Fanfics Brasil - Capítulo-07/Alfonso Anahi _A Filha Da Princesa

Fanfic: Anahi _A Filha Da Princesa | Tema: AyA Adp


Capítulo: Capítulo-07/Alfonso

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Faz mais de ano que não entro no Palácio Sorvinski. Não tenho muitos motivos, na verdade. Desde que tomei a decisão de contar só comigo mesmo, evito colocar
meus pés lá dentro.
Mas hoje é diferente. Não é todo dia que uma irmã se casa. E mesmo que eu considere o casamento uma convenção ultrapassada e idiota, é mais que minha obrigação dar a Maite o meu apoio.
Então, conformado, reduzo a velocidade do jipe e me identifico aos seguranças da guarita.
— Boa noite. Sou da família. Alfonso, sobrinho do rei.
Os brucutus se entreolham. Desconfio que não tenham acreditado. Dá até vontade de voltar atrás e desistir. Mas não sou homem de recuar. Antes que eles façam qualquer coisa, adianto-me e tiro minha carteira de identidade do bolso.
Não digo uma palavra. Praticamente esfrego a merda do documento na fuça deles.
Os guardas conferem os dados, discutem qualquer bobagem entre si, porém, acabam liberando minha passagem e levantam a cancela.
Conduzo o carro até o estacionamento particular do castelo, afinal, não sou de aparecer, mas faço parte da família, não é mesmo? Um erro. Há outros seguranças de vigia por ali, e eles não demonstram ter a menor noção de quem
eu sou.
— Parado aí! — Um deles ordena; uma das mãos pousada estrategicamente sobre a arma presa no coldre. — Você não tem autorização para entrar aqui. A propriedade é particular. Identifique-se!
Não diga!, penso. Por acaso alguém não sabe que o todo-poderoso Andrej Portilla Rodrigues mora ali?
Suspiro, mil vezes arrependido por ter cedido aos apelos de Maite.
— Sou Alfonso Herrera Rodrigues, filho de Ruth , irmã do rei. — Sou obrigado a explicar, nem um pouco satisfeito com a situação.
— Seu nome não está na lista de convidados. — Franzo a testa com a notícia.
Pelo jeito, nem mesmo minha irmã mais velha levava fé que eu fosse aparecer.
— É melhor dar meia-volta imediatamente.
— Olha só, eu não vou dar meia-volta. Então, melhor não criarem problema para mim, porque não sou conhecido como um cara muito paciente — aviso, num tom mais de brincadeira, só para ver se a dupla se manca.
Dou uns três passos antes de ser detido por quatro mãos, que agarram meus braços e me impedem de prosseguir na caminhada.
Grande erro deles. Durante boa parte dos meus quase 28 anos, participei de muita briga, tolices da juventude e, mais tarde, para espantar babacas da boate.
Sei bem onde bater e do que me esquivar. Portanto, com um único golpe, consigo
me livrar da dupla e avanço, determinado a cumprir meu objetivo.
Mas os seguranças me perseguem e nós três acabamos entrando num irritante jogo de perseguição. A desvantagem dos dois consiste no fato de eu conhecer melhor que eles cada pedaço do castelo, inclusive aquele labirinto verde que leva ao jardim de inverno.
Disparo na frente bem a tempo de entrar no campo de visão dos participantes do jantar oferecido à família de Christian, o noivo de Maite. Esperado ou não, ao ser  reconhecido, ficarei livre daqueles malas.
Só que entro pelo cano. Não sei se por causa do meu corte de cabelo, ou da barba mais cheia que de costume, ninguém parece se dar conta de que sou eu, Alfonso, o filho pródigo, de volta ao lar.
Então os seguranças vão à forra. Com o propósito de mostrar ao rei o quanto são eficientes e dignos do posto que ocupam, um deles puxa um revólver da cintura e aponta o cano para mim.
Merda! Merda, merda, merda!
Todo mundo se agita enquanto eu me preparo para me defender, já imaginando que golpe de luta livre seria mais eficiente para desarmar um armário humano prestes a atirar.
— Ei! Parem! É o Alfonso!
Giro o pescoço na direção da voz que se manifesta aos gritos. Dou de cara com a figura fragilizada que minha mãe se tornou. Depois de tudo, ainda assim, lá está ela, pronta a me defender, disposta a livrar meu traseiro, pela milésima vez, das encrencas em que me enfio.
Meu coração se aperta ao vê-la. Quase cedo e vou ao seu encontro, o que não acontece porque fraquejo no último minuto. Covarde!
Abro um sorriso, daqueles que não transmitem muita sinceridade, e saúdo:
— Oi, família! Nem acredito que não me esperaram.
Nada poderia soar mais irônico do que o tom da minha voz. Não consigo evitar.
Mas Maite, a pessoa que mais me entende neste mundo e perdoa todas as merdas
