Fanfic: Womanizer - Vondy | Tema: Vondy

DULCE

- E, Plié - eu disse segurando a barra e fazendo o movimento, em seguida todas repetiram, flexionando os joelhos em uma perfeita sincronia - Agora, fondu.

- Com licença - uma mulher pigarreou, roubando a atenção de todas nós.

Endireitei a coluna, deixando de segurar na barra para encarar a mulher e, provavelmente, sua neta que estava agarrada a sua mão.

- Me disseram na recepção que estavam em aula, mas a Kim estava me dando nos nervos - riu, sem graça - Você é a professora?

- Sim, sou Dulce Savinon - me aproximei, estendendo minha mão.

- Alexandra Uckermann - sorriu, apertando minha mão e em seguida descendo o olhar para a garotinha loira adorável ao seu lado - Esta é Kimberly, minha neta. Gostaria de coloca-la nas aulas.

Kimberly sorriu animada, olhando para o salão com os olhos brilhando. Me esforcei para não me abaixar e apertar suas bochechas, aquela menina parecia ter saído de algum filme de Hollywood.

- Pode me chamar de Kim - ela disse, muito esperta, estendendo sua mãozinha para mim.

- Muito prazer, Kim. Pode me chamar de Dul - eu sorri, me agaichando um pouco para alcança-lá - Então, senhora Uckermann, podemos conversar quando a aula terminar, tudo bem? Faltam apenas alguns minutos.

- Oh, claro, não se incomode. Iremos espera-la na recepção - disse, e puxou Kimberly pela mão para sair do salão.

Conversei com Alexandra sobre as regras da companhia e a mensalidade. Ela não perdeu tempo e fez a inscrição da neta que não disfarçou sua euforia.

- E outra coisa, senhora Uckermann, é muito importante que a senhora saiba que nós não somos uma creche. Ficamos com as meninas até o horário escrito no contrato, nada além disso - Eu disse, muito séria.

- Sim, claro. Eu mesma virei buscar a Kim todos os dias, não se preocupe.

- Sendo assim, será um prazer recebe-la, Kim - eu sorri.

Entreguei a Alexandra a lista de coisas necessárias que Kimberly precisaria para participar das aulas, ela começaria na segunda.

- Pronta para fechar, chefa? - Maite disse entrando em minha sala quando elas se foram.

- Oh, sim, com certeza. Meus pés estão me matando - reclamei, retirando minha faixa da testa e as sapatilhas.

Conheci Maite quando ela trouxe sua prima para fazer a inscrição, há dois anos, ela foi minha primeira aluna. Com sua mania de falar de mais, ela acabou soltando que estava desesperada atrás de um emprego e eu, com muita coisa para fazer sozinha, juntei o útil ao agradável. Ela precisava de um emprego e eu de uma assistente. Foi perfeito. Desde então construímos uma amizade maravilhosa.

- Eles já teriam me matato se eu fizesse metade das coisas que você faz naquele salão, cruz credo - fez careta e eu ri - Seu pai já chegou. Vou pegar uma caroninha, tá?

- E o Christian? - perguntei desfazendo meu coque e vestindo meu casaco.

- Sumiu de novo - murmurou raivosa, olhando a tela do celular, provavelmente para ver se tinha algum sinal de vida do safado.

- Ai, Maite! Você dá muito mole para esse cara e ele sabe disso, por isso pinta e borda com voce!

Maite e Christian viviam uma relação de amor e ódio, há um ano. Era sempre assim: ele aprontava, os dois brigavam e se separavam, ele voltava e ela cedia por não conseguir afasta-lo. Se fossem dois adolescentes eu até entenderia, mas não. Eram dois adultos de trinta anos vivendo esse chove e não molha.

- Não, Dul, desta vez é oficial: Christian está fora! Completamente fora! - ela disse, vermelha de raiva.

Perdi as contas de quantas vezes ela tinha dito aquilo.

- Poxa, um ano! A porra de um ano e ele não tem o mínimo de consideração comigo. Nem em namoro ele me pediu, Dul, sabe o que é isso!?

- Por que você não parte para outra, Mai? Tenho certeza de que existem muitos caras legais por aí dispostos a te dar muito mais do que esse moleque está te oferecendo.

- Eu sei, eu sei...- suspirou, jogando seu cabelo escuro para trás - Mas sabe quando todos os outros caras perdem a graça?

Neguei com a cabeça.

- É porque você nunca se apaixonou, Dul. Não para valer. É como se só existisse aquela pessoa.

 - Mai, isso está mais para obsessão do que para paixão - eu ri, ganhando um tapa.

- Vamos logo que seu pai já deve estar achando que eu estrangulei a princesinha dele.