Fanfic: Função CEO – Vondy (Hot) | Tema: Vondy; Hot

Dulce

Um peso enorme me esmagava, e uma voz áspera vomitava palavras desagradáveis, detestáveis, na minha orelha. O pânico tomou conta de mim, deixando-me sem ar.

 De novo, não. Não... Por favor, não...

 Ele tapou minha boca com a mão e abriu minhas pernas. Senti seu membro duro tateando por ali, tentando abrir caminho para dentro do meu corpo. Meu grito saiu abafado pela palma de sua mão, que cobria meus lábios, e eu me encolhi toda, com o coração prestes a explodir. Era pesado demais. Pesado e forte demais. Eu não conseguia afastá-lo. Não conseguia tirá-lo dali.

Pare com isso! Me largue. Não encoste em mim. Pelo amor de Deus... Por favor, não faça isso comigo... De novo não...  Onde é que estava minha mãe? Mamãe!

 A mão dele abafava meus gritos, esmagava-me contra o travesseiro. Quanto mais eu resistia, mais excitado ele ficava. Arfando como um cão, ele investia contra mim de novo e de novo... Tentando se enfiar dentro de mim... 

– Agora você vai ver o que é bom.

Comecei a me debater desesperada para conseguir fugir dali, para tira-lo de cima de mim. Ai, meu Deus. Ia acontecer de novo. De novo não, por favor. Eu tremia violentamente por causa das lágrimas que escapavam por meus olhos, mas ele não parecia se importar. Na realidade, ele parecia estar se deliciando com o meu medo.

– Dulce – uma voz longe me chamou ao longe, mas eu não conseguia ver quem era. – Dulce, querida, acorde – a voz era calma, mas estava com um toque de pânico. – Dulce – a voz falou mais alto. – Eu estou aqui, querida. Acorde, por favor – me sacudiram levemente.

Abri os olhos num sobressalto soltando um grito de puro horror. Eu não reconhecia o lugar, meus olhos estavam embaçados pelas lágrimas e uma onda de pânico começou a atravessar meu corpo.

– Dulce, querida, sou eu – inclinei a cabeça e vi Christopher ajoelhado na cama, estendendo as mãos para mim, o semblante preocupado. – Está tudo bem, querida. Eu estou aqui.

Demorei um pouco para registrar que estávamos em sua casa e que nada de ruim estava de fato acontecendo comigo. Foi só um sonho.

Droga, eu não tinha esses pesadelos há mais de dois anos. O que Christopher iria pensar agora? Uma onda de vergonha me bateu. Com certeza ele iria pensar que eu era uma aberração ou coisa do tipo. Saí da cama e baixei os olhos, mortificada pela cena que ele foi obrigado a presenciar.

– Preciso de um banho – com certeza. Eu estava me sentindo imunda sentindo as mãos daquele imbecil em mim, mesmo que não fossem de verdade.

– Está tudo bem? – ele perguntou sondando todo o meu corpo. – Vem aqui, Dulce. Você está aos prantos, deixa eu cuidar de você.

Cuidar de mim? Nunca cuidaram de mim. Essa ideia era mais do que atraente, mas eu de fato me sentia suja, e eu não queria que Christopher se sujasse também.

– Por favor – solucei cobrindo meu corpo nu com os braços. – Eu preciso de um banho. Estou suja, Christopher. Não quero que toque em mim quando... – calei. Era prudente dizer a ele sobre Giovanni? Ele já ficou estranho o suficiente quando eu falei sobre meus pais, e eu não precisava de uma onda de pena. – Preciso tomar banho – pedi sem olhar em seus olhos.

Ele suspirou e se levantou da cama, indo em direção ao banheiro. Fiquei com os olhos vidrados na parede, revivendo o inferno que foi viver com Ninel depois que ela se separou de Fernando.

Não sei quanto tempo fiquei perdida em pensamentos quando Christopher me levou gentilmente até o banheiro.

Coloquei um dedo do pé para testar o calor. A água estava perfeita, quase quente demais, do jeito que eu gostava. Entrei na banheira e me inclinei para frente, para que Christopher pudesse deslizar atrás de mim. Quando ele se acomodou, inclinei-me para trás e me apoiei em seu peito. Ele esfregou o nariz ao longo da minha bochecha.

– Quer falar sobre isso? – sua voz saiu baixa, num sussurro. Balancei a cabeça e me encolhi. Ele me apertou mais. – Tudo bem. Está se sentindo melhor?

– Desculpe estragar a noite – murmurei olhando para seu peito. – Isso não acontece há muito tempo.

– Besteira. Você não tem que se desculpar por isso, kóchetchka.

– Hum, por que quando você fala na sua língua, parece que está brigando? – fiz uma careta. – E o que significa isso? – ele riu baixinho.

– Não estou brigando, querida. Kóchetchka significa “gatinha” – acariciou minhas costas, roçando os lábios em meu pescoço. Inclinei a cabeça para dar melhor acesso. – Adoro a forma que você ronrona quando eu te toco, Dulce.

Fechei os olhos. E eu adorava tudo nele, inclusive a forma de me fazer esquecer o motivo de termos acordado às quatro da madrugada.