Fanfic: Função CEO – Vondy (Hot) | Tema: Vondy; Hot

Christopher

Não houve hesitação quando entrei no prédio de Dulce, nem pulando os degraus de três em três para chegar mais rápido e muito menos ao entrar na casa dela. A porta estava entreaberta, o que me fez supor que Angel estava mesmo desesperada para que eu chegasse logo. Ela não deixaria a porta aberta num dia comum num bairro perigoso como aquele.

Mas eu não estava preparado para ver o que eu vi. O cubículo de Dulce estava uma bagunça. Móveis e objetos quebrados, cortinas e sofá rasgados, a TV destruída no chão, assim como a caixa de som. A cena era a mesma na cozinha e no banheiro.

– Graças a Deus você chegou – Angel saiu do quarto com os olhos inchados e o corpo trêmulo. Ela me abraçou com força, como se eu fosse o único salvador que ela tinha. Christian saiu em seguida com cara de poucos amigos. Eu precisava falar com ele sobre Maite também. – Dulce teve outra crise, Christopher – soluçou. – Precisei dar um remédio pra ela conseguir dormir.

– O que aconteceu? – perguntei cauteloso.

Angel se afastou e relatou que tinha visto pouco, mas o que viu foi Dulce gritando desesperada enquanto quebrava e rasgava tudo o que via pela frente. Tentei imaginar a cena e foi completamente desconcertante. Dulce estava destruída. Caralho!

– Toma isso. Você está pálido – Christian me entregou uma cerveja. Abrimos, brindamos e tomei alguns goles enquanto tentava clarear as ideias.  – Angel, por que não vai dormir? Você está cansada. Vou conversar com Christopher.

– Você vai matá-lo – Angel cruzou os braços, desconfiada.

– Não vou. Isso mataria Dulce. Não queremos Dulce morta. Vou cuidar de Christopher. Vá dormir.

Angel pareceu relutante em sair, mas creio que seu cansaço realmente falou mais alto, porque beijou a minha bochecha, a de Christian, e saiu.

– Onde Dulce está dormindo? Suponho que ela tenha destruído o quarto também.

– Eu trouxe um colchão inflável e duas cadeiras – apontou para as cadeiras que estavam no canto da sala. As únicas que não estavam destruídas.

Caminhei lentamente até o quarto e vi Dulce deitada no colchão inflável, dormindo. Seu semblante não estava relaxado como de costume. Ela parecia atormentada até mesmo no sono. Angel se deitou ao lado dela e a abraçou, chorando baixinho.

As coisas realmente saíram do controle.

Voltei para a sala; Christian estava sentado numa cadeira, então me sentei na outra. Ficamos calados, perdidos em pensamentos enquanto tomávamos a cerveja. Deus, a cerveja da Rússia era muito melhor.

– Você realmente fez uma bagunça na vida dela, Christopher – Christian sussurrou depois de um tempo eternamente longo.

– Eu sei – bati a cabeça na parede e apertei os olhos. Minha garganta doía e eu queria fazer alguma coisa que fizesse Dulce não se sentir mais daquele jeito. – Eu sei.

– Você sabe que não foi legal ter mentido pra ela – ele começou. – Então não vou dizer isso. Todo mundo deve ter dito isso. Você se divorciou?

Assenti com a cabeça, ainda de olhos fechados. Eu estava tão envergonhado que não tinha coragem de olhar para o amigo da Dulce.

– Angel me contou um pouco do que aconteceu... O que você vai fazer a respeito?

– Boa pergunta – resmunguei. – Eu penso em tantas coisas, e nenhuma delas traz a Dulce pra mim. Parece que qualquer coisa que eu fizer agora vai afastá-la de mim.

– É foda ficar pisando em ovos – riu secamente. – Mas é melhor você fazer alguma coisa logo. Ela ama você, e você não estaria aqui se não sentisse o mesmo. Vocês precisam colocar as cartas na mesa. Sem manipulações.

Assenti com a cabeça, e continuamos em silêncio. Aquele era o conselho de uma das pessoas que Dulce deixava por perto, mas ainda assim eu fiquei perdido.