Fanfic: Função CEO – Vondy (Hot) | Tema: Vondy; Hot

Dulce

Eu só queria ir embora.

Não para casa, mas algum lugar que tivesse ar puro. Qualquer lugar que tirasse o aperto que Christopher causou ao dizer que eu não era nada além da sua secretária.

Claro, eu era sua secretária, mas eu imaginei que estávamos evoluindo, certo? Errado. Christopher estava puramente profissional durante o evento. Sua postura era a de um perfeito CEO, mas seus olhos eram os do homem que eu tinha aprendido a amar.

Que porra era aquela?

Mais uma vez, me coloquei no piloto automático enquanto Christopher conversava com investidores e se preocupava em ser o perfeito magnata. E conquistava a atenção não só profissionalmente, mas também das mulheres. Eu via como elas olhavam para ele.

Eu também olhava daquele jeito, não tinha dúvidas.

A diferença era que eu tinha esse homem na minha cama. Elas não. Tentei me tranquilizar com esse fato.

Mas ainda assim, eu estava profundamente incomodada com a declaração dele. Mas não adiantaria dar uma cena no evento. Na realidade, eu estava muito envolvida com algumas joias da nova coleção. Era simplesmente surreal. Tão opulento. Eu nunca me imaginaria num evento desses. E lá estava eu. E com Christopher.

Christopher se ofereceu para pegar uma bebida e foi para o bar. Fiquei em pé observando um colar em ouro rosa com um diamante incrível dando uma elegância delicada. Era simplesmente incrível.

– É incrível, não acha? – Pablo surgiu ao meu lado lindíssimo em seu smoking, as mãos enfiadas nos bolsos das calças. Ele estava olhando o mesmo colar que eu, mas quando me encarou, um sorriso lindo brotou em seus lábios. – Só assim pra conseguir ver você, hein?! – brincou.

– Hãm... – sorri.

– Tentei te ligar algumas vezes, mas acho que você está me evitando – encolheu os ombros.

Na verdade eu nem tinha percebido que ele tinha me ligado. Com Angelique morando comigo, o trabalho exageradamente corrido e Christopher ocupando todo o meu tempo livre, ficava difícil prestar atenção em alguma outra coisa.

– Desculpe, Pablo... O trabalho está uma loucura.

– Christopher deve ser um chefe difícil, não é? – piscou. Eu ri. Era sim, mas eu não assumiria isso para ele. – Pelo menos semana que vem estaremos juntos – arregalei os olhos. – Os Lyle estão na lista de viagem dos Boneta. Nossas famílias são amigas desde a época dos nossos avós – puta merda, eu não tinha pensado nisso. – Eu adoraria passar um tempo com você. Sei que Christopher vai estar lá e ele parece ser muito rígido sobre o trabalho, mas você não vai ficar à mercê dele vinte e quatro horas durante duas semanas. Estava pensando que talvez eu pudesse ter algum momento a sós com você.

– Boa noite, Lyle – a voz de Christopher estava tensa quando ele apareceu atrás de mim. Quando ele apareceu? Será que ele estava interpretando tudo errado? Ai, meu Deus. – Sobre o que estavam falando?

Os dois apertaram as mãos, mas aquilo mais parecia uma guerra por território. E o território era Dulce María. Eu. Merda.

– Estava falando que eu também vou pra Seychelles com vocês – Lyle abriu um sorriso triunfante. Ele estava mesmo querendo disputar com Christopher? Não que ele não fosse atraente, mas era de Christopher que estávamos falando. – Perguntei a ela quais as chances de eu conseguir um momento a sós com ela. Eu sei que ela é sua secretária, mas...

– Zero chance, Lyle – Christopher cuspiu. Olhamos perplexos para ele. Macho alfa querendo marcar território. Eu odiei isso. – Você está redondamente certo. Ela é minha secretária e é pra isso que ela vai viajar. Pra fazer o trabalho que eu estou pagando. Não vamos pra uma lua de mel ou coisa do tipo, então faça o favor de parar de paquerar a Srta. Espinosa tão descaradamente – me entregou o drinque que eu havia pedido, mas eu estava chocada demais para beber.

Olhei ameaçadoramente para Christopher, mas ele se limitou a me lançar um olhar vazio e voltar a encarar Pablo.

Filho da puta!

– Hãm... – Pablo pigarreou com o rosto corado. Caramba, ele estava constrangido. – Desculpe, eu não pensei que você se incomodaria tanto.

– Pois me incomodo.

– Sr. Uckermann... – sussurrei.

– Com licença, Lyle. Preciso falar com Dulce – Christopher começou a me puxar para longe de Pablo. Lancei um olhar de desculpas para ele e ele sorriu fracamente, tomando seu vinho.

Christopher me puxou para fora do salão, para um jardim italiano que me tirou o fôlego. Haviam plantas frutíferas, flores e estátuas espalhadas organizadamente, deixando um estilo clássico funcional. Simplesmente incrível!

– Como assim Lyle vai viajar conosco, Dulce? – Christopher rosnou assim que me pressionou numa árvore grande, que nos escondia das pessoas que pudessem ver o que estávamos fazendo.

– Calma, você acha que eu sabia disso? – pisquei incrédula.

– Eu não sei, porra! – ele passou as mãos pelos cabelos e respirou fundo. – Você saiu pra um encontro com ele. É óbvio que ele está interessado em você.

Rá, aí estava o problema.

– Espera um pouco... – lutei para não deixar o sorriso aparecer, mas era quase impossível. – Você está com ciúmes?

– É claro que eu estou, caralho – ele rosnou. – Você ficou maluca em continuar dando moral pra ele? Ele quer você, Dulce.

– E eu quero você – não era óbvio? Agarrei as lapelas do seu smoking e sorri maliciosamente. Seu olhar suavizou e ele passou a mão pelo meu rosto carinhosamente. – Não duvide disso, Uckermann. Eu disse que te amo, e acredite, é verdade. Só tenho olhos pra você, amor. Não precisa desse ciúme.

Foi a primeira vez que o chamei de forma carinhosa. E sinceramente? Me senti ótima. Era como se eu tivesse sido predestinada a ele, a chamá-lo assim.

Christopher sorriu e ele me puxou para um beijo suave, repleto das palavras que ele não conseguia dizer, mas eu sabia que sentia.

E eu teria paciência com ele. Um dia ele diria as três palavras. Eu sabia que sim.