Fanfics Brasil - Capítulo 10 A arte da vida ( adaptada) ayd

Fanfic: A arte da vida ( adaptada) ayd | Tema: Portinon (ayd)


Capítulo: Capítulo 10

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Olá meus amores. Vamos nos apaixonar mais um pouco.


Boa leitura, respirem fundo e um beijo grande.


******


Eles dizem que você sempre vai saber quando ama alguém, mesmo que não seja familiarizado com o sentimento. O amor é altruísta, gentil e simples. É a sensação mais pura que vai passar por seu corpo quando você puser seus olhos na pessoa amada.
Por muito tempo eu olhei para minhas amantes e tive dúvidas sobre o amor que eu clamava, erroneamente, sentir por elas.


- Eu amo você.


- Eu também amo você.


Olhando dentro de suas íris castanhas brilhantes e sentindo cada nervo do meu corpo se extasiar com o simples fato de ela estar sorrindo para mim, eu tinha certeza.


- Eu amo você, Dulce. – Repeti.


- Eu ouvi da primeira vez. – Respondeu aumentando o sorriso.


- Só queria que você tivesse certeza. Porque eu tenho. – Dulce acariciou meu rosto. – Muitas pessoas falam de amor de forma banal e eu mesma já fiz isso muitas vezes, mas agora é diferente. Você é a única que me deixa desse jeito, Dulce. Nenhuma ex no passado pode abrir meus olhos, eu achava que tinha encontrado a garota certa toda vez. – Segurei uma de suas mãos por cima da mesa, já que a outra estava provavelmente repousada em seu colo por debaixo da mesma. – Mas agora que você está aqui na minha frente, eu sei que é você.


- E como eu sei que você não está enganada como das outras vezes? – Sorriu divertida, dando um gole em seu vinho.



- Se o que eu sinto por você não é amor, então eu sei que nunca vou sentir por ninguém.


- Eu estou feliz por poder dizer o mesmo, Anahí. – Não soltei sua mão em momento nenhum e ela apertou a minha. – Tudo é diferente dessa vez. Tudo com você é diferente.



Eu tive que me esticar um pouco na mesa para conseguir beijar-lhe brevemente os lábios, precisando de mais contato com ela do que eu podia ter naquele restaurante.


Meu celular vibrou em cima da mesa e a tela acendeu com uma notificação. Eu tentei ignorar, mas podia ser algo importante, então peguei o mesmo para checar o que era. Eu sabia que Dulce estava lançando um olhar feio sobre mim, porque ela sempre dizia que eu passava tempo demais na empresa e não gostava que eu "trabalhasse" enquanto estivesse com ela.


Bom, eu tentava, mas, às vezes, o trabalho simplesmente me chamava.
Abri o e-mail que eu havia recebido vendo que não tinha assunto e era de uma conta desconhecida, composta por números e letras jogados de forma incoerente e tornando impossível formar uma palavra existente. Franzi o cenho passando os olhos sobre a mensagem, vendo que era alguma coisa sobre arruinar minha carreira se eu não fizesse o que quem quer que tivesse mandado esse e-mail queria.


Veja bem, eu sou a CEO de uma empresa muito importante de produtos tecnológicos, então eu recebo muitas mensagens com esse tipo de besteira ou até mesmo de pessoal reclamando sobre defeitos nos aparelhos. Claro que meu e-mail não é público e muito menos serve como SAC de reclamações, mas às vezes as pessoas descobrem e resulta nesse tipo de besteira.
Nada que eu já não tenha aprendido a lidar depois de tantos anos no ramo.
Acabei respondendo outros e-mails e algumas mensagens antes de perceber que a latina a minha frente estava a ponto de quebrar meu celular. Guardei o aparelho no bolso, vendo que Dulce me encarava de forma séria.


- Me desculpe. – Falei baixo.


- Tudo bem. – Fiquei mais alguns segundos lendo sua expressão para saber se ela tinha realmente ficado chateada.


- Não faça isso, vamos. Me dê um sorriso. – Dulce revirou os olhos e acabou de tomar seu vinho.


- Só vamos embora, Anahí.


- Se você quer assim... – Respondi sabendo que ela estava brava e pedi a conta, vendo que Dulce não amenizou a expressão em momento nenhum.


Me levantei depois de acertar a conta, sendo acompanhada por Dulce. Jordan, meu segurança particular que estava na porta do restaurante, veio até mim e disse perto do meu ouvido:


- Srta. Portilla, há muitos paparazzi aqui fora.


– Suspirei e levantei meu olhar para a mulher a minha frente, que cruzou os braços. Eu quase podia ler a sua expressão, que dizia "resolva isso". Dulce detestava aparecer comigo em público.
Detestava.


Na verdade, ela nunca tinha aparecido e provavelmente não iria aparecer tão cedo. Não era sempre que esses abutres me seguiam, mas de vez em quando eles apareciam para me incomodar e querer saber com quem eu to saindo ou o que eu estou fazendo.


- Podemos sair pelos fundos?


- Eles também estão lá, senhorita.


- Mer/da. – Grunhi baixo e olhei para Dulce.


- Dul... – Ela não deixou eu terminar a frase.


- Eu não vou, Anahí. Dá seu jeito. – Passei a mão nos cabelos de forma impaciente e tirei o meu terninho, entregando a ela.



- Se cobre com isso. – Falei e ela colocou o pano sobre a cabeça atraindo a atenção de algumas pessoas do restaurante que até então comiam normalmente.



Os seguranças do restaurante, liderados pelo Jordan, conseguiram nos ajudar a chegar no carro com mais facilidade do que eu esperava. Eles só queriam fotos e gritavam algumas perguntas como "quem é ela?" "é sua namorada?" e esse tipo de coisa, mas eu mal escutava, imagina se iria me dar ao trabalho de responder.


Entramos no veículo que começou a andar logo, pois meu motorista já havia ligado-o e Dulce só tirou o pano do rosto quando percebeu que tínhamos virado a esquina e eles não tinham mais como tirar fotos. Ela me devolveu o terninho e eu o coloquei no meu colo, ajeitando minha blusa.



- Você acha que alguém tirou alguma foto minha? – Perguntou parecendo preocupada e eu neguei com a cabeça.


- Não tinha como.


- Eu digo, lá dentro.


- Eu duvido muito. – Peguei na sua mão. – Dulce, eu não quero viver escondendo você.


- Anahí, eu já disse que quero privacidade. Você saía em capas de revistas simplesmente por andar na rua com suas ex namoradas que eram super modelos famosas, eu não quero isso. – Segurou meu rosto. – Nosso relacionamento é só seu e meu. Eu não quero ninguém no meio disso e definitivamente não quero aparecer em revistas de fofocas por namorar quem eu namoro. – Ela me deu um selinho. – Entende isso, por favor.



- Eu entendo. – Murmurei ainda de olhos fechados, sentindo meu nariz roçar no dela.
Apenas a beijei de forma delicada, feliz pelo incidente com os paparazzi tê-la feito esquecer que eu estava no telefone durante parte do jantar. Eu poderia esticar a conversa e explicar para ela o quanto eu odiava escondê-la, mas eu não queria brigar, pois já havíamos brigado muito por conta desse assunto.



- Eu não vou. – Dulce disse firme, sentada no sofá de sua sala com uma revista em mãos.
- O que?


- Eu não vou, Anahí. Desculpe.


- Mas... Eu trabalhei dois anos nesse projeto e eu estou muito feliz de finalmente anuncia-lo! Eu só queria que você estivesse lá comigo, quer dizer, qual o problema nisso?


- O problema de tudo isso é justamente o fato de que as atenções do mundo todo vão estar voltadas para esse evento e consequentemente para quem estará debaixo do seu braço! – Disse largando a revista de lado. – Eu não quero toda essa atenção, quer dizer, você está acostumada com isso, mas eu não estou. – Passei a mão nos cabelos de forma nervosa.
- Nós não precisamos ficar juntas lá, eu só queria que você estivesse presente. – Dulce cruzou os braços.



