Fanfic: O Desconhecido | Tema: Vondy, CyD, AyD, MyD, DyC
CAPÍTULO DOIS UM BELO DIA
A tempestade tinha chegado. Ou, pelo menos, os relâmpagos e trovões estavam ali, e a chuva purificadora não devia estar muito atrás deles.
Não que Dulce estivesse muito preocupada com isso. Essas tempestades violentas às vezes a perturbavam, especialmente se fossem daquele tipo wagneriano. Mas, nesta noite, sua mente estava totalmente ocupada, principalmente com aquele jovem desconhecido e nu que descobrira no rio. Ela não conseguia afastar de sua mente a imagem do rapaz. Era como se fosse um filme com um foco suave que se reproduzia continuamente dentro de sua cabeça. Primeiro ele observava a si mesmo, então se lavava e depois se masturbava. Ela ainda conseguia ouvir seu grito sufocado de triunfo quando seu sêmen atingiu a água como fios de seda branca; ela ainda podia ver quando o rapaz vacilou e então desmoronou sobre a terra macia da margem, com os olhos fechados e o peito pálido se elevando e descendo com a doce liberação da tensão. Você devia ter saído de trás daquele arbusto e se apresentado, sua idiota, disse Dulce a si mesma, embalando-se na água perfumada de sua banheira e pensando no quanto ele teria adorado aquele seu sabonete cremoso e o perfume de seu óleo de banho aroma terapêutico. Dulce tentou imaginar o rapaz dentro da banheira com ela (era uma banheira grande e com espaço suficiente para os dois), as mãos dele acariciando seu corpo, e não as mãos dela.
Sua própria mão derivou até a virilha, e ela estava prestes a abrir aquele tapete louro de seus pelos pubianos e tocar-se uma vez mais quando um estrondo especialmente alto de trovões deteve seus dedos.
– Tudo bem...
Agora já chega – disse ela, rindo baixinho e concordando com o moderador celestial que havia decretado, através do ruído trovejante dos elementos, que se masturbar até chegar ao orgasmo por três vezes durante o banho já era mais do que suficiente, muito obrigado, garota! Haveria um montão de outras oportunidades mais tarde, se ela ainda sentisse essa velha necessidade, tão familiar.
Sem chance de não sentir tesão, pensou Dulce, saindo da água e alcançando uma toalha do suporte aquecido, já que não consigo parar de pensar no meu delicioso desconhecido do rio. Ela havia se contido naquela hora, com medo de perturbar o rapaz. Ela era uma daquelas amantes barulhentas, com a tendência de gritar quando a paixão a dominava, e fazia tanto tempo desde que sentira orgasmo pela última vez que não achava que conseguiria vivenciar mais um em silêncio. Depois de seu próprio orgasmo, ele parecia ter caído no sono, seu corpo comprido tão imóvel como se tivesse desfalecido, e os braços esticados numa posição vagamente cruciforme.
Dulce ficou observando o jovem durante algum tempo, sentindo uma sensação de alívio quando viu o peito do rapaz se movimentando lentamente para cima e para baixo enquanto respirava. Ele não estava morto, afinal, apenas dormindo. Quem diabos é você, meu garotinho perdido? perguntou-se ela, afofando o cabelo ruivo e longo com mechas, e pensando nos revoltos cabelos castanhos cacheados do homem. Quem é você? ela pensou novamente, e começou a se perguntar por onde andaria agora aquele belo adormecido. Ele poderia muito bem estar por perto. Ela odiou a ideia de que ele pudesse agora estar dormindo ao relento, mas concluiu que, se o rio era seu banheiro, então o teto de seu quarto provavelmente seria o céu. E o que é você? perguntou a ele silenciosamente, enquanto ficava de pé nua diante do espelho e espalhava um leve creme nutritivo no rosto. Parte de sua atenção estava voltada para seu próprio corpo, carne firme, que era um pouco mais curvilíneo do que gostaria que fosse, mas, para uma mulher na casa dos quarenta anos, era ainda tranquilizadoramente feminino. A outra parte, maior, ainda ponderava sobre o enigma daquele desconhecido. Sim, o que era ele? Um vagabundo, um viajante da Nova Era, talvez?
Ele parecia jovem demais, no entanto, para ser o primeiro, e limpo demais para ser o segundo. As caravanas da Nova Era passavam pela cidade algumas vezes, a caminho dos antigos menires do terre no próximo, mas eram grupos grandes. Aquele seu forasteiro que se banhava no rio viajava definitivamente sozinho. Mas, e se ele fosse um prisioneiro foragido? Ou um paciente mental fugitivo de alguma instituição?
Dulce tremeu, mesmo naquele banheiro quente e úmido. Ela se perguntou novamente se aquele homem poderia estar por perto. Rosqueando firmemente a tampa do pote do hidratante, ela descartou aquelas hipóteses mais ameaçadoras. Aquele homem misterioso parecia alguém confuso, quase que desorientado, mas aparentemente sabia muito bem o que estava fazendo. E as roupas dele que viu de relance
– um casaco comprido e escuro e calças de um cinza claro pendurados num arbusto, e as meias, camisa e cueca secando sobre uma pedra
– não se pareciam com uniformes de prisão e nem de qualquer instituição. A menos, claro, que tivessem sido roubadas.
