua nuca com a mão livre e beijava seu ombro, que estava próximo da minha boca. A respiração falha e quente dela no meu pescoço estava me arrepiando inteira, ainda mais quando ela começou a gemer baixo bem ao pé do meu ouvido.


Quando já estava nítido que ela se segurava pra não acabar com a festa, desci até sua intimidade e comecei a chupá-la, fazendo com que ela chegasse ao ápice, subi e voltei a brincar com seu clitóris, mas ela segurou minha mão, me fazendo soltá-la. Cosiderando-se que eu beijava seu pescoço feito uma desvairada, e me pegando de surpresa por sua rapidez, me penetrou com seus dedos de uma vez só e com força. Soltei um gemido alto, que logo foi abafado pela boca dela, e finquei minhas unhas em seus braços. Maitê continuou investindo rápida e furiosamente, gemendo contra meus lábios, e segurava firme em minha cintura, me puxando pra si a cada investida. Estávamos realmente urrando, suadas e com os músculos totalmente tensos de prazer, até que nossos gemidos foram ficando cada vez mais cansados e ela finalmente diminuiu os movimentos, aguentando até eu atingir meu segundo orgasmo.


De olhos fechados e com a testa unida à dela, eu apenas tentava recuperar o fôlego enquanto sentia sua respiração quente em meu rosto. Maitê acariciou de leve minha bochecha com uma mão, e eu abri os olhos, vendo um sorrisinho fofo surgir em seu rosto.


- Na mesinha do telefone, Maitê? – cochichei, rindo baixinho e mordendo meu lábio inferior dormente, fazendo-a revelar seus olhos intensamente brilhantes – De novo?


- Me desculpe, vou tentar me esforçar mais pra chegar ao sofá nas próximas vezes. – ela murmurou, dando uma piscadinha marota e me dando um selinho demorado logo depois. É, acho que o dia ia ser bom.



(....)


- Mai, eu tenho que ir.


- Ah, Dul só mais um pouquinho, vai.


Estávamos deitados no sofá da sala, após uma tarde bastante, erm, empolgante. O corpo de Maitê estava sobre o meu, e suas mãos percorriam confortavelmente minhas coxas, quadris e cintura enquanto nos beijávamos. Já estávamos há um bom tempo ali, a ponto de deixá-la “alegre” pela milésima vez no dia, mas eu realmente tinha que ir embora. Não que eu quisesse, por mim ficaria o resto da vida dando uns belos amassos em Maitê, mas se eu não chegasse em casa logo, minha mãe ficaria desconfiada pela demora.


- Eu tô falando sério. – reforcei, tentando me sentar enquanto minhas mãos empurravam inutilmente seu corpo pra trás e ela beijava meu pescoço de um jeito provocante. – Eu preciso ir embora.


Ela soltou um suspiro derrotado, apoiando a testa em meu ombro, e eu quase voltei atrás, se ela já não estivesse de pé no segundo seguinte.


- Só você mesmo, Dulce. – ela resmungou, de pé na minha frente enquanto eu me sentava pra calçar meus tênis. – Fica me atiçando e depois me dispensa? Não dá certo.


Olhei pra ela, mas meus olhos inevitavelmente se fixaram em seus seios. Como eu já estava acostumada a vê-la sem roupa, às vezes eu me esquecia de que aquilopodia chamar muita atenção.


- Pelo amor de Deus, Perroni, hoje você não pode reclamar de carência. – eu ri, voltando a amarrar meus cadarços com um sorriso divertido. – Já liberamos endorfinas suficientes pra uma semana só nessa tarde.


- Engraçadinha. – Maitê falou, com a voz meio frustrada/irritada. – Já vi que você realmente vai me deixar assim, então eu vou me conformar e buscar meus tênis.


- Pra que? – perguntei, quando a vi caminhar na direção de seu quarto. – Vai me levar até lá embaixo hoje?


- Você acha mesmo que eu vou te deixar ir andando sozinha a essa hora? – ouvi sua voz exclamar lá de dentro, como se andar até a minha casa lá pelas oito da noite fosse um absurdo. – Eu vou te levar!


- Claro que não, Maitê! – neguei, ficando de pé quando terminei de calçar meus tênis e seguindo-a depois. – Nem pensar, é arriscado demais! Imagina se minha mãe ou alguém conhecido nos vê?


- Não acho que ninguém vá nos ver, mas se acontecer, o que tem de mais nisso? – ela disse enquanto calçava rapidamente os tênis, como se nossa relação fosse totalmente permitida. – Uma professora não pode dar uma carona pra uma aluna que encontrou totalmente por acaso na rua?