- E eu vou fazer o que lá se não for ficar do seu lado, Anahi? Não tem ninguém que eu conheça lá.



- Você pode levar uma amiga sua. Ou dez. Eu não me importo.



- Eu não vou. – Respirei fundo, passando as mãos no rosto.


- Você realmente não entende o quanto a sua presença lá é importante pra mim, né? – Dulce estava em minha frente deixou os ombros caírem e se levantou, vindo até mim.


- Eu entendo, Anahí. E novamente eu peço desculpas. Mas eu não consigo fazer isso, tente me entender. – Dei um sorriso irônico.


- Eu tenho que te entender, mas você não pode me entender, correto? – Me afastei dela. – Que piada.



- Anahí...



- Não, tudo bem. – Me afastei, pegando meu casaco que estava jogado no braço do sofá. – Eu acredito que você entenda. Mas talvez você só não ligue mesmo. – Não esperei resposta e saí de seu apartamento, batendo a porta com força atrás de mim.



Ficamos quatro dias sem nos falar. Eu não enviei mensagens nem tentei ligar e ela muito menos. Dulce tinha um gênio muito forte e nunca me procurava ou pedia desculpas quando discutíamos, por mais que ela estivesse errada. Quer dizer, talvez eu tivesse sido egoísta de querer que ela fosse a qualquer custo, mas ela sequer estava tentando.



A surpresa dessa vez foi que ela me procurou ao invés de ser ao contrário. No quinto dia sem nos comunicarmos, a minha secretária anunciou que ela estava na recepção e queria me ver. Não demorei a liberar a sua entrada e parei tudo o que eu estava fazendo para vê-la entrando na minha sala, usando um vestido que valorizava as suas curvas e saltos altos. Verifiquei no relógio e ele marcava nove horas e vinte e sete minutos da noite. Como sempre eu havia passado do horário na empresa e ela já havia saído do trabalho dela.



- Boa noite, Anahí. – Me cumprimentou com a voz suave enquanto eu fingia que estava muito concentrada digitando algo. A verdade era que meu coração havia derretido depois de ter passado esses dias sem vê-la e eu só queria esquecer a briga que aconteceu, mas eu não podia ser frouxa desse jeito.


- Boa noite. – Murmurei sem tirar os olhos da tela a minha frente.


- Podemos conversar ou você está muito ocupada trabalhando? – Eu sabia que ela estava erguendo uma sobrancelha mesmo sem vê-la.


Fechei a tampa no notebook.


- Estou ouvindo. – Virei-me na sua direção e cruzei os braços, encostando-me na minha cadeira.


- Me desculpe. – Ela ajeitou os cabelos. – Eu não quero que você pense que eu não me importo, de verdade. Eu me importo. – Assenti. – Mas se você quer fazer esse relacionamento dar certo, precisa respeitar o fato que eu não vou em todos os lugares com você porque não quero expor nosso namoro. Você está acostumada, eu não. – Apoiei os cotovelos sobre a mesa, escutando ela falar. – Por favor, compreenda isso. Eu sei que o projeto é importante pra você. – Dulce se levantou de onde estava sentada e deu a volta na mesa, sentando-se na mesma. Ela pegou minhas mãos que estavam sobre o vidro e colocou ambas em seu colo, acariciando-as. Eu levantei o meu olhar para encontrar o dela. – E eu estou muito feliz por você finalmente poder apresentá-lo para o mundo. – Dulce esticou uma mão e acariciou meu rosto de forma delicada. – Eu gosto muito de você e não quero que você fique com raiva de mim, eu quero continuar tentando fazer dar certo porque você é diferente de todas as pessoas que eu já tive antes e você sabe disso. Então, eu preciso saber, você me desculpa?


Peguei sua mão que estava sobre o meu rosto e beijei os nós dos seus dedos.
Eu estava com saudades dela e arrependida por ter saído de sua casa daquela forma. Definitivamente não queria terminar o que tínhamos por causa disso e muito menos ficar muito tempo brigada com ela.
Gostava demais de Dulce para fazer qualquer uma das coisas acima.



- Sim. – Murmurei. – Me desculpa ter saído do seu apartamento daquele jeito. – Ela assentiu.


- Tudo bem, Anie. – Dulce ergueu os cantos da boca em um sorriso discreto. – Veja pelo lado bom. – Ela desceu da mesa e sentou no meu colo de frente pra mim, apoiando as mãos nos meus ombros. – Quando você voltar... – Selou seus lábios nos meus e deu alguns beijos molhados no meu maxilar. – Eu vou estar te esperando... – Dulce mordeu o lóbulo da minha orelha e eu fechei os olhos, subindo as mãos para apertar suas coxas que estavam em volta das minhas. – Para a nossa comemoração particular, presidente Portilla. – Sussurrou e eu fiquei arrepiada.



- Dulce – Falei com a voz rouca. – Isso é golpe baixo. – Ela me deu um beijo lento enquanto começava a rebolar no meu colo.


Subi minhas mãos e apertei sua bunda com força, ouvindo ela arfar contra a minha boca. Mordi seu lábio inferior e usei uma de minhas mãos para segurá-la pela base das costas enquanto puxei os cabelos de sua nuca levemente para trás para que ela ficasse com o pescoço exposto para mim, me permitindo explorar aquela região macia e cheirosa de seu corpo.


Passei minha língua com delicadeza pelo seu ponto de pulso e suguei levemente a região. Dulce odiava sair marcada do sexo em lugares tão expostos porque nem sempre era fácil de cobrir e não pegava bem para pessoas com posições sérias como as nossas aparecermos por aí com esse tipo de marcas visíveis, embora eu não desse a mínima.


Ela começou a rebolar com mais força sobre o meu quadril, me arrancando um gemido sôfrego. O atrito de nossos sexos, mesmo que separado por camadas de roupa era capaz de me acender completamente. Segurei sua cintura com força.


- Dulce... Não me provoca. – Falei arrastando o nariz pela sua clavícula.


- O que você vai fazer, presidente Portilla? – Perguntou com a voz arrastada, ainda forçando nossos sexos um contra o outro.


- Eu vou fo/der você em cima dessa mesa. – Murmurei dando uma leve mordida em seu pescoço. Ela soltou um gemido longo em meu ouvido.


- Hacés lo que quieres de mi. – Gemeu em espanhol e aquilo era muito mais do que a minha sanidade podia aguentar. – Estoy tan mojada...



Levantei com Dulce em meu colo e a coloquei em cima da minha mesa de vidro, tratando de abrir o zíper lateral de seu vestido e deslizar a peça para fora de seu corpo com facilidade, jogando-a em qualquer canto da minha sala. Salivei com a imagem de sua langerie preta bem a minha frente e tinha toda a certeza de que eu rasgaria as peças se ela não precisasse vesti-las para voltar para casa.


Avancei para ficar com meu corpo por cima do dela, sendo recebida de bom grado pelas suas pernas em volta da minha cintura e suas mãos que praticamente voaram para os botões da minha camisa. Dulce puxou o tecido que cobria meu tronco para fora da calça e puxou para os lados sem se preocupar se ela iria arrebentar os botões ou não, se livrando da peça em segundos.


Minha sala ficava na cobertura da empresa, no vigésimo sétimo andar. Uma de suas paredes era apenas uma enorme janela, desde o teto até o chão, que tinha vista para boa parte do centro de Nova York. Retirei o sutiã de Dulce enquanto me inclinava para dar pequenas mordidas em seu pescoço, sem deixar de roçar meu quadril no dela em momento nenhum.


- Agora você não se importa que alguém nos veja? – Falei praticamente sem desgrudar a boca de sua pele. Dedilhei suas costelas enquanto falava, alcançando seu seio com meus dedos e apertando o mamilo entre dois deles.


Era óbvio que na altura que estávamos não era qualquer um que iria poder nos ver, mas talvez andares de prédios vizinhos conseguissem se estivessem prestando muita atenção, o que eu achava difícil. A sensação de estar exposta era a mesma e tornava tudo mais excitante.


