Fanfic: Função CEO – Vondy (Hot) | Tema: Vondy; Hot

Christopher

Eu cheguei tão possesso à casa de Michelle, que se as crianças não tivessem me agarrado com todas as forças, eu a teria matado. Lenta e dolorosamente. No avião, os vídeos se tratavam de Michelle aos amassos com o seu terapeuta, e outro em que ela batia as crianças desesperadamente com uma vara, gritando ensandecida, culpando-os por eu não amá-la mais.

A garota estava completamente surtada.

– Christopher, querido, você voltou? – os olhos de Michelle brilharam. Continuei verificando os machucados das crianças e me levantei com Mimi no colo. – Hãm... Sobre isso... Eles se machucaram – deu de ombros.

Porra, que mulher cínica.

Respirei fundo e coloquei Mimi no chão e baguncei os cabelos de Jacob.

– Crianças, por que não vão pra piscina? Papai precisa falar com a mamãe – sugeri, forçando um sorriso para eles, querendo tranquilizá-los. Eles não veriam uma discussão suja. Não mais.

Jacob protestou um pouco, mas Mimi falou sobre algum brinquedo que os tirou correndo da sala. Precisei tranquilizar a minha mente para não acabar fazendo nenhuma merda. Michelle se serviu de uísque e se sentou no sofá, cruzando as longas pernas. Ela tomou um longo gole da sua bebida e me olhou com um sorriso esperançoso.

– Não está muito cedo pra beber? – minha voz saiu baixa.

– Estou comemorando a sua chegada. Eu senti tanto a sua falta, querido. Eu estive pensando, nós podemos recomeçar mais uma vez – largou o copo na mesa de centro e se jogou aos meus pés, beijando meus sapatos.

– Você está maluca? – fiquei longe de seu alcance e rosnei. – Não chegue perto de mim, Michelle. Que porra você está pensando?

Ela se levantou juntou as mãos numa oração me olhando com os olhos marejados.

– Você não pode me deixar, Christopher. Lembra de quando a gente casou? A gente se amava, não se amava? Eu posso me livrar dessas crianças e a gente vai voltar a ser como antes e seguir em fr...

– Não ouse tocar nos meus filhos de novo, Michelle – rosnei, apontando um dedo para ela. Eu estava vendo tudo vermelho, e estava com tanta raiva pelo cinismo dela com Dulce, por ter agredido as crianças e ainda só o que eu pensava era em quando ela havia se transformado nisso.

Tentando agir de forma profissional, peguei a bolsa e tirei o notebook de dentro, ignorando Michelle pedindo para recomeçar. Era ridículo. Coloquei o notebook na mesa e abri os arquivos. Uma vez que eu havia pedido para Andrei enviar uma cópia para o juiz junto com o pedido de divórcio – que estava pronta há tempo, eu só renovava a data a cada trimestre –, eu mostraria a ela, pegaria as crianças e arrumaria outro lugar para ficar com as crianças enquanto pensava numa forma de me resolver com Dulce sem estragar mais ainda as coisas.

– Assista – minha voz era baixa com o esforço em não perder a cabeça. – Depois disso, eu vou pegar os meus filhos e vamos sair daqui. Entendeu?

Coloquei os vídeos calmamente. Seu semblante tranquilo desapareceu quando ela viu do que se tratava. Seu rosto ficou com uma coloração vermelha e ela apertou a borda da mesa, franzindo os lábios. Sua respiração ficou irregular e eu quase achei que ela poderia passar mal.

Ela me encarou com os olhos arregalados e marejados.

– Você estava me vigiando? Christopher isso é invasão de privacidade, você sabe disso, não sabe? – cruzou os braços com a voz embargada.

Soltei uma risada seca, incrédulo com a audácia dela de querer me culpar por alguma coisa.

– Essa casa é minha, Michelle, caso você não se lembre disso. Está no meu nome. Quanto ao seu... Caso com o Dr. Ivanov foi em um local público, porra. Diga, Michelle, você ficou com ele pra tentar me atingir ou pra ele não diagnosticar o seu distúrbio?

O rosto de Michelle se contorceu um ódio e ela começou a tremer. Com um grito, começou a bater no meu peito, descontrolada. Era o que eu precisava.

– Eu não estou louca, Uckermann. Eu te amo, por que você não vê isso? O que você viu naquela droga daquela ruiva? Eu sou muito melhor que ela – ralhou. – Olha pra mim, Christopher. Foi comigo que você casou. Eu não vou deixar uma vadia acabar com o nosso casamento, entendeu? Nem aquelas malditas crianças. Eu mato quem tentar você tirar você de mim – soluçou. – Você não pode me deixar. Você não vai me deixar. Eu mato aquela garota antes.

Congelei.

– Mas de que porra você está falando, Michelle?

– Acha que eu não vi a entrevista num evento que você a levou? E você a levou duas vezes – levantou dois dedos. Estava falando apressadamente, atropelando as palavras. – Eu vi fotos, Christopher. Eu vi como você olhou pra ela – jogou-se no chão, soluçando. – Você olhava pra mim do mesmo jeito. Você olhava pra mim antes daquelas crianças nascerem. Eu odeio aquelas crianças, odeio – berrou.

Esfreguei o rosto à procura de tranquilidade. Se Michelle estivesse mesmo doente, não adiantaria brigar. Tentaria conversar com ela depois e tentar um divórcio amigável. Nós dois sairíamos ganhando. Mas as crianças eu queria comigo. Disso eu não abriria mão.

Mas uma coisa não me saía da cabeça. Será que o seu distúrbio a levaria a fazer alguma besteira? Não seria eu a arriscar.

– Crianças – gritei arrumando o notebook. – Arrumem as malas. Vamos pra outro lugar.