Revirei meus olhos, com um leve sorriso contrariado, e ela logo veio até mim com uma expressão esperta.


- Se você insiste… – murmurei, encarando-a com o olhar derrotado. Ela sempre me convencia, sempre me fazia ceder ao seu jeito seguro e despreocupado, e o pior, extremamente lindo.


- Sim, eu insisto. – Maitê retrucou, cerrando os olhos e franzindo rapidamente o nariz antes de me dar um beijo demorado. Os minutos foram passando (aliás, voando), a gente continuou se beijando, e assim que ela me prensou contra a parede do corredor, me dei conta de que aquilo estava durando demais e estava tomando um rumo que não devia tomar.


- Desculpa, eu me empolguei um pouquinho. – ela sussurrou, abrindo devagar os olhos e me fazendo sorrir feito uma idiota quando eu a afastei pelo ombro. Mesmo depois de quase dois meses juntas, ela ainda me fazia sorrir sem esforço.


- É, eu percebi, você tá que tá hoje. – brinquei antes de dar as costas pra uma Maitê desconcertada. – Vamos?


Descemos as escadas rapidamente, sem esquecer de nos despedirmos de Andy, e caminhamos até o carro de Maitê, que estava estacionado bem em frente ao prédio. Rezando pra ninguém nos ver, entrei no carro pela porta do carona enquanto ela fazia o mesmo do outro lado, com um sorriso insistente de quem estava levando a namorada (ou sei lá o que eu era dela) pra casa pela primeira vez. Ela lançou um olhar de dúvida pra ignição do carro e subitamente começou a tatear os bolsos do short, procurando alguma coisa.


- Droga. – ela xingou, entortando a boca e desistindo de revirar seus bolsos. – Esqueci a chave.


- Não acredito. – falei, revirando os olhos e rindo de um jeito apreensivo por estar aparecendo com ela em público. Olhava pra todas as direções, preocupada com as poucas pessoas que passavam pela rua e o que elas poderiam pensar.


- Viu o que você faz comigo? Me deixa toda desconcentrada. – ela murmurou, com sua típica cara brincalhona de insatisfação enquanto saía do carro. – Já volto.


Assim que Maitê sumiu pela portaria do prédio, eu me deixei escorregar no assento do carro, praticamente sumindo de vista. Apesar de ter olhado pra todos os lados possíveis e não ter visto quase ninguém na rua, eu não queria correr o risco de ser vista por gente demais, ou pelas pessoas erradas.


Encarando vagamente a barra de minha blusa, com a qual eu brincava com a mesma atenção, eu esperei, até ouvir leves batidas no vidro ao meu lado poucos segundos depois. Pulei de susto com o barulho repentino, e senti todo o sangue do meu corpo evaporar quando olhei na direção do som.


Meu olhar se fixou nos olhos irritantemente castanhos de Keaton Stromberg do outro lado do vidro, que sorria pra mim com seu cinismo cotidiano. Não sei descrever o que se passava dentro de mim naquele momento, só sei que foi um dos piores sentimentos que eu já tive, como se tudo dentro de mim estivesse desmoronando. Ele não podia estar ali, ele não podia ter me visto, ele simplesmente não podia.


Quando eu pensei que ainda havia uma chance de driblar aquela situação, vi que havia uma meia dúzia de garotos igualmente playboys do outro lado da rua cochichando e rindo entre si enquanto nos observavam, alguns até fotografando a cena com a câmera de seus celulares caríssimos. Amigos dele, que também me conheciam de vista porque estudavam no mesmo colégio. Maravilha, eu realmente estava encurralada.


- Desce o vidro, quero falar com você. – ouvi a voz de Keaton pedir, abafada pela porta fechada entre nós. Tentei me mexer ou fazer algo básico como respirar, mas não deu. Eu estava totalmente paralisada, dura de pavor. Ele era só fruto da minha imaginação. Só podia ser.


Levei alguns segundos assimilando a situação, e como Keaton continuou parado do meu lado e não sumiu como uma miragem normal, eu fiz a única coisa que podia fazer: abaixei o vidro, com o olhar trêmulo. Já era, ferrou tudo. Ele e seus amiguinhos iam mostrar fotos minhas no carro de Maitê pra diretora, ela chamaria minha mãe e aí minha vida estava acabada. Já dava até pra me ver mudando de escola e sendo tachada de piranha pro resto da vida.