- N-não. – Falou com dificuldade entre gemidos quando eu desci os beijos para o seu colo e coloquei seu outro mamilo entre meus lábios. Dulce se contorcia em cima da mesa e apertava mais suas pernas em volta de mim, me fazendo sentir o quão quente ela estava mesmo com a calcinha entre sua intimidade e minha barriga. – Eu sempre quis que você me comesse na sua sala, presidente.


Como resposta eu apenas suguei seu mamilo com mais força, sentindo suas mãos inquietas escorregando pelo meu corpo para encontrar minha calça, a qual eu ajudei a se livrar junto de meus sapatos. Voltei a me inclinar por cima dela, dessa vez puxando seu quadril mais para a beirada da mesa e virando-a de costas para mim sem muita delicadeza, salivando ao ver como sua bu/nda ficava maravilhosa dentro daquela calcinha pequena de renda.


Sem me aguentar, embolei meus dedos nas laterais de sua calcinha e rasguei a peça, jogando o pano úmido no chão. Minhas mãos foram parar em sua bun/da, apertando a região com força. Comecei a distribuir uma trilha de beijos por toda a sua coluna e ela impulsionava o quadril contra o meu quase que inconscientemente, buscando alívio para nós duas. Me ajoelhei onde estava e afastei um pouco suas coxas, apenas o suficiente para que eu conseguisse por minha boca ali, já que eu sabia que seria difícil para ela se manter de pé se eu a fizesse abrir mais as pernas.


Comecei passando a língua por toda a sua intimidade e Dulce soltou um gemido arrastado, rebolando contra a minha boca quando comecei a lamber seu clitóris. Ela gemia cada vez mais alto e, além de eu saber que a empresa já estava quase vazia aquela altura do campeonato, eu não dava a mínima se iam escutar ou não. De olhos fechados, eu apenas me concentrava em chu/pá-la no ritmo que mais lhe desse prazer e sugar tudo o que ela tinha para me oferecer, me deleitando e quase goz/ando ao saber o quão bem eu podia fazer minha Dulce se sentir.



Minhas mãos estavam em suas coxas, segurando para que ela não ficasse muito desconfortável na posição e ao mesmo tempo apertando e acariciando a pele macia do local, que tinha espasmos vez ou outra.


Aumentei a velocidade de meus movimentos com a língua ao perceber que ela já estava perto do seu orga/smo, seu corpo se contraía e ela murmurava coisas incoerentes com a bochecha grudada no vidro. Suas mãos agarravam a borda da mesa e em momento nenhum ela parou de rebolar contra a minha língua, me auxiliando a lhe dar ainda mais prazer.



Dulce não demorou muito a ter o seu orga/smo e eu diminuí o ritmo do que fazia até parar, dando alguns beijos em suas coxas e sua bun/da antes de chegar novamente em suas costas. Distribuí alguns beijos pela sua nuca esperando ela se recuperar e a ajudei a se colocar de pé quando isso aconteceu. Ela me fez sentar na minha cadeira e eu tirei um momento para apreciar a mulher a minha frente.


Ela estava completamente nua, seus cabelos se encontravam desarrumados e as bochechas coradas pelo orgasmo recente. Sua boca estava entreaberta e ela mordeu o lábio, se preparando para subir em cima de mim e se sentar no meu colo. Eu preciso dizer que Dulce ainda estava de salto alto e aquela imagem completava todo e qualquer feitiche sexual que eu já tive na minha vida – que não eram muitos.


Não foi preciso de muito para me fazer go/zar, eu estava tão excitada que podia ter um orgasmo sem nem ser tocada. Terminamos abraçadas na minha cadeira, ambas um pouco ofegantes ainda. Meu rosto estava enterrado na curva cheirosa de seu pescoço e Dulce tinha as pernas envoltas em minha cintura.


Eu nunca vou esquecer que ela acariciava meus cabelos quando falou:


- Soy tua de cuerpo y alma, cariño.


Acordei no meio da noite com frio. Acabei dormindo nua e com a janela aberta, o vento que entrava estava quase me matando congelada. Fechei a janela e percebi que Dulce não estava no quarto comigo, o que era estranho já que ela estava dormindo na minha casa hoje. Deitei e esperei quase meia hora até que ela voltasse, mas isso não aconteceu, então eu me levantei, quase tropeçando em uma garrafa de vinho vazia no chão do quarto no processo. Vesti um roupão que estava jogado na poltrona e fui procura-la.



- Dulce? – Chamei saindo do quarto.
Olhei todos os cômodos do corredor do segundo andar – incluindo o banheiro e Dulce não estava em nenhum deles.


Comecei a ficar nervosa e a me perguntar se algo tinha acontecido, enquanto descia as escadas com pressa.


Ela não estava na sala, nem no banheiro e muito menos na cozinha. Franzi o cenho e continuei chamando seu nome, cada vez mais alto, na esperança dela ouvir e eu conseguir saber onde ela estava.



- Dulce? – A essa altura eu já estava a ponto de começar a gritar e ligar para a polícia para avisar que minha namorada havia sumido.


- Anahí? – Ouvi sua voz enrolada me chamar e ela vinha...
De dentro do meu escritório?


- É você? – Perguntou novamente enquanto eu entrava no recinto, acendendo a luz e constatando que sim, era ela deitada no chão perto da minha mesa.


Ainda haviam alguns papéis no chão, ela provavelmente havia derrubado no processo de se deitar e sabe Deus o porquê daquela mulher estar deitada ali. Não pude evitar de praguejar baixo, afinal de contas, eu era extremamente organizada com tudo o que envolvia trabalho e isso envolvia o meu escritório de casa, apesar de eu não usá-lo com tanta frequência.



- Amor, o que você tá fazendo aí? – Indaguei me agachando ao seu lado e verificando rapidamente com o olhar se ela não estava machucada nem nada.


Aparentemente não.


- Me ajuda a levantar, carinõ.


Era a segunda vez em menos de cinco minutos que Dulce usava o meu apelido e eu estranhei. Eu não sei nem se podia chamar aquilo de apelido, ela só usava muito de vez em quando e era a única palavra carinhosa que ela me chamava na vida. E às vezes ela usava "mi amor", mas era quase caso de vida ou morte.


Apesar de não ser uma pedra de gelo, Dulce não era uma mulher romântica e muito menos costumava usar apelidinhos carinhosos para se referir a mim ou a qualquer outra pessoa do mundo. Era o jeito dela e eu respeitava, o que não significava que eu fosse deixar de ser romântica com ela sempre que eu pudesse.



- Você se machucou? – Indaguei preocupada, puxando-a pelos braços para ficar de pé.


- Não.


- O que houve? – Continuei sem soltá-la porque ela parecia mole em meus braços.


- Eu estava voltando do banheiro e vim parar aqui no chão... Você me deu vinho demais, cariño. – Disse envolvendo os braços no meu pescoço e eu beijei o topo de sua cabeça. Estar bêbada era um bom motivo para usar meu apelido com tanta frequência em tão poucas frases. – Sabe que eu sou fraca pra beber...



Era verdade. Dulce tomava três taças de vinho e já ficava bêbada, chegava até a ser engraçado.


- Você me deu um susto. – Murmurei apertando-a mais contra meu corpo. – Vamos para o quarto.


- A gente não pode só deitar e dormir aqui? – Dei uma risada.


- Não, amor, aqui está frio. Vem. – Envolvi meus braços em sua cintura e a puxei para cima, deixando-a agarrada em mim como um coala.


Dulce não era leve e não foi fácil subir as escadas com ela mole daquele jeito. Na vida real você nunca é forte o suficiente para carregar sua amada como se ela pesasse pouco mais que uma pena, então minhas pernas e braços já queimavam pelo esforço quando eu finalmente consegui coloca-la em cima da minha cama. Tirei o meu roupão antes de me deitar, me enfiando debaixo das cobertas quentes com ela.


Dulce permaneceu deitada de frente pra mim, acariciando meu rosto. Ela olhava bem dentro dos meus olhos e eu só conseguia aproveitar o contato, sentindo meu peito aquecer de forma gostosa.