que faço, ignora meu rancor e se joga em meu pescoço, fazendo com que meu peito se encha de carinho e ternura, tudo para ela.
— Alfonso, meu querido! Obrigada por vir! Não sabe como me deixou feliz.
Sorrio, agora com sinceridade. Minhas irmãs têm o dom de despertar o que existe de melhor dentro de mim. O pouco que sobrou.
— Parabéns, Maite. Você merece ser feliz. —Aperto-a com força em meus braços.
Dulce para diante de nós, com cara de brava. Ela é um furacão ruivo, cheia de personalidade. Engraçado como, de todos nós, foi a que menos sofreu com a traição do nosso pai.
— Ei, e eu, seu puxa-saco? — protesta minha irmã do meio. — Ou só a Maite é merecedora dessas suas profecias de quinta categoria?
Armo a melhor das expressões de culpa.
— Fui pego.
E aí somos só nós três de novo, como nos velhos tempos. Como sempre. Afinal, minha ideia de família se resume a elas. Os outros são parentes. Só.
— Então você finalmente apareceu. — O parente número um, o magnânimo Andrej Portilla, decide se manifestar. — Quanto tempo! Deixou sua mãe muito preocupada.
— Pois é, tio. Vida corrida. Sabe como é — explico por alto e direciono meu
olhar à minha mãe. — Tudo bem, mãe?
Repreendo-me intimamente. Estou sendo um cretino, um canalha, um homem sem moral. Mas a verdade é que ela me diminui, faz com que eu me sinta um nada toda vez que sorri para mim com condescendência.
— Tudo, meu filho. Melhor agora, que você está em casa.
— Até o casamento da Mai— completo, odiando o fato de minha mãe nunca me tratar como mereço.
Por sorte, Irina, a personificação daquela personagem Polly anna, travestida de rainha da Krósvia, pede à criadagem que prepare um lugar para mim à mesa e me indica uma cadeira vazia, onde devo me sentar para tomar parte do encontro de família.
Entretanto, para chegar até o lugar, tenho que sair cumprimentando um por um, tentando dar a entender que minha presença ali agrada tanto a eles quanto a mim. Espero que ninguém se deixe enganar.
Quando passo por Mari — grávida, pelo que soube, e tão bonita quanto na época em que a conheci —, ela não se contenta com um gesto simples. Acabo enlaçado num abraço caloroso e também surpreendente, já que faz tempo que não lhe dou motivos para gostar de mim.
— Lindo como sempre — sussurra ela em meu ouvido. — Gosto mais do seu cabelo assim. Está um gato.
Não sou homem de ficar vermelho, mas não consigo evitar o embaraço.
Eu costumava idolatrar Mari quando era criança, amava quando ela aparecia e passava um tempo comigo e com minhas irmãs. A princesa sempre foi muito divertida e fazia com que nos sentíssemos bem, à vontade. Mas as coisas acabaram mudando e eu esperava que ela preferisse me tratar com frieza, como o marido dela.
Henrique é um sujeito intragável. Limito-me a acenar com a cabeça, e nós dois consideramos o gesto um cumprimento.
E finalmente alcanço a cadeira vazia. Que suplício! Porém, para ter o prazer de sentar e sair do foco da atenção de todo mundo,preciso passar por uma última pessoa. É uma mulher, uma garota, na verdade. Não tinha reparado nela até então.
Quando cruzo meu olhar com o dela, sinto o impacto de sua aparência como um gancho de direita bem dado. A menina é linda! Está quase que embalada a vácuo num vestido preto, com renda para todo lado. A cintura dela é estreita, mas os quadris, não. E deve ter quase um metro de pernas, à mostra para o deleite de homens como eu. Uma delícia!
Talvez seja nova demais para mim. Mas o que importa? De repente tenho a sensação de que minha ida a Perla vai valer a pena, de algum modo. Porque, se levar em consideração meu... traquejo com as mulheres, garanto que a beldade juvenil não demora nem uma noite para cair nas minhas mãos.
Mas quem será ela? Irmã de Christan?
— Olá! — digo, jogando um pouco de charme. Não devo ser explícito demais, senão a estratégia de sedução a curto prazo fracassa antes mesmo de engrenar.
— Sou Alfondo, irmão da noiva.
Estendo o braço educadamente, esperando que ela retribua e aperte minha mão. Tremo por antecipação. Posso imaginar o quão suave é a pele daquela gracinha.
A garota arregala os olhos, verdes e expressivos. Em seguida, franze a testa, como se estivesse incrédula em relação a alguma coisa. Será que a ofendi, de alguma forma? Talvez tenha olhado para ela com fome demais no olhar.
— Posso saber como se chama? — insisto.
Ouço alguém bufar atrás de mim. Não me viro para conferir.


