Fanfic: Função CEO – Vondy (Hot) | Tema: Vondy; Hot

Christopher

Eu estava tão afundado de relatórios de alguns clientes que eu teria que ver no começo da tarde que quase senti meu coração parando de bater quando Maite se pôs na frente da minha mesa. Barbara não tinha me avisado da entrada dela, e não percebi quando ela entrou em minha sala. Droga de porta silenciosa.

– Cacete, Maite – respirei fundo. Eu estava a evitando desde domingo, e considerando que já era quinta, foram dias o suficiente para a fúria que tinha em sua voz naquele dia desaparecer. Ou não, visto a cara dela que parecia que ela ia me matar. – O que foi?

– Você não está se divorciando da Michelle? – ela rosnou e cruzou os braços. Puta merda. – Tem noção do quanto foi constrangedor a sua esposa ter me ligado quando eu estava no SPA com a Dulce e a Anahí e ela me disse que você não atende as ligações dela pra falar sobre as crianças?

Certo! Olhei para a sala de Dulce. Ela estava lendo alguma coisa no computador, sem sinal de estar escutando o começo de surto de Maite.

– O que acha de irmos almoçar? – sugeri, já levantando para pegar o paletó que estava no cabide.

– O cacete, Christopher. Nem no inferno. Eu estava apoiando você e a Dulce porque você me deu a entender que estava se divorciando.

– Maite – vesti o paletó e me aproximei dela com cautela. Eu não precisava que Dulce escutasse isso. – Vamos sair, por favor.

– Christopher, você tem ideia do que pode acontecer se Dulce descobre sobre Michelle, ou Deus o livre, Michelle descobre sobre Dulce? – ela elevou a voz.

– Irmã, estamos no nosso ambiente de trabalho. Por favor, vamos comer fora e a gente conversa sobre isso.

Maite olhou para Dulce e eu podia jurar que ela iria chorar a qualquer momento. Seus olhos lacrimejaram e seus ombros se sacudiram levemente, mas ela logo se recompôs, me olhou rigidamente e saiu da sala. Levantei o braço para chamar a atenção de Dulce e quando ela me olhou, falei sem som “Almoço com Maite. Volto logo”. Ela sorriu e assentiu com a cabeça, voltando a trabalhar.

Optei levar a minha irmã para um pub a alguns quarteirões de distância, assim ela não chamaria tanta atenção caso chorasse. Ela ficou calada o percurso inteiro, seu olhar vidrado em nenhum ponto fixo.

O pior é que eu sabia que Maite estava certa. Eu disse a ela que estava querendo me divorciar, mas ela provavelmente entendeu que eu já tinha entrado com o pedido. Droga, ela iria me matar. Maite tinha o sangue quente, assim como Dulce.

Puta que pariu.

Chegamos ao pub, sentamos, fizemos nossos pedidos e Maite ficou me encarando daquele jeito que ela fazia desde quando éramos pequenos. Foi o mesmo olhar de repreensão de quando ela queria me puxar para o quarto no dia da morte da minha mãe, mas eu fui teimoso e acabei escapando. Sempre achei que Maite se responsabilizava por termos visto a cena. Papo de irmã mais velha.

Comemos em silêncio. Maite mal tocou em sua salada.

– Mai, por favor, come.

– Por que você mentiu pra mim? – sua voz estava embargada. – Nós nunca mentimos um ao outro, Uckermann. O que você está fazendo?

Maite estava com uma postura fragilizada, senão derrotada. Eu só a vi nesse estado quando a mamãe morreu. Depois disso ela assumiu uma postura completamente extrovertida. Puro disfarce. Uma hora ela acabaria desmoronando. Eu só torcia para estar com ela na hora, para apoia-la.

– Você gosta da Dulce? – ela sussurrou, quase com receio que as paredes escutassem. – Ai, meu Deus... Você gosta da Dul, não gosta? – arregalou os olhos em choque. – Está apaixonado por ela.

Piada.

– Claro que não, Maite – enrijeci a coluna para demonstrar mais firmeza. – Está maluca? Dulce é minha secretária.

– Isso não impediu você de entrar nas pernas dela – resmungou com ceticismo. – Qual é, Christopher. Eu te conheço, você não fica com a mesma mulher desde Michelle. Na realidade, Michelle foi a única mulher que te colocou na monogamia – bebericou sua água. – Você nunca repetiu as mulheres na sua cama, até mesmo pelos perigos que isso pode trazer se Michelle consegue provas pra ter um bom dinheiro no divórcio.

Ponto para Maite.

– Dulce é um caso rápido, irmã.

– Eu não tenho tanta certeza, Chris – ela balançou a cabeça lentamente. – Eu vi jeito como você olha pra ela... Com admiração. Você está envolvido, Christopher. Está se apaixonando por ela. Você nunca olhou desse jeito pra nenhuma mulher "caso rápido". E Dulce te olha com adoração, Christopher. Por favor, não estrague as coisas. Se quer ficar com ela, se divorcie. Agora você é uma figura pública, um magnata. Aparecer em eventos com ela como acompanhante não é o problema, mas eu estive conversando com os Lyle, e o Pablo disse que você não ficou feliz quando viu que ele estava com ela no evento de sábado.

– Pablo é um babaca – resmunguei.

– Você nem o conhece – repreendeu-me. – Olha, Christopher, desde que a sua mãe morreu eu tenho passado a mão na sua cabeça, feito tudo, absolutamente tudo ao meu alcance pra te proteger, pra você não passar por mais sofrimento... – suspirou pesadamente. – Mas eu gosto da Dulce. Quero tentar mesmo ser amiga dela, e sinceramente, você está sendo um completo babaca. Já pensou se ela descobre sobre Michelle? Como ela vai se sentir?

– Já tive essa conversa com Alfonso. O papo sobre amante e tudo mais.

– Ótimo, então pare de pensar com o pau e coloque essa cabecinha inteligente pra funcionar. Pelo amor de Deus, Dulce não merece isso – olhou o relógio. – Preciso ir. Vou passar algumas coisas antes de voltar ao trabalho – saiu.

Odiava quando Maite tinha razão.

Eu não me preocupava com Michelle, mas Dulce de fato ficaria arrasada se descobrisse que eu era casado. Ela ia me odiar, provavelmente se demitir e me declarar ódio eterno.

E talvez Maite estivesse certa sobre os meus possíveis sentimentos por ela. Isso era o que mais me preocupava.