- Você é linda, cariño. – Murmurou dando um beijo em meu queixo e eu sorri. – Eu amo você.



Eu teria caído no chão se não estivesse deitada. Dulce nunca tinha repetido que me amava depois daquele dia no restaurante, embora eu tivesse dito muitas vezes. E eu não via problema nisso, era acostumada com o jeito dela e entendia que ela não gostava menos de mim só porque não dizia. Até porque, nem haviam se passado tantos dias assim. Apenas uns cinco, talvez seis.


Ela tinha tido uma infância difícil. Seu pai trabalhava quase que o tempo todo e não tinha tempo para a família. Sua mãe, apesar de cuidar da casa e dela, nunca foi muito carinhosa e, pelo que ela me contou, era extremamente rígida e não aceitava erros vindos da filha. Dulce quase não tinha amigos, pois sua mãe exigia que ela estudasse muito e não deixava ela ir na casa de coleguinhas ou eles frequentarem a sua casa.


Tudo piorou quando eles vieram do México para os EUA. Seu pai havia conseguido juntar dinheiro o suficiente para fazer uma sociedade com um empresário importante aqui dos EUA e ir para outro país, com outra cultura e outra língua só fez Dulce se sentir mais deslocada, aos nove anos de idade.


Sua mãe a isolou mais ainda, pois sabia o quanto algumas pessoas podiam ser com os imigrantes e ela não queria que sua filha passasse por isso, então colocou a menina para estudar em casa.


Quando Dulce tinha onze anos, sua mãe engravidou, mas perdeu o bebê e ela me disse que isso só a fez ficar ainda mais fria e distante. Seu pai nunca estava em casa e apesar de trabalhar como o inferno, a empresa dele começou a desandar devido a golpes que ele estava recebendo e, ela não conseguiu me explicar como aconteceu porque chorava quando me contou, ele acabou sofrendo um acidente de carro e falecendo poucos dias depois, na UTI de um dos melhores hospitais de Chicago. Dulce tinha dezessete anos quando isso aconteceu, prestes a completar dezoito.


Depois da morte de seu pai, Blanca acabou assumindo o lugar dele na empresa, mas como não entendia quase nada do assunto, a companhia faliu de vez. Ela teve que arrumar um emprego normal como garçonete de bar e isso se estendeu para Dulce, que já estava com dezoito anos e já podia trabalhar. Ela pagou os estudos com bastante sacrifício tanto dela quanto da sua mãe, que ainda mora em Chicago.



Dulce estava terminando o seu doutorado agora, mas já tinha um bom emprego como analista de sistemas e enviava dinheiro para ajudar a sua mãe a se manter onde morava. Ela era muito fechada e demorou meses para me contar a história de sua vida, confessando que não tinha comentando nem metade disso com quase ninguém, porque ela tinha dificuldade para confiar nas pessoas. Ela ainda me confidenciou que mudou de cidade não só para ter oportunidades melhores de trabalho, mas para se afastar de sua mãe, que passou a trata-la realmente mal quando ela passou a se relacionar com meninas.


O mínimo que eu podia fazer pela minha Dulce que só me chamava de cariño quando estava bêbada era não cobrar que ela fosse um poço de mel. Eu gostava dela assim, exatamente do jeito que ela era, apesar de adorar o meu apelido em seu espanhol perfeito e querer muito que ela não ficasse tão receosa de aparecer comigo em público.


Eu me sentia mal por tudo o que lhe aconteceu, afinal, meus pais já eram ricos quando eu nasci e eu não conhecia outra vida. Estudei a vida inteira para dar continuidade aos negócios da família e assim aconteceu, eu nunca tive empecilho nenhum para me tornar quem eu sou hoje.


Minha mãe e meu pai eram responsáveis pela sede da empresa em Miami, mas estavam prestes a se aposentar. Eu cuidava da sede principal aqui em Nova York e em breve ficaria responsável por tudo, quando eles saíssem de cena.


- Eu também amo você. – Respondi bicando nossos lábios enquanto todas aquelas coisas passavam pela minha cabeça.


Dulce se virou de costas para mim puxando meu braço e indicando que ela queria que nós dormíssemos de conchinha. Fui de bom grado, sentindo o cheirinho bom dos seus cabelos e apertando seu corpo contra o meu.


- Então eu espero um trabalho com resultados satisfatórios, porque tudo é possível quando trabalhamos juntos e focados em um objetivo. – Terminei de falar, mal podendo esperar para sair daquela sala e sumir de perto daquele bando de adolescentes que me aplaudiam. – Obrigada, obrigada. Deixo vocês com Robert, que vai lhes orientar daqui em diante.
Saí da sala o mais rápido que consegui, sumindo pelos corredores antes que alguém de lá de me visse. Eu sempre fazia uma espécie de palestra motivadora cada vez que uma turma de estagiários nova entrava. Claro que isso era ideia do meu pai e quase uma tradição na empresa, já que eu sequer deixaria minha sala se tivesse essa opção.



Chegando no corredor principal desse andar, parei em um dos bebedouros para pegar um copo de água e fui caminhando com ele na mão em direção ao elevador que finalmente me levaria até minha sala.



Alguém esbarrou em mim no meio do caminho e derrubou toda a água em cima da minha blusa creme de seda.
Me preparei para ouvir os pedidos de desculpa mais desesperados possíveis quando a pessoa percebesse que esbarrou em mim e ficasse com medo de perder o emprego. Geralmente eles pediam desculpa até eu sumir do campo de vista deles. Não era muita gente que esbarrava em mim, mas esses incidentes eram desagradáveis e geravam um puxa-saquismo que me tirava do sério.



Eu não conhecia aquela mulher e podia facilmente amaldiçoa-la por ter molhado minha blusa novinha, mas ela era bonita demais para me deixar com raiva. Sua expressão não se espantou um milímetro quando ela viu que era eu e por um momento eu achei até que ela não fosse se desculpar de tão séria que ela estava.



- Desculpe. – Foi tudo o que disse, sem parecer se importar com o fato de que eu teria que ir trocar de roupa em casa se quisesse trabalhar o resto do dia sem meu sutiã aparecendo por debaixo da minha blusa.



- Tudo bem. – Respondi quase no automático, intrigada com a beleza daquele rosto com fortes traços latinos. – Você... Não trabalha aqui, trabalha? – Ela negou com a cabeça.



- Não, sou de uma empresa terceirizada que vocês contrataram para ajudar a resolver uns problemas no sistema de vocês. Vamos estar aqui a semana toda. – Disse sem parecer dar muita importância para aquilo e passou a mão em seus cabelos longos jogando-os para o lado de uma forma completamente sexy.


- Qual é o problema mesmo?


- Se eu soubesse qual é, já teria resolvido. – Deu um pequeno sorrisinho e eu mal me importei com esse fora de tão encantada que estava.


- Com tanta rapidez, srta...? – O sorriso dela aumentou.


- Savinõn. – Ela cruzou os braços. – E sim, sou muito boa no que faço. – A mulher piscou e colocou uma mão no meu ombro. – Desculpe pela blusa, presidente Portilla. – Assenti de forma quase patética. – Se me der licença, tenho trabalho a fazer.



Savinõn saiu pelo corredor e eu não pude evitar de reparar em seu corpo maravilhoso enquanto ela andava como se não tivesse acabado de balançar o meu mundo todinho.


Demorou menos de vinte e quatro horas para que eu pudesse meus olhos naquela mulher novamente. No dia seguinte, a secretária anunciou a entrada de "Dulce María Savinõn" na minha sala, a qual eu prontamente liberei, sem ao menos perguntar do que se tratava.


Claro que eu ainda não sabia o seu primeiro nome, mas seria muito azar ter duas pessoas com o sobrenome "Savinõn" aqui na minha empresa.



A porta se abriu, revelando a bela mulher. Ela usava uma saia social cinza escuro que era bem justa ao seu corpo, uma blusa também social de linho branca que acompanhava tão bem suas curvas que parecia ter sido feita sob medida. Sua maquiagem não era nada chamativo, era algo natural que destacava seus olhos e deixava a boca mais nude. Seus cabelos estavam soltos, partidos no meio e formavam belos cachos a partir do ombro.


