Fanfic: O Desconhecido | Tema: Vondy, CyD, AyD, MyD, DyC
Ali estava, aquilo era uma tempestade chegando. Dulce Maria olhou para o céu e, vendo apenas sua alta abóboda azul encoberta por uma fina camada de nuvens, como se fosse uma gaze, perguntou-se por que achava tão agourenta aquela vista maravilhosa. Era um dia de verão perfeito – um daqueles dias clássicos –, mas algo dentro dela sentiu a ameaça distante do trovão. Ela não podia ouvir ou ver a tempestade, mas sabia que estava a caminho. Idiota! Fez uma pausa na copa, olhando para seu guarda-chuva e seu casaco leve de algodão que, às vezes, usava no jardim em dias mais frios. Não seja covarde, disse a si mesma com firmeza, pegando apenas um amplo chapéu de sol de palha, com uma fita amarela amarrada, antes de sair para o pátio azulejado na parte de trás da casa. Se chover, você vai se molhar. Então, qual o problema? Isso não vai te matar! Enquanto cruzava o gramado, ajustando o ângulo do chapéu conforme caminhava, Dulce analisou sua súbita e pequena bravata. Ela se sentia selvagem, de alguma forma, e um pouco ousada até. De repente, ocorreu-lhe que estava se sentindo realmente muito feliz. Que alívio! Finalmente! Caminhando mais depressa, quase saltando, ela gostava da elasticidade que sentia sob suas sandálias e que emanava do gramado impecavelmente cortado, e de repente sentiu-se levemente tonta por um segundo, quando inalou os ricos odores de seus canteiros abundantemente guarnecidos. As rosas, as ervilhas-de-cheiro, os arbustos perfumados. Bom Deus, era verão, ela estava totalmente em forma, não tinha compromissos e não havia nada que tivesse que fazer! Os pombos estavam arrulhando enquanto as abelhas pairavam sobre as rosas e os gerânios, e ela também compartilhou de sua inquestionável alegria.
Na parte inferior do jardim, um pequeno portão com um alpendre conduzia ao bosque que ficava atrás, e o caminho que o cruzava descia em direção ao rio. Conforme Dulce passou pelo portão, sentiu outra onda de satisfação. Esta era também sua propriedade e podia desfrutar de seu passeio em paz sem encontrar outros caminhantes. Essa nova sensação tinha uma qualidade delicada, e ela queria examina reanalisar o sentimento, não desejando que ele estourasse em sua cara de repente, como um balão, antes de poder saboreá-lo. Ela iria querer novas pessoas a seu redor em breve, tinha certeza disso, mas por enquanto sentia-se mais confortável sozinha ou apenas com seus amigos mais próximos. O bosque em uma tarde de verão era um lugar mágico para se ficar sozinho. Aquela sombra mesclada era verde e fresca; viva, mas tranquila e densa, com uma qualidade amimada de esperança. Era o tipo de lugar em que se poderiam imaginar duendes e elfos, embora apenas os pombos, as folhas farfalhantes e o rio próximo estivessem conversando entre si. Não que aquele não fosse um ótimo lugar para se partilhar com alguém, pensou ela, esperando por uma pontada de dor, e então voltou a sorrir quando, felizmente, a dor não veio. Apenas lembranças felizes vieram à tona. Ela e Alfonso, em outra caminhada no verão, após a refeição, os dois meio tontos e de pilequinho por causa de um bom vinho. Eles tinham rolado na vegetação rasteira e dado uma bela trepada aqui, debaixo de uma árvore antiga que estava à sua direita. Eles haviam gozado ruidosamente entre as formigas, os galhos e a lama. A gente fazia as coisas direito juntos, pensou, a gente se entendia completamente. Seu sorriso se tornou melancólico. Claro, havia algumas rugosidades–a diferença de idade e a devoção de Pocho a seus negócios significavam que aquelas transadas frenéticas nos arbustos eram bastante raras –, mas apenas os momentos felizes é que ficaram impressos em sua memória. Ela imaginou estar vendo onde a grama e as samambaias tinham sido esmagadas e sentindo a terra sob suas costas enquanto celebrava a vida com seu amor, seu marido. Mas a próxima vez não seria com Alfonso, não é? Seu querido esposo tinha falecido havia oito meses. Ela iria encontrar um novo amante no bosque um dia desses, quando fosse o momento certo. E a sombra sorridente de seu marido iria torcer por eles.
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Autor(a): beatris
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. Não seja esquisita, Dulce, ela ordenou a si mesma, caminhando com ousadia para a frente, e tropeçando ocasionalmente nas raízes das árvores ou nas trepadeiras que apareciam pelo caminho. No relativo silêncio daquela parte do bosque, ela gradualmente tornou-se consciente de que o som da água ali adiante estava um pouco mudado. ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 4
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GrazihUckermann Postado em 14/11/2017 - 19:02:39
Estou amando *-* Bem que a Dulce podia dormir com ele para protege-lo dos raios neh.... :D Continua S2
beatris Postado em 14/11/2017 - 23:30:46
kkkk q bom q ta gostando linda, e que talvez ela faça uma visitinha p vê cm ele tá ;)
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GrazihUckermann Postado em 10/11/2017 - 20:01:15
Estou amando *-* Continuaaa
beatris Postado em 11/11/2017 - 14:52:00
ctn sim amore mais tarde tem mais