Fanfic: Função CEO – Vondy (Hot) | Tema: Vondy; Hot

Dulce

– Dulce, respira, pelo amor de Deus – Anahí me abanava com as mãos enquanto eu imitava os movimentos que ela fazia para controlar a respiração. – Isso, respira e expira com calma. Isso, garota.

Aos poucos senti minha respiração tranquilizar e Anahí parou de me abanar, pegando minhas mãos e sorrindo fracamente.

– Vai ficar tudo bem, Dul. Já passou. Você seguiu em frente.

– Você viu como ele falava? Caramba, Anahí, o jeito como ele falou... – minha voz falhou e eu senti lágrimas rolando pelo meu rosto. Anahí enxugou-as gentilmente.

– Não chora. Vai borrar a maquiagem – me repreendeu com um sorriso. Funguei e tomei mais algumas respirações profundas.

– Nada teria acontecido comigo se Fernando não tivesse traído minha mãe – murmurei com desdém. Anahí suspirou.

– Vem, vamos limpar esse rosto.

Ela me levantou e pelo lado de fora, fomos até o banheiro. Estava vazio e agradeci a todos os deuses por isso. Silenciosamente limpei as lágrimas, o borrão do rímel e retoquei não só com a maquiagem que tinha levado, mas Anahí ainda fortaleceu com alguns itens que ela levou.

Quando voltamos, encontrei Christopher parado do outro lado do salão, olhando para o jardim que tinha do lado de fora, de costas para mim. Cristo, ele era uma visão e tanto.

– Vá falar com ele. É até bom vocês irem embora.

Ouvimos o anúncio de que o leilão iria começar, e quando Christopher se virou, seus olhos caíram diretamente em mim. Sem hesitar, caminhou em minha direção e só parou quando estava demasiadamente perto, considerando que ele era meu chefe.

– Está tudo bem? Você está pálida. Podemos ir embora – seu sotaque estava carregado, o que só o tornava mais atraente. Balancei a cabeça e desviei o olhar.

– Está tudo bem – sussurrei. – Está tudo bem. Podemos ir depois que o leilão terminar. Vamos sentar?

Sem esperar a resposta dele, voltei à mesa, onde estavam Mauro, Cameron e Pablo Lyle, Alfonso e Anahí, e agora Christopher e eu. Anahí me olhou com cautela e eu sinalizei que estava bem com a cabeça.

Virando taças de champanhe, eu me coloquei no piloto automático e passei a agir num modo de autopreservação ao qual não recorria havia muitos anos. O leilão estava sendo um sucesso se eu me baseasse nas risadas e aplausos, mas não estava prestando a mínima atenção. Eu estava mais preocupada com a parede de gelo que se ergueu entre Christopher e eu depois que transamos na limusine e no seu discurso tão profundo e gentil.

Bebi algumas taças de vinho tinto que serviram junto com a refeição e ouvi Christopher conversar com as demais pessoas à mesa. Não prestei a menor atenção às palavras, apenas à cadência e o tom sedutor e equilibrado da sua voz. Felizmente, ele não tentou me integrar à conversa. Acho que eu não diria nada que prestasse.

Senti suas mãos acariciando meus braços e minhas costas e o encarei. Sua postura era a do CEO frio e distante, mas seus olhos transmitiam calor e preocuopação.

– Pronta pra irmos? – ele perguntou com um sorriso encantador.

– Claro – balancei a cabeça.

Nos despedimos do pessoal sentado à mesa e Pablo pediu o meu número para entrar em contato. Eu conhecia aquele olhar. E Pablo era um homem bonito, atraente. Não tinha planos de sair com ele, mas mesmo assim Christopher pareceu tenso e praticamente me arrastou de lá logo que passei meu número.

Fomos para casa em silêncio. Eu vi que ele estava desconfortável e queria me falar alguma coisa, mas eu ainda estava no piloto automático. Fiquei o tempo todo olhando as luzes que passavam rapidamente, encolhida no canto da limusine.

– Dulce? – ouvi o barítono profundo de Christopher quando estávamos chegando em meu apartamento. Fiquei calada. – O que houve no salão?

Meu estômago se contorceu e eu achei que ia desmaiar. Comecei a hiperventilar e senti Christopher se aproximando. Suas mãos puxaram minha cintura, virando-me para ele. Seus olhos estavam escurecidos, sua mandíbula apertada.

Então quando ele me envolveu em um beijo ardente, fiquei atônita demais para fazer alguma coisa além de aguentar firme. Foi um encontro arrebatador de duas bocas, tão cheio de paixão e espontaneidade que me deu um aperto no peito.

Quando ele se afastou, eu estava atordoada e sem fôlego.

– O que foi isso? – perguntei, ofegante.

– Uma amostra.