Fanfic: Womanizer - Vondy | Tema: Vondy

CHRISTOPHER

Acordei com a Kimberly em cima de mim, me dando beliscões e gritinhos que pareciam perfurar minha cabeça.

Kimberly não poderia ser mais diferente de mim. A começar por seus olhos verdes estridentes iguais aos de Leila, seu cabelo loiro e liso nos ombros e um narizinho arrebitado. Mas eu nunca me importei muito por sua aparência, sua personalidade não negava de quem ela era filha.

- Você sabe que horas são? - perguntei indignado tirando-a de cima de mim.

- Hora de tomar café, Christopher - respondeu desafiadora, voltando para o meu colo.

- É pai! - repeti pela centésima vez.

- Seu nome não é pai, é Christopher - fez graça.

Pai, papai, paizinho, paizão, nada funcionava com Kimberly. Desde que aprendera a falar era esse sacrifício para me chamar de pai, só chamava quando ela queria alguma coisa. Talvez fosse por não ter morado comigo desde que nasceu ou talvez só por ser mimada mesmo.

- Se arrume logo. Eu e a vovó temos novidades! - sorriu, beijando minha bochecha antes de deixar o quarto.

Quando desci para a cozinha, minha mãe passava manteiga no pão de Kim sentada ao seu lado. As duas pararam de cochichar quando me viram e eu estreitei os olhos.

- O que está acontecendo aqui?

- Kimberly irá passar uns dias aqui!

- Eu quero fazer ballet!

Disseram ao mesmo tempo.

Uni ainda mais minhas sombracelhas, processando as informações. Mais precisamente a de minha mãe.

- O que?

- Leila precisou viajar, Ucker. A Kim não tinha com quem ficar.

- Viajar para que? Para onde? Ela sequer trabalha! - eu disse, puto.

E não pelo fato de Kimberly ficar, mas sim pela falta de comunicação. Sempre foi daquele jeito. Tudo relacionado a Kim eu só ficava sabendo através de minha mãe, Leila só me procurava quando queria um aumento na pensão bastante generosa que eu dava. Ou uma fo/da para relembrar os velhos tempos.

- Ora, eu não sei. Ela e a mãe foram para Milão, voltam em três semanas.

Ou seja, três meses.

Três malditos meses gastando o meu dinheiro.

Olhei para Kimberly que nos encarava, seus olhos parecendo duas bolas de vôlei, de um lado para o outro.
Apesar de amar a minha filha, eu confesso que estava assustado para cara/lho.

Ela nunca havia passado tanto tempo antes, e cuidar de uma garotinha de seis anos não estava no topo da minha lista de diversões. Dois dias com minha mãe fazendo tudo era fácil para mim, agora em tempo real era outra coisa.

- Ouviu o que eu disse, Christopher?

- Sim, Kim - suspirei, me sentando - E não, não pode.

- Mas por que não!?

- Porque eu sou o seu pai e estou dizendo não. É uma perca de tempo.

- Christopher, ela vai precisar de uma distração enquanto estiver aqui - minha mãe disse, fazendo as vontades de Kimberly, como sempre.

- Minha mãe disse para você me inscrever!

- Sua mãe não manda em nada! - eu provoquei, ganhando uma língua.

- Pelo amor de Deus, você parece que tem a idade dela - minha mãe bufou - Eu pesquisei alguns estúdios. Encontrei um das uma às cinco. Muito bem recomendado, quase todas as meninas de Londres estão matriculadas lá.

Meus olhos se iluminaram como dois sabres de luz. Até que aquela ideia de ballet não era tão ruim assim. Com aquele horário, eu conseguiria trabalhar em paz sem estar preocupado com Kimberly.

- Por favor, papai - fez biquinho.

Não disse? Pequena manipuladora!

- Baixinha, - dei uma pausa para um gole de café - você irá fazer ballet!