Fanfic: Função CEO – Vondy (Hot) | Tema: Vondy; Hot

Christopher

Dulce virou, ficando de frente para mim. O sol refletia pela janela e reluzia em seu rosto, deixando-a mais encantadora ainda. Ela cruzou as pernas e por mais que eu tenha tentado evitar, meus olhos voaram para lá. Ela tinha pernas realmente muito bonitas.

– Você está disposto a me contar a verdade? – a voz de Dulce me fez olhá-la. – Toda a verdade?

Porra.

Confirmei com a cabeça. Eu faria qualquer coisa, até mesmo falar que eu menti deliberadamente para ela, o que, com certeza, ela não receberia muito bem.

– Certo – ela se levantou. – Onde tem um tapete? – enruguei a testa, confuso. Ela sorriu. – Um tapete, Christopher. Você disse que sempre resolveríamos nossos problemas no tapete.

Um tapete... Claro. Será que ela se lembrava que isso envolvia que ela ficaria no meu colo? Incapaz de perguntar isso, peguei sua mão e a guiei para a sala de estar. Sentei no tapete felpudo, e por incrível que pareça, Dulce montou em meu colo.

E, bom, meu pau deu um salto. Um doloroso, inclusive. Ficar me masturbando não estava funcionando. Eu precisava de Dulce. Desesperadamente.

– Eu senti isso, Christopher – Dulce escondeu um sorriso, mas seus olhos brilhavam. – Controle-se. Você vai me contar tudo o que eu preciso saber.

Suspirei e me remexi inquieto, cravando as mãos em sua cintura. Ela limpou a garganta e eu vi o desejo que estava fluindo dela.

– Pode começar – sussurrou. – Estou ouvindo.

– Tá bem... – suspirei novamente. – Michelle e eu nos conhecemos quando eu estava no colegial. Ela era mais velha, e nova no país. O pai dela estava fazendo negócios com o meu pai e eu me dei bem com ela de cara. Ela era encantadora, legal, e falava um idioma diferente – eu ri. – Ela mostrava estar afim de mim, sabe? E ela era interessante também. Eu era novo e extremamente nerd, então fiquei surpreso por uma garota estar afim de mim, sendo que eu só queria saber de estudar e de jogar, ou até mesmo focar nos negócios do meu pai.

Dulce permaneceu com o semblante impassível, as mãos nos meus ombros. Aquilo era para me encorajar a continuar? Não estava funcionando. Me remexi novamente, inquieto.

– Casamos assim que eu terminei a faculdade, e as coisas mudaram. A garota virou um inferno. Ela surtava quando alguma mulher chegava perto de mim e sempre achava que eu a estava traindo.

– Você não a traiu? – Dulce arqueou a sobrancelha.

– Isso começou pouco depois de as crianças nascerem. Foi quando eu vi que ela não me daria o divórcio facilmente, mesmo sabendo que o nosso casamento já estava um desastre.

Dulce apertou os lábios e assentiu com a cabeça.

– Duas semanas depois que eu pedi o divórcio pela primeira vez, Michelle disse que estava grávida. Como nós não dormíamos mais no mesmo quarto, e só transávamos quando eu estava uma merda de bêbado, pedi o DNA antes de as crianças nascerem. São minhas. Mas isso não salvou o casamento. Michelle continuou pirando, sabe? Ela foi ao médico a pedido meu, mas ele disse que ela estava muito bem em suas faculdades mentais. E, bem... Quem sou eu pra discordar de um profissional? – ri sem humor.

Dulce apertou meus ombros.

– E então? – perguntou cautelosa.

– E então que eu fiquei numa encruzilhada. Se eu me divorciasse de Michelle, por mais que a guarda fosse compartilhada, ela poderia levar as crianças para a Suécia. As crianças não gostam dela. Nem louco eu deixaria os meninos com ela sem fazer nada a respeito. Eu contratei um investigador pra seguir cada passa dela, mas nunca encontrou nada. Nada. Absolutamente nada nos últimos quatro anos.

Dulce apertou meus ombros mais uma vez e sua testa enrugou. O que era aquilo?

Ela continuou calada, então continuei:

– Eu não me importava muito também. Estava ocupado com o trabalho, tinha as crianças por perto e a Michelle longe de qualquer forma, então... Ah... – certo, as coisas iam complicar. – E tinha também o fato de o meu pai ter ameaçado me tirar dos negócios se eu não me divorciasse por um motivo realmente bom. Ele não queria manchar a empresa...

– O quê? – Dulce franziu  o cenho. Droga. Droga.

– Me escuta – apertei seus quadris. – Isso foi até eu conhecer você, Dulce. Eu nunca me importei até conhecer você. Eu prometi a verdade e é o que eu estou dando, certo? Eu pensei que você fosse ser um caso assim como os outros. Não vou mentir e falar que desde o começo dos flertes foram porque eu queria me casar com você, porque não foi. Mas as coisas mudaram e você sabe. Você sentiu isso, Dul.

Os olhos de Dulce lacrimejaram, e eu fiquei me perguntando por qual parte de toda essa merda ela estava assim.

– Por que você não me contou? – perguntou com a voz embargada. Respirei fundo.

– Porque eu fiquei com medo de te perder. Eu sabia que você nunca aceitaria ficar comigo nessa posição porque você é honesta, Dul. Me perdoa, eu só não queria que você me deixasse, porque depois dos meus filhos, você foi a melhor coisa que eu tive na minha vida. Eu te amo, Dulce. Eu não posso perder você – segurei sua cintura, apavorado com a possibilidade de ela se levantar e ir embora mesmo depois de eu contar tudo, inclusive que a amava.

Dulce fungou.

– E agora eu estou livre, Dulce. Eu não estou mais com Michelle. Ela está internada por problemas psicológicos. Ela machucou meus filhos. Ela bateu neles como uma louca enquanto eu estava longe. Eu não podia deixar os meus filhos com aquela mulher. Ela tem problemas psicológicos...

Dulce ficou calada, me olhando. Sustentei o olhar, disposto a dar qualquer coisa que ela me pedisse.

– Nós perdemos um filho, Christopher – sussurrou. Ah, merda. Esse assunto...

– A culpa não foi sua, Dulce... Você estava certa, a culpa foi minha, completamente minha.

– Não...

– Foi sim – cortei-a. – Eu sei que foi, Dulce. Você passou por muita merda. Eu juro que eu ia te contar quando a gente chegasse de viagem, juro pra você. Eu ia abrir o jogo e ser honesto.

Ela respirou fundo e assentiu com a cabeça, segurando minhas mãos com a sua.

Dulce pegou meu rosto entre as mãos e me beijou com um carinho apaixonante.

– Isso foi um eu te perdoo? – perguntei esperançoso. Ela me olhou e sorriu fracamente.

– Eu vou pra casa pensar um pouco. Amanhã nós conversamos, tudo bem?

Merda!

Ela deve ter visto a minha cara de decepção, porque acariciou meu rosto e beijou minha testa.

– Não estou dizendo que não vou te perdoar. Estou dizendo que eu preciso assimilar tudo o que você me disse. É muita coisa, Christopher. Amanhã nós conversamos, tudo bem?

Não gostei nada disso, mas ela estava certa. E eu não estava em posição de protestar.

– Tudo bem – sussurrei.

Dulce se levantou e pegou a bolsa na mesinha de centro. Agachou e beijou minha bochecha, caminhando até a porta.

– Tchau, Christopher – saiu, fechando a porta atrás de si.

E eu não sabia, realmente não sabia se  ela iria voltar para mim.