— Não se lembra de mim? — questiona ela, mas não me dá muito tempo para que eu possa pensar. — Sou Anahi, sua prima.


Deixo minha mão estendida cair. E meu queixo faz o mesmo.
Inacreditável.


Perdi as contas do número de vezes que usei meu tempo para atormentar Anahi. Para um garoto problemático, disposto a chocar as pessoas com suas atitudes nada convencionais, ela não passava de uma menina sem graça, chata, mais nova e com cabelo demais, o que a fazia parecer uma espiga de milho pendurada.
Eu a chamava de mignon, de propósito, para esfregar na cara dela nossa diferença de tamanho e de idade. Mesmo assim, percebia que Anahi gostava de mim, e isso aumentava minha vontade de magoá-la. Como na vez em que a beijei. Eu não tinha sentimentos por ela. Beijei porque podia, porque me
considerava o maioral e porque queria provar para todo mundo que nada estava fora do meu alcance. Nem a doce princesinha deles.
Porém, agora, tão mudada — para melhor, muito melhor —, o papel de bobo
acabava de ser transferido para mim.


E todos os meus planos de conquistar a bela garota de corpo escultural, que eu julgava ser uma desconhecida, iam por água abaixo. Conclusão: volto a pensar que minha ida a Perla não valeu mesmo a pena.
— Anahi! — exclamo, repetindo o nome dela, para ganhar tempo. Ainda não me decidi como devo agir. — Você está... diferente. — Eu ia dizer gostosa, mas refreie a língua a tempo. A frase não soaria bem aos ouvidos intragáveis de Alexander.
Ela mexe um pouco a cabeça. Dá a impressão de estar pouco à vontade. Os
olhos ligeiramente arregalados a denunciam.
— Quando nos encontramos pela última vez, você devia ter uns...
— Catorze anos — completa, para, em seguida, ficar com o rosto da cor de um tomate maduro.
— Isso — concordo, e aproveito para observá-la um pouco mais.
Anahi perdeu todo o aspecto de menina frágil. Agora está mais para um furacão. Também, com aquele vestido que mal a deixa respirar, ela não poderia esperar passar despercebida nem mesmo num lar para idosos. Será que o pai dela não fez nada para impedir esse atentado ao pudor em forma de princesa?
Não que eu esteja reclamando. A paisagem é incrível de onde estou.No entanto, por mais que seja difícil admitir, Anahi não é o tipo de mulher com quem costumo me envolver. É muito mais nova do que eu — uns oito anos se não estou enganado —, além de estar atrelada a uma problemática familiar muito
complicada. Não quero me arriscar.
Antes de ocupar meu lugar à mesa, faço um gesto sutil, indicando a cadeira ao meu lado para que Anahi se sente, a única disponível, na verdade. Ou seja, não é forçação de barra da minha parte nem nada do tipo. Pura coincidência. Ou sorte.
— E então, Alfonso, por onde andou durante todo esse tempo? — pergunta Andrej, de um jeito não muito amigável. Soa como se fizesse uma cobrança.
— Cuidando dos meus negócios. — Dou uma resposta sucinta, que não satisfaz a ninguém, é claro.
— Qual deles? — insiste o rei, referindo-se ao fato de eu ter demorado a engrenar no mercado de trabalho, pelo menos, no mercado de trabalho que ele imaginava para mim.
Puxo o ar com força, me forçando a não perder a paciência. Afinal de contas, Maite não merece.
— O único que tenho, ou seja, minha casa noturna em Estocolmo.
