Fanfic: Função CEO – Vondy (Hot) | Tema: Vondy; Hot

Dulce

Os últimos dois meses se passaram mais tranquilamente do que eu esperava. No fim, o meu medo de Angelique e Christopher perto ser um perigo foi amenizado. Os dois se deram muito bem, na medida de Angel ser muito empolgada e Christopher ser absurdamente reservado.

Ele respeitava o meu trauma no escritório, então sequer flertava comigo no trabalho. Mas compensava bastante quando estávamos sozinhos.

O trabalho estava corrido, muito corrido. Christopher saía tarde da empresa, passava em sua casa para ver as crianças e ia ficar comigo em seguida. Claro, nos finais de semana ele se dedicava inteiramente à Mimi e Jacob.

Nos revezávamos entre dormir em minha casa ou na dele. A que não tinha as crianças. Mas o fato é que aquilo estava começando a me incomodar. Jantares às escondidas, nada de demonstrações de afeto em público...

Eu sabia que assumir publicamente um relacionamento com o magnata Christopher Uckermann implicava maus olhares e fofocas sobre a secretária que deu um bote no chefe, mas sinceramente, eu não me importava. Eu só queria estar com ele. E isso incluía conhecer seus filhos, entrar de verdade na sua vida. Afinal, ele já tinha entrado na minha, certo? Eu precisava dar um jeito nessa relação.

– Querido – sussurrei enquanto acariciava seus braços. Era madrugada e estávamos deitados em sua cama, em um apartamento dele. Eu sabia que ele não estava dormindo porque sua respiração não havia se acalmado ainda.

– Sim? – ele mordiscou minha orelha. Estremeci.

– Quando eu vou conhecer seus filhos? – ele enrijeceu o corpo, e a sua resposta foi o silêncio. Me virei para ele. Estava escuro, mas as cortinas estavam abertas, a luz do luar batendo em seu rosto magnífico. – Você disse que estaríamos juntos, Christopher. Falou que me queria com você definitivamente, mas até agora eu não conheci os seus filhos, nós não assumimos um relacionamento e caramba, eu nem sei da sua vida.

Ele suspirou exasperado e tirou o braço da minha cintura.

– De novo essa coisa de não me conhecer? – resmungou, sentando na cama. Imitei o movimento.

– Não se trata disso, Christopher. Eu te conheço só até a parte que você me deixa ver. Você nunca sequer me contou sobre a história da sua cicatriz – eu devia ter reparado na sua carranca. Era um aviso que o Christopher controlado estava indo embora. – Você não se abre pra mim. Um relacionamento trata-se de confiança e...

– Você quer falar sobre confiança? Você nunca me falou sobre seus pesadelos – rosnou. Oh! Oh! Minha vez de fazer uma carranca. Eu tive alguns pesadelos nesse meio tempo, e quando ele falava sobre, eu sempre fugia do assunto.

– Isso é completamente diferente – me encolhi.

– Diferente, não, Dulce. Eu não sou idiota. Eu sei que não se tratam de simples pesadelos e você sempre foge quando eu falo sobre. E você quer me cobrar confiança quando você sequer confia em mim pra me falar sobre o que acontece com você? – cuspiu. Seus olhos estavam estreitados.

Ah, não. Eu não precisava dele para ficar me julgando ou me cobrando. Me levantei da cama e vesti um robe.

– Eu te contei sobre meus pais, droga. Eu disse que estou apaixonada por você e você sequer foi capaz de dizer que sentia o mesmo – grunhi, apertando o nó do robe.

– Então é disso que se trata? Esse é o ponto? Eu não dizer que estou apaixonado por você? É de palavras que você precisa?

Esse era o ponto? Não, claro que não. O ponto era que ele colocava um limite de até onde eu podia estar em sua vida.

– Você não confia em mim – cruzei os braços sobre o peito.

– Claro que confio – ele arregalou os olhos incrédulo, levantando da cama para me alcançar.

– Então qual a história da cicatriz? – por que eu estava falando da cicatriz? O ponto não era esse, mas eu já perdido completamente o foco da conversa. Tinha tanta coisa me incomodado nessa coisa que tínhamos, que eu acabava misturando tudo.

Seus braços caíram ao lado do seu corpo e seus lábios se apertaram numa linha fina. Claro sinal de que ele não falaria sobre.

– Você vai me apresentar aos seus filhos?  – sussurrei, já sabendo a resposta. Christopher colocou uma mão na cintura e apertou a ponte do nariz com a outra, fechando os olhos.

– Eu não posso, Dulce. Isso não pode acontecer.

Aí estava. Ele não me achava boa o suficiente para conhecer as crianças. Eu devia tê-lo pressionado antes, assim acabaríamos de vez com essa... Essa... Bom, seja lá o que fosse que tínhamos.

Esquecendo completamente que só usava um robe de seda que cobria minhas roupas íntimas, me dirigi até a saída, pronta para ir embora.

– Dulce. Dulce, volte aqui – ouvi Christopher se aproximando e me apressei. Talvez se eu corresse, conseguiria entrar no elevador privativo que tinha em seu apartamento.