- Ora, ora, vejam só o que temos aqui. – Keaton sorriu maleficamente, apoiando levemente um cotovelo no retrovisor do carro. – Dulce María Espinosa Savinon no carro de Maitê Perroni… Por essa eu não esperava… Bom, talvez eu até já esperasse.


O grupinho de garotos do outro lado da rua começou a rir, e eu senti meu sangue voltar às veias, concentrando-se especificamente em minhas bochechas e deixando-as insuportavelmente quentes, chegando até a confundir meus pensamentos.


- O que você quer? – gaguejei, meio tonta por causa da pressão enorme que eu sentia dentro da cabeça, que atendia pelo nome de pânico. Vi o sorriso de Keaton alargar, como se tivesse gostado da pergunta, e seu olhar maldoso se tornou ainda mais intenso.


- Amanhã eu vou dar uma festinha na minha casa. – ele murmurou, aproximando mais um pouco seu rosto do meu para se fazer ouvir. – Aparece lá e a gente conversa.


Ele voltou a se afastar, mexendo em sua mochila, e de lá tirou um cartão em branco e uma caneta. Anotou rapidamente seu endereço no papel retangular e me deu.


- Se eu fosse você, não deixava de ir. – ele disse, piscando maliciosamente pra mim enquanto se afastava e levava seu bandinho risonho consigo. Eu apenas o observei se afastar, gargalhando e vendo alguma coisa nos celulares dos amigos, provavelmente fotos da minha cara horrorizada. Totalmente confusa e assustada, abaixei meu olhar pro cartão, onde a caligrafia redondinha de Keaton reluzia graças à luz do poste. Eu precisava achar uma maneira de contornar aquela situação, e eu tinha cerca de 24h pra pensar numa boa proposta.


Olhei desanimadamente na direção do prédio de Maitê, e a vi passar depressa pelo balcão e rir de alguma coisa com Andy. Rapidamente escondi o cartão de Keaton no bolso da calça, e assim que ela entrou no carro, forcei um sorrisinho simpático. Não queria que ela soubesse desse inconveniente, não por enquanto. Ela colocou a chave na ignição e me olhou, provavelmente notando meu jeito estranho. Não era preciso muito tempo de convivência comigo pra saber classificar meu estado de humor.


- Que foi, Dul? – Maitê murmurou, com a expressão e a voz levemente preocupada. – Você tá branca feito papel.


- Não foi nada. – respondi, balançando negativamente a cabeça e me esforçando ao máximo pra parecer normal. – Eu só tô meio cansada… Acho que preciso dormir um pouco.


Ela continuou me encarando, com a testa franzida, e por um segundo pensei que ela não cairia na minha mentira. Mas tudo que Maitê fez foi dar de ombros e arrancar com o carro, alheia a qualquer tipo de acontecimento perigoso. Como sempre.


 



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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 134



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  • AnBeah_portinon Postado em 23/03/2018 - 16:01:20

    Perfeita! Isso descreve a fic. Eu já estava lendo no título de portisavirroni aí fiquei triste quando parou. Mas quando fui pesquisar denovo quase pulei de alegria com a continuação, e que continuação né?! Amei, principalmente porque sou do #TEAMPORTINON. Mas enfim foi tudo perfeito, mesmo com algumas brigas que só serviram para fortalecer e apimentar a relação delas. Bjs

  • Furacao Maite Postado em 11/01/2018 - 00:51:49

    aaaaah que fofinho! amei! Eu torciaa para savirroni no começo mas Jessyrroni é muito mais lindo kkkkkk Oooow, maei sua fic, primeiro pq teve muito jessyrroni e segundo porque vc escreve bastante!! ainda quero desenvolver esse dom seu! parabéns!!

    • Emily Fernandes Postado em 12/01/2018 - 20:57:17

      Eu que amo suas fics. Adoro mesmo. Não importa se são capítulos grandes ou não. Mas acho que esse dom logo vc pega o jeito. E muito obrigada mesmo por gostar. E JESSIRRONI foi mesmo fofinho.