— Ah, é verdade. Você tem uma boate na Suécia! — exclama Marichello, com um entusiasmo que me parece verdadeiro. As palmas que bate são a maior prova do seu estado de espírito. Acho graça dela. — Sabe que sempre quis conhecê-la?
Costumamos ir a Estocolmo pelo menos uma vez ao ano para visitar Ivan e Erick. Mas as viagens são sempre tão corridas que não sobra muito tempo.
Eu a analiso com atenção. Não sei se a princesa está sendo sincera ou se seu esforço é para fazer com que eu me sinta acolhido. Tenho vontade de rir. Não vejo por que ela tem que agir assim.
— Você ia gostar, Mari. — Dou corda.
— Tenho certeza de que sim. Qual é o nome?
— Friheten. Significa “liberdade”.
A princesa balança a cabeça, mas o silêncio que se faz é carregado. O nome da boate não tem relação alguma com o que as pessoas devem estar pensando. É só um título, mais nada. O problema é que, graças ao meu histórico, muitos acham que se trata de uma alusão — uma apologia até — à minha debandada do berço familiar. Besteira!
— Um dia vamos lá, não é Henry? — Mari se vira para o marido, que não reage conforme as expectativas dela.
— Difícil — resmunga ele. A princesa imediatamente fecha a cara e dá um tapinha (nem tão) discreto em seu ombro. — Quero dizer, se der, um dia.
Depois dessa, com a ajuda estratégica de Ruth, a conversa desvia para outros assuntos e passa a focar no casamento de Maite, a poucos dias de acontecer.
Relaxo um pouco. Não fui à Krósvia porque sou bonzinho, muito menos para ser simpático com os parentes. Apesar disso, também não estou com disposição para me envolver em novas encrencas.
Pelo menos metade dessa gente não gosta de mim — jamais dei motivos para tanto. Mas estabeleço um pacto comigo mesmo e decido fazer uma tentativa de trégua, só para não estragar a alegria da minha irmã.
Afinal, não sou mais um adolescente tomado de idiotice e posso muito bem relevar muitas coisas.
Só dois fatos devem dificultar essa resolução, portanto, preciso evitá-los a todo custo: a cara de piedade da minha mãe e a delícia de prima sentada ao meu lado.


****
E ai mores o que acharam do Reencontro Ponny ????
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Autor(a): ponnyayalove

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 5



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  • tatahaya Postado em 12/01/2018 - 17:40:16

    Continua tava um tempo sem net,amando

  • tatahaya Postado em 20/12/2017 - 22:49:56

    continua

    • ponnyayalove Postado em 21/12/2017 - 23:45:54

      Continuando flor <3

  • ginja2011 Postado em 19/11/2017 - 05:18:37

    Espero que você não se aborreça, mas tem fics que começou ano passado e este ano que contêm só um capítulo, outras três, cinco, sete enfim favoritei todas elas e nenhuma você deu continuidade ou concluiu, vai acontecer o mesmo com ESSA?

    • ponnyayalove Postado em 19/11/2017 - 15:33:17

      Não haha eu ainda vou concluir todas as minhas fic ,essa é uma adaptação então eu vou concluir ela em breve .peço perdão por não ter postado nas outras ,mais eu estava sem tempo e sem criatividade ,mais esse ano me formo ai ano que vem terei tempo de sobra para postar em todas fics minhas .


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