Fanfic: Função CEO – Vondy (Hot) | Tema: Vondy; Hot

Christopher

Acordei num sobressalto com um pesadelo. Não exatamente um pesadelo, era mais uma lembrança. Pisquei algumas vezes ao me dar conta de onde estava. Eu havia passado a noite com Dulce, e tinha sido uma das noites mais intensas que eu já tive em trinta e quatro anos de vida.

Olhei um relógio que tinha ao lado de sua cama e xinguei baixinho. Já eram quase seis da manhã, e logo as crianças acordariam. Me virei novamente para Dulce. Ela estava dormindo em meus braços, serena, vulnerável, linda. Seu corpo inteiro estava colado ao meu, e imaginei que ela tinha o sono muito pesado, considerando a forma como eu acordei.

Muito lentamente eu tirei meus braços que estavam em volta dela, e ela resmungou algo, segurando-me mais apertado. Ri baixinho, e me soltei com muito sacrifício. Minhas roupas estavam na sala e, cara, essa mulher definitivamente valeu a pena esperar.

Assim que cheguei em casa, Victoria, a governanta já estava na cozinha preparando o café. Silenciosamente fui para o meu quarto e tomei um banho rápido, optando por já me vestir para o trabalho.

Quando desci, Mimi e Jacob já estavam à mesa comendo. Eles estavam comigo há mais ou menos um mês, desde que Michelle me ligou no dia fatídico em que eu estava prensando Dulce no meu escritório, para avisar que as crianças já estavam no avião porque ela iria viajar com a mãe para a Índia... Um retiro de ioga – claro.

Jacob estava com um braço e uma perna quebrados. No dia anterior, quando eu estava com Dulce e Maite estava batendo insistentemente na minha porta, era para dizer que ele estava no hospital. Parece que Mimi o desafiou a descer a ladeira de skate sem proteção. Detalhe: ele não sabe andar de skate. Claro, isso rendeu o castigo de um mês sem qualquer tecnologia... Televisão, computador, celular, tudo confiscado. 

– Bom dia – murmurei, sentando à mesa. As crianças me olharam desconfiadas e continuaram comendo.

– Bom dia, Sr. Uckermann – Victoria sorriu e colocou café em minha xícara. Não era necessário, mas ela tinha uma coisa de querer me servir... Sorri para ela.

– Bom dia – os meninos responderam fracamente.

Tentei manter uma conversa com eles, mas eles não estavam nada felizes em ficar sem celular. Oito anos de idade, eles deviam correr por aí, não ficarem emburrados por causa do celular. Ridículo. Acabei desistindo e indo ao trabalho. Como tive menos de duas horas de sono, optei por ir no Bentley, com o motorista. O trânsito da cidade era infernal, então eu preferi evitar dores de cabeça.

Cheguei quase às nove na empresa, o que significa que todos já estavam lá. Todos, incluindo Dulce. Entrei em minha sala e da minha mesa eu tinha uma visão dela. Ela usava calça. Quase murchei. Não iria realizar meus desejos de curva-la em minha mesa e fodê-la até perder a consciência. Mal sentei quando ela entrou em minha sala. Parecia cansada e tensa. Ela se sentou na cadeira em frente à minha e começamos a passar as agendas, como de costume.

– Está tudo bem, Dulce? – perguntei quando percebi que ela realmente não me olhava nos olhos.

– Por que não estaria?

– Não sei. Você parece nervosa – sorri e baixei o tom de voz. – Eu te deixo nervosa, Dulce?

Ela bufou e olhou para o sofá. Seu rosto ficou num vermelho vivo. Não consegui conter a gargalhada. Eu sei para onde a mente dela foi, e eu adoraria tornar isso realidade. Tirei o paletó e seus olhos acompanharam os movimentos. Eu adorava a forma como a mente dela ia quando ela estava comigo.

Me aproximei de sua cadeira e só então ela me olhou. Seu semblante estava confuso. Segurei os braços de sua cadeira, aproximando meu rosto do dela.

– O que está fazendo? – ela sussurrou quando mordisquei o lóbulo de sua orelha. Só o cheiro dela deixou o meu p/au como pedra.

Pois é, um maldito adolescente perto dela.

– Nada... Ainda – sussurrei em seu ouvido e sua pele ficou arrepiada. – Você não faz ideia do quanto eu quero te curvar na minha mesa e realizar todas as minhas fantasias que tenho desde que te conheci, Dulce – rocei os lábios pela parte sensível bem abaixo de sua orelha, e ela estremeceu.

Quando achei que a batalha já estava ganha, ela me empurrou bruscamente, fazendo-me recuar. Cara/lho, para que ela continua dificultando? Nós já passamos da maldita fase de ficar fugindo, não?

Ela se levantou com a postura rígida, e seu olhar estava feroz. Seu rosto estava vermelho, mas eu sabia que não era de vergonha. Era raiva.

– Não toque em mim no ambiente de trabalho, Christopher – ela rosnou. – Isso não vai acontecer. Já foi antiético o suficiente ir pra cama com o chefe, mas isso não vai rolar no trabalho.

– Um pouco tarde pra isso, não? – sorri debochado, enfiando as mãos nos bolsos da calça. – Nós já ficamos aqui, Dulce. Só não fomos até o final porque fomos interrompidos.

– Graças a Deus por isso – ela grunhiu. Cristo, ela estava furiosa. – Eu não ia me perdoar nunca se algo mais tivesse acontecido – seu olhar divagou e ela mordeu o lábio inferior. Parecia realmente arrependida pelo que aconteceu. – Isso não pode continuar, Christopher. Foi uma merda isso o que aconteceu, mas não vai se repetir. Nem aqui, nem em lugar nenhum. E eu peço que você respeite a minha decisão.

Ela estava ficando louca? Eu ainda não tinha nem começado a me fartar dela. Só podia ser brincadeira, certo? Me aproximei, mas ela pegou as agendas e recuou.

– Isso é por que eu fui embora? Por que eu não fiquei pra tomar o café da manhã com você? – falei com sarcasmo, passando as mãos pelos cabelos. – Dulce, eu te disse que não tinha tempo pra namoro.

Ela me olhou com confusão, mas quando entendeu o que eu queria dizer, suspirou e balançou a cabeça.

– Olha, isso – percorreu com o dedo o espaço entre nós. – Não vai dar certo. Foi um erro. Então se você tem o mínimo de respeito por mim, peço que se afaste – cuspiu e voltou para a sua sala.

Pu/ta que o pa/riu.

Ela estava mesmo falando sério.

Mas definitivamente isso não iria acontecer. Eu escolheria quando isso iria acabar. E só iria acabar quando eu me fartasse dela.