Aquela era facilmente uma das mulheres mais lindas que eu já tinha visto na minha vida e ela não passou mais do que cinco minutos no meu campo de visão.


- Bom dia, presidente Portilla. – Disse da mesma forma séria que falou comigo no dia anterior.


- Bom dia. – Respondi me recompondo e me ajeitando em minha enorme cadeira. – O que traz a senhorita aqui?


- Só vou conseguir resolver o problema se acessar o computador principal da empresa, que, no caso, é o seu. – Disse olhando para o objeto que ficava no canto da minha mesa. Eu não usava muito esse computador, geralmente fazia tudo o que eu tinha para fazer no notebook porque achava mais prático e somente transmitia para esse computador.



- Fique a vontade. – Falei me levantando e observando-a dar a volta na mesa para se sentar perto do objeto. Acabei me sentando na cadeira onde eu geralmente recebia as pessoas, observando os dedos dela deslizarem sobre o teclado com destreza, digitando enormes códigos de HTML na tela.
Puxei meu notebook na direção que eu estava, na intenção de continuar o que eu fazia, mas a digitação frenética à minha frente me puxava a todo o momento para não conseguir tirar os olhos daquela mulher. Dulce estava concentrada em seu trabalho e eu não achei que ela fosse reparar que eu a encarava por trás da tela do meu notebook.



- Presidente Portilla, se vai ficar me secando é melhor me pagar logo um jantar. – Não tirou os olhos do que fazia enquanto falava.


- Onde e a que horas eu te busco? – Perguntei na intenção de ser brincalhona, mas se ela estivesse falando sério eu com certeza estaria também.


Dulce deu um sorriso de canto, negou com a cabeça e continuou a digitar.


- É ingênua se acha que seria fácil desse jeito, presidente. – Passei a mão nos cabelos, tentando realmente me concentrar no que fazia no meu notebook. 2



Dulce ficou cerca de uma hora na minha sala, trabalhando de forma concentrada para consertar o que quer que estivesse errado. Eu não falei mais nada e ela também não, embora não resistisse em olhá-la com frequência.



- Problema resolvido, presidente. – Disse se levantando.


- Obrigada, srta. Savinõn. – Falei de forma quase hipnotizada observando ela ajeitar a blusa e começar a dar a volta na minha mesa para liberar o meu lugar novamente.
Me levantei na intenção de abrir a porta para ela e eu prendi a respiração, involuntariamente quando percebi que ela vinha até mim. Eu estaquei onde estava, sentindo-a colocar uma mão sobre o meu ombro e se aproximar do meu ouvido somente o suficiente para sussurrar um local seguido de um horário.



Dulce saiu da sala sem se despedir e anotei o que ela me disse no celular para não esquecer, em seguida voltei a trabalhar.



Ela falava sério quando disse que não iria facilitar. Me deixou quarenta e cinco minutos esperando, eu estava quase indo embora quando ela finalmente apareceu e sequer se desculpou pelo atraso. Dulce fazia uma gracinha parecida com essa a todo encontro e eu ficava com raiva, mas me mantinha cada vez mais interessada nela.



Dei um gole no meu café, checando os meus e-mails no notebook. Dulce ainda não tinha acordado e eu preferi trabalhar um pouco antes disso acontecer, pois hoje meus pais chegariam de Miami e eu não teria tempo para nada. Eles finalmente conheceriam Dulce.



Respondi algumas mensagens antes de encontrar um novo e-mail daquela conta desconhecida que me mandou asneiras quando eu estava no restaurante. O título do e-mail era "Me ignorando???" e eu cliquei mais por curiosidade do que por outra coisa.
O conteúdo só continha uma frase, mas foi suficiente para desestabilizar completamente a minha cabeça.
"Eu sei a verdade sobre o Projeto Beryl."


Dei um gole no meu café e passei as mãos no rosto.


Isso só podia ser uma brincadeira de muito mau gosto, muito mesmo. E eu esperava que fosse, afinal, eu não era a única que sabia sobre esse projeto, mas certamente era a única envolvida. Alguém devia estar tentando brincar comigo para ver se arrancavam a verdade de mim, não era possível.


Mas não, eu não iria me deixar abalar dessa forma.


Me levantei da mesa e fui até o meu escritório, levando o notebook comigo. Chegando lá eu o joguei em qualquer canto onde ele não quebrasse e me sentei no computador de mesa que havia lá, revendo todas as últimas finanças e recalculando tudo, começando pelos últimos dias e voltando.


A porta do escritório foi aberta quando eu estava quase chegando no começo do mês passado.



- Anahí? – Indagou levantando as sobrancelhas, colocando o rosto para dentro.


- Oi. – Disse forçando um sorriso ao ver Dulce. Eu estava tão nervosa que mal conseguia disfarçar.



- Aconteceu alguma coisa? – Neguei com a cabeça.


- Não, eu só lembrei que esqueci de fazer uma coisa ontem e vim fazer agora, você estava dormindo. – Dulce fechou a cara.



- Agora eu estou acordada e provavelmente vou tomar café sozinha. Nada novo sob o sol. – Revirou os olhos e ameaçou fechar a porta.


- Não! – Estiquei um braço. – Vem cá me dar um beijinho, amor. Eu juro que já vou. – Dulce entrou no escritório sem vontade e me deu um beijo tão rápido que eu duvidava se realmente aconteceu. – Não fica brava, por favor.



- Tarde demais. – Saiu batendo a porta do cômodo.


Eu não queria que Dulce ficasse chateada, mas no momento o meu único foco era descobrir se eu tinha deixado alguma coisa passar.



Saí do escritório duas horas e meia depois, certa de que eu não havia deixado nada passar. Demorei meses para planejar tudo isso e não seria um engraçadinho da internet ou da empresa que iria acabar com isso. Era provável que fosse apenas um acionista querendo me sacanear ou me extorquir, mas eu iria pegá-lo antes que ele pudesse fazer qualquer coisa contra mim.


Na melhor das hipóteses, era só uma brincadeira boba mesmo.


Encontrei minha namorada no quarto, terminando de vestir uma calça jeans.


- Onde você vai? – Perguntei confusa.


- Buscar seus pais no aeroporto.


Aparentemente você estava tão ocupada que esqueceu que marcamos esse horário com eles. Mas porque você iria se importar com o momento em que sua namorada vai conhecer seus pais, não é mesmo? – Ela deu de ombros. – Sem importância.


- Amor... – Comecei a falar, parada no meio do quarto e me sentindo uma idiota. – Me desculpa.


- Se você realmente se preocupasse em mudar cada vez que me pede desculpas, não estaríamos tendo essa discussão agora. – Disse terminando de vestir uma blusa.



- É que surgiu uma coisa importante e...



- Mais importante que seus pais e sua namorada? – Neguei com a cabeça.


- Não foi isso que eu quis dizer! Me desculpa, eu realmente precisava fazer isso, mas eu prometo que sou toda sua o resto do final de semana. Vou até deixar meu celular em casa. – Dulce sequer me olhava enquanto eu falava.


- Só se arruma logo. – Foi tudo o que ela disse antes de me deixar sozinha no cômodo, com o coração apertado.
Tomei um banho rápido e me vesti, saindo do banheiro e encontrando Dulce sentada no sofá da sala, vendo alguma coisa na televisão. Aproveitei para chegar
sorrateiramente por trás dela e abraçar seus ombros, dando um beijo em sua bochecha.



- Para. – Disse desligando a televisão e se afastando de mim. Cocei a nuca.



- Amor, o que você quer que eu faça? Eu já pedi desculpas.



- Desculpas não são o suficiente, Anahí. Eu quero ver você mudar, não adianta você sempre fazer a mesma coisa e depois vir pedir desculpinha e achar que tá tudo bem, porque não tá. – Se levantou do sofá e deu a volta no mesmo. – Ou você muda ou você vai se arrepender, porque eu to cansada disso. Eu to falando sério.



- Amor... – Segurei suas mãos. – Eu promet...


