Fanfic: Função CEO – Vondy (Hot) | Tema: Vondy; Hot

Christopher

Eu estava com Alfonso do lado de fora do hospital quando Dulce teve alta. Eram quase dez horas e eu estava em êxtase, louco para falar com ela. Ou vê-la. Nem que fosse de longe.

– Você acha que um buquê de flores vai trazer Dulce pra você?– Alfonso bufou debochado.

Olhei para ele por cima dos óculos escuros. Ele parecia péssimo. Muito mal mesmo. Anahí havia terminado com ele por ter sido meu cúmplice todo o tempo. E segundo ele, teria que ficar comigo para garantir que eu não faria nenhuma merda, e conquistar Dulce novamente para que ele conseguisse conquistar sua garota mais uma vez.

– Não – respirei fundo. – Mas é um começo.

Tinha de ser, certo? Dulce veria em meus olhos que eu estava arrependido e que eu estava disposto a mudar as coisas.

Porra, nós tínhamos um filho. Por mais que a gravidez não tivesse vingado, tínhamos uma criança.

Ouvi Alfonso sussurrar um “babaca”, mas não me importei. Não quando Dulce estava saindo pelas portas do hospital com Anahí, Ana Brenda e os Boneta filhos a cercando.

Cristo, eu queria estar lá para cuidar dela e garantir que tudo ficaria bem. Dessa vez tudo ficaria bem.

E como diz algum pensador contemporâneo: a vida é uma vadia.

E eu tive certeza disso quando Pablo saiu do hospital e abraçou Dulce de forma tão íntima que tudo o que pude fazer foi enxergar vermelho. E naquele momento eu só queria passar o lápis no filho da puta que queria roubar minha mulher.

Comecei a caminhar ferozmente até eles, decidido a por o fim naquela palhaçada quando Alfonso me puxou forte e bateu minhas costas na parede do hospital, num canto que Dulce não poderia nos ver.

– Que merda você pensa que está fazendo? – rosnei, tentando me soltar. Comecei a me debater de tal forma que o buquê caiu no chão e eu nem me dei conta. Foda-se. – Me solta. Aquele filho da puta está tentando roubar minha mulher.

– Sua mulher o inferno! – Alfonso grunhiu, prensando-me ainda mais na parede. Seu braço prendia meu pescoço de forma que se eu me debatesse muito, ficaria sem ar. – Dulce não quer te ver.

– Ela vai me escutar – rosnei. – Me solta, porra!

Empurrei Alfonso abruptamente e peguei o buquê, me apressando em ir atrás de Dulce. Quando virei para encontrá-la, eu vi que ela olhava para os lados como se procurasse alguém. Me procurando. E quando me viu, fiquei paralisado.

Meu coração perdeu a batida ao ver a mágoa em seus olhos. Ela estava muito pálida, mas caramba, a sua expressão quando me viu... Uma mistura de choque e rancor. Mágoa e desprezo. Anahí olhou em nossa direção e empurrou Dulce apressadamente para o carro, Lyle entrando em seguida. Ana Brenda disse algo para Anahí que balançou a cabeça freneticamente. Ana segurou gentilmente o braço de Anahí, dizendo alguma coisa que a fez pensar. Anahí nos lançou um último olhar desdenhoso e entrou no carro. Ana Brenda fechou a porta e veio até nós.

Por que eu não tinha ido falar com Dulce? Não fazia ideia. Eu paralisei ao vê-la daquele jeito. Saber que eu era o causador da sua dor fez minhas pernas se recusarem a caminhar até ela e rastejar pelo seu perdão.

– O que pensam que estão fazendo aqui? – Ana Brenda cruzou os braços.

– Ana, eu preciso da Dulce – não me importei com o desespero em minha voz. Foda-se. Eu precisava da minha mulher. – Preciso que ela saiba que eu não fiz nada de forma proposital.

– Christopher o que foi que eu disse a você?

– Ana Brenda, você não está me entendendo – revidei.

– Não, você não está entendendo. Dulce acabou de descobrir que o namorado dela é casado e que acabou de perder um filho dele. Você está sofrendo, mas já pensou no quanto ela está sofrendo? – Ana fez uma carranca. Ela estava certa, mas precisava me entender também.

– Eu quero ficar com ela. Cuidar dela. Porra, nós tivemos um filho, isso tem que significar alguma coisa – passei a mão livre pelos cabelos, tentando clarear as ideias.

– E significa. Significa que você a traiu. Entenda o lado dela, Uckermann. Ela precisa esfriar a cabeça. Quanto mais você ficar em cima dela, mais vai conseguir que ela te despreze.

Arregalei os olhos.

– Ela me... Ela me despreza? – engasguei.

– Você não é o favorito dela no momento. Sinto muito. Dê um tempo a ela. Você já pediu o divórcio pra sua esposa?

Merda.

– É complicado – resmunguei.

– Christopher, um homem muito parecido com você me enganou também. Ele me prometeu um mundo, que me daria tudo e que queria ficar comigo pra sempre. Eu não sabia que ele era casado, e quando descobri, pressionei o cara a se divorciar ou então me perderia. Ele ficou com a família. É claro que ele ficou com a família. Ele tinha uma esposa linda e filhos brilhantes. Por que ele ficaria com a amante?

Eu não disse que era complicado? Eu nem tinha mais um casamento com Michelle. Porra, eu só queria meus filhos comigo, só comigo. Michelle era o próprio demônio com os garotos, nunca soube o motivo de ela insistir em querer levá-los para a Suécia.

Mas certamente eu não queria ter essa discussão com uma quase desconhecida e pior, em público.

Ela não entendia que Dulce não era a amante. Nunca foi. Desde a primeira vez foi mais que isso.

– Dulce nunca foi a amante, Ana Brenda – grunhi. Eu não queria ninguém falando isso dela.

– Bom, você é casado e teve uma relação extraconjugal com ela... Então, sim, ela foi sua amante. Você está em desvantagem. Não duvido que você a ama e até falei isso pra ela. Se você a ama mesmo, respeite a porra do espaço dela. Dá um tempo pra ela colocar a cabeça no lugar – Ana disse asperamente, saindo em seguida.

Virei para Alfonso, que simplesmente deu de ombros, pegou o meu buquê e jogou no lixo.

– Ela está certa – resmungou, enfiando as mãos no bolso da calça.

É, galera, parece que Dulce não quer mais ficar perto do boy, a amiga tá cega de raiva com ele, a desconhecida tá sendo a sensata, o amigo ficou solteiro e o próprio Christopher tá desolado.

Comentem, mores!