Um trovão resmungou de novo, como gigantescas rochas rolando por um barranco, e Dulce esticou a mão para pegar seu quimono de seda vermelho, deslizando para dentro dele. Esta noite ela havia rejeitado sua camisola atoalhada de costume, desalinhada e sem graça, e aquele robe vermelho cintilante, um presente que Alfonso lhe trouxera de uma viagem de negócios ao Oriente, lhe parecia a escolha apropriada para seu estado de humor autoindulgente.
A seda era fria em contato com a pele, ainda excitada, e, enquanto descia as escadas para fazer seus preparativos para uma noite de mimos sensuais, o robe balançava e se agitava em torno de suas coxas como uma brisa fresca. Além disso, ele era bonito demais para ser um criminoso, ela pontuou para si mesma, pegando uma garrafa de vinho branco da geladeira, um bom Auslese 1990, pelo qual realmente ansiava.
Embora pudesse ser uma pessoa perturbada, acrescentou, escolhendo um de seus copos de vinho de som melier favoritos, um Riedel, elevando este e mais a garrafa escura do vinho alemão para a sala de estar. Não era uma coisa rigorosamente normal alguém tomar banho num rio. Seja como for, todas essas reflexões são agora puramente acadêmicas, ponderou Dulce, enquanto se servia de vinho, recostava-se no sofá e colocava um CD para tocar. Ela nunca mais o veria novamente. E nunca iria saber sua aparência quando estava vestido. A inefável melodia de Madame Butterfly preencheu a sala ao mesmo tempo que o primeiro gole daquele doce vinho abençoou seu paladar.
Ele era uma escolha acertada, e frutado como ela esperava que fosse, e com seu sabor veio também uma racionalização reconfortante. Aquele jovem do rio não era provavelmente nada próximo da presença romântica e misteriosa que idealizara para ele, mas ainda assim poderia preservá-lo dessa forma em suas fantasias. E ela iria colocar essa fantasia para trabalhar a seu favor até que um amante de carne e osso surgisse em seu caminho. Um trovão ecoou novamente, e o rapaz parecia estar com ela, ao lado dela, movendo-se agora sobre ela, seu corpo frio, mas ainda viril. Ela colocou o copo de vinho de lado para que suas mãos pudessem ser dele. Dulce o imaginou tocando o pescoço, e depois os ombros, e então seu peito, os longos dedos se curvando para moldar o contorno arredondado, deslizando o tecido brilhante do robe sobre os mamilos.
As pequenas cristas de carne endureceram imediatamente, e ela pareceu ouvir o riso de satisfação do jovem, embora não tivesse ideia de como ele pudesse soar. Abrindo o robe de seda, ela manteve o corpo erguido numa posição que seria como ele iria segurá-la, circulando o polegar em um ritmo lento e suave. Dulce desejou ter ouvido a voz do homem, para poder imaginá-lo agora sussurrando palavras carinhosas de admiração. Em sua fantasia, ela parecia a mulher certa para ele. Movendo suas pernas com inquietação, deixou que suas coxas se abrissem totalmente, como se fosse ele quem as empurrava, impaciente para alcançar seu centro quente e melado. Ele iria acariciar sua barriga por alguns poucos momentos, provocando-a, girando em seus dedos alguns fios de seus pelos púbicos; e então, iria sondar delicadamente entre seus lábios e encontraria o clitóris. Respirando fundo, Dulce repetiu os movimentos de seu amante simulado e, nomes no instante, trovões rasgaram o céu e a voz soprano fluida de Butterfly lançou-se soberbamente na ária “Unbeldi vedremo”. “Um belo dia...”
Dulce sorriu enquanto girava o dedo, criando sensações luminosas que ondulavam e dançavam em seu ventre. A letra falava sobre o retorno de um amante – o superficial e infiel Pinkerton
– mas, para Dulce, falava mais de uma chegada. Alguém havia chegado em sua vida hoje, mesmo que ele estivesse destinado apenas a ser uma sombra, um ícone do prazer solitário, um presente mágico de que pudesse desfrutar. Suspirando, ela mudou seu traseiro de posição no sofá, sentindo a deliciosa excitação concentrando-se sob seu dedo em seus quadris. Em breve. Em breve ela iria se permitir gozar mais uma vez. O trovão rolou e a voz doce da ópera subiu... E de repente alguém estava martelando furiosa e repetidamente na porta da frente.
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Autor(a): beatris
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
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Part 2 Com o coração batendo tão alto quanto os punhos desconhecidos que esmurravam a porta, Dulce arrancou os dedos da virilha e saltou sobre seus pés, quase derrubando o copo de vinho com esse movimento. Ela olhou para o relógio. Eram quase 10. Quem diabos estava tentando derrubar sua porta a essa hora da noite? Fechando as ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 4
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GrazihUckermann Postado em 14/11/2017 - 19:02:39
Estou amando *-* Bem que a Dulce podia dormir com ele para protege-lo dos raios neh.... :D Continua S2
beatris Postado em 14/11/2017 - 23:30:46
kkkk q bom q ta gostando linda, e que talvez ela faça uma visitinha p vê cm ele tá ;)
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GrazihUckermann Postado em 10/11/2017 - 20:01:15
Estou amando *-* Continuaaa
beatris Postado em 11/11/2017 - 14:52:00
ctn sim amore mais tarde tem mais