- Sabe, Anahí, quando você terminou com aquela Angel famosa... Esqueci o nome dela, enfim, estava em todos os lugares e eu nem sabia quem era quem direito, mas eu lembro muito bem dela dizendo que a relação não deu certo porque você amava mais o seu trabalho do que a amava. – Abaixei a cabeça, sabendo que o que ela dizia era verdade.



A maioria das minhas namoradas terminaram comigo pelo mesmo motivo. Elas diziam que eu trabalho demais e não dedico nenhum tempo a elas e Dulce estava começando a fazer a mesma coisa. Eu estava realmente tentando com ela, mas essa história dos e-mails não era algo que eu podia simplesmente contar porque eram coisas sobre mim que eu não queria que a minha latina soubesse, pelo menos por enquanto.


- Não me faz acreditar nela. – Foi tudo o que Dulce disse antes de soltar minhas mãos e se encaminhar para a saída da minha casa.


Fui atrás dela, ajeitando os cabelos e decidida a provar que ela estava errada. Eu só queria mostrar o quando eu amava aquela mulher, mas aparentemente eu estava fazendo absolutamente tudo errado e anônimos que sabiam demais sobre a minha vida na internet não faziam questão nenhuma de ajudar.



Fomos para o aeroporto em silêncio, exceto pelo rádio baixo que tocava no carro. Dulce sequer me olhava e eu sabia que teria que fazer muito mais do que pedir desculpas para que ela me perdoasse e esquecesse o acontecido. Suspirei, rezando para que pelo menos meus pais gostassem dela, tornando isso menos um problema na minha vida.
Ainda demorou uns quarenta minutos para eles chegarem, porque o voo atrasou um pouquinho lá em Miami. Suspirei de nervoso e segurei a mão da minha namorada, vendo que ela não negou o contato, pelo menos não na frente dos sogros, que pareciam radiantes arrastando suas malas atrás deles.
Fui a primeira a abraça-los, afinal de contas, devia fazer uns seis meses que eu não os via. Minha mãe chorou um pouco, o que me fez chorar junto e me perguntar porque eu era uma manteiga derretida. Meu pai literalmente me levantou do chão e eu sentia o olhar de Dulce sobre nós o tempo todo, vendo de relance que ela sorria. Depois de cumprimenta-los, me afastei um pouco e me pus do lado da minha Dulce.



- Pai, mãe. – Falei colocando a mão em volta dos ombros dela e ela se encolheu um pouco, me deixando um pouco surpresa.


Dulce era uma mulher forte, independente e muito segura de si. Eu jamais imaginaria que ela ficaria nervosa para conhecer os sogros ou apreensiva deles não gostarem dela.


Queria ter conversado sobre isso no caminho, mas ela estava com raiva e provavelmente não me responderia.



- Essa é Dulce, minha namorada.
Ela abriu um sorriso lindo para os dois, me deixando um pouco hipnotizada porque eu era apaixonada por aquele sorriso. Minha mãe lhe deu um abraço e em seguida meu pai enquanto eu observava apreensiva a conversa dos três.



- Minha querida, você é ainda mais bonita do que nas fotos que a Anahí mandou para a gente. – Minha mãe estava elogiando-a, o que era um bom sinal.



- Bondade sua, sra. Portilla. – Disse com educação e um sorriso ainda maior no rosto.



- Não estou falando mais do que a verdade. – Aproveitei para envolver seus ombros com um braço e me meter na conversa.



- Eu concordo com a minha mãe, mas sou muito suspeita pra falar. – Dulce me lançou um olhar que dizia que ela não tinha esquecido o que aconteceu, mas que iria deixar passar por causa dos meus pais. Em seguida, segurou meu queixo e me deu um selinho rápido.



Meus pais adoraram Dulce mais do que adoraram qualquer outra namorada minha. Ela era muito gentil e simpática com eles e eu fiquei ainda mais apaixonada ao perceber que ela estava se esforçando muito para agradá-los – embora eles já estivessem agradados há tempos.
Como eu mesma disse, não peguei no celular o dia inteiro e nem sentia falta disso, embora estivesse nervosa com quem quer que soubesse demais sobre mim por aí. Tentei realmente limpar a minha cabeça dessas coisas e apenas aproveitei um dia agradável com meus pais e minha namorada.



Claro que no momento que meu pai perguntou como estava a empresa, Dulce não perdeu a oportunidade de me alfinetar, mas meus pais riram achando que era brincadeira. Já eu fiquei desesperada com medo dela realmente levar aquele assunto adiante, mas logo estávamos falando sobre outra coisa.



Depois tomar banho, vesti uma blusa regata e uma calça de pijama para dormir, saindo do banheiro e encontrando Dulce enrolada nas cobertas em cima da minha cama.


Deitei ao lado dela sem dizer uma palavra, tentando descobrir se agora que meus pais não estavam perto ela iria parar de falar comigo de novo.



- Gostei dos seus pais. – Falou quase me dando um susto, pois eu não esperava.


- Eles também gostaram de você, amor. – Ousei pegar sua mão e percebi que não obtive uma reação ruim, levando-a até meus lábios para beijá-la. – Você... Ainda está com raiva de mim?



- Deveria, mas não estou. Você cumpriu o que disse apesar de ter passado a manhã toda naquela merda de computador e eu só posso esperar que você continue assim. – A mão que eu havia beijado passou a acariciar meu rosto e eu fechei os olhos para aproveitar o contato.


- Eu vou. – Afirmei com o máximo de segurança que eu consegui e lhe dei um selinho.


- Sabe, Anahí, eu... – Dulce começou a falar e eu abri os olhos, encarando-a. – Não quero que você pense que eu sou chata ou incompreensiva. Eu sei que você tem que trabalhar e eu sei que toda uma companhia depende de você, quer dizer, eu entendo a importância de tudo isso. – Ela parou por um segundo. – Mas o meu pai também tinha toda uma empresa que dependia dele e ele trabalhava muito, muito mesmo. E eu via a minha mãe sempre sozinha em casa, ela tomava café sozinha ou comigo porque ele já tinha saído e jantava sozinha porque ele não tinha chego. Quando chegava, estava sempre muito cansado e ia dormir. Aos domingos, meu pai passava o dia inteiro dormindo alegando estar cansado e só acordava lá pro final da tarde, ficava vendo os jogos que passavam na televisão até ficar com sono. Ele não passeava com a gente, ele mal perguntava como estava indo na escola e eu não me lembro de uma só vez que ele tenha brincado comigo. Ele e a minha mãe só conversavam o básico e eu ficava no meio de tudo isso vendo a minha mãe ser eternamente infeliz em um casamento do qual ela não saía por comodismo. Eu não quero ser igual a minha mãe, Anahí. – Eu podia ver lágrimas em seus olhos e meu coração estava quase minúsculo por ver o quanto aquele assunto a machucava. – É por isso que eu fico tão brava quando você usa nossos momentos juntas para trabalhar, mas eu não quero que isso faça você pensar que eu sou possessiva ou incompreensiva. – Puxei Dulce para os meus braços, apertando-a com força entre eles. Dulce escondeu o rosto no meu pescoço e eu me senti um pedaço de merda por ter feito ela lembrar do pai, mesmo que inconscientemente.



- Amor... – Falei sem saber como começar. – Eu não fazia ideia. – Beijei seus cabelos. – Me perdoa por fazer você se sentir assim, por favor. Eu nunca quis te deixar desse jeito, pequena. Olha pra mim. – Disse e esperei pacientemente que ela levantasse o rosto. Sequei suas lágrimas com delicadeza e beijei sua testa. – Eu nunca mais vou deixar você lembrar do relacionamento dos seus pais quando você estiver comigo, isso eu te garanto. – Selei nossos lábios. – Eu nunca vou conseguir me desculpar o suficiente por isso.



- Não se desculpe, só... Tente não fazer de novo. – Se aninhou novamente em meus braços. – Obrigada por ser compreensiva. – Beijei o topo de sua cabeça.



- Não tem nada que eu queira mais do que te fazer feliz. – Falei acariciando seus cabelos.