  • MaryCR Postado em 30/12/2017 - 16:59:30

    Não taça comentando pq tava com preguiça. Mas agora eu tô aqui. Mulher não tem como não ficar indecisa.Primeiro: vc gosta de me deixar na curiosidade hein. Me fez acreditar que quando minha mãe dizia ALEGRIA DE POBRE DURA POCO era verdade e depois que elas se acertaram eu pensei que ela me fez de trouxa. Segundo: como vc me faz acreditar que estava tudo ótimo e BUUM começa um capítulo com uma briga daquelas!? Era só avisar que me queria morta seria menos trágico. Terceiro:Anahí adora uma janela hein. Quando Dulce menos espera ela brota lá no quarto gente que isso!? Quarto: vô para de enumerar pq tá chato (rimei). Adorei portinon maternal,não pq a criança dos outros sempre desperta vontade de ter filhos na gente,apesar de achar q eu não teria muita paciência e por último e mais importante: COMO TU PARA NUMA PARTE DESSAS? Concluindo eu não sei se estou mais revoltada,feliz,confusa,raivosa,curiosa ou ansiosa. E olha que eu nem sou de libra ein. Povo mais indeciso não existe.

    • Emily Fernandes Postado em 31/12/2017 - 14:37:30

      entendo, as vezes tbm fico assim, que nem da vontade de acordar. Eu nunca faço isso, mas realmente os capítulos estão terminando em momentos cruciais, fazer o que. Mães sempre tem razão, confie. A relação delas é uma montagem russa, porém acho que as brigas Jajá terão fim. Cara Anahí, é uma pessoa que realmente não curte portas, só espero que isso não ocorra com frequência, pq se não Dulce não vai mais ficar surpresa. Eu não tenho esse interesse maternal, nos filhos dos outros ainda, acho que é a idade. Porém confesso que crianças são minha perdição, acho que já está na hora delas começar a família. Mas vamos te tirar de libra pra vc continuar a leitura... E o que mais importa. Feliz ano novo. PS: Eu uma vez tbm, já deixei uma biblioteca, em uma fanfic que leio, e depois não consegui mais me conter em palavras. ahahahahahah.

    • MaryCR Postado em 30/12/2017 - 17:02:30

      Nunca escrevi negócio tão grande kkk

  • Furacao Maite Postado em 29/12/2017 - 01:14:05

    que up na vida hein? Dulce médica! E que viagem doida é essa de 2 anos! coragem!!! kkk

    • Emily Fernandes Postado em 29/12/2017 - 14:18:21

      Acho que a viagem venho a calhar, pq a insegurança e a rotina estava as afetando.

  • Furacao Maite Postado em 29/12/2017 - 01:02:09

    eitaaaa, estava tudo bem agora já começa o capitulo com uma briga? (19) genteeee, que babado

  • Furacao Maite Postado em 29/12/2017 - 00:58:58

    Ainda bem que a Dulce e Anahí brigaram mas fizeram as pazes no mesmo capitulo!

    • Emily Fernandes Postado em 29/12/2017 - 14:17:09

      Sim, acho que elas combinam assim, mesmo. Acho que fica uma relação mais dinâmica. Kkk

  • Furacao Maite Postado em 29/12/2017 - 00:55:16

    Sou do time da Marichelo! Sou team Jessica Coch kkkkkkkkkkkk Também acho que é dificil de encontrar outra igual a ela! Maite tem sorte kkkk Mas ainda bem que a mãe da Anahí aceitou a Dulce!

    • Emily Fernandes Postado em 29/12/2017 - 14:15:53

      É sim, digamos que Marichelo sempre adorou Jéssica, porém acho que Jéssica está ótima com Maitê não. Kkkk

  • Furacao Maite Postado em 29/12/2017 - 00:51:48

    vou colocar a fic em dia....

  • MaryCR Postado em 24/12/2017 - 02:41:13

    Pense em uma pessoa revoltada, pense em mim. EU VOU DA UMA VOADORA NA PERRONI sério. Eu vô e penso "até que enfim a perroni vai ajudar portinon" e fui TROUXA, ela fez exatamente o contrário. Dulce foi na casa da Portilla e huuum rolou uma putaria, eu pensei "agora o negócio vai" e fui trouxa denovo. Concluindo, portinon finalmente se acertou e a anie finalmente terminou com a Diana. Amém!! #revoltadaefeliz

    • Emily Fernandes Postado em 25/12/2017 - 12:49:11

      Meu Deus kkkk que pessoa indecisa. Bem mas eu Entendo seu drama. Maitê como sempre sendo Maitê, mas agora acho que o casal portinõn finalmente respirara mais aliviadas. Enfim um ótimo Natal pra vc . Bjs

  • Furacao Maite Postado em 23/12/2017 - 17:39:09

    Owwwnnnn que fofas!!! Achei q tdo estava perdido, q bom q deu tdo certo!!

    • Emily Fernandes Postado em 25/12/2017 - 12:47:14

      Sim, finalmente as coisas estão caminhando para Um finalmente sim. Kkk feliz Natal pra vc. Bjs


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