Fanfic: Função CEO – Vondy (Hot) | Tema: Vondy; Hot

Dulce

Quando cheguei ao trabalho na segunda-feira, me arrependi amargamente de ter recusado o falso atestado médico que Christian me ofereceu. Ele passou o dia comigo no domingo. Não cheguei a dizer a ele o que houve, mas não precisou. Como eu disse antes, ele entendia o meu estado de espírito.

Cheguei ao trabalho uma hora e meia mais cedo. Não consegui pregar o olho, e abençoei o inventor da maquiagem que cobriu minhas olheiras e o inventor do café que me impediu de cair dura de sono no meio da rua.

Minha mente ficou vagando entre a notícia que Christian tinha me entregue antes do evento e o pesadelo de Christopher. E caramba, um homem de quase um metro e noventa vomitando no meu banheiro foi no mínimo assustador. Mas o que me matou foi a forma como ele falou comigo.

Não se intrometa do que não é da sua conta, Dulce. O nosso caso é profissional e sexual.

Coloque-se no seu lugar.

Não que eu esperasse declarações, flores ou algo do tipo, mas caramba, para que tanta frieza? Esse cara ainda ia acabar com minha sanidade mental, eu tinha certeza disso.

Cansada de ficar me remoendo por isso, fui até a copa e preparei café para mim. Liguei a TV no noticiário. Terminei quatro xícaras de café e uma resenha com uma análise econômica do país.

– Ei, há quanto tempo está aqui? – Anahí perguntou reluzente, largando a bolsa em cima da mesa e pegando café para ela.

– Hãm... – olhei minhas anotações e suspirei. Ela se sentou ao meu lado e seu sorriso morreu.

– Você não dormiu essa noite? – ela fez uma careta. Balancei a cabeça e ela olhou o papel em minhas mãos. Leu-os rapidamente e arqueou uma sobrancelha para mim. – Você devia mostrar isso à Maite... Ou ao Sebastian.

– Sabastian...? – vasculhei na memória. Eu lembrava desse nome...

– Sebastian. Diretor da contabilidade. Os Uckermann também tem uma empresa de economia, caso queira algo mais específico. Fale com o Ben Jerez. Eles ocupam o vigésimo quinto andar quase todo. Você se daria super bem lá.

Hum, não ser mais secretária de Christopher soava mesmo muito tentador.

– Vou tirar cópias e entregar para Maite, Sebastian e Ben – falei com firmeza. Anahí me olhou com estranheza, mas deu de ombros e tomou o café.

– Como está com o Christopher?

Boa pergunta. Como estava com Christopher? Ele tinha sido tão absurdamente escroto comigo que eu nem sabia o que pensar.

– Tudo na boa – resmunguei. – Preciso ir. Quero entregar essas anotações antes de começar a trabalhar – olhei o relógio. – E tenho quinze minutos.

– Sei... – Anahí murmurou e me olhou daquele jeito que dizia que eu sabia que não adiantaria fugir. Ela sabia que tinha alguma coisa errada.

Olhei de soslaio enquanto ia para a minha sala e vi que Christopher já havia chegado, e estava mexendo em alguns papeis. Suspirei. Tirei as cópias, mas decidi entregar só no horário de almoço.

E fiz bem, porque a manhã foi absurdamente corrida. Foi melhor porque pensei muito pouco em meu chefe na minha cama. Ele teve duas teleconferências e recebeu alguns clientes. Mal conversamos, e quando o fizemos, era somente sobre coisas do trabalho. Tentei deixar de lado a irritação pelo fato de ele nem olhar na minha cara, mas falhei miseravelmente, porque fiquei tão transtornada que quase o mandei se foder por me pedir o horário da reunião com os britânicos.

Surreal.

– Você não vai almoçar? – Maite entrou em minha sala com o rosto iluminado e elegante como sempre. Ela definitivamente tinha um ótimo gosto para moda.

Olhei o relógio, confusa e suspirei. Merda. Eram quase duas horas e nada tinha passado pelo meu estômago a não ser café. Eu estava com fome, sabia que estava, mas meu estômago estava com vários nós, o que me impediria de comer bem.

– Você pode trazer um cachorro quente pra mim? Estou meio atolada de trabalho aqui...

Meu celular tocou e eu bufei. Ele tocou mais cedo, mas como era um número desconhecido, decidi não dar atenção. Maite franziu o cenho.

– Você está bem? – Maite perguntou com cautela. Peguei o celular e vi que era o mesmo número.

– Estou. Você pode pegar o cachorro quente pra mim, por favor? Se não for incomodar, claro. E ah... – levantei e fui até a mesa da impressora, pegando minhas anotações para ela. – Você pode ler e ver se é bom o suficiente pra eu me candidatar pra alguma coisa do meu ramo? Eu sei que devia esperar um pouco, mas eu estou tão cheia de ideias pra minha área que se não compartilhar com alguém, vou explodir. Estava pensando em entregar para Sebastian e Ben também... – meu celular tocou. Maite riu.

– Quem quer que seja, deve ser importante. Atenda. Tenho uma reunião mais tarde com Sebastian e Ben, vou mostrar a eles também. Vou comer e trago algo pra você comer. Christopher está sendo muito complicado?

Franzi os lábios.

– Ele é um bom chefe. Mas eu gosto da minha área, e pensei que poderia ser útil... Não sei.

– Certo – ela piscou para mim e saiu.

– Alô – atendi de péssimo humor. Vi que Christopher se levantou e caminhou até minha sala.

– Dulce? – uma voz masculina perguntou do outro lado. Christopher abriu a porta da minha sala e parou ao ver que eu falava ao telefone.

– É o Pablo Lyle.

– Pablo Lyle...? – disse distraída olhando para Christopher. Esse cara devia ser proibido de andar por aí. Um pecado de homem. Quase suspirei, mas apertei os lábios. Eu iria me colocar em meu lugar.

– Do evento de sábado. Eu pedi o seu telefone quando você estava indo embora, lembra? – Christopher se aproximou perigosamente e eu franzi o cenho para ele e ergui a mão, parando-o no lugar.

– Oi, Pablo, tudo bem? – forcei animação. Christopher estreitou os olhos. Que merda ele estava fazendo?

– Tudo bem. Te liguei mais cedo, mas acho que você estava ocupada. Eu vou viajar em três dias, mas gostaria de ver você antes. O que acha de jantar comigo hoje ou amanhã?

Uau!

Direto.

– Jantar com você... – repeti devagar e os olhos de Christopher quase saltaram para da cara e seu rosto ficou absurdamente vermelho. Hum, interessante essa reação. – Eu adoraria hoje, Pablo – sua respiração ficou mais aliviada do outro lado da linha e ele sussurrou um "Graças a Deus". Que adorável. Christopher se aproximou mais, balançando a cabeça e eu recuei, fazendo minha careta mais horripilante.

– Quantas horas você sai da empresa? Posso passar aí pra te buscar.

– Pode vir às seis. É o tempo que tenho organizado minhas coisas.

Christopher parecia furioso. Tentou pegar o celular da minha mão. Seus olhos estavam escuros e ameaçadores. Bati em sua mão diversas vezes. Que merda ele pensava que estava fazendo?

– Estarei te esperando lá fora. Tchau, Pablo – desliguei antes que Christopher fizesse isso. Então me virei furiosa para ele. – Que merda você acha que está fazendo?