- Eu já sou feliz com você, cariño.



Meus pais voltaram para Miami quatro dias depois, completamente encantados por Dulce María Savinon, assim como eu. Eu tornei a receber e-mails daquela conta, todos falando que sabiam e podiam provar como sabiam sobre o Projeto Beryl. Apesar de isso me deixar realmente apreensiva, o tal e-mail nunca apresentou nenhuma prova e o projeto Beryl não era exatamente um segredo, então eu imaginei que algumas pessoas aleatórias pudessem ter tido acesso sobre ele e decidiram me sacanear.



Acontece que o Projeto Beryl não existia. Ele era uma iniciativa criada por mim há uns meses para desviar dinheiro da empresa. Bem, eu ainda tinha que prestar contas ao meu pai e ele não podia saber que eu estava simplesmente pegando dinheiro para construir minha casa em Los Angeles, então essa foi a solução que eu encontrei. Depois de um tempo eu registraria que o projeto não deu certo e simplesmente encerraria a distribuição de fundos para o mesmo. Antes do projeto Beryl, existia o projeto Urban e antes dele, o Mester.



Sempre criei esses projetos e nunca tive problemas, pelo menos não até agora. Tinha os projetos verdadeiros que geravam produtos e davam lucro a empresa, então não era exatamente como se eu estivesse criando suspeitas em cima de mim à toa. E sim, eu tinha um salário, – ótimo, por sinal – mas dinheiro é um problema muito sério.


Você nunca está satisfeito com o que tem e quando se pode controlar tanto, você definitivamente vai querer mais.



Estava na empresa, muito concentrada terminando uma planilha, quando recebi um email. Notificações de e-mails nunca me deixaram tão nervosa em toda a minha vida depois de eu receber esses anônimos e eu abri no computador mesmo, vendo o que me esperava dessa vez.


"Quer que eu espalhe toda a verdade, Anahí?"


Decidi responder. Porque talvez se eu respondesse, ele pararia com esse joguinho psicológico ridículo e chegaria aos finalmentes de uma vez. Se fosse uma brincadeira, provavelmente não passaria daquilo, mas se ele tivesse algo real contra mim, mostraria logo. Eu estava cansada dessa palhaçada.



"Quem é você e o que quer de mim?"



Respondi, não querendo admitir para mim mesma que nunca esperei nada na minha vida como esperava por essa resposta. Demorou cerca de dez minutos, mas finalmente recebi outra notificação de e-mail.
"Simples, faça-me um pequeno favor e lhe deixarei em paz."


Passei a mão nos cabelos, sendo rica por tempo o suficiente para saber que envolvia dinheiro.


"O que você sabe, afinal de contas?"


Se eu fosse sortuda o suficiente, ele não saberia nada de verdade e eu não teria que fazer nada para não ser exposta. A reposta demorou quarenta e três minutos para chegar, quando eu estava prestes a ficar convencida que a pessoa por trás do e-mail não sabia nada e só estava querendo me encher o saco.



Abri no computador, percebendo que haviam vários anexos. Todos eram planilhas, umas de finanças da empresa, outros com o dinheiro investido no projeto Beryl e o que eu havia feito com esse dinheiro, entre depósitos em contas minhas e gastos com a construção da minha casa em Los Angeles, jantares, hotéis e viagens.
Meu coração parou.
Quem quer que fosse aquela pessoa, tinha tudo necessário para me fazer perder o meu cargo e, sem dúvida, ser presa. Eu jamais escaparia de passar uns tempos na cadeia se isso viesse à tona e era justamente por esse motivo que eu não podia contatar a polícia, por mais que eu quisesse. Levantei-me de puro nervoso e caminhei de um lado para o outro, certa de que ninguém poderia descobrir isso, não importava o que eu precisasse fazer para impedir. Bebi um pouco de água, pois eu estava tremendo e passei a mão nos cabelos antes de voltar a me sentar na minha cadeira. Cliquei no botão de responder com cautela, como se qualquer movimento que eu fizesse fosse me expor para o mundo.



"O que você quer?"


A resposta veio em menos de dois minutos.
"Assine um contrato e invista na empresa que eu vou te falar durante seis meses e essas planilhas nunca verão a luz do dia."


Suspirei, com os dedos parados sobre o teclado do computador. Era mais fácil só ter me pedido dinheiro, mas investimento era uma coisa mais difícil de se fazer, porque eu precisava da aprovação dos acionistas e tudo mais. Seria complicado convencer eles a investir em uma empresa, principalmente porque, se a pessoa queria investimento, ou era uma empresa prestes a falir ou uma muito pequena.



"Que garantias eu tenho que depois de fazer isso você não vai querer me chantagear de novo?"



"Você não tem."


Bufei, nervosa.



"Qual empresa?"


Indaguei imaginando que se eu tivesse um nome, seria mais fácil buscar na internet as referências da empresa e arrumar um ótimo motivo para explicar aos meus pais e aos acionistas porque eu investi nela.



"Amanhã às 14h iremos te fazer uma visita, é melhor você não marcar nada para esse horário. Levaremos os contratos e o que você precisa saber, mais o pen drive que contém tudo o que sabemos sobre o seu esqueminha sujo, que você pode destruir ou guardar de recordação. Não me pergunte como você sabe que é o único porque você não sabe. Até amanhã, presidente Portilla"


 


Soquei a mesa ao terminar de ler e fechei a tampa do notebook. Eu sempre tive controle sobre tudo a minha vida toda e era simplesmente agoniante estar na mão de outras pessoas. Tentei trabalhar o resto do dia, mas minha mente simplesmente não conseguia se desligar do fato de que eu podia ser rebaixada do meu cargo caso o investimento não desse certo. Não comi nada e nem saí da minha sala até de noite.


Meu telefone tocou quando era cerca de oito e meia da noite e eu levei o aparelho ao ouvido sem nem mesmo ver quem era, de tão desnorteada que eu ainda estava.



- Cariño. – Passei a mão nos cabelos, vendo que o primeiro alívio que tive no dia foi ouvir minha namorada falar meu apelido.



- Oi. – Respondi com a voz suave, salvando o que estava fazendo e desligando o computador com uma mão só.


Dulce havia ficado muito mais carinhosa depois que conheceu meus pais e me contou sobre o medo de ter um relacionamento igual ao dos seus. Eu também me esforcei bastante para não trabalhar quando estivesse com ela e felizmente estava dando certo.


- Eu já saí, já pode vir. – Tinha ficado de buscar ela no trabalho hoje para jantarmos juntas e ela dormir no meu apartamento, já que não nos víamos desde que meus pais foram embora para Miami.



- Estou indo. – Disse e ela desligou a ligação depois de dizer um "ok".



Peguei meu blazer e saí da minha sala, vendo que a empresa já estava praticamente sozinha àquela hora. Jordan estava me esperando na porta do elevador, como todos os dias, e eu pedi para ele dar uma inspecionada lá fora antes de me levar até o carro porque estava com medo desses malucos que estavam me chantageando fazerem alguma coisa, sei lá.
Todo o cuidado é pouco.
Não demorou muito para que eu estivesse na frente do trabalho de Dulce, vendo que ela se encontrava encostada na porta de vidro mexendo no celular. Pedi para Jordan buzinar algumas vezes até que ela ouvisse e entrasse no carro. Apesar da minha cabeça estar cheia com tudo o que estava acontecendo, eu dei um enorme sorriso involuntariamente ao vê-la.



- Oi. – Dei um selinho nela.



- Que saudade, cariño. – Disse envolvendo os braços no meu pescoço e eu demorei muito mais do que devia para soltá-la.


Pedimos comida italiana quando chegamos à minha casa, trocamos de roupa e ficamos bem confortáveis. Decidimos não beber vinho porque no dia seguinte teríamos que trabalhar e do jeito que Dulce era fraca pra beber, era possível que ela adquirisse uma ressaca com ao menos duas taças da bebida. Não fizemos nada de especial, apenas assistimos a alguns filmes e comemos, somente relaxando e aproveitando a presença uma da outra.


O dia seguinte não demorou a chegar e com ele todos os meus afazeres na empresa, incluindo me encontrar com os chantagistas. Deixei Dulce em seu trabalho e solicitei que Jordan ficasse dentro da minha sala comigo o tempo todo, era uma forma de me sentir mais segura. Quando chegou perto das 14h, pedi para Jordan chamar outro segurança para ficar comigo na minha sala e expliquei para ele que queria testemunhas para assinar um contrato. Como ele não entendia muita coisa disso, apenas obedeceu. Até porque, seria um abuso que ele me questionasse.



Faltando dez minutos para o horário que o e-mail misterioso disse, eu realmente não conseguia mais trabalhar. Primeiro porque tinham dois armários engravatados dentro da minha sala e, apesar deles não me olharem, era muito desconfortável ficar desse jeito. As duas horas e três minutos da tarde, o telefone na minha mesa tocou indicando que tinham duas pessoas que queriam me ver. Ela disse que eles falaram que eu sabia do que se tratava e que não era necessário dizer seus nomes.



Eles não estavam mentindo completamente, mas eu eventualmente saberia seus nomes a menos que eles usassem identidades falsas. E poderia até me vingar do que eles estavam me fazendo passar agora, pois eu era muito adepta do ditado "olho por olho, dente por dente".



Pedi para Jordan abrir a porta, tentando disfarçar o meu desespero com um sorriso nervoso. Minhas mãos estavam suando e eu mal podia esperar para que tudo aquilo acabasse logo e eu tivesse certeza de que não seria exposta – embora soubesse que era pedir demais.



O enorme homem vestido de preto permitiu que as duas pessoas entrassem, tapando-as do meu campo de visão por um momento, pois ele parou para revista-las – algo que eu havia pedido. Depois de sair para o lado e dar espaço para que eles entrassem, Jordan fechou a porta e meu coração errou três batidas até eu ter certeza de que ele ficou uns segundos sem bater para depois quase estourar o meu peito.
Eu não podia acreditar no que meus olhos estavam vendo.
A mulher que havia entrado na sala era a Dulce.


Sim.


A minha Dulce.


Ou a que pelo menos eu achava que era minha.



Ela tinha um sorriso triunfante no rosto, como se fosse delicioso me ver chocada e de coração partido ao mesmo tempo. Ela era seguida por um homem alto e bem vestido com um terno caro, que tinha as feições muito parecidas com as dela. Ele estava sério e carregava uma maleta em mãos, a qual ele entregou para Dulce assim que ela estava próxima o suficiente da minha mesa.


Dulce depositou a maleta no tampo de vidro sem tirar o sorriso do rosto, abrindo a mesma e se sentando na cadeira que ficava de frente para a minha mesa. Ela tirou de lá de dentro papéis e uma caneta dourada, jogando os mesmos na minha direção. Eu passei os olhos rapidamente pelos papeis, sem ser capaz de ler absolutamente nada. Ela continuou com sorrindo e se levantou, dando o lugar onde sentava para o homem que era extremamente parecido com ela.



- Conheça meu pai, Fernando Savinõn. – Ela deu a volta na mesa enquanto eu tentava balbuciar alguma palavra, provavelmente um xingamento. Minha garganta estava travada e eu sentia vontade de chorar e quebrar a sala todinha, mas nem isso eu conseguia devido ao choque que atravessava o meu corpo. – É com ele que você fará negócios agora.


Dulce se inclinou para mim e envolveu meus ombros com um braço, acariciando meu colo exposto pelos botões abertos da minha blusa com a mão livre. Eu virei lentamente a cabeça para encará-la e em seguida voltei os olhos para os papéis a minha frente, sem ser capaz de acreditar que aquilo estava acontecendo. Um beijo casto foi depositado em meu pescoço e minhas mãos tremiam, incapazes de afastá-la.



No mesmo momento que lágrimas começaram a escorrer pelo meu rosto, eu a ouvi sussurrar em meu ouvido:


- Assine o contrato, cariño.


******


 



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Segundo dia do ano, fim de ressaca então vamos ler um pouquinho. ahahahahahah ********** Maitê e Anahí estavam sentadas frente a frente, separadas apenas pela mesinha. Maitê nunca havia visto tanta dor concentrada em Anahí. - Dra. Portilla, você está sendo solicitada na sala da Dra. Cárter. – Uma enfermeira disse ...


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Comentários da Fanfic 22



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  • siempreportinon Postado em 08/01/2018 - 22:55:11

    Estou amando suas histórias, cada dia leio uma. Sei que não comento muito mas estou sempre acompanhando suas publicações!

  • natty_bell Postado em 03/01/2018 - 17:42:09

    SCRRR EU TO APAIXONADA POR UMA ESTORIA AAAAAAA <3 tem muitas histórias ainda?? To amando serem varias em uma

    • Emily Fernandes Postado em 03/01/2018 - 19:10:48

      Sim, as histórias são muito boas. Ainda tem algumas ou várias pra colocar em prática. Então que viva as histórias aleatórias da fic. Que história vc mais gostou?

  • Nix Postado em 08/12/2017 - 19:51:32

    Owt que capítulo incrível, amei a surpresa pra Any, o amor que elas fizeram não foi apenas de saudade mas sim de um amor que supera barreiras

    • Emily Fernandes Postado em 12/12/2017 - 18:03:21

      Concordo com tudo que vc disse. O amor delas é lindo mesmo. Vamos ver sexta a onde mais uma vez a arte vai ser pintada.

  • Nix Postado em 05/12/2017 - 17:10:33

    Acredito que vou chorar horrores nessa história.

    • Emily Fernandes Postado em 08/12/2017 - 15:46:17

      Espero que a história realmente agrade. Pq ela é linda e encanta.

  • Nix Postado em 01/12/2017 - 19:28:21

    Momento fofo amei, não há palavras para descrever esse capítulo

    • Emily Fernandes Postado em 05/12/2017 - 15:44:40

      Não nunca há palavras pra descrever coisas simples E belas. Aproveite outra história.

  • Nix Postado em 28/11/2017 - 09:14:53

    Isso ai Anahi não desiste da Dulce Concordo com a Angel o destino delas estão traçados.

    • Emily Fernandes Postado em 01/12/2017 - 08:49:26

      Sim, Anahí não desisti tão fácil. Porém acho que o destino ainda vai aprontar muito com as duas. Isso será inevitável.

  • candy1896 Postado em 27/11/2017 - 11:32:28

    Continuaa

    • Emily Fernandes Postado em 28/11/2017 - 07:52:35

      Continuei kkk bjs

  • Evelyn Postado em 25/11/2017 - 16:16:12

    Olá maninha eu estou perplexa com suas histórias. Mas vamos ler não é. Bjs amor meu, eu sou a única com tal liberdade pra isso não é. Ahahahahahah

    • Emily Fernandes Postado em 28/11/2017 - 07:51:46

      Olá quem seria vc mesmo. O assim. Não diga que minhas histórias não estão te agradando. Perplexa fica eu com sua ousadia. Mas te amo da mesma forma. Bjs evy. Ps sim vc é a única que pode me chamar do que quiser.

  • siempreportinon Postado em 25/11/2017 - 11:05:01

    Marquei presença aqui, amo suas histórias já pode continuar!!!

    • Emily Fernandes Postado em 28/11/2017 - 07:46:28

      Vc sempre marca. Seu pontinho mesmo. Irei continuar.

  • Lern Jauregui Postado em 25/11/2017 - 09:37:17

    O primeiro encontro delas já vou uma arte rsrs .....A Annie uma fotógrafa de olhos azuis e sexy e a Dul uma garota linda e intrigante... E acho que a Annie meio que já se interessou,só acho rs. Mal posso esperar pros próximos capítulos.... Já pode continuar.. Bjs Emm.

    • Emily Fernandes Postado em 28/11/2017 - 07:45:05

      Obrigada lern, acho que a arte está em tudo O que fazemos seja boas ou ruins, o importante É saber apreciar. Não é bjs pra